Do 2016
Olhar para ano de 2015 é uma maravilha. Tudo já aconteceu, tudo já passou. Duro mesmo é olhar para a frente, para 2016, onde tudo ainda pode acontecer. Mas, algumas certezas são mais certezas do que outras.
Para começar, está no fim a era Obama nos Estados Unidos. As eleições presidenciais no final do ano serão fortemente marcadas pelo debate não só de temas econômicos como também de segurança internacional e do papel dos Estados Unidos no mundo. Parece que a economia vai bem, mas os imbróglios em que estão metidos os Estados Unidos e a ameaça do terrorismo islâmico não deixam dormir ninguém nem lá e nem nas outras partes do mundo.
Alias, essa expansão do terrorismo está deixando o mundo inteiro, e em especial a Europa, em pânico. E não sem razão, já que os países se mostraram incapazes de conter uma organização religiosa que não tem nem limites territoriais e nem morais. Quanto tempo vai demorar para o mundo civilizado ocidental conter essa ameaça e como será resolvido, está praticamente impossível de saber.
Outra certeza é o fenômeno climático chamado El Niño. Está uma loucura o clima este ano, afetando tanto a vida de pessoas como também a produção agrícola. Com tornados, chuvas, secas, Europa sem neve, e tudo mais, mesmo com a nova Convenção sobre clima, o tempo mudou.
Esse fenômeno climático não escolhe país ou continente. Ele é universal e assim afeta também a China. A forca motriz de desenvolvimento mundial reduziu a sua velocidade, está se reorganizando e com isso obrigando todos a se organizarem. E, nesse capítulo, cabe bem a pergunta se matérias as primas e os produtos agrícolas, inclusive o petróleo, vão subir de preço. Há previsões de todo tipo, mas a maioria diz que o mundo se adaptou aos preços baixos das matérias primas e do petróleo. Portanto, os ajustes das economias dependentes desses produtos continuarão fortes ou haverá ainda muita quebra.
Mesmo com a União Europeia tendo já recebido neste ano mais de 1 milhão de refugiados, o fluxo devido os conflitos no Oriente Médio não deve diminuir muito por lá. Seja como for, a velha Europa terá que se perguntar como andam as sua integração, tanto entre os países, como com o mundo. E nisso não escapa a relação com a Rússia, cujo conflito com a Ucrânia nunca termina.
Nossa vizinhança está mudando. A Argentina tem novo presidente, a Bolívia vai ré-eleger o velho pela terceira vez e na Venezuela continuam as inexplicáveis travessuras do bolivarismo, levando o país para um caos econômico e politico inacreditável.
Com crise interna maior ou menor, o Brasil tem seus atrativos para parceiros estrangeiros. E continua sendo um país grande, uno e em transição.
Stefan Salej
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