DAS ELEIÇÕES QUE SÃO E NÃO SÃO NOSSAS
Exagerar que, para onde vão Estados Unidos, vai o Brasil, como aconteceu no regime militar, não vale mais hoje em dia. Mas, que as eleições no país do Tio Sam no dia 8 de novembro com os candidatos, Hillary Clinton pelos democratas e Donald Trump pelos republicanos, chacoalham o mundo, não há nenhuma dúvida. A campanha à qual assistimos diariamente está a pleno vapor e mais quente do que nunca. Os debates na televisão são verdadeiro telecach, ou seja luta livre de palavras, acusações e agressões verbais, que milagrosamente ainda não levaram a socos e pontapés. Se alguém se espelha pelo padrão dessa campanha para melhorar a democracia no seu próprio país, creio que o eleitorado vai agradecer esse tipo de padrão democrático. No vale tudo só se procuram defeitos do adversário. Aliás, o campeonato está difícil porque os dois candidatos têm tantos que não dá para fazer a contabilidade.
É claro que a percepção da apresentação dos candidatos, fora dos Estados Unidos, está ligada aos padrões sociais de cada um no seu país. As mulheres do Brasil de classes sociais diferentes enxergam os dois candidatos diferente do que as mulheres, por exemplo, do Sudão. O mesmo vale para os homens da Alemanha ou do Japão. Mas, essas percepções nada têm que ver com o que percebem os candidatos eleitores nos Estados Unidos. E tem mais: mesmo lá, as percepções são mais variadas de região a região e, em especial, por gênero, raça e situação social. E o que vale é que é o voto dos norte-americanos vai eleger o presidente ou a presidente do país mais poderoso do mundo neste momento.
Aí é que começam nossas preocupações.Quais são as propostas que Hillary e Trump têm para melhorarem a economia dos Estados Unidos? O país saiu, na era do Obama, da grave crise de 2008, mas ainda não se recuperou totalmente. A valorização do dólar e a política de juros do país mais endividado do mundo nos afetam profundamente.E o que se ouve no debate entre os candidatos são disparates que não nos deixam dormir com tranquilidade. Os Estados Unidos vão continuar procurando tratados de livre comércio? E com quem?
Na política internacional, além da solução das crises correntes do Oriente Médio, o terrorismo do Estado Islâmico, a crise da Ucrânia e mais e mais, os Estados Unidos vão continuar sendo o gendarme do mundo, ou quem é hoje o inimigo como foi Sadam Hussein ou russos no passado? Qual é o próximo passo para paz ou guerra?
Esta eleição será, com sua escolha, o que em absoluto não abala o eleitor norte-americano, a definição do como será o resto do século. De paz e prosperidade, ou de guerras e volatilidades políticas e econômicas. Podemos torcer, discutir, ter preferências, mas a decisão será do cidadão norte americano. A sorte foi lançada.
Stefan Salej
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