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Friday, 17 February 2017

DO ACORDO MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA

DO ACORDO MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA

Nos dias de hoje, lemos mais e nos preocupamos mais com as notícias vindas da Casa Branca, residência do Presidente dos Estados Unidos, atualmente ocupada por Donald Trump, do que com os eventos que acontecem em outras partes do mundo. Sem dúvida alguma, os Estados Unidos têm absoluta primazia nas relações de todos os países, mas não vamos esquecer que existem outros continentes e outros países.

Nos últimos anos, propagou-se que nosso futuro econômico está nas relações com o Leste Asiático. Um prócer diplomático até disse que enquanto a Europa é um copo cheio, a China é um copo meio vazio a ser preenchido. Com que mesmo? Com minério de ferro, soja, açúcar e similares produtos agrícolas, inclusive carnes.

O fato é que a União Europeia, que com seus 27 países representa uma parte da Europa (na qual estão ainda incluídos, entre outros, a Rússia, daqui a pouco o Reino Unido, e ainda a Suíça, Noruega e Ucrânia) no ano passado foi nosso principal parceiro no comércio . O intercâmbio entre a UE e o Brasil não atingiu em 2016 o seu pique de 2013, quando chegou a 98 bilhões de dólares, mas em compensação, com valor menor, de 65 bilhões, nos deixou um saldo positivo só no balanço comercial de 2.3 bilhões de dólares. A União Europeia é assim nosso primeiro parceiro no comércio internacional, representando 20 % de todos nossos negócios no mundo.

A situação, quando analisado o Mercosul, Argentina, Paraguay, Uruguay e Brasil, não é muito diferente. Só que, no caso do bloco econômico, o saldo do balanço foi negativo. Interessante observar que o bloco exporta 50 % em commodities e importa da Europa 96% em manufaturados. Ou seja, exportamos produtos de baixo valor agregado e importamos os de valor agregado alto. Também vale a pena observar que os europeus têm investido no país mais de 300 bilhões de dólares.

Em resumo, a União Europeia continua sendo um parceiro fundamental para o Brasil. E para melhorar essas relações, tanto em termos quantitativos como qualitativos, os dois blocos econômicos estão há 19 anos negociando um amplo acordo de cooperação. Com os  novos governos na Argentina, Macri, e no Brasil, Temer, e com a saída da Venezuela do bloco, a negociações estão se acelerando. Mas também os europeus finalmente perceberam que têm que acelerar essas negociações. Daqui a um mês haverá nova rodada de negociações em Buenos Aires, e a Chanceler alemã Merkel já declarou que esse acordo é importante.

Agora, será que o empresariado está preparado não só para o acordo como também para as mudanças de paradigma de produção que o acordo vai trazer ou tudo vai ficar por conta do governo? A FIESP está se movimentando e participando ativamente do processo negociador e dos planos pòs acordo. Mas, é preciso que, além do setores industrial e agrícola paulistas, as parcerias seja feitas no país inteiro, para que o acordo seja bem negociado e que saibamos o que

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