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Friday, 8 August 2025

DO “ DOUTOR E O MEU” E COP NO PARA

 

Fazíamos um esforço enorme de internacionalizar Minas Gerais no final de década de 90. Foi um esforço, nos governos Hélio GarciaEduardo Azeredo, gigantesco. Assim, foi fundamental trazer eventos internacionais e para isso contar o com Itamaraty. Um dos eventos foi a primeira reunião de ministros do comércio doMercosulUE no hotel Ouro Minas. Acompanhava então o Chanceler Felipe Lampreia entrando no hotel, quando ouvimos o porteiro nos chamando e dizendo, doutor e o meu?”  O Embaixador Lampreia, de bom humor, só disse, Šalej, vocês estão feitos com essa agenda de internacionalização. Bem, em seguida veio a reunião da ALCA, graças à nossa ousadia e aos bons ofícios do Embaixador Paulo Tarso Flexão de Lima. Fomos acusados, by the way, de forma justa, de não termos estrutura para um evento dessa envergadura. Não tínhamos mesmo e ainda aconteceu incêndio no Palácio das Artes. Mas, construímos o ExpoMinas, e BH foi palco de muitos eventos, como reunião anual do BID, veio o Escritório do Itamaraty e a Estrada Real e até Aeroporto de Confins passou a ter mais e mais voos internacionais.

Vendo nestes dias a polêmica sobre a capacidade da cidade de Belém de realizar a conferência das Nações Unidas sobre clima, COP30a frase do porteiro para oChanceler Lampreia ganha um significado enorme. Ela diz sobre a esperança daspessoas humildes de que esses eventos tragam benefícios para eles. Ou seja, não é só o hoteleiro que vai ganhar, o porteiro também tem direito. Os eventos trazem enormes benefícios econômicos, desde que façam parte de um projeto de desenvolvimento e não simplesmente um evento de proporções gigantescas, como COP30, com 50 mil participantes, mas que não faz parte de um projeto de desenvolvimento.

Uma das características dos eventos que mudaram na época a imagem de BH foi que os eventos eram parte de um plano de desenvolvimento liderado pelos empresários, com parceria com governo. E políticos, senadores e deputados, por incrível que pareça. E objetivo de ganha-ganha ficou claro para todos. E mais, não teve nenhum rolo, como se diz no popular. E teve continuidade, com maior ou menor sucesso, mas não parou num evento.

A boa organização de um evento internacional, tem que ser padrão Itamaraty, 100 % como foi por exemplo a primeira conferência sobre o clima, RIO 92, é também fundamental para sucesso do conteúdo do evento. As negociações em geral são demoradas, tensas, atravessam noites e o mínimo que se espera é ter uma boa cama para dormir

Brasil como país tem muita experiência nesse assunto. Este ano já teve reuniões do G20, BRICS, presidência do MERCOSUL e os paraenses foram honrados coma COP30, o maior dos eventos. Espera-se deles que não manchem com “cadê o meu doutor, a imagem de todos os brasileiros.

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