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Thursday, 30 May 2013

OBA, OS GRANDES DO MUNDO NAO PAGAM IMPOSTOS



Da evasão fiscal globalizada

Não fosse trágico, poderia ser ridículo. A União Européia descobriu, após três anos de profunda crise financeira com desemprego recorde, que há uma evasão fiscal totalmente legal, que soma mais de 2.5 trilhões de reais. Ou seja, países membros como a Irlanda, que ora preside o Conselho da União Européia, Chipre, Luxemburgo (que já foi dono da siderúrgicas em Minas), Áustria e mais alguns, como o Reino Unido, permitem que empresas não paguem impostos. Pior, estimulam a concorrência fiscal predatória entre os países, como é o caso dos impostos baixos cobrados na Irlanda, para onde migraram inúmeras empresas e seus caixas gordos, como é o caso da Apple americana, que tem lá depósitos superiores a cem bilhões de dólares. No caso da Áustria, que defende com unhas e dentes o sigilo bancário, seu crescimento se deve a bilhões de euros fugidos do Leste Europeu, principalmente da Rússia.

Em resumo, a Europa, à qual pertencem também o minúsculo Lichtenstein e a famosa Suíça, que virou nesta história até vestal  de transparência, viveu dias maravilhosos devido a transações financeiras legais, porém altamente prejudicais à sua estabilidade econômica e social e à sua perspectiva de desenvolvimento. As empresas nada fizeram de ilegal, só aproveitaram as oportunidades que os governos e seus políticos irresponsáveis ofereceram. E tem mais: nada disso é novidade, ou nada disso era público. Criaram-se monstros que ameaçavam todo o sistema, verdadeiras hidras financeiras, onde se cortava uma cabeça  e cresciam duas outras. E parece que, quando estouravam bancos que levavam juntos as empresas e países, foi o caso de Islândia e Grécia, nenhum político europeu colocou o dedo na ferida.

Perdão, houve sim dois que começaram a tratar do assunto: a Chanceler alemã e o Presidente da França. Os franceses começaram inclusive a questionar quanto imposto pagam as gigantes americanas como Google. Aliás, o mesmo aconteceu de forma tímida em Londres. E descobriram que pagam trocados. E agora a questão também surgiu nos Estados Unidos. O Congresso norte-americano chamou o principal executivo da Apple, que garantiu que pagam todos os impostos segundo a lei, mas os números em proporção às  vendas não pagam nem a gasolina dos seguranças do Presidente Obama.

Fala-se muito em economia informal nos países em desenvolvimento como fator de déficit  fiscal. Mas, quem paga essa conta da economia formal da evasão fiscal? Como sempre, não os mais ricos, mas os mais pobres. Sejam países, sejam pessoas. As empresas cumprem só seu papel social, pagando o que a lei que ajudaram a fazer os obriga.

Stefan B. Salej
23.5.2013.

É a cachaça e a favela. Nada de protestos. Gringo amigo!

Da amizade gringa

A  visita na semana que passou do Vice-Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, afável e experiente político, foi um verdadeiro sucesso diplomático e ao mesmo tempo um verdadeiro desastre do ponto de vista de bagunça, xingatório e inimizade de alguns com os Estados Unidos. O mundo não é mais o mesmo, e os brasileiros mudaram muito. Se lembrarmos a visita do então Vice-Presidente Nixon ao Brasil há algumas décadas, com direito a todo tipo de protestos, inclusive de jogar ovos nele e a reação policial, a cavalo e a pé, os "Cosme e Damião", a dupla das policias militares, batendo nos manifestantes, esta visita não mereceu nenhum retrato na imprensa mundial.

Mudaram os Estados Unidos, mudaram seus políticos ou mudamos nós, os brasileiros? A visita com direito a favela, que no Rio não pode acabar porque virou atracão turística, mostrou que Estados Unidos são hoje encarados com certa normalidade. Os gringos, que não mudaram nada nestes últimos 50 anos, após a ativa promoção do golpe militar de 64 que começou exatamente em Minas, como também foi em Minas que foi feito o Manifesto dos Mineiros em 1945, conclamando o país à democracia, chegaram à conclusão de que Brasil é Brasil e portanto diferente. Acabou-se o tempo da declaração desastrosa do então Ministro das Relações Exteriores do Brasil, o baiano  Juracy Magalhães, de que para onde vão os Estados Unidos, vai  o Brasil.

