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Friday, 8 December 2023

 

EU-Mercosur Joint Press Statement

The EU and Mercosur are engaged in constructive discussions with a view to finalising the pending issues within the Association Agreement.

Considerable progress has been made in the past months. Negotiations continue with the ambition to conclude the process and reach an Agreement that is mutually beneficial for both regions and which responds to the demands and aspirations of their respective societies.

Based on the progress made so far in the negotiations, both parties hope to promptly achieve an agreement which corresponds to the strategic nature of the ties binding both parties and the crucial contribution they can offer to address the global challenges in areas such as sustainable development, reduction of inequality and multilateralism.

Details

Publication date
7 December 2023
Author
Directorate-General for Trade
Location
Brussels
Country or region
Mercosur
Trade topics
Negotiations and agreements

Thursday, 7 December 2023

DO IMBROGLIO DO ACORDO COM UNIĀO EUROPEIA

 DO IMBROGLIO DO ACORDO COM UNIĀO EUROPEIA

 

Se você quer resolver uma situação entre os países com diplomacia, então deve entender que o processo é complexo, complicado, exige paciência e tem que ser feito para durar. Diplomacia não é para amadores e apesar de que parece para brasileiros mais jogo de futebol do que xadrez, a torcida tem que ser de xadrez e não de futebol. Quanto mais silencioso for o jogo, mais gols você faz. E quanto mais longe ficar a torcida, mais resultado você pode ter.

 

O atual nível de excitação quanto ao resultado temporário das negociações entre Mercosul e União Europeia é absolutamente exagerado. A diplomacia brasileira trouxe com uma competência ímpar o estado de negociações aonde mais interessa ao Brasil: ao ponto morto para poder negociar em seguida um acordo que traz para os países de Mercosul mais desenvolvimento, seja econômico, seja social.

 

Um acordo requentado, remendado, num mundo de transformação geopolítica e tecnológica, não ia trazer uma parceria equitativa entre os blocos, mas uma dependência tecnológica determinante de um futuro mais dependente dos países europeus ao invés de uma maior inserção no mundo. Os três acordos em negociação, político, de cooperação e comercial, mudam o paradigma de desenvolvimento dos países do Mercosul, mas não dos países membros da UE. No caso do Brasil, nos empurram para um  ainda menor grau de industrialização e geração de empregos de qualidade e não abrem de forma significativa o mercado para os nossos produtos.

 

Um pouco de análise caipira dos eventos que levaram à interrupção das negociações não faz mal. Então, primeiro você tem um novo governo na Argentina. Tem novo governo na Holanda, um parceiro fundamental, e a indefinição da guerra na Ucrânia. Uma reunião absolutamente crucial para a UE com a China, no mais alto nível, com a qual os europeus têm um déficit comercial neste ano de 200 bilhões de dólares. Descobrimento de esquemas de contrabando de armas no Paraguai e continuo contrabando de cigarros para Brasil. Adesão da Bolívia ao Mercosul, um novo fator de negociação e perturbações com a Venezuela, que já era sócia de Mercosul e grande amiga do Brasil. Sem falar das absolutamente não aceitáveis por um país soberano como Brasil e seus parceiros no Mercosul, exigências quase que humilhantes na área de meio ambiente e compras governamentais. Aliás, olhando para a UE, as compras governamentais lá são um verdadeiro caos e cheias de irregularidades e sem a ordem que eles exigem que seja aceita no nosso mercado. 

 

Nesse retrato não se pode esquecer que os dois grandes parceiros do Mercosul, China e Estados Unidos,  não têm nenhum interesse em que prospere o acordo com a UE. De fato, o governo Lula mostrou toda a capacidade e boa vontade para concluir o acordo. Aí veio a fala do Presidente  francês Macron, que enterrou a negociação. A França é o maior dos investidores estrangeiros no Brasil, o que mais emprega. Só uma empresa de distribuição de alimentos tem mais de 150 mil funcionários. Portanto , quem entende que Comissão europeia, que será com as eleições no próximo ano mudada, vai concluir um acordo do qual França discorda, não entende de União Europeia. E se a Alemanha, cuja indústria no Brasil está tecnologicamente defasada, quer o acordo, teve a sua chance de fazer, e não o fez.

 

Brasil é um país inserido no mundo, auto-eficiente do ponto de vista energético e alimentar, no meio de um processo de reorganização de sua economia através de importantes reformas e com estabilidade financeira e fiscal, como política.Os acordos internacionais são bem-vindos e necessários, mas com valor adicionado no desenvolvimento de parceiros. Um acordo como estava em negociação  há 20 anos, e quem estava na última página já não sabia o que tinha na primeira, e com o  mundo em mudança, tinha que ser parado.

