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Monday, 29 October 2018

DE ECONOMIA MINEIRA DE NOVO


DE ECONOMIA MINEIRA DE NOVO


César está nu.

Os mineiros rejeitaram nesta eleição o modelo político e econômico vigente. A página está virada, tempos novos, tempos diferentes. Pelo menos, é o que se espera.

E para a economia mineira, em decadência há décadas pelo modelo político em curso, agora chegou a última hora para, com apoio das urnas, mudar o modelo e fazer  Minas crescer. O novo governo vai assumir o Estado na pior situação desde que Minas existe. E se não fizer uma due diligence da melhor qualidade para saber o tamanho da desgraça em que nos meteram, não poderá fazer  um plano de recuperação e avanços. Portanto, não tem meia solução, não tem proteção ao passado, não pode ter dó, e nem cunhado a ser protegido, tem que levantar tudo nos menores detalhes para saber a real situação. Dezenas de anos se passaram em que dados e informações foram colocadas abaixo do tapete ou abaixo de terra para proteger a irresponsabilidade, interesses pessoais e políticos.

O governo novo não pode cair em tentação de fazer com pressa as mudanças e correções para atender à alta expectativa do eleitorado. E nem fazer nada de meia tigela. Ou faz direito e certo, ou nada vai adiantar. E o eleitorado terá que saber a real situação e ter confiança e paciência para que as mudanças sejam feitas. Estragos de dezenas de anos não serão corrigidos em meses, por isso a transparência na gestão é fundamental. O verdadeiro projeto de mudança será apresentado aos eleitores depois de saber o tamanho do buraco em que estamos. Então, esperar que os salários dos funcionários públicos melhorem já é uma ilusão sem fundamento. Não há dinheiro.

De um lado, rigor fiscal e de gestão do Estado, base para o desenvolvimento econômico.

De outro lado, organizar o desenvolvimento do Estado. Crescer com base em indústria subsidiada, vinda de fora do estado, mal gerida do ponto de vista ambiental, comércio ainda na fase analógica e com serviços, inclusive de engenharia, pendurados ainda na régua de cálculo e na Lava Jato, não vai dar mais.

Minas tem magníficos exemplos de capitalismo interno, que podem ser campeões de desenvolvimento. São empresas  líderes no Brasil, como a Kroton na educação, MRV na construção civil, Localiza na área de serviços, Martins em logística, Centauro no comercio varejista,  Sada em logística, Dom Cabral em educação executiva, e mais tantos outros que podem puxar a economia mineira. Temos que ter economia 4.0, estado 4.0, as melhores escolas do Brasil em todos os níveis, porque sem eles não vamos conseguir fazer leap frog. Temos que pular do estágio do século passado em que ainda estamos, para o século 21. E já.

Por outra parte, tem que reconhecer que o agro business é mais competitivo e menos privilegiado do que a indústria. Reconhecer que temos que ter empresas competitivas com um estado mais competitivo. E ainda entidades empresariais menos lobistas, menos reclamadoras de ações de governo e com projetos próprios de desenvolvimento de seu setor. O papel principal das entidades empresariais não é  defesa setorial, não é ficar reclamando do governo, é ter programas conjuntos de desenvolvimento. Parceria. Parceria ativa e altiva.

Serão tempos de suor, lágrimas e sangue, mas que terão que valer os sacrifícios para a última chance de mudança que temos para entrar no século 21. Que não da para continuar, a eleição demostrou. Agora, implementar mudança exige muito mais do que um dia de voto.

Sunday, 21 October 2018

DO TSUNAMI POLÍTICO E DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO


DO TSUNAMI POLÍTICO E DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO

Se as pesquisas estiverem certas, olha lá a comparação entre política e previsão de tempo, o Brasil sofrerá um tsunami eleitoral no próximo domingo de proporções épicas. A primeira onda, o primeiro turno, que definiu as eleições parlamentares, já destruiu uma boa parte da estrutura política do país e os surfistas na onda se saíram bem. E colocou muita gente na segunda onda que está se aproximando com uma velocidade incrível. Nem  o calendário  gregoriano consegue segurar mais a ansiedade de vitória ou as ondas de tsunami. A esperança de mudança ou revolta contra a situação presente em todos os sentidos impulsaram um ressentimento eleitoral não esperado. Em geral essas ondas são precedidas por manifestações de rua, protestos amplos, como aquele de 2013, ou uma campanha acirrada. Pouco disso aconteceu, com exceção que a revolta foi expressa nas urnas de forma silenciosa, ordeira e esperançosa.

Os vencedores desse campeonato eleitoral carregam com a vitória a responsabilidade de atender aos anseios dessa revolta política que foi expressa nas urnas. Só para lembrar, nas histórias políticas recentes, vários presidentes, como Macri e Macron,  foram eleitos nessas ondas de revolta e esperança. E o que sobrou deles? Mais revolta e menos esperança. O capital político foi gasto na governabilidade que não atendia aos anseios dos votos que ganharam nas eleições. Nos casos similares, só se mantiveram no poder  aqueles, como Orban na Hungria, que reduziram a pó o debate político, a oposição e a imprensa. 

E quais são esses desafios que o país enfrenta na sua governabilidade e que não estão tão visíveis como os aspectos macro-econômicos e fiscais?

Em primeiro lugar, nem todos os problemas do Brasil estão no Brasil. Fazemos parte de um mundo não só complexo mas, neste momento, complicado e no  qual a nossa influência é zero. Essa complexidade do mundo não determina só a nossa situação econômica e financeira mas sobre tudo a nossa segurança. Podemos não ser parte direta dos conflitos em curso, e os que estão sendo provocados pelos poderosos, mas somos colateral damage no melhor sentido da expressão.

E falando de segurança, é ilusão pensar que o problema está no Rio de Janeiro. Temos uma situação de criminalidade aterrorizante. De fato não sabemos quanto o crime cada vez mais organizado domina a política, a vida cotidiana, o negócios, o mundo religioso. E o Estado que está ai não dá conta dessa situação. Somos um país com uma população carcerária enorme, com crime mantendo territórios sob seu comando, corrupção dominando as relações entre estado e setor privado, um judiciário que não inspira confiança à população, fronteiras desguarnecidas , forças armadas se transformando em polícia, um novo ministério de segurança pública que ainda não está estruturado e mais e mais.

O episódio de conflito armado na semana passada entre policiais de Minas e de São Paulo em Juiz de Fora, numa “simples” troca de dólares por reais, é um caso emblemático da situação que vivemos. Qualquer filme sobre crime na Netflix é coisa para criança perto do que aconteceu em Minas. E é só a  ponta do iceberg da situação.

A agenda vai longe. Como oferecer à população mobilidade social. E aí começando com a criação de emprego. Além dos 30 milhões de descamisados que temos na linha abaixo da pobreza.

Os vencedores terão que agir, mostrar resultados não só para o mercado, que se ajeita, mas para os que os elegeram. A doutrina de gestão pública vai, num regime que continuar democrático, requerer mais do que só  palