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Thursday, 30 April 2015
DA GUERRA QUE AINDA NÃO ACABOU
DA GUERRA QUE AINDA NÃO ACABOU
Um dia antes do Dia das Mães, 9 de maio, o mundo celebra 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A guerra que se alastrou por todos os continentes por bons seis anos e na qual morreram mais de 50 milhões de pessoas, deixou marcas tão profundas na história da humanidade que, em 70 anos, continuam vivas. A Segunda Guerra Mundial, que se iniciou 21anos após a Grande Guerra, que foi a Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918, foi a continuidade do rearranjo do mundo econômico e político do século passado. Enquanto hoje se discute e muito por que começou a guerra em 1914, parece que ninguém tem duvida mais dos motivos que levaram à Segunda Guerra. Ou seja, o surgimento de regimes fascistas e nazistas na Europa e a sua expansão militar para além dos seus limites territoriais determinados após o conflito de 1914, foi, no fundo um grande, lamentavelmente militar, conflito entre a forma de governar e os respectivos modelos de organização da sociedade.
A batalha, muito sangrenta por sinal, dava-se entre os regimes ditatoriais versus os regimes democráticos. E venceu a democracia, com todos os seus defeitos, aliada ao regime socialista da União Soviética, que representava outra forma de governar, a ditadura socialista. E o mundo precisou de mais 50 anos, até cair o Muro de Berlin, para se reorganizar de novo e aceitar que China, dominada pelo Partido Comunista, também pode ser um bom parceiro para as democracias ocidentais. Além das bombas atômicas que caíram sobre o Japão que não se rendia, a morte de seis milhões de judeus e 32 milhões de russos, caíram, após a guerra, as potências coloniais européias, cresceu o poder militar e econômico dos Estados Unidos e começou o período de conflitos regionais, como a Guerra da Iugoslávia, em 1992, não menos sangrentos e sanguinários do que eram os conflitos na Segunda Guerra Mundial.
E os conflitos continuam, como na Ucrânia, apareceram novos inimigos, como o terrorismo islâmico, Oriente Médio está conturbado de uma forma quase incontrolável. Não haver uma grande guerra não significa que o mundo não está permanentemente em guerra. Sem falar que as idéias dos nazistas e o forte antissemitismo continuam presentes na Europa aparentemente unida em União Europeia, mas desunida na sua luta contra esses fenômenos do passado. Os derrotados há 70 anos continuam achando que foram injustiçados porque se aliaram ao nazismo e ressurgem de várias formas, mas com consistente discurso de ódio .
As comemorações maiores serão em Moscou, mas a grande maioria de políticos europeus, devido às sanções contra a Rússia, não irão às solenidades. E nem os norte-americanos. O fato é que, sem a Rússia, que inicialmente se uniu à Alemanha nazista e depois foi atacada pelo seu aliado, o nazismo demoraria muito mais e imporia mais sacrifícios para ser derrotado.
E não se pode esquecer que, se o nazismo ganhasse a guerra, nós estaríamos, como alguns queriam, até no Brasil falando alemão. Ou, como outros queriam, mesmo sem falar alemão, com suas idéias prevalecendo na política brasileira. Ou, quem sabe, ainda querem. Nem esquecer e nem perdoar jamais.
STEFAN SALEJ
30.4.2015.
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