 

Agora, com uma clara política econômica do governo e inclusive com planos de reindustrialização em curso, economia verde e o novo governo argentino, é hora de transformar a pausa em uma nova parceria que mire para a frente e seja equitativa. E ver outras parcerias, como foi feita com Singapura. 

 

Talvez vale a pena lembrar que no ano passado festejamos 200 anos de independência.

 

Tuesday, 5 December 2023

BRAZILIAN PARADOX

 FROM THE BRAZILIAN PARADOX


The biggest mystery of understanding something in Brazil is when you say something but the meaning is exactly the opposite, to or not to say anything or to reach the initial conclusion. And in the end expect that the events confirm the contradictory of the expected and understood exactly opposite to the virtual reality that we have seen through the eyes of history.


You can talk about mental confusion. Or a Brazilian paradox that so many excellent writers have tried to unravel. Either with extensive and intense books, or with catchphrases, or with wonderful poetry that has turned into music whose melodies are a poetry and whose lyrics are a melody that overflows through souls and hearts.


It's a beautiful country. The mixture of the beauty of people with natural beauties, a mixture of charm that overcomes all the other ills of everyday life and years and centuries.


The charm that is produced even in the rulers, supplants a reality that political and even geopolitical rationality confuses and produces a cloud of almost fata Morgana. An unreal image that becomes, so repeated, sometimes even accepted as true.


We are convincing ourselves in the first place; only in this way can we convince others that we are a society concerned with the future of the planet and totally dedicated to the fight for climate change. The Amazon is in our hearts and it is ours. If Jeff Bezos thinks he can use this wonderful name without paying us the royalties, take care. In 1992 we organized the most important world conference on the subject, created the Ministry of the Environment, reduced deforestation and sent it to Dubai at the environment conference, COP, the next one will be in Brazil, more than 1500 citizens led by the President of the Republic himself, the largest delegation of the meeting. There are Brazilians everywhere saying that we are a country that takes care of the environment more than any other. And we promise that we will be good boys in this area by secula seculorum.


And then in the middle of the party there is a city called Maceió, which is sinking. Sixty thousand families have been removed and when you look at the photos of the abandoned houses, you have the clear impression that you are looking at Allepo in Syria. And the good news is that the sinking is 1 cm per hour and no longer 2.5 like a few days ago. There is more good news: the national Congress, even at the end of the week, in December, will organize a parliamentary commission of inquiry, CPI, and ask for money from the federal government to help solve the problem.


Brazil is now and has long been governed by the politicians of Alagoas who 18 years ago did not know that the capital of their state was sinking, but they know how to organize Brazilian life.


Behind the sinking of the city of Maceió, and not so far away, there are the tragedies of Mariana and Brumadinho. Serra do Curral in Minas Gerais. Deaths and devastation that are like the wounds open to this day without knowing when this pain will be closed. In the middle of these stories there is still illegal mining, the largest illegal logger arrested, but without knowing when he was tried and the oil stains in the sea that stained the beaches of the Northeast and no one said clearly where they came from. It was probably the rain.


Oil is our future and then exploring it on the Equatorial Margin is more than logical and even more logical is to inform the world in the middle of the Dubai Conference that we will join as observers to OPEC, the oil cartel, to convince them that they are wrong, because oil was already and we will use more alternative sources. By the way, what Brazil, with ethanol for example, actually has.


And in the back and forth, it is the fantastic reading of reports of companies involved in all disasters, there are many more than those mentioned above, about the care they have for the environment. All of them are private, with state investment funds as shareholders. They are on the stock exchange, theoretically subject to unpared transparency. And there is more, no customer of them, in countries that sign international agreements that oblige them to respect the environment, is bothered by the loss of life in Brazil and all the destruction that was and is being caused.


Basically, why will the gringos be bothered, if justice, politicians, businessmen and governments, all Brazilians are not bothered and do not solve?


It seems that the paradox between saying, thinking and doing in this area is a summer dream, which with the rains, by the way one more to add to the list of what awaits us, disappears. But here comes the fires.


Oh, my mirror, is there anyone more beautiful than me?


Stefan Bogdan BARENBOIM ŠALEJ


6.12.2023.

Sunday, 3 December 2023

DO PARADOXO BRASILEIRO

 DO PARADOXO BRASILEIRO

 

O maior mistério de entender alguma coisa no Brasil é quando se diz uma coisa mas o sentido é exatamente o contrário, para ou não dizer nada ou para chegar à conclusão inicial. E no final esperar que os eventos confirmam o contraditório do esperado e entendido exatamente oposto à realidade virtual que vimos pelos olhos da história.

