Do Brasil brasileiro
O Brasil é um país que fascina. A fascinação atinge tanto os nacionais como principalmente os gringos. O sorriso, a simpatia, a beleza das pessoas, as belezas naturais, a cordialidade, a música e a cultura, a ginga do futebol e mais e mais. Falar mal do Brasil com um gringo, mesmo que o seu relógio deixado na praia, junto com as chaves do BMW que ficou na garagem do aeroporto na Europa, tenham sido roubados, é correr o risco de ser mal entendido. O brasileiro de um lado é o povo que mais fala mal do seu próprio país, mas ao mesmo tempo se embrulha na bandeira nacional cheio de orgulho e agressividade se alguém comentar alguma coisa óbvia e que ele mesmo critica. Mas, eu sou brasileiro, eu posso, ele não é!
As apresentações nos seminários para estrangeiros, e com o aparecimento do power point isso piorou, são cheias de otimismo e crença inabalável no nosso futuro. Deus é brasileiro. Numa apresentação sobre Minas em Londres, alguns anos atrás, os cinco apresentadores mostraram cinco números diferentes sobre a população, extensão geográfica e economia de Minas. E os idiotas eram os presentes que não entenderam a democracia estatística mineira.
O povo em geral ama o Brasil. Mas há um outro público que olha o Brasil com mais cuidado. São os governos e diplomatas que costuram as relações entre os países e têm que avaliar, com o uso de instrumentos sofisticados como os usados pelos norte americanos, o que acontece no Brasil e quais são as perspectivas.
A outra classe, que é prima da anterior, são os investidores, banqueiros e empresários.
Nesse capítulo pode-se dizer com muita tranqüilidade que o encanto dos últimos 18 anos acabou. O Brasil, mesmo perdoando a dívida das ditaduras africanas e fazendo alguns malabarismos na área externa, como o banco dos BRICS, não é mais a bola da vez. Pouca gente colocou um pé para trás, mas muito menos gente esta colocando a tropa em marcha para mais investimentos. Está todo mundo esperando mudanças para valer e consolidação do rumo para um país democraticamente sólido e economicamente competitivo.Ou então continua a falácia e, mesmo as ruas falando, nada mudará, independente das eleições no ano que vem.
Mas, como ouviu muitos atrás um executivo brasileiro tentando convencer os investidores norte-americanos no governo Collor de que "agora sim o Brasil esta no rumo certo": "nós confiamos na sua capacidade gerencial, empresarial, não no governo".
Stefan B. Salej
6.7.2013.