DO DIA APÓS AS ELEIÇÕES
Faltam alguns segundos turnos para acontecer, mas na absoluta maioria dos municípios, as câmaras de vereadores e prefeitos foram eleitos. As contas das eleições, provavelmente as mais baratas de todos os tempos, serão feitas, e os prefeitos eleitos vão agora pensar em como ficaram as câmaras de vereadores e o que fazer após a posse. Os ré-eleitos já sabem. Foram novamente escolhidos porque fizeram um bom trabalho. Mas não custa nada perguntar se esse trabalho será tão bom também nos próximos quatro anos, quando ainda teremos um ajuste na economia, que está em uma queda sem precedentes. Nada há á vista para ter dinheiro mais fácil, nem sinal de que as atividades econômicas vão aumentar.
Para os novatos, muitos deles já bem antigos na política, assumir uma prefeitura será uma aventura sem precedentes. Primeiro porque em raros momentos temos na nossa cultura política uma passagem de poder responsável. Se é o adversário que ganhou, então não precisa saber nada. Se é sucessor ungido pelas urnas, a esse vamos dizer só quando precisar, porque ele vai fazer o que queremos. Em qualquer circunstância, a situação real só vai saber quando sentar na cadeira e receber a chave do cofre.
Mas, a realidade bate em um outro lado: campanha é campanha, e administrar o município é outra coisa. No primeiro caso, você angaria votos. No segundo caso, você gerencia as situações, problemas e, no fundo, o desenvolvimento social e econômico. Precisa ter sonhos, objetivos e saber gerenciar uma entidade pública, governamental, que, quando os candidatos são empresários, têm que entender que empresa é empresa, governo é governo. São coisas muito diferentes.
Ninguém governa município sozinho. Em primeiro lugar, há câmara de vereadores. Os eleitores devem manter contato com eles, já que os vereadores às vezes se esquecem deles. Vereador é aquele que está mais perto, em nosso nome, da máquina do poder.
Mas, mais importante é a organização da sociedade civil para participar constantemente da política. E nisso as entidades empresariais têm papel fundamental. Desde já, devem se organizar com propostas, cobrar as promessas e antes de mais nada e, principalmente, oferecer soluções. E nossos sindicatos da indústria, filiados à FIEMG, por exemplo, têm essas propostas? Não são reivindicações individuais, mesmo que elas sejam importantes, mas projetos que criam mais e melhores empregos, que melhoram a educação e a saúde.
Querem mudar os políticos? Mudem primeiro as atitudes dos eleitores, para se tornarem atores políticos ativos, com propostas. O relógio já começou a contar o tempo. E comecem a pedir planos de desenvolvimento econômico e social do município. O que vamos atingir em quatro anos? Em números.
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