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Tuesday 12 June 2018

DO DÓLAR UP AND DOWN (sobe e desce)


DO DÓLAR UP AND DOWN (sobe e desce)

Há semanas que ouvimos falar que dólar, a moeda dos Estados Unidos, tem influenciado a alta de preços, não só dos combustíveis mas também dos comestíveis. Aí, o tal do dólar sobe, na verdade é o real que fica desvalorizado, e o país econômico entra em pânico. O Banco Central começa a queimar reserva, só 20 bilhões de dólares. O pior são as  explicações que dão os representantes do governo: calma, está tudo sob controle, temos reservas cambiais que cobrem a saída de dólares, e mais um monte de coisas que não saem da repetição dos eventos do passado.

Mas, qual é a realidade da turbulência cambial. A primeira é que a economia brasileira não é uma economia dissociada do mundo. Nós fazemos parte da economia mundial, e somos altamente dependentes dela. E não temos nenhuma influência nos movimentos que regem a economia mundial mas, só repetindo, afetados por ela e muito. A valorização do dólar e o aumentos dos juros nos Estados Unidos ou Europa, as barreiras comerciais e a política monetária dos bancos centrais de países desenvolvidos, têm influência forte na economia brasileira.

Em segundo lugar, a nossa matriz econômica não é baseada na produção, mas nos ganhos de especulação. Somos um país por excelência de terra fértil para a especulação, seja para os nativos, e, muito mais para o capital estrangeiro. E repetindo, ele vem, mas sai ainda mais rápido do que entra. Então cria-se uma ilusão de que estamos bem com a entrada de investimentos estrangeiros, quando ou ele vêm para especular, ou vem rastreado nos empréstimos e benefícios fiscais que só aumentam as nossas vulnerabilidades de contas públicas ou contas externas. Claro que há exceções, mas que só confirmam a regra.

E a questão básica passa em seguida pela nossas exportações. Sempre e cada vez mais e mais dependentes não só de matérias primas e produtos primários mas de traders externos. Exceção talvez sejam a Vale, com mineiro de ferro, e alguns exportadores de carnes vermelhas e brancas. Mas, estes já têm passivo de qualidade que nos leva a tremer quando vem alguma inspeção sanitária. No caso do café, só exportamos grãos e cafés especiais que, apesar de um esforço  formidável de alguns, ainda não representam um valor significativo.

As nossas importações são baixas porque economia não deslancha. E as saídas na conta de turismo é maior do que a entrada com turistas estrangeiros.

Em resumo, tem cada vez menos dólares para gastar e cada vez mais gente querendo dólar, nem que seja para reserva contra essas incertezas e vulnerabilidades de todo dia. O pior é a ilusão de  que tudo está bem. O câmbio não deve refletir insegurança jurídica e política, mas é uma componente de política econômica e cambial. Mas, lamentavelmente, no nosso caso reflete sim e ainda vai balançar muito mais, porque a situação é precária e com perspectivas pouco claras. Mas, o pior não é a percepção, o pior é que não teremos dólar para a farra cambial dos especuladores.

Sunday 3 June 2018

DA CERTEZA DA INCERTEZA


DA CERTEZA DA INCERTEZA

Cachorro mordido por cobra tem medo do barbante (dito popular).

Agora, você imagina a nação toda mordida pela greve de caminhoneiros . Está todo mundo com medo do que vai acontecer. E o boato corre solto, cada facção, seja política ou criminosa, tentando tirar ao máximo proveito da desgraça generalizada que caiu sobre todos nós nas últimas semanas. Mas, estamos aqui e nem todos podemos emigrar para os Estados Unidos, onde já há valadarenses demais. E por aqui temos que administrar o medo, o receio, a incerteza eleitoral, a fraqueza do governo e mais todos os ingredientes externos, como as políticas de fortalecimento do dólar e de sanções comerciais que Trump inventa e geram mais incertezas.

Neste momento, quem aceitar que a volatilidade será uma constante e administrar  a incerteza  será o vencedor na travessia que pode durar além do período eleitoral. Uma constatação que ficou nesta crise é que as forças do tal mercado financeiro especulativo prevalecem sobre as forças produtivas neste país. A política de preços dos combustíveis, que deveria fazer parte da política energética nacional, ficou por conta de  um grupo de gestores de uma empresa monopolista que defendia o valor das ações da empresa, de seu lucro e esquecia totalmente  que existe um país miserável, sem capacidade de pagar o que eles querem cobrar. Salve o investidor, salve a gerência, salve o mercado e dane-se o povo. Quem sabe os defensores dessas teorias ganham o prêmio Nobel de economia.

Aliás, uma boa coisa neste momento é fechar os ouvidos e olhos aos analistas e economistas, que defendem todos uma economia a favor dos especuladores financeiros. Por incrível que pareça, nem Roberto Campos conhecido na época como Bob Fields por ser favorável aos Estados Unidos,  e nem Mario Simonsen, sem falar no Horácio Lafer, eram tão  a favor de uma minoria especuladora como os atuais economistas de plantão que estão aí. Nenhuma economia que destrói a capacidade produtiva do país, assim como a de poupança e consumo, e privilegia a especulação do mercado financeiro, gera um país mais justo e equitativo na distribuição de renda e fomento do desenvolvimento.

As certezas que temos são que devemos manter o cliente satisfeito, o funcionário motivado, o caixa independente de bancos e empréstimos, e olhar bem para onde vai a demanda nesta estrada de mudanças tecnológicas rápidas. O resto são fatores que você não determina e não influi como empresário. Esqueça a  política, esqueça os economistas e analistas, volte a visitar os clientes e o chão da fábrica. Pegue o leme do seu barco e não deixe que a tempestade domine o seu destino. Muito menos uns usurpadores do bem comum que hoje dominam o país. E tem mais: nem sempre após a tempestade vem a bonança. Pode vir outra tempestade.