DAS FÉRIAS E FERIADOS
No meio do mês de julho, férias escolares no meio do ano, a rotina das famílias e dos negócios muda. Em certos lugares, os negócios aumentam, em outros, diminuem. As escolas ou sistemas de educação geram negócios nas áreas de transportes, alimentação e material escolar, entre outros. Durante as férias escolares, os negócios diretamente ligados à atividade escolar caem. Aumentam os negócios ligados às atividades conectadas a lazer, como colônias de férias, turismo de famílias, entretenimento, como shows, teatro e cinemas.
Nem todas as crianças e estudantes podem sair de férias no meio do ano. As famílias não têm dinheiro para isso. Nem para levar dentro do próprio município, quiça para outro lugar. E nem todo mundo tem dinheiro para ir à Disneylândia, seja nos Estados Unidos, seja na Europa. E ai entram em cena os empresários que falam muito em responsabilidade social. As empresas podem ajudar os seus funcionários a organizarem as férias de seus filhos, financiar em parte essa atividade aparente de lazer, mas que é uma atividade de educação. Em primeiro lugar, podem aproveitar melhor as excelentes infra-estruturas dos serviços sociais das entidades empresariais, como SESI e SESC.
Com criatividade, podem trazer os filhos de seus funcionários para conhecerem a empresa onde os pais trabalham. E o pessoal da indústria e das cidades pode se ligar ao pessoal da agricultura e levar as crianças para conhecerem a vaca que fornece leite, já que muita criança na cidade acha que leite vem do tablet. Um empresário da construção civil e hotelaria de Belo Horizonte levou os alunos de uma escola para conhecerem a sua fazenda, aprender sobra a terra que nos sustenta e ver práticas de cultivo e de sustentabilidade ao vivo e a cores. E quanto custou isso? Nada, comparando com a alegria das crianças e com o conhecimento que adquiriram.
Voltando ao empresário de férias, deve-se salientar a necessidade de ele descansar, ver outras bandas, conviver com a família sem o stress do dia a dia do seu negócio. E tem mais: durante as férias, em vez de de ficar pendurado no celular gritando para todo mundo ouvir que seus funcionários são incompetentes porque sem ele não sabem fazer nada, é prestar muita atenção no mundo que ele está vendo e aplicar em seguida no seu negócio. E com os erros que acontecem quando está ausente, corrigir para que a empresa e seus funcionários fiquem melhores. Para isso é que servem férias, para trabalhar melhor quando voltar.
STEFAN SALEJ
Consultor internacional
Ex Presidente da FIEMG e SEBRAE Minas
20.7.2015.
politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Tuesday, 21 July 2015
Thursday, 16 July 2015
DO ACORDO E DA BOMBA NUCLEAR IRANIANA
DO ACORDO E DA BOMBA NUCLEAR IRANIANA
A Europa respirou aliviada esta semana por duas razões: a crise da dívida da Grécia parece que passou, com a aprovação do parlamento grego do acordo feito com os credores, para uma fase mais tranquila. E ameaça do Irã construir uma bomba atômica passou a ser menor, com o acordo que seis países liderados pelos Estados Unidos assinaram com aquele país. O mundo ficou menos volátil e perigoso por algum tempo e nos dois casos a diplomacia prevaleceu sobre os falcões de guerra.
O acordo com o Irã, dominado por aiatolás xiitas, radicais até o extremo, só foi possível devido ao sistema de sanções que os países ocidentais impuseram àquele país. E mais, a brutal queda do preço de petróleo, que reduziu a receita dos iranianos à metade nos últimos anos. A fórmula de sanções e baixo preço do petróleo ajudaram mas ainda não convenceram os falcões dos dois lados que o acordo é bom. Os republicanos nos Estados Unidos vão criar todas as dificuldades ao Obama e ao Secretário de Estado John Kerry na aprovação do acordo no Congresso. A mesmas coisa acontece no Irã, onde os radicais não querem abrir mão de ter a sua bomba atômica. Portanto, daqui para frente ainda haverá muito caminho para que o acordo seja implementado e controlado.
