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Friday, 6 June 2025

 DO BERLIN DE JOSEPH ROTH E DE HOJE

Escrevendo de Berlin, capital da Alemanha, recordo as reportagens de um dos mais importantes escritores em língua alemã, judeu de Galícia, Joseph Roth.Era o correspondente de influente Frankfurter Zeitung em florescente Berlin após Primeira Guerra até sair em 1933 após a Noite de Cristais, quando os nazistas destruíram as sinagogas. As reportagens  e os livrosdescrevem uma capital que quem sabe voltou a ser mas com mesmas sinas do passado: emigração, ascensão de direita extremistas, ameaça de Rússia e mais a guerra na Ucrânia. E de fundo de pano, reestruturação industrial com China ameaçando quase igual a Estados Unidos de Trump.

Item emigração, nos táxis, nas ruas, nos restaurantes, você sente isso, é problema número um para políticos alemães. Para reconstruir o país após guerra e para continuar o seu crescimento, precisavam de mão de obra. De 83 milhões de habitantes, hoje 23 % são emigrantes, dos quais a maioria , 1.5 milhão são turcos que representam no total com seus descendentes, cidadoes alemães, um total de 3 milhões . Ou seja quase 4 % de população alemã são ou cidadoes turcos ou seus descendentes. E eles possuem 100 mil empresas entre eles a mais importante empresa alemã de biotecnologia, BioNtech, descobridora de vacina contra  Covid. E claro tem prefeitos, deputados e até ministros. E turcos aqui são alemães turcos, e Kebab virou comida típica alemã.

Os problemas de emigração, que se agravaram quando então chanceler Ângela Merkel permitiu entrada de milhares de sirios e africanos e que hoje continuam pedindo asilo e sobretudo alimentam partidos de extrema direita, AfD, que já tem 20 % de votos, não pararam. A justiça alemã amarrou as mãos do atual Chanceler Mertz que acabou de assumir, proibindo o retorno na fronteira dos imigrantes que pedem asilo.Ou seja, Alemanha continua sendo santuário de emigração, independente se precisa ou não essa mão de obra .

Como conciliar as novas políticas econômicas, em especial com concorrência chinesa na indústria automobilística,pilar da economia alemã, com imperativo uso de robótica, os alemães venderam sua melhor fábrica de robôs para chineses, IA e outras ferramentas digitais, com pressão da emigração e mais tarifas de Trump, é uma pergunta de milhão de dólares. Os investidores estrangeiros continuam segundo o estudo Germany Trade confiantes no desenvolvimento do país que vai colocar todas as cartas na indústria bélica para garantir sua segurança. Enquanto isso, Polônia ganha um presidente ante EU e acordo Mercosur e complica toda o esforço de paz na Ucrânia. Aliás, os grandes querem mesmo a paz?

Friday, 30 May 2025

 OF GUERRILLAS AND GANGS


The gringos insist that, even speaking several languages, composed of several races and colonized by different colonizers, below the United States, everything is the same. Nothing more contradictory than that. Nothing around here is the same, sometimes not even similar, but certainly very different.


See two countries at the ends of the continent, small and so different. Uruguay, which venerated its former President José Mujica, recently killed and demonstrated that even being Tupamaru, guerrilla, imprisoned for many years, he was able to build a democratic society and left a message of builder of values and modesty in the public service. It transformed Uruguay and deserved respect.


On the other side is El Salvador in Central America. Dollarized many years ago, also coming from a bloody war between left-wing guerrillas and government forces. A war that left Central America, with the involvement of the United States, in a state of difficult recovery and with distinct regimes. El Salvador, with the young president Bokele, of the extreme right, and with Daniel Ortega in Nicaragua, so dictatorial and leftist that he even broke with Lula. And throughout the region, with an exodus of the population threatening the borders of Mexico and the United States. In fact, one of the arguments for the dollarization of the Salvadoran economy was that the country lives on remittances from emigrants in the United States. So why change dollar remitted to peso, leave everything in dollar.


The armed conflict of the 90s also left sequelae in the new generations. With no perspective, except to emigrate, they organized themselves into gangs, marras, which, from groups of desperate young people, became gangs that dominated the territories, crime and in a way the country. A terror. Bokele, taking over the government, with an iron fist and support from the United States, did not be begging: he established a pattern of fighting against gangs that became a standard. He arrested thousands of gang members in special prisons, without trial, without respect for any law or right. Photos that appear in the press show a frightening model of repression that gained notoriety with the outsourcing of this terror, with the acceptance of emigrants expelled from the US. That is, El Salvador, instead of receiving money from emigrants in the US, receives money from the US to mistreat emigrants from other countries. And now Argentina and Ecuador, among others, want to adopt the same model of prisons. They just need to repeat Operation Condor and restore the memory of Dan Mitrione. The issue of crime requires an effort from the whole society and is not resolved at the end of the prison with Salvadoran brutality.