Os gringos são os  maiores investidores no Brasil, são também dos mais fieis e os que têm investimentos que criam mais empregos na indústria. As empresas  norte-americanas como a GE, por exemplo, tem trazido para o país, ao contrário dos espanhóis, tecnologias mais avançadas. O comércio entre os dois países passa de cem  bilhões de dólares ao ano e é muito mais diversificado do que com a  China. Ou melhor, é mais equilibrado a favor do Brasil. Até tem cachaça mineira, de acesso privilegiado naquele mercado, onde vivem quase um milhão dos brasileiros. Sem falar nos milhares de brasileiros que fazem compras lá. Recentemente numa escola de administração, os alunos conheciam mais os Estados  Unidos do que o Brasil. Ninguém esteve em Teresina e quase todos, em Miami. E milhares de estudantes estudam lá.

A relação entre os dois países amadureceu e marcha para uma parceria. Parece que se perdeu o medo e  que cada um achou seu lugar no mundo. A visita de Estado, mais alto grau de visita presidencial, com direito a bailar na Casa Branca, da Presidente Dilma no final detém ano,  mostra essa maturidade que os dois países adquiriram no seu relacionamento. Ou seja, o que é  bom para um, pode ser bom para o outro.

Stefan B. Salej
29.5.2013.

Sunday, 19 May 2013

PRECISA VER ALEM DA OROPA

Do mundo sem estagnação

Esta semana visitaram Belo Horizonte, mas ainda não chegaram a Minas, vários embaixadores da União Européia. A comunidade econômica e política composta hoje por  27 países, à qual se associa em julho próximo a Croácia, vive a sua mais profunda crise financeira e econômica desde a sua criação. Os europeus são parceiros tradicionais de Minas desde a época da fundação da República. A ausência do Embaixador do Reino Unido na comitiva, liderada pelo Embaixador da Irlanda, não impediu a multidão no Mineirão de delirar quando Sir Paul McCarty bradava  Uai, originário dos ingleses, perguntando aos peões mineiros quando não atendiam à maneira mineira de fazer as coisas, porque?Why?

Além da tradicional hospitalidade, bom marketing do Estado e suas potencialidades, cultura e dizer que agora tem dois atleticanos na seleção canarinho, além do  estádio pronto, pouco ficou, porque pouco os europeus tem a oferecer. Oa alemães estiveram na mesma semana em São Paulo, onde o que menos se viu foi mineiros oferecendo oportunidade de investimentos. E eles são os que estão melhor. O big boss da Fiat, Sergio Marchione, visitou  Betim, trabalhou muito e garantiu novos investimentos. Portanto a Europa se esgotou para ajudar no nosso desenvolvimento. Talvez nós os ajudemos mais do que eles a nós.

Mas, há outros mundos sobre os quais devemos lançar de novo os olhos. Comecemos pelos Estados Unidos. Mesmo com exagero de dados econômicos contraditórios, o gigante do norte das Américas está tendo crescimento econômico e de emprego e aumento de produtividade. Sem falar na inovação e competitividade. O Japão, que fez seu primeiro investimento estrangeiro após a guerra em Minas, está se reerguendo com políticas do novo Primeiro ministro Abe. A Coréia do Sul, já tradicional economia inovadora, tem na Indonésia, Filipinas e agora também na Tailândia, Vietnam e Myamar, novos parceiros, todos eles com crescimento acima de 5 % do produto bruto nacional. A Índia, que possui forte investimento na siderurgia mineira, também vai crescer.

E ainda há a China, que hoje é o nosso principal parceiro econômico. O crescimento de 8% ao ano, mesmo considerado baixo comparando com os índices passados, é significativo. Com a China é preciso encontrar caminhos de parceira e não de concorrência  e isso muito pouca gente esta fazendo no Brasil.

Falta a África que, com seu bilhão de habitantes, tem se desenvolvido a ponto de ser investidor no Brasil e que possui um mercado de enorme potencial.

Em resumo, para o futuro de Minas, precisam-se desenvolver parcerias além da União Européia.

Stefan Salej
15.5.2013.



Minas e OROPA

De Minas e União Européia

Dentro de duas semanas estarão visitando Minas Gerais 19 dos 27 embaixadores dos países da União Européia. Trata-se de visita de alto nível, apesar de não contar com a participação  dos embaixadores do Reino Unido, hoje com o projeto de mineração Minas Rio, o maior investidor no Estado, e da França, tradicional parceiro de Minas. Também não  vem  o representante da Espanha. Mas estarão entre os visitantes os embaixadores da Itália, Áustria e Alemanha, importantes parceiros de Minas. O programa é exaustivo, com visitas a Ouro Preto, Inhotim, Pampulha, uma ONG em Sta.Luzia que cuida de educação de presos e tem apoio dos europeus, uma mina da Vale perto de Belo Horizonte e a assinatura de convênio com a UFMG para o estabelecimento de um centro de estudos europeus.