Mas, e com muita razão, os melhores conhecedores dos iranianos, que são os israelenses, não só acreditam que o acordo é ruim para a humanidade, como também estão convencidos de que agora, com a queda das sanções, o caminho esteja livre para o Irã construir a sua bomba atômica e destruir Israel. O acordo vai mudar as relações entre os países do Golfo Pérsico e de fato ninguém sabe até onde. Os Estados Unidos estão convencidos de que, com a volta de Irã à comunidade internacional, haverá não apenas mais oportunidade de paz no Oriente Médio como também uma aliança mais forte contra o Estado Islâmico. Algo que ninguém acredita em Israel. Portanto, os Estados Unidos terão que garantir a sobrevivência de Israel contra um eventual ataque ou ameaça do Irã.
No fundo também se está abrindo um potencial novo mercado do tamanho da Alemanha. O Irã, com seus 80 milhões de habitantes, dos quais 60 % com menos de 30 anos, representa um potencial de 16 bilhões de dólares só para produtos de informática. A Citroen esta abrindo uma fábrica para produzir 800 mil automóveis ao ano, o que não e pouco. Alguns chamam o acordo de vitória da diplomacia de dólar. E, nessa abertura, como fica o Brasil, que tentou intermediar uma acordo similar há anos e os Estados Unidos não permitiram? Os amigos de sempre serão trocados por novos amigos de novos acordos.
Stefan Salej
17.7.2015.
Sunday, 12 July 2015
DO VINHO DE DIAMANTINA
Do vinho de Diamantina
Diamantina todo mundo conhece. Uns por causa dos tapetes arraiolos, outros pelas vesperatas, os terceiros por causa do ora pro nobis, uma comida deliciosa, e tem gente que até sabe a história da Chica da Silva, a escrava que virou senhora. Da música como Peixe Vivo, das ruas feitas de pedras centenárias. Dos diamantes que eram transportados pela Estrada Real, revivida como caminho turístico, com muito marketing e pouca cultura. E também a Diamantina, terra natal do Presidente Juscelino Kubitschek, presidente bossa nova, democrata e renovador do desenvolvimento brasileiro. Cinquenta anos em cinco era o seu lema e o do Brasil da época.
Mas, Diamantina, a 4 horas de carro de Belo Horizonte, tem outras histórias a contar, além do seu encanto turístico. Como por exemplo as dos tapetes arraiolos, feitos com lã, que passaram a ser, ao lado de outros produtos de artesanato, como as famosas bonecas, a marca da região. Com forte suporte da Igreja Católica, a Cooperativa, que cuidava do projeto em 30 localidades e chegou a ter mais de 2000 colaboradores, hoje tem um número minúsculo de gente tecendo os tapetes. Muitos explicam, mas mesmo com o esforço de reorganização liderado pelo SEBRAE, ninguém diz por que caiu a produção que deu fama à cidade e emprego a tanta gente. O projeto teve apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento e era ponto alto de nova uma fase, além do turismo clássico, na tentativa de desenvolver a cidade.
A chegada da Universidade Federal do Vale de Jequitinhonha e Mucuri, com seus quase mil docentes e número igual de funcionários administrativos, provocou uma nova onda de desenvolvimento. Dinheiro que chega sem precisar ser produzido localmente, novos consumidores com renda boa, e com alto nível intelectual. Surgiu uma nova classe que, se não se fechar em gueto acadêmico, liderará a inovação e a educação na região e poderá ser realmente um grande potencial de desenvolvimento.
