Do choro e visão curta
Definitivamente, é mais agradável culpar todas as esferas dos governos por tudo o que acontece na empresa do que inverter a situação e sair vitorioso. Não é que não exista um certo caos fiscal no país e que as ações governamentais não mereçam críticas justificadas. A realidade é que mesmo uma ação empresarial bem coordenada para melhorar a ação governamental tem levado a resultados pífios. E mais: o quadro político lembra as palavras do sábio Ulisses Guimarães na narrativa do ex-senador Ronan Tito, que comentou sobre a qualidade do Congresso na época e a resposta foi : espere para ver o próximo.
Impressionante é que uma boa parte dos empresários não vê nessa crise uma oportunidade para crescer. Quando se pergunta a eles quantos, em especial pequenos e médios, conhecem o Piauí, descobre-se que muitos deles já foram fazer compras em Miami, mas não conhecem as oportunidades dos mercados nem em Minas e nem no próprio Brasil. Em resumo, chorar e criticar se faz com alegria, mas procurar mercados na esquina, não.Um outro aspecto é de cooperação entre pequenas empresas. Não é só as grandes que tem que juntar esforços, mas também as pequenas. É impressionante como preferem a concorrência letal entre si em vez cooperação.
Nos municípios onde prevalecem grandes empresas, os prefeitos preferem a arrecadação aos planos de desenvolvimento conjunto. Na área de mineração, inclusive com novas mineradoras vindo para Minas, é incrível como elas trazem tudo em vez de desenvolver a classe empresarial mineira. Aliás, este questionamento também vale para as grandes estatais de Minas, que preferem só o lucro em vez de de multiplicarem esse lucro com parcerias com empresas locais. E quando vem o investimento trazido com incentivos do Estado pelo INDI ou BDMG, há pouca preocupação como efeito multiplicador.
Enquanto outros estados da federação procuram mercados no exterior, o aproveitamento das facilidades que oferece a agencia estadual de promoção de exportações, ExportaMinas, pelos empresários, é pífia. E dos serviços que oferece Itamaraty, com sua rede de apoio ao exportador, ainda menor. E da APEX, que tem muitos recursos, ainda abaixo do nível desejado. Na crise ou não, as empresas, para se desenvolverem a logo prazo, terão que estar presentes no exterior. Assim ficam mais fortes e competitivas. O mercado é o mundo onde Brasil e sua indústria são apreciados por qualidade e seriedade. Veja o caso das cachaça mineira. Por onde for, tem a nossa cachaça.
Também é impressionante como o empresário aproveita pouco as vantagens que os governos oferecem. É verdade que o governo toma muito, mas também se pode receber mais do governo se se procurar. Há um variedade de benefícios enorme mal aproveitados!
Basta de reclamação e choro! Mudemos de visão e de estratégia, da defesa ao ataque !
Stefan B. Salej
5. de junho 2014.
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