 

Pode se falar em confusãmental. Ou em paradoxo brasileiro que tantos excelentes escritores tentaram desvendar. Ou com livros extensos e intensos, ou com frases de efeito, ou com poesias maravilhosas que se transformaram em música cujas melodias são uma poesia e cujas letras são melodia que transborda pelas almas e corações.

 

É um país lindo. A mistura da beleza de pessoas com belezas naturais, uma mistura de encanto que supera todas as demais mazelas do dia a dia e dos anos e séculos.

 

O charme que se produz até nos governantes, suplanta uma realidade que a racionalidade política e até geopolítica confunde e produz uma nuvem de quase fata Morgana. Uma imagem irreal que passa a ser, de tão repetida, às vezes até aceita como verdade.

 

Estamos convencendo a nos próprios em primeiro lugar;  assim se pode convencer os outros, de que somos uma sociedade preocupada com o futuro do planeta e totalmente dedicada à luta pelas mudanças climáticas. A Amazônia está no nosso coração e é nossa. Se Jeff Bezos achar que pode usar esse nome maravilhoso sem nos pagar os royalties, que  se cuide. Em 1992 organizamos a mais importante conferênciamundial sobre o assunto, criamos o Ministério de meio ambiente, reduzimos o desmatamento e enviamos para Dubai na conferência de meio ambiente , COP, a próxima será no Brasil, mais de 1500 cidadãos liderados pelo próprio Presidente da República , a delegação mais numerosa da reunião. Tem brasileiro em todos os cantos dizendo que somos um país que cuida do meio ambiente mais do que qualquer outro. E  prometemos que seremos good boys nessa área por secula seculorum.

 

 no meio de festa aparece uma cidade chamada Maceió, que está afundando. Sessenta mil famílias foram removidas e, quando você olha as fotos das casas abandonadas, tem a tida impressão de que está olhando para Allepo na Síria. E a boa notícia é que o afundamento é 1 cm por hora e não mais 2.5 como há alguns dias atrás. Tem mais boa noticia: o Congressso nacional, mesmo no fim da semana, no mês de dezembro, vai organizar uma Comissão parlamentar de inquérito, CPI, e pedir dinheiro para o governo federal para ajudar a resolver o problema.

 

O Brasil é hoje e há muito tempo governado pelos políticos de Alagoas que há 18 anos não sabiam que a capital do seu estado estava afundando, mas sabem como organizar a vida brasileira.

 

Atrás do afundamento da cidade de Maceió, e nem o longe, há as tragédias de Mariana e Brumadinho. Serra do Curral em Minas. Mortes e devastação que estão como as feridas abertas até hoje sem saber quando será fechada essa dor. No meio dessas histórias ainda há garimpo ilegal, o maior madeireiro ilegal preso, mas sem se saber quando foi julgado e as manchas de óleo no mar que mancharam as praias do Nordeste e ninguém disse com clareza de onde vieram. Provavelmente foi a chuva.

 

petróleo é nosso futuro e então explora-lo na Margem equatorial é mais do que lógico e mais lógico ainda é informar ao mundo no meio daConferencia de Dubai que nos vamos nos  associar como observadores à OPEP, cartel do petróleo, para convencê-los de que estão errados, porque o petróleo já era e vamos usar mais fontes alternativas. Por sinal, o que Brasil, com o ethanol por exemplo, de fato tem.

 

E no vai e vem, é fantástica leitura de relatórios de empresas envolvidas em todos os desastres, há muitos mais do que os mencionados acima, sobre o cuidado que têm com o meio ambiente. Todas elas são privadas, com fundos de investimentos estatais como acionistas. Estão na bolsa de valores, sujeitas teoricamente a uma transparência sem par. E tem mais, nenhum cliente delas, em países que assinam acordos internacionais que os obrigam respeitar o meio ambiente, se incomoda com perdas de vidas no Brasil e toda a destruição que foi e está sendo provocada. 

 

No fundo, por que os gringos vão se incomodar, se a justiça, políticos, empresários  e governos, todos brasileiros não se incomodam e não resolvem?

 

Parece que o paradoxo entre dizer, pensar e fazer nessa área é um sonho de verão, que com as chuvas, por sinal mais um para somar na lista doque nos espera, desaparece. Mas, aí vem as queimadas.

 

Oh espelho meu, tem alguém mais bonito do que eu?

 

Stefan Bogdan BARENBOIM ŠALEJ

6.12.2023.

 

 

 

 

 

Tuesday, 25 July 2023

 OF EUROPEAN NEOCOLONIALISM AND THE EU MERCOSUR AGREEMENT

 

An agreement between the European Union and Mercosur, of which Brazil is the main partner, only has value for Brazilian society if it produces results in our social and economic development. Europeans take good care of themselves, but we need to be convinced that there will indeed be tangible benefits for Brazil. And recent studies by IPEA and an independent think tank from Germany, show the opposite.

