DAS GUERRAS DE SANGUE E SANGUE
Estes dias um país relativamente pequeno, com dez milhões de habitantes, estácomemorando ao mesmo tempo 77 anos de existência e seu Yom Hazikaron, dia dalembrança dos caídos em guerra e vítimas do terrorismo. Israel não viveu um únicodia de paz nestes 77 anos. Também, em 9 de maio, estamos comemorando os 82 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. E por graça do Tsar da Rússia, Putin, os ataques russos à Ucrânia vão parar em homenagem à grande vitória russa naquelaguerra.
Com a Ucrânia temos, segundo o Instituto ACLED, dez áreas de crises no mundo, onde todos os segundos morrem pessoas. Para os brasileiros, que conheceram oúltimo conflito no seu território na Guerra do Paraguai, há 150 anos, hoje sãoconhecidos só os conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia. Os demais, como noSahel, Miramar, Sudão e outros, é miragem de TV. Até os passados 50 anos do fimda Guerra do Vietnã, onde os Estados Unidos perderam um grande número de soldados, são mera reportagem da Globo. De vez em quando aparecem refugiados, como os do Líbano ou do Afeganistão, para nos lembrar que isso existe e que, como por graça divina, estamos fora. Imunes.
Guerra, da qual sou filho, sobrevivente, deixa traumas para o resto da vida. Naoexiste conflito, guerra, mesmo cibernética, que não deixe sequelas profundas naspessoas. Números são números, mas sempre envolvem pessoas. É sangue para todo lado, morte, feridos e perdas materiais. Mesmo nos conflitos internos, como são guerras entre criminosos nos países como o México e até o Brasil.
Há aspectos econômicos, como os da Ucrânia, que hoje despende 40 % do seu PIB para fins da guerra. Ou de desenvolvimento tecnológico para fins de defesa, queacabam beneficiando a sociedade como um todo. Paradoxalmente, não antes de ajudar a matar a todos. Lembre do filme Oppenheimer sobre a bomba atômica. Eas despesas militares são, como nos EUA, com seu um trilhão de dólares, seguidospela China, com um terço desse valor, motor de existência econômica.
E não vamos esquecer que enquanto uns perdem, mesmo na guerra tarifária dos dias de hoje, outros ganham. Ou territórios, ou, como a Argentina na SegundaGuerra, que teve só benefícios que perdeu em seguida, pela má gestão da paz .
O mundo, como está, não vive sem conflitos. Mesmo com as Nações Unidas,fundadas para evitar esses conflitos e hoje em profunda crise existencial, nãoconseguimos viver se elas.
Os estadistas, quando visitam outros países, se curvam perante um monumento aosoldado desconhecido. Vamos aplaudir e nos unir a todos os que lutam pela paz, e nos curvar perante um soldado desconhecido, que pode ser ser filho, seu irmão. Só dizer Shalom. E estar feliz que estamos no Brasil, só nos beneficiando da guerra tarifária e com a pergunta: para se defender a paz, tem que estar preparado para a guerra. Estamos?
No comments:
Post a Comment