No programa há também uma rodada de negócios na FIEMG, mas não esta incluída a visita a um dos mais antigos e eficientes projetos europeus em Minas, que é a cooperação na área de educação com a Áustria, ou seja a Escola Gerencial do SEBRAE. Provavelmente, os representantes da agricultura e comércio mineiros terão espaço na FIEMG para apresentar suas oportunidades de negócios aos europeus. As exportações de Minas para os países de União Européia declinaram no ano passado. Enquanto a Alemanha, que é o nosso maior importador, representa 3.8 % de nossas exportações, e a China 32 %, a Itália representa 9 % das importações de Minas. Em resumo, a Europa é um parceiro importante, mas não é mais o nosso principal parceiro. E além do mais, basicamente importa matérias primas e exporta máquinas, automóveis e produtos manufaturados.

Essa visita deve servir para apresentar mais do que a Minas do pão de queijo, ferro, cultura e turismo (a Estrada Real não estava no programa). Minas é o segundo economicamente mais importante estado brasileiro. As conversas com os europeus têm que incluir também as posições protecionistas que eles têm em relação aos produtos brasileiros. E como no caso especifico de Espanha, aos brasileiros. Também aos investimentos brasileiros, como no caso de Portugal, que preferiu os chineses em vez dos mineiros, na venda de empresa de eletricidade. Os interlocutores mineiros têm que estar preparados para uma conversa franca e abrangente, sabendo que os interesses de Minas são os interesses do Brasil.

Uma oportunidade dessas não pode ser desperdiçada,  mas deve ensejar que os europeus expliquem o que esta acontecendo por lá, qual é o futuro do euro e da própria União, quais são as soluções que estão dando à crise que os assola. E não menos importante, porque não cedem para fazer acordo com o MERCOSUL. A conversa tem que ser de igual para igual.    

Stefan B. Salej

Friday, 12 April 2013

GUERRA NUCLEAR? E PORQUE NAO?????



Da guerra nuclear e com a Coreia

Na década de 50, reinado de JK em Minas, a possibilidade de guerra nuclear não  era algo inimaginável. Mas, a Alemanha estava derrotada, a União Soviética tinha a bomba atômica, mas ainda não tinha usado, e os Estados Unidos tinham a bomba e tinham usado. As pessoas acreditavam que a guerra poderia continuar e que ataques nucleares eram prováveis. As casas eram construídas com abrigos anti-atômicos e as cidades eram testadas para serem menos vulneráveis aos ataques nucleares. Belo Horizonte, por razões que desconheço, foi escolhida uma das cidades mais seguras no caso de ataque nuclear. Mas, isso não impediu que um refugiado de guerra europeu construísse no bairro da Floresta uma casa com abrigo ante-nuclear e que a Universidade de Minas Gerais instalasse o Instituto de Pesquisas Radioativas, IPR, onde o professor Chico Bomba Atômica e José Israel Vargas, entre outros ilustres cientistas, faziam experimentos que levavam os americanos a acreditar que o Brasil estava fazendo sua bomba atômica.

Mas, na mesma época estava em curso a guerra da Coreia, cujo resultado foi a derrota dos Estados Unidos, que enfrentavam alguns anos após a segunda guerra mundial o inimigo comunista e a divisão da península coreana em dois países: o comunista do Norte e o democrático do Sul. E o mundo foi caminhando com toda a tranqüilidade para um mundo nuclear multipolar, onde, além dos já mencionados, possuem boba atômica também o Paquistão, India, França, Reino Unido e Coreia do Norte. Esta mesma Coreia que derrotou há sessenta anos os Estados Unidos e que após um exercício militar norte-americano na região, com aviões com carga nuclear, ameaça o mundo com um novo conflito.

Subestimar o ímpeto bélico dos norte-coreanos, que têm bomba atômica e armas comparáveis às melhores dos Estados Unidos, pode ser um erro cujas consequências são imprevisíveis. Se os Estados Unidos, sob seu comandante supremo Obama, fizeram exercícios militares na península coreana com armas nucleares e não previram a reação norte-coreana, como aconteceu, foi um erro de liderança gravíssimo. Mas se os comandantes militares americanos, que têm muita autonomia, fizeram esses exercícios no meio da troca do comando do Pentágono, para mostrar independência com relação à Casa Branca e sem o conhecimento do Obama, é ainda mais grave.

Mesmo que a Rússia e a China peçam calma e não autorizem os norte-coreanos a iniciar uma guerra, e a Casa Branca mantenha relativa calma, um conflito pode acontecer. E aí, já com a crise econômica em curso, com as ambições chinesas no Mar Amarelo, com a Índia e o Paquistão brigando, com o Afeganistão inquieto, o cenário para a confusão está feito. E desprezar a  belicosidade  do jovem líder norte coreano é ignorar a realidade. A Coreia do Norte não esta só nesse discurso, terá ajuda nas ações.


Stefan B.Salej