Das eleições no mundo
A primeira e a segunda maior democracia, 800 milhões e 190 milhões de eleitores em cada uma, estão elegendo seus parlamentares esta semana. India e Indonésia, dois gigantes asiáticos. E mais eleições: Afeganistão, aquele país invadido por forças internacionais liderados pelos americanos e onde mandam os Talibãs, tem eleições presidenciais. Sete milhões de eleitores, embora ameaçados pelos Talibãs com corte dos dedos marcados com tinta na hora de votação e mais atentados, participaram das eleições com relativa transparência e calma.
Nos três países, parece que os vencedores serão os opositores dos atuais governos. A apuração ainda demora, os sistemas não são eletrônicos, os países são grandes. A Indonésia tem milhares de ilhas e com 235 mil candidatos para 20 mil postos legislativos, a apuração não é fácil. O candidato de oposição ao atual governador da Capital, Jacarta, Joko Widodo, está liderando nas pesquisas. Mas ainda há eleições presidenciais daqui a um mês e só depois será definido o quadro político.
Na India, a parceira brasileira no grupo dos países BRICS, que vai se reunir após a Copa em Fortaleza, as urnas estão indicando a vitória do oposicionista Modi, do partido BJP. O adversário é Rahul Gandhi, do partido do Congresso, que domina a política indiana há 62 anos, desde a sua independência do Reino Unido. Mas, não é só o partido que domina. A família Gandhi-Nehru é a força motriz desse partido. As críticas ao eventual novo primeiro ministro Modi são muito fortes, especialmente no que se refere ao tratamento de diversas etnias na India, que tem a maior população muçulmana do mundo, 300 milhões. A campanha é bem agressiva e a divisão política vai continuar após a eleição.
Na reunião dos BRIC, em Fortaleza, estarão em torno da mesa de uma união aparente um novo primeiro-ministro indiano, um provavelmente reeleito presidente da África do Sul, onde as eleições ocorrem daqui a um mês, um presidente russo condenado pelos países ocidentais, leia-se especialmente os Estados Unidos e a União Européia, pela invasão da Criméia e a presidenta brasileira, cujos índices de popularidade só serão definidos em um ano eleitoral se o capitão da seleção canarinho levantar a taça do Campeão Mundial. E não no final, um presidente esfinge chinês avançando no mundo dos negócios e da força militar. Sem dúvida, uma reunião mais do que interessante, cujos resultados são imprevisíveis.
Nesse círculo de eleições no mundo e sua influência sobre a reunião de Fortaleza, onde querem porque querem fazer um banco de desenvolvimento dos BRICS, não se pode esquecer as eleições em maio para o Parlamento europeus e a escolha da nova equipe da União Européia. E aí estão as nuvens negras das eleições municipais na França, com a extrema direita ganhando força e na Hungria, onde também a direita fascista ganhou as eleições. Em resumo, o mundo democrático não é simples.
Stefan B. Salej
11.4.2014.
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