E não por último tem algo de novo e nobre em torno da cidade. Vinhedos e oliveiras. Lindos, bem organizados, com videiras de várias espécies de uvas, como merlot, tempranillo, sauvignon, e até muscat, entre outros, dão a impressão de que estamos nos vinhedos da Toscana. O Shiraz produzido pelo Chico Meira na Quinta d’Alva se compara aos melhores produzidos no Brasil. Mas, o Dr. João Francisco Meira, diamantense ausente, empresário respeitado no Brasil inteiro, não é o único que está investindo nessa área. Há mais de 20 pioneiros e está se formando um cluster de inovação da melhor qualidade. Nada de novo, de certa maneira, porque o vinho já se produzia em Diamantina no século passado. Tinha até uma estação enológica, que foi desmontada pelos militares na década de 70, como foi também a estrada de ferro, e levada par Bento Gonçalves. Tudo para fazer esquecer de JK e da terra dele.
Não deu certo, voltou as ser o que é seu destino histórico. Tem vinho muito bom lá. Como tapete arraialo, só é difícil de comprar.
STEFAN SALEJ
Consultor internacional
Ex Presidente da Fiemg e Sebrae Minas
12.7.20125.
Diamantina todo mundo conhece. Uns por causa dos tapetes arraiolos, outros pelas vesperatas, os terceiros por causa do ora pro nobis, uma comida deliciosa, e tem gente que até sabe a história da Chica da Silva, a escrava que virou senhora. Da música como Peixe Vivo, das ruas feitas de pedras centenárias. Dos diamantes que eram transportados pela Estrada Real, revivida como caminho turístico, com muito marketing e pouca cultura. E também a Diamantina, terra natal do Presidente Juscelino Kubitschek, presidente bossa nova, democrata e renovador do desenvolvimento brasileiro. Cinquenta anos em cinco era o seu lema e o do Brasil da época.
Mas, Diamantina, a 4 horas de carro de Belo Horizonte, tem outras histórias a contar, além do seu encanto turístico. Como por exemplo as dos tapetes arraiolos, feitos com lã, que passaram a ser, ao lado de outros produtos de artesanato, como as famosas bonecas, a marca da região. Com forte suporte da Igreja Católica, a Cooperativa, que cuidava do projeto em 30 localidades e chegou a ter mais de 2000 colaboradores, hoje tem um número minúsculo de gente tecendo os tapetes. Muitos explicam, mas mesmo com o esforço de reorganização liderado pelo SEBRAE, ninguém diz por que caiu a produção que deu fama à cidade e emprego a tanta gente. O projeto teve apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento e era ponto alto de nova uma fase, além do turismo clássico, na tentativa de desenvolver a cidade.
A chegada da Universidade Federal do Vale de Jequitinhonha e Mucuri, com seus quase mil docentes e número igual de funcionários administrativos, provocou uma nova onda de desenvolvimento. Dinheiro que chega sem precisar ser produzido localmente, novos consumidores com renda boa, e com alto nível intelectual. Surgiu uma nova classe que, se não se fechar em gueto acadêmico, liderará a inovação e a educação na região e poderá ser realmente um grande potencial de desenvolvimento.
E não por último tem algo de novo e nobre em torno da cidade. Vinhedos e oliveiras. Lindos, bem organizados, com videiras de várias espécies de uvas, como merlot, tempranillo, sauvignon, e até muscat, entre outros, dão a impressão de que estamos nos vinhedos da Toscana. O Shiraz produzido pelo Chico Meira na Quinta d’Alva se compara aos melhores produzidos no Brasil. Mas, o Dr. João Francisco Meira, diamantense ausente, empresário respeitado no Brasil inteiro, não é o único que está investindo nessa área. Há mais de 20 pioneiros e está se formando um cluster de inovação da melhor qualidade. Nada de novo, de certa maneira, porque o vinho já se produzia em Diamantina no século passado. Tinha até uma estação enológica, que foi desmontada pelos militares na década de 70, como foi também a estrada de ferro, e levada par Bento Gonçalves. Tudo para fazer esquecer de JK e da terra dele.
