Da Oropa revivida
A Europa, com a sua União Européia e a sua união monetária, chamada zona do euro, está envelhecida, talvez até cansada, mas continua firme, lá onde sempre esteve. Bem, com os últimos acontecimentos, um pouco mais adiante do que em tempos recentes. A Europa está se movendo de forma dinâmica e quem está apostando na sua decadência total pode perder.
Na área econômica e financeira, há avanços visíveis nas economias européias. Talvez nem tão rápidas como desejável, mas parece que o setor financeiro está sob controle, e o mais importante: o dinamismo competitivo das empresas líderes européias é visível. É o caso da Fiat, que ultrapassou as dificuldades domésticas e se firmou como um dos líderes da indústria, nada menos do que nos Estados Unidos, com a compra da Chrysler. E isso vale para outras indústrias, inclusive para as espanholas que, apesar da crise doméstica, aumentaram em muito suas exportações. Grécia e Chipre são histórias de ajuste do passado e agora devem ganhar competitividade para o futuro.
A União Européia, que finalmente aprovou seu super bilionário orçamento na semana passada, também mostrou as suas garras no acordo com o Irã. A pálida representante européia para política exterior, Lady Ashton, apareceu como a grande articuladora do acordo entre o Irã e as potências mundiais sobre a redução de atividades nucleares daquele país. Um acordo sem dúvida interessante para a Europa, que se abastece com petróleo do Irã e que, devido às sanções impostas àquele país, perdia um mercado interessante. Uma vitória do Pirro, já que o Irã ganha tempo e dinheiro para continuar o seu programa nuclear. O que o Brasil e a Turquia propuseram há alguns anos era muito melhor para o mundo do que o assinaram agora com tanta pompa.
Em outro front, a Ucrânia, grande celeiro de alimentos na porta da Europa, decidiu não se associar à União Européia. Sob protestos ou não, aquele país de 60 milhões de habitantes está na órbita da Rússia. E os russos, que na mesma semana assinaram 28 acordos de cooperação com a Itália na cidade de Trieste, deixaram claro que a União Soviética pode ter acabado, mas a Rússia continua firme e ativa. O urso não está dormindo.
E no campo político ficam algumas lições importantes. Após a queda do teto de um supermercado e lamentáveis mortes, o primeiro ministro da Latvia renunciou. O Parlamento italiano cassou seu ex-primeiro ministro Berlusconi. E os alemães, dois meses após as eleições fizeram a grande coalizão, para o bem do país e o mundo. As lições destes últimos anos reforçam a democracia e a chance de desenvolvimento europeu.
Stefan B. Salej
28.11.2013.
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