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Sunday, 26 April 2015
DO REVERSO DE TIRADENTES
Do reverso de Tiradentes
Minas é um dos poucos, senão o único estado no mundo que festeja o seu herói que buscou a independência por causa de impostos excessivos. A independência veio, mas os impostos não só ficaram como cresceram e cresceram a tal ponto que ninguém neste formidável país consegue fazer uma reforma tributária. E a data de 21 de abril se festeja esquecendo com a maior tranquilidade histórica, como se Tiradentes e os Inconfidentes mineiros nada tivessem a ver com as cobranças excessivas de impostos.
Vivemos um jogo de gato e cachorro onde o empresário e o contribuinte nunca conseguem fugir do cachorro cobrador de impostos que se procria e amplia a sua área de atuação. A criatividade de cobrança de taxas e impostos supera a imaginação de mentes mais brilhantes que criam empregos e são produtivas. Mas, as situação está como está também porque os contribuintes são passivos e treinados como o cachorro de Pavlov, psicólogo russo que criou a teoria do condicionamento. Ou seja. qualquer imposto que apareça, o contribuinte mal confere de que se trata e paga para não se aborrecer.
Há um outro lado nessa historia muito ignorado. O fato é que nós temos no Brasil muitos emissores de impostos. Além dos três poderes, municipal, estadual e federal, temos inúmeros órgãos que atuam como emissores e cobradores, com suas taxas, impostos disfarçados e contribuições. Veja exemplo os de conselhos profissionais. Ou a fiscalização sanitária e trabalhista. Ou as contribuições sindicais e previdenciárias obrigatórias.
Para começar, o contribuinte deve estar educado para pagar, conferir e cobrar a quem paga os impostos e taxas. É aí, como dizem na minha terra, que o porco torce o rabo. O brasileiro paga, mas não exige os seus direitos. E inúmeras vezes, aliás o que demonstrou o último escândalo na área de impostos federais, prefere dar um jeito e se aliar aos desonestos, e não pagar. Mas, organizar-se para exigir seus direitos através de entidades de classe, para as quais também contribui, não, isso não faz. Só existem dois casos na história empresarial brasileira desse tipo de ação: quando a FIEMG convocou os empresários para a rua e exigiram a reforma tributária e quando a FIESP conseguiu acabar com o imposto que era destinado à saúde e não ia a lugar nenhum.
Então, a atitude tem que mudar do lado do contribuinte, que tem que ser mais exigente e cobrar serviços e ações de quem com tanta voracidade cobra os impostos.
Stefan Salej
Empresário, consultor internacional, ex Presidente da FIEMG e SEBRAE
www.salejcomment.blogspot.com
25.4.2014.
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Bem lembrado. Que TIRADENTES seja a data da luta contínua contra o assalto praticado pelo estado perdulário contra o cidadão e o empreendedor!
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