 

What is on the table and was negotiated by the liberals of Paulo Guedes in the Bolsonaro government creates an economic imbalance between the future of development, not theoretically of the two blocks, but of the increase in income and social improvement of the populations of the countries of the two blocks. Making a long story short, Europe will grow more at the expense of the increase in our technological, service and industrial dependence. Europeans, who are already the largest investors in Mercosur, and special in Brazil, are also the largest recipients of dividends and beneficiaries of protected access to the Brazilian market. And the biggest beneficiaries of a jaboticaba system of public concessions.

 

European companies are rare in Brazil, in fact what confirms the rule, which belong to the world class of production. Or that they introduce in Brazil the latest technologies in their services. Or that they equal their management standards to the level of requirements in the environmental area or in management transparency and apply ESG equal to what they do in Europe. Here are also second-tier products, see for example the automobile industry, where it is the Chinese who lead the race for more efficient cars in Brazil, and with the quality, the recall is a daily act, different from European standards.

 

In the area of concessions and telecommunications services, as well as in financial services, the champions of complaints at Procon are European companies. To this is also added the fact that many of them, as in the case of Cassino, owner of Pão de Açúcar, theoretically do well in Brazil, but sustaining management errors in the headquarters with high profits in Brazil.

 

Of course, the business scenario is not as pessimistic as the one described above, but the agreement between the two blocks also does not guarantee that we will have an investment growth and a technological re-adequacy of our economy. In fact, the studies that exist do not prove that, in addition to greater commercial flow, we will have a qualitative growth in our development. The forecast of IPEA is that GDP will practically not grow and that deindustrialization will be brutal. The opening of the market will not be the same, for the simple reason that, if we do not improve the technological stage of our industries and reduce Brazil cost, we have little to export to the EU other than agricultural products that have more limitations and restrictions than incentives. Try to export industrialized coffee to Europe to displace Germany as the largest exporter of industrialized coffee, to see what happens. Or how are you going to export machines from a technologically strangled industry? By the way, for how much of the industry do we have stock and technological control in Brazil?

 

An agreement of this nature, whose negotiation is based on the analog economy and is being designed for an AI and digital economy, should be based on our vision of the future and its respective development project. Brazil 2050. And we don't have that.

 

The EU missed the step in the negotiations and to say that our cultural ties should be the basis for the agreement is to tell us that we should be grateful to the Europeans who eliminated the Indians to plunder the continent and continue paying the tithe. Either we find a proposal for development as much as possible egalitarian, and of reciprocal future gains, or what has been negotiated so far will be a victory for Pyrrhus, leading the country to a worse situation than the one we have today.

 

The EU's announcement to help the 33 countries of Latin America and the Caribbean with 45 billion euros over a few years, i.e. approximately 1.5 billion per country, is to cover the sun with a sieve. Or more or less, one deceives me that I like it. And where Europeans want to invest, the results will be meager or insignificant for social development.

 

Europe really needs this agreement, it needs less demanding and growing markets, but it wants everything and gives little. The EU does not recognize our ingenuity in the area of energy, especially ethanol, nor in agriculture, forest management and in the area of cellulose. We also have certain skills where we are competitors. But, in macroeconomic terms, we do not have a clear idea of how we develop, how we will face the new technological challenges, social challenges and employment, and how we will move from the frame of an agricultural and mineral power, to one of integrated power. And Europeans, which is understandable, take advantage of this. Our luck is that the greed to always want more and continue to see on the continent (where we still have European colonies such as French Guaina, Holanesian Antilles) a dairy cow that helps to sustain their economies, leads to the postponement of the negotiations and reflections that brake the agreement.

 

That we have to understand each other better and increase our ties in all fields, there is no doubt. But doubt kills, if we don't know what we want and the two parties understand that winning wins also requires moments to give in. In fact we have more in common than less, we have an excellent trajectory of cooperation and business, but we need to turn this into a partnership of equals aiming at a different world in the future.

 

The agreement, as it is patched after twenty years, is simply a disaster for the Mercosur countries. Whoever signs it on this side of the Atlantic, will go down in history as a gravedigger of the country's development.

 

https://drive.google.com/file/d/1xCuMccT2rUISnqts5ZBXF7vxgapEWYZf/view? Usp=drivesdk

 

Friedrich Ebert Stiftung,2021

 

https://drive.google.com/file/d/1qqpFgbf-_Ig3wIiNHv2LxwH8A1riXn-J/view? Usp=drivesdk

 

IPEA conjuncture letter, July 2023.