Não deu certo, voltou as ser o que é seu destino histórico. Tem vinho muito bom lá. Como tapete arraialo, só é difícil de comprar.
STEFAN SALEJ
Consultor internacional
Ex Presidente da Fiemg e Sebrae Minas
12.7.20125.
Saturday, 11 July 2015
DOS BRICS E O MUNDO BRACS
DOS BRICS E O MUNDO BRACS
No meio da quebra trilionária das bolsas chinesas, da crise grega, dos ataques do estado islâmico e do verão quente na Europa, além dos contínuos combates na Ucrânia, a reunião dos líderes dos países dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em um lugar remoto da Rússia, foi uma colônia de férias. Todos estavam com maiores ou menores problemas domésticos, é só lembrar as notícias que foram mandadas para nossa Presidente naquela semana do Brasil, mas ninguém deixou de vir. Por incrível que pareça, a união dos BRICS foi prioridade, mesmo se a pauta não teve muitas novidades.
A crise européia, ou as vezes erroneamente chamada de crise da dívida grega, parece que teve todos os envolvidos como vencedores. Apesar de que há muito a fazer, as nuvens da discórdia que dominavam os céus da Europa se desfizeram. Tzipiras, o Primeiro-Ministro grego, conseguiu uma proeza incrível, ou seja, no linguajar popular, agradou a gregos e troianos. E desagradou a nossa sócia nos BRICS, a Rússia, que apostava alto na desintegração da União Européia com a saída da Grécia.
Os chineses, que controlam tudo, não conseguiram controlar a queda realmente brutal da sua bolsa de valores. As empresas chinesas de repente perderam valor em até 50 % de seu valor de capitalização, o que bateu forte na sua capacidade de alavancar os capitais no futuro. O governo, que apreendeu e aplica com vigor inúmeras técnicas de economia de mercado, caiu na prova quanto a manter o mercado de capitais sob controle. O total de perdas nas bolsas chinesas é equivalente ao valor total das empresas na bolsa de Londres. Já imaginou se desaparecessem da noite para dia todas as empresas em Londres? Não, ninguém imagina. Mas a China continua lá, mesmo se efetivamente com menor crescimento, o que vai afetar os preços das matéria primas e os investimentos no exterior. E claro, bate no Brasil, já que a China é o nosso principal parceiro econômico.
No final, os BRICS deram dois empurrões nos projetos que andam devagar: o Novo Banco de Desenvolvimento, com capital de 100 bilhões de dólares e um fundo de emergência para evitar crises financeiras. Um boa coisa dessa reunião foi que não falaram em novos sócios, agradeceram muito a condução da presidência brasileira que ninguém notou e não discutiram nem posições comuns na próxima conferência do clima. Amigos para sempre, porque não discutem nada que desagrade ao outro. Criou-se um mundo próprio em um mundo onde muito se discute e se chega pouca conclusão.
Stefan SALEJ
10.7..2015.
No meio da quebra trilionária das bolsas chinesas, da crise grega, dos ataques do estado islâmico e do verão quente na Europa, além dos contínuos combates na Ucrânia, a reunião dos líderes dos países dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em um lugar remoto da Rússia, foi uma colônia de férias. Todos estavam com maiores ou menores problemas domésticos, é só lembrar as notícias que foram mandadas para nossa Presidente naquela semana do Brasil, mas ninguém deixou de vir. Por incrível que pareça, a união dos BRICS foi prioridade, mesmo se a pauta não teve muitas novidades.
A crise européia, ou as vezes erroneamente chamada de crise da dívida grega, parece que teve todos os envolvidos como vencedores. Apesar de que há muito a fazer, as nuvens da discórdia que dominavam os céus da Europa se desfizeram. Tzipiras, o Primeiro-Ministro grego, conseguiu uma proeza incrível, ou seja, no linguajar popular, agradou a gregos e troianos. E desagradou a nossa sócia nos BRICS, a Rússia, que apostava alto na desintegração da União Européia com a saída da Grécia.