 DAS GUERILHAS E GANGUES

Os gringos insistem que, mesmo falando várias línguas, composto por várias raças e colonizados por distintos colonizadores , abaixo dos Estados Unidos, tudo é igual. Nada mais contraditório do que issoNada por aqui é igual, às vezes nem similar, mas com certeza muito diferente.

Veja dois países nas extremidades do continente, pequenos e tão diferentes. OUruguai, que venerou seu ex-Presidente José Mujica, recentemente morto e demonstrou que mesmo sendo Tupamaru, guerrilheiro, preso por muitos anos, pôde construir uma sociedade democrática e deixou uma mensagem de construtor de valores e modéstia na função pública. Transformou o Uruguai e mereceu respeito.

De outro lado está El Salvador na América Central. Dolarizado há muitos anosvindo também de uma guerra sangrenta entre guerrilheiros da esquerda e forças do governo. Uma guerra que deixou América Central, com envolvimento dos Estados Unidos, num estado de difícil recuperação e com regimes distintos. El Salvador, com o jovem presidente Bokelede extrema direitae com Daniel Ortega na Nicarágua, tão ditatorial e de esquerda que até rompeu com Lula. E na região toda, com um êxodo da população ameaçando as fronteiras do México e dos Estados Unidos. Aliás, um dos argumentos para a dolarização da economia salvadorenha foi que o país vive de remessas de emigrantes nos Estados Unidos. Logo por que trocar dólar remetido para peso, deixe tudo em dólar.

O conflito armado da década de 90 deixou também sequelas nas novas gerações. Sem perspectiva, a não ser emigrar, se organizaram em gangues, marras, que, de grupos de jovens desesperados, se tornaram gangues que dominavam os territórios, o crime e de certa forma o país. Um terrorBokele, assumindo o governo, com mão de ferro e apoio dos Estados Unidos, não se fez de rogado: estabeleceu um padrão de luta contra gangues que virou padrão. Prendeu milhares dos membros dasgangues em prisões especiais, sem julgamento, sem respeito a qualquer lei ou direito. Fotos que aparecerem na imprensa mostram um assustador modelo de repressão que ganhou notariedade com a terceirização desse terrorcom a aceitação dos emigrantes expulsos dos EUA. Ou seja, El Salvador, ao invés de receber dinheiro dos emigrantes nos EUA, recebe dinheiro dos EUA para maltratar os emigrantes de outros países. E agora Argentina e o Equador,  entre outrosquerem adotar o mesmo modelo de prisões. So falta repetirem a Operação Condor e restabelecerem a memória de Dan Mitrione. A questão da criminalidade requer um esforço de toda sociedade e não se resolve na ponta prisional com brutalidade salvadorenha.

Friday, 23 May 2025

 DA EUROPA NO RUMO DE AJUSTES

 

atenção dos europeus, icluíndo o Presidente da Ucrânia, está nas conversações entre Putin e Trump sobre o fim da conflito iniciado pelos russos. E os russos,antes de sentar à mesa, à qual os europeus não estão convidados, mandaram num dia só 270 aviões não tripulados , drones, atacar a Ucrânia. E estão construindo bases militares na fronteira com a Finlândia, que mais recentemente passou de país neutro para membro da aliança militar OTAN. Ou seja, paz está sendo negociada entre Washington e Moscou, confirmando que o conflito não é só entre a Ucrânia, que cedeu suas riquezas minerais aos Estados Unidos, e Rússiamas muito mais amplo.

No front político europeu, as eleições presidenciais na Romênia e parlamentares em Portugal deram certo alívio aos democratas . Na Romênia ganhou o ex-prefeito da capital, pró-europeu, e em Portugal, a coalisão de centro direita. Nós dois casos foi derrotado o bloco de extrema direita nestas eleições, mas ainda assim houve muitos votos da extrema direita ameaçando a democracia europeia.

