DAS ENTIDADES EMPRESARIAIS E DAS MUDANÇAS POLÍTICAS
Um conhecido colunista econômico mineiro colocou na mesa a discussão sobre a atitude da Federação das Indústrias de São Paulo , FIESP, quanto à iluminação verde amarela da sua sede e o escrito "Renuncia já!". E perguntou por que essa entidade industrial mor não expulsa dos seus quadros as empresas que estão envolvidas na Lava Jato.
Bem, se isso vale para São Paulo, deve valer para o todo país, e notadamente para Minas! O Ex-Presidente da Andrade Gutierrez foi escolhido alguns anos atrás Industrial do Ano. O Mesmo título recebeu Eike Batista, que logou depois deixou de longe de ser modelo exemplar. E vários outros industriais que podiam gerar encomendas para uma ou duas empresas de interesse de chamadas lideranças empresarias. Claro que há exceções, mas elas só confirmam a regra. E mais: como ficam as lideranças empresariais nacionais envolvidas em processos judicias. Ou então, entidades que são alvo de inquéritos da Polícia Federal e do Ministério Público, seja federal ou estadual. Ou como o SESI, impregnado de políticos dos partidos no poder para gerar mais poder para alguns empresários, mas não para os trabalhadores.
As entidades empresariais têm, entre outras missões, também a de representar os empresários na vida política. Os empresários são cidadãos e têm obrigação e direito de se pronunciar. A atitude da FIESP, e da congênere carioca, condizem com essa missão. A situação social e econômica requer uma posição, aliás também tomada pela centenária Associação Comercial de Minas. O silêncio nesta hora conduz à piora de situação deveras grave tanto para trabalhadores como para empresas, entre outros atores da sociedade.
Mas, também não basta ter só atitude contra ou favor. Precisamos de projetos, articulações e participação ativa. No momento grave como o que vivemos, as entidades deveriam se unir, mesmo ao nível regional, e trazer propostas concretas para saída da crise. É absolutamente incrível e inaceitável que as maiores lideranças políticas de Minas, e a presidência do maior partido de oposição do país está em Minas, com o senador Aécio Neves como presidente, não se reúnam também com lideranças empresariais e colham os subsídios para a nova fase que virá após o vendaval!
Não há propostas para reformas como a tributaria, de saúde, do comércio exterior, trabalhista e mais e mais. E nem programas alternativos das entidades para seus associados saírem da crise. Ouvir palestrantes que no passados e presente ajudaram criar essa situação de hoje e ainda pagarmos a peso de ouro, sem ter projetos alternativos e dialogar, é no mínimo inútil e irresponsável. Alias, qual foi a entidade empresarial que se reuniu com os sindicatos para discutir este imbróglio em que estamos?
Pelo menos a FIESP, a FIRJAN e a ACM tomaram atitude. Ficar em cima do muro que esta caindo é deixar que o destino leve você, mas você não determina o destino. Você permanece ator politico marginal. Pode até se salvar da Lava Jato e ganhar dinheiro, mas continua sem liderança.
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