Os chineses, que controlam tudo, não conseguiram controlar a queda realmente brutal da sua bolsa de valores. As empresas chinesas de repente perderam valor em até 50 % de seu valor de capitalização, o que bateu forte na sua capacidade de alavancar os capitais no futuro. O governo, que apreendeu e aplica com vigor inúmeras técnicas de economia de mercado, caiu na prova quanto a manter o mercado de capitais sob controle. O total de perdas nas bolsas chinesas é equivalente ao valor total das empresas na bolsa de Londres. Já imaginou se desaparecessem da noite para dia todas as empresas em Londres? Não, ninguém imagina. Mas a China continua lá, mesmo se efetivamente com menor crescimento, o que vai afetar os preços das matéria primas e os investimentos no exterior. E claro, bate no Brasil, já que a China é o nosso principal parceiro econômico.
No final, os BRICS deram dois empurrões nos projetos que andam devagar: o Novo Banco de Desenvolvimento, com capital de 100 bilhões de dólares e um fundo de emergência para evitar crises financeiras. Um boa coisa dessa reunião foi que não falaram em novos sócios, agradeceram muito a condução da presidência brasileira que ninguém notou e não discutiram nem posições comuns na próxima conferência do clima. Amigos para sempre, porque não discutem nada que desagrade ao outro. Criou-se um mundo próprio em um mundo onde muito se discute e se chega pouca conclusão.
Stefan SALEJ
10.7..2015.
Sunday, 5 July 2015
DA AJUDA E PARCERIA COM OS GOVERNOS
DA AJUDA E PARCERIA COM OS GOVERNOS
Espere o governo ajudá-lo. Seja qual for, municipal, estadual, federal, organismos internacionais, todos eles têm planos, programas, idéias e conversa para convencê-lo de que estão fazendo o melhor para você, cidadão-empresário. Não passa dia em que uma entidade governamental não lance alguma bondade para o empresário. E em especial para o pequeno e médio, estes são os preferidos. Programas e mais programas, publicidade e marketing. Às vezes acertam, e realmente sai alguma coisa boa. Mas, na maioria das vezes não chega ao caixa da empresa para melhorar seu desempenho. Aliás, a publicidade governamental é muito mais usada para adicionar recursos aos políticos para as suas campanhas do que para convencer alguém de que algo positivo está acontecendo. Simples, me explique o que você consegue saber do que o BDMG faz através do anúncio no taxi de Belo Horizonte. Ou ainda, se o Banco de Desenvolvimento, em seus quase 50 anos, ainda não conseguiu informar o que faz, e você como empresário ainda não sabe, temos um problema do tamanho de um elefante.
Definitivamente, os governos são rápidos para cobrar, os empresários bons para pagar, claro que com certas exceções, mas os empresários são muito ruins em cobrar do governo. Para começar, são raros os escritórios de contabilidade que conseguem dizer ao empresário a que ele tem direito. Só, e só, quais são suas obrigações. Vamos fazer a tabela de obrigações do município, estado e governo federal com o empresário. Nenhuma entidade de classe ainda fez. Sem falar nos famosos conselhos profissionais, que cobram muito e, de novo, com poucas exceções, fazem algo positivo para a classe profissional.
Entre as entidades que podem ser mais bem aproveitadas estão as do sistema S. O empresário tem que saber o que elas oferecem, já que as sustenta, e ter a humildade de reconhecer que elas têm serviços bons e aproveitáveis para a gestão do seu negócio. E quem sabe às vezes a humildade de conhecer novas soluções, novas tecnologias e novos mercados.
A coisa mais simples é criticar governos e colocar a culpa neles pelas dificuldades dos nossos negócios. Claro que os políticos e governos têm a sua parcela de culpa, mas as soluções para a sua empresa e seu negócio vem de você e não do governo.
