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Sunday, 5 April 2015

DA NIGÉRIA E DO BOKO HARAM

DA NIGÉRIA E DO BOKO HARAM O país mais populoso da África, com seus 175 milhões de habitantes, sétimo do mundo, e a maior economia africana, terminou esta semana as eleições presidências. O vencedor foi o general Buhari, 72 anos, ex-ditador militar no período de 1983 a 1985. Naquela época, ele institui o conceito de Guerra à indisciplina. Além da mão de ferro nos assuntos de segurança, iniciou uma guerra contra a corrupção endêmica no país. E exigiu disciplina dos seus concidadãos e ordem em todos os sentidos. Estabeleceu até fila única para a espera de ônibus e colocou o exército na rua para baterem com cassetete nos indisciplinados que não obedeciam a ordem unida na espera do transporte público . As eleições que, surpreendentemente, após meses de processo eleitoral adiado algumas vezes, transcorreram sem maiores incidentes, foram ganhas pelo general opositor. E por que o partido que estava no poder desde 1999 perdeu as eleições? Os analistas africanos estão afirmando que a primeira razão foi o temível Boko Haram, grupo terrorista islâmico. Eles aterrorizam Nigéria, roubam garotas nas escolas para obrigar a casar e mataram mais de 12000 civis e mais de 8000 pessoas ficaram invalidas. Estão tomando territórios, gente e implantando sua rigorosa interpretação das leis muçulmanas. Em um palavra só: implementando um terror sem limites. O eleitorado entende que um general com experiência militar teria mais condições de ganhar e que o governo atual perdeu a batalha. As duas outras razoes são mais fáceis de compreender: aumento de desemprego e crescente corrupção. Um país com PIB de 525 bilhões de dólares, um dos maiores produtores de petróleo no mundo (até a Petrobras andou por lá), não pode marginalizar eternamente a maioria da sua população a favor de uma elite político-militar petroleira, que parece estar dançando sempre uma dança das cadeiras onde os participantes são os mesmo que entre si e mudam só as cadeiras. Na última eleição nigeriana, morreram em conflitos pós-eleitorais mais de 800 pessoas. Desta vez, pelo menos até este momento, parece tudo tranquilo, com exceção dos ataques do Boko Haram. O exercício da democracia na maior nação africana é fundamental para a paz no continente. E claro, para o preço do petróleo e para os negócios do Brasil lá. O Brasil já vendeu muito à Nigéria, hoje nem tanto, e com paz , menos corrupção e desenvolvimento, aquele país pode se tornar de novo um importante parceiro para a nossas indústrias. E não só para vender petróleo, mas para comprar produtos brasileiros. STEFAN SALEJ 2.4.2015.

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