Trump, com desprezo pela União Europeia, teve o mérito de unir os europeus no campo da defesa, em que a UE vai reforçar a política comum de segurança, tentando escapar da dependência dos Estados Unidos e investir recursos polpudos em indústria bélica. E com isso gerar mais empregos e mais desenvolvimento tecnológico. Nessa área, com a crise nas universidades norte-americanas, os europeus estão convidando os cientistas a virem para Europa. A França destinou 100  milhões de euros  para atrair pesquisadores.E no campo financeiro, com desvalorização do dólar, euro se valorizou e os bancos europeus apresentaram excelentes resultados no primeiro trimestre.

 

O fato relevante neste novo cenário foi retomada de relações entre o Reino Unido e a União Europeia. As relações após o Brexit, a saída da Grã-Bretanha da União Europeia, foram tensas, incertas, confusas e prejudiciais aos dois. Com o acordo feito nesta semana, que não significa nem de longe a volta dos britânicos para a União Europeia, as relações começam a ser mais próximas a normais e com ganhadores dos dois lados. Claro que a oposição britânica vai criticar em muito o acordo e em especial sobre a parte da pesca, que permite aos europeus pescarem em águas britânicasMas o mais importante é que os europeus mostraram que são capazes de se unir, em especial na área de segurança e, como disse primeiro-ministro britânico, criar empregos, mesmo que seja na indústria bélica.

Para Brasil esses movimentos significam que com rearanjo europeu, com todas as fragilidades, teremos um parceiro fortalecido e nem tão subordinado ao Senhor Trump. A reação da Europa inclui a aceleração do acordo assinado com Mercosul, por pior que ele signifique para a indústria brasileira.

Friday, 16 May 2025

 OF NUCLEAR WEAPONS AND INVESTMENTS IN BRAZIL


The world was scared, in the midst of so many, with the conflict between Pakistan and India, in the region disputed by the two countries, Kashmir. A part of India, leaning against the Himalayas, with beautiful lakes and its floating hotels, stunning mountains, with houses leaning against the hills in such a way that wolves cannot enter. And visiting this piece of heaven many years ago, dominated by India and inhabited by Muslims, the radios only broadcast in Pakistani. News and music. And people only talked about independence or joining Pakistan. The few Indians were either from the public administration, the army or the police. The economy, in addition to tourism, carpets and crafts, was poor and based on family agriculture. They didn't use tractors, because it generated unemployment.


And this piece of heaven recently turned, with the murder of 27 Indians by a Pakistani terrorist, an armed conflict between the two countries. India, with 1,438 million inhabitants, of which 300 million are Muslims, and Pakistan, with 212 million. But this comparison is misleading, when we talk about the nuclear weapons that countries have: India, 160 and Pakistan, 165. The conflict that measured the forces and had air combat between French Rafale planes, which Brazil did not want to buy, on the part of India and Chinese fighters on the Pakistani side, showed how easy it is to start a war. The world was definitely on the verge of a nuclear conflict, which fortunately did not happen. But, even with peace, the conflict is not over and has everything to rekindle. In the end, this is the fifth time that the two countries have confronted each other because of this border region.


But, what else happened? The United States said it won't get into the fight. China has carefully observed what happens at its border. The United Nations, nothing. And the world remained more concerned about the end of the conflicts in Gaza and Ukraine. In other words, we are getting used to wars.


For Brazil, which will host the BRICS meeting, of which India is a founding member, the continuation of the conflict would be a political complicating factor. I would have to take sides. We have a military relationship with India, exercises of the Indian navies and South Africa with Brazil, and a reasonable commercial exchange. But, more than that: the largest Brazilian steel company, Arcelor Mittal is Indian. Another giant, Tata, is carrying out the restructuring of PETROBRAS' computer systems. And more and more. And these investments, in case of a longer conflict, would be affected. Thus, what seems distant, suddenly becomes too close.

DE ARMAS NUCLEARES E INVESTIMENTOS NO BRASIL

 DE ARMAS NUCLEARES E INVESTIMENTOS NO BRASIL

 

O mundo levou um susto, no meio de tantos, com o conflito entre Paquistão e aÍndia, na região disputada pelos dois países, Cachemira. Uma parte da Índia, encostada no Himalaia, com lindos lagos e seus hotéis flutuantes, montanhas deslumbrantes, com casas encostadas nos morros de tal maneira que os lobos não possam entrar. E visitando esse pedaço de céu muitos anos atrás, dominado pela Índia e habitado por muçulmanos, os rádios só transmitiam em paquistanês. Notícias e música. E as pessoas só falavam em independência ou em se juntar aoPaquistão. Os poucos indianos eram ou da administração pública, do exército ou dapolícia. A economia, além do turismo, tapetes e artesanato, era pobre e baseada em uma agricultura familiar. Não usavam tratores, porque isso gerava desemprego.