STEFAN SALEJ
Consultor internacional
EX PRESIDNETE DA FIEMG E SEBRAE
www.salej.com.br
Espere o governo ajudá-lo. Seja qual for, municipal, estadual, federal, organismos internacionais, todos eles têm planos, programas, idéias e conversa para convencê-lo de que estão fazendo o melhor para você, cidadão-empresário. Não passa dia em que uma entidade governamental não lance alguma bondade para o empresário. E em especial para o pequeno e médio, estes são os preferidos. Programas e mais programas, publicidade e marketing. Às vezes acertam, e realmente sai alguma coisa boa. Mas, na maioria das vezes não chega ao caixa da empresa para melhorar seu desempenho. Aliás, a publicidade governamental é muito mais usada para adicionar recursos aos políticos para as suas campanhas do que para convencer alguém de que algo positivo está acontecendo. Simples, me explique o que você consegue saber do que o BDMG faz através do anúncio no taxi de Belo Horizonte. Ou ainda, se o Banco de Desenvolvimento, em seus quase 50 anos, ainda não conseguiu informar o que faz, e você como empresário ainda não sabe, temos um problema do tamanho de um elefante.
Definitivamente, os governos são rápidos para cobrar, os empresários bons para pagar, claro que com certas exceções, mas os empresários são muito ruins em cobrar do governo. Para começar, são raros os escritórios de contabilidade que conseguem dizer ao empresário a que ele tem direito. Só, e só, quais são suas obrigações. Vamos fazer a tabela de obrigações do município, estado e governo federal com o empresário. Nenhuma entidade de classe ainda fez. Sem falar nos famosos conselhos profissionais, que cobram muito e, de novo, com poucas exceções, fazem algo positivo para a classe profissional.
Entre as entidades que podem ser mais bem aproveitadas estão as do sistema S. O empresário tem que saber o que elas oferecem, já que as sustenta, e ter a humildade de reconhecer que elas têm serviços bons e aproveitáveis para a gestão do seu negócio. E quem sabe às vezes a humildade de conhecer novas soluções, novas tecnologias e novos mercados.
A coisa mais simples é criticar governos e colocar a culpa neles pelas dificuldades dos nossos negócios. Claro que os políticos e governos têm a sua parcela de culpa, mas as soluções para a sua empresa e seu negócio vem de você e não do governo.
STEFAN SALEJ
Consultor internacional
EX PRESIDNETE DA FIEMG E SEBRAE
www.salej.com.br
DA AMÉRICA PODEROSA
DA AMÉRICA PODEROSA
A notícia mais importante da semana no cenário internacional só vai sair no domingo à noite, quando as urnas fecharem na Grécia e sair o resultado do referendum sobre o acordo com os credores. Essa situação grega desnudou toda a fragilidade da União Europeia, as relações financeiras e econômicas entre seus membros e a preponderância de uma política monetária não só de austeridade mas principalmente de manutenção de certos países em permanente sub-desenvolvimento em relação ao líderes do desenvolvimento.
Mas, o que isso tem que ver com a visita sorridente da Presidente Rousseff aos Estados Unidos? Muito mais do que se imagina, mesmo que o Presidente Obama só tenha mencionado rapidamente o assunto na entrevista coletiva dos dois. Um, que o Brasil, mesmo sendo tratado pelo Obama como potência global, não faz parte de nenhuma solução do problema grego. Mesmo nos organismos multilaterais como o FMI, o nosso voto e a nossa voz estão sem maior significado. Dois, que a quebra da União Européia, com eventual saída da Grécia, ou, como estão chamando o processo, a total reformulação da União Européia, atinge o nosso segundo mais importante parceiro comercial.
