DA EUROPA NO RUMO DE AJUSTES
A atenção dos europeus, icluíndo o Presidente da Ucrânia, está nas conversações entre Putin e Trump sobre o fim da conflito iniciado pelos russos. E os russos,antes de sentar à mesa, à qual os europeus não estão convidados, mandaram num dia só 270 aviões não tripulados , drones, atacar a Ucrânia. E estão construindo bases militares na fronteira com a Finlândia, que mais recentemente passou de país neutro para membro da aliança militar OTAN. Ou seja, a paz está sendo negociada entre Washington e Moscou, confirmando que o conflito não é só entre a Ucrânia, que cedeu suas riquezas minerais aos Estados Unidos, e a Rússia, mas muito mais amplo.
No front político europeu, as eleições presidenciais na Romênia e parlamentares em Portugal deram certo alívio aos democratas . Na Romênia ganhou o ex-prefeito da capital, pró-europeu, e em Portugal, a coalisão de centro direita. Nós dois casos foi derrotado o bloco de extrema direita nestas eleições, mas ainda assim houve muitos votos da extrema direita ameaçando a democracia europeia.
Trump, com desprezo pela União Europeia, teve o mérito de unir os europeus no campo da defesa, em que a UE vai reforçar a política comum de segurança, tentando escapar da dependência dos Estados Unidos e investir recursos polpudos em indústria bélica. E com isso gerar mais empregos e mais desenvolvimento tecnológico. Nessa área, com a crise nas universidades norte-americanas, os europeus estão convidando os cientistas a virem para a Europa. A França destinou 100 milhões de euros para atrair pesquisadores.E no campo financeiro, com a desvalorização do dólar, o euro se valorizou e os bancos europeus apresentaram excelentes resultados no primeiro trimestre.
O fato relevante neste novo cenário foi a retomada de relações entre o Reino Unido e a União Europeia. As relações após o Brexit, a saída da Grã-Bretanha da União Europeia, foram tensas, incertas, confusas e prejudiciais aos dois. Com o acordo feito nesta semana, que não significa nem de longe a volta dos britânicos para a União Europeia, as relações começam a ser mais próximas a normais e com ganhadores dos dois lados. Claro que a oposição britânica vai criticar em muito o acordo e em especial sobre a parte da pesca, que permite aos europeus pescarem em águas britânicas. Mas o mais importante é que os europeus mostraram que são capazes de se unir, em especial na área de segurança e, como disse o primeiro-ministro britânico, criar empregos, mesmo que seja na indústria bélica.
Para o Brasil esses movimentos significam que com o rearanjo europeu, com todas as fragilidades, teremos um parceiro fortalecido e nem tão subordinado ao Senhor Trump. A reação da Europa inclui a aceleração do acordo assinado com o Mercosul, por pior que ele signifique para a indústria brasileira.
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