E esse pedaço de céu virou recentemente, com assassinato de 27 indianos por um terrorista paquistanês, um conflito armado entre os dois países. Indiacom 1.438 milhões de habitantes, dos quais 300 milhões são muçulmanos, e o Paquistão, com 212 milhões. Mas, essa comparação é enganosa, quanto falamos das armas nucleares que os países possuem: India, 160 e Paquistão, 165. O conflito que mediu as forças e teve combates aéreos entre aviões franceses Rafale, que Brasil não quis comprar, por parte da Índia e caças chineses do lado paquistanês, mostrou como é fácil iniciar uma guerra. O mundo definitivamente estava à beira de um conflito nuclear, que felizmente não aconteceu. Mas, mesmo com a paz, o conflito não terminou e tem tudo para reacender. No final das contas, essa é a quinta vez que os dois países se confrontam por causa dessa região fronteiriça.

Mas, o que mais aconteceu? Os Estados Unidos disseram que não vão entrar na briga. A China observou atentamente o que acontece na sua fronteira. As NaçõesUnidas, nada. E o mundo continuou mais preocupado com fim dos conflitos emGaza e na Ucrânia. Ou seja, estamos nos acostumando com guerras.

Para Brasil, que vai hospedar a reunião dos BRICS, dos quais a Índia é membro fundador, a continuação do conflito seria um complicador político. Teria que tomar partido. Temos uma relação militar com a Índia, exercícios das marinhas indianas e da África do Sul com Brasil, e um razoável intercâmbio comercial. Mas, mais do que isso: a maior siderúrgica brasileira, Arcelor Mittal é indiana. Outra gigante, Tata, está executando a reestruturação de sistemas de informática da PETROBRAS. E mais e mais. E esses investimentos, em caso de um conflito mais prolongado, seriam afetados. Assim, o que parece distante, se torna de repente próximo demais.

Friday, 2 May 2025

 OF THE WARS OF BLOOD AND BLOOD


These days a relatively small country, with ten million inhabitants, is celebrating at the same time 77 years of existence and its Yom Hazikaron, a day of remembrance of the fallen in war and victims of terrorism. Israel has not lived a single day of peace in these 77 years. Also, on May 9, we are celebrating the 82nd anniversary of the end of World War II. And thanks to the Tsar of Russia, Putin, the Russian attacks on Ukraine will stop in honor of the great Russian victory in that war.


With Ukraine we have, according to the ACLED Institute, ten areas of crisis in the world, where every second people die. For Brazilians, who knew the last conflict in their territory in the Paraguayan War, 150 years ago, today only the conflicts in the Gaza Strip and Ukraine are known. The others, as in the Sahel, Miramar, Sudan and others, is a TV mirage. Until the past 50 years of the end of the Vietnam War, where the United States lost a large number of soldiers, they are mere Globo's reports. From time to time refugees appear, such as those from Lebanon or Afghanistan, to remind us that this exists and that, as if by divine grace, we are out. Immune.


War, of which I am the son, survivor, leaves traumas for the rest of my life. There is no conflict, war, even cybernetics, that does not leave deep sequelae in people. Numbers are numbers, but they always involve people. It's blood everywhere, death, injuries and material losses. Even in internal conflicts, such as wars between criminals in countries like Mexico and even Brazil.


There are economic aspects, such as those of Ukraine, which today spends 40% of its GDP for war purposes. Or technological development for defense purposes, which end up benefiting society as a whole. Paradoxically, not before helping to kill everyone. Remember the movie Oppenheimer about the atomic bomb. And military spending is, as in the US, with its one trillion dollars, followed by China, with a third of this amount, the engine of economic existence.


And let's not forget that while some lose, even in today's tariff war, others win. Or territories, or, like Argentina in the Second World War, which had only benefits that it then lost, due to poor peace management.


The world, as it is, does not live without conflicts. Even with the United Nations, founded to avoid these conflicts and today in a deep existential crisis, we can't live if they are.


Statesmen, when they visit other countries, bow before a monument to the unknown soldier. Let's applaud and join all those who fight for peace, and bow before an unknown soldier, who may be his son, his brother. Just say Shalom. And be happy that we are in Brazil, only benefiting from the tariff war and with the question: to defend peace, you have to be prepared for war. Are we?