DA POLÍTICA EMPRESARIAL
Em um recente episódio de rusgas no meio de entidades
empresariais, um político envolvido disse que sabia que o meio em que ele
convive era sujo, mas que a política empresarial era tão suja assim, não sabia.
Bem,
talvez a declaração fosse uma decepção da esperança de que a política nas entidades empresariais fosse
vamos dizer mais transparente , menos pessoal e mais dedicada ao bem
público. Pode ser que a percepção pública de entidades empresariais
serem menos abertas, aos olhos de população, sejam assim. Mas, como
na política, também na área empresarial não dá para generalizar.
As
mais recentes polêmicas sobre a gestão da Federação do Comércio de Minas Gerais
de Minas, mostram que a justiça está atenta ao que acontece com os fundos arrecadadas pelas estas
entidades que compõem o sistema chamado S, do qual faz parte também a área de agricultura e
transportes, além do SEBRAE. Essas entidades vivem de
recursos fiscais obrigatórios pagos pelas empresas. Ou seja, abatidas na folha de
pagamento. Portanto, quanto mais funcionários, maior a
arrecadação. Esse sistema deve ter um
orçamento conjunto em Minas superior a dois
bilhões de reais. Mas, ele sustenta com esses recursos também a rede de educação profissional, como o SENAR, SENAI , SENAT e SENAC, e serviços sociais como o SESI
e o SESC.
Parte
desse
dinheiro arrecadado vai para as federações como de indústria, comércio, agricultura, transportes, o que as faz fortes. E elas estão compostas
por sindicatos dos empresários, dos quais a rede
mais forte e maior é a de
sindicatos rurais. É desse sistema que o governo
quer reduzir 30%. É nesse sistema que a luta
por
cargos é a maior, porque é lá está o dinheiro.
Do
outro lado, existe um sistema voluntário, centenário, independente do
governo e da política, que é o das associações comerciais, empresariais, clube dos
diretores lojistas e outro grêmios. Nas verdade, estes têm maior número de empresários e empresas associadas, maior ressonância de seus problemas, mas menos poder político porque têm menos recursos. E aí,
como no caso de Federativas, que reúnem milhares de empresas, inclusive a centenária Associação Comercial de Belo Horizonte, onde o
empresário participa porque quer e é ouvido porque participa.
Como o mundo, o Brasil estão mudando e também as entidades empresariais terão que se
adaptar a essa mudança. Devem passar a ser a voz da esperança e desejo de
transformar o país em vez de cuidarem de seus dirigentes e de seus interesses.
Claro que há exceções que confirmam a regra. Em especial,
em Minas.
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