DA DIPLOMACIA (Mc)DONALD E O MUNDO
Foi um privilégio histórico ver os movimentos diplomáticos referentes à guerra na Ucrânia nos últimos dias. Encontro dos Presidentes Trump e Putin, dois velhos amigos, no Alasca, território que no passado pertencia à Rússia e foi comprado pelos EUA. Em seguida a reunião de Trump com líderes europeus, chamados àCasa Branca da noite para o dia junto com o Presidente Zelensky, da Ucrânia. Tudo ao vivo e a cores. Tudo num estilo diplomático rigorosamente coreografado para que nada atrapalhasse. Algo diferente para quem viveu a diplomacia e seus protocolos. Com um respeito dos europeus ao presidente norte-americano, que dirigia o espetáculo com a velocidade e qualidade de um Drive-in do McDonald’s, ímpar. E se alguém teve duvida, é melhor aceitar a realidade de hoje: os EUA, sob Donald Trump mandam, lideram os processos mundiais e não tem conversa.
O processo de paz na Ucrânia, onde os EUA já colocaram 300 bilhões de dólares em dois anos e meio do conflito, está longe de terminar. A Ucrânia tem o maior exército da Europa, 900 mil soldados, comprou mais de 90 bilhões de dólares de armamentos norte-americanos e só avança na guerra contra o invasor russo com a ajuda dos serviços de inteligência norte-americanos. E os russos, que têm o objetivo claro de ficar com parte do território da Ucrânia, não vão parar. E os europeus querem o fim do conflito, mas com garantias de que Rússia não vai voltar a invadir nem Ucrânia e nem qualquer outro país. E isso quer dizer que os EUA têm que participar desse anel de defesa da Ucrânia e Europa.
Essa dança fúnebre só vai terminar quando o acordo final for concluído, o que ainda pode levar tempo. O Brasil viu que Trump, com o fim da guerra, abre asportas para negócios com a Rússia, o que é muito vantajoso para ambos os países. Acabam as sanções e o mundo fica bem dividido. A América Latina é o McDonald’s. O Brasil negocia com a Rússia, que abre mercados para produtos norte-americanos, concorrendo com o Brasil. E a Rússia também equilibra suas relações com a UE. Putin não só ligou para Lula sobre o encontro na Alasca como também para Modi, da Índia, Lukashenko da BieloRussia e os presidentes doKazaquistão e Krygiquistão. Mas, ninguém viu nesse jogo Xi, da China, que sustenta a Rússia nesse conflito ou os norte-coreanos, que mandaram soldados para lutar contra a Ucrânia.
Sem dúvida, a paz na Ucrânia, vale a pena lembrar que os donos de terras raras lá já são os norte-americanos, só será conseguida quando os EUA alcançarem seus objetivos econômicos e militares, isso quer dizer também uma nova relação com a Rússia, e a Europa souber que sem os Estados Unidos não tem segurança. E oBrasil, observando o que está acontecendo, entender como a banda toca. No campo militar, econômico, com tarifas e tudo o mais.
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