E ainda mostra como o mundo continua o mesmo: manda quem pode e obedece quem deve. Como a situação cambial brasileira está deteriorada, as eventuais soluções, e veja o que aconteceu com a Argentina, se assemelham em muito ao processo grego. Não tenhamos dúvida de que ninguém vai agir de forma diferente, se o Brasil tiver dificuldades, do que como estão agindo com relação à Grécia. Como aquela propaganda, você pode ser o eu de hoje, amanhã.
Quando Obama elogia o Brasil, dizendo que somos potência global, está dizendo que a liderança regional está hoje, como sempre esteve, nas mãos dos Estados Unidos. Antes da visita presidencial brasileira, aliás de pouco destaque na imprensa mundial, Obama teve uma semana feliz e, como ele mesmo disse, melhor só foi a da sua lua da mel. Caiu o índice de desemprego, o Supremo Tribunal de Justiça liberou geral o casamento de pessoas do mesmo sexo e mais alguns outros ítens. Mas, nos dias seguintes vieram outras notícias: as abertura das embaixadas de Cuba e Estados Unidos nos respectivos países, conversações meio secretas com os venezuelanos, e mais a visita do presidente do Vietnã comunista, o aliado fiel de Washington no Leste Asiático.
Assim, estamos de volta ao ciclo de amizade eterna com os vizinhos do Norte, que geram no Brasil mais de 500 mil empregos diretos e têm investimentos superiores a 400 bilhões de dólares. Haja independência com tanto dinheiro investido aqui.
Stefan Salej
4.6.2015.
Tuesday, 30 June 2015
DA EXPORTAÇÃO SALVADORA
DA EXPORTAÇÃO SALVADORA
Mais uma vez o governo brasileiro usa o expediente de lançar um plano nacional de exportação. Todos os governos antes deste já falaram que exportação é fundamental, que sem exportação não importamos e mais todas as verdades que existem nessa área. Em 1972, o Brasil fez um trabalho extraordinário para se apresentar como país exportador, inclusive participando, como este ano também, da Feira Mundial que estava sendo realizada em Bruxelas.
O Brasil sempre exportou, mas exportou o que vieram comprar ou vêm comprar. E a exportação sempre foi um risco enorme para o empresário brasileiro ou a empresa estrangeira no Brasil, devido não só ao risco cambial como às mudanças de regras do jogo feitas pelos governos, e ele corre esse risco sozinho. Ser exportador no Brasil é um negócio de muito risco e de quase nenhum apoio. E além de estarmos envoltos na bandeira nacional com os dizeres Exportar é preciso, o fato é que mesmo esse plano, que por outro lado é necessário, não resolve problemas fundamentais do exportador brasileiro.
O básico é regras claras, fixas e consensuais nas mudanças. Quando o governo se compromete, tem que cumprir e principalmente na parte de financiamento e benefícios fiscais concedidos. A conquista do mercado externo é um processo longo, trabalhoso e com muitos concorrentes, que tem condições muito mais favoráveis do que nós.
Dois, tem que resolver os problemas de infra-estrutura. A sua eficiência e seus custos oneram os produtos brasileiros de tal maneira que tornam a exportação brasileira pouco competitiva.
E, se a ordem é exportar, então todo o governo em primeiro lugar tem que se preparar para isso. A mão esquerda não sabe o que faz a mão direita. Os programas de ciência e tecnologia não estão coordenados com outros ministérios e muito menos os dos órgãos da fazenda com os demais. Exportar exige ser competitivo em todos os sentidos.
E as empresas também tem que adotar a exportação como a sua estratégia de desenvolvimento a longo prazo. Aproveitar melhor a excelente rede que Itamaraty possui e usar menos a APEX para passeios no exterior e exigir de fato uma estratégia de promoção de exportações de quem tem algo a exportar. Claro que acordos comerciais e abertura de mercados fazem parte dessa estratégia, mas isso faz parte de uma política externa que não é show de senadores, do lado que for, na Venezuela.
Stefan SALEJ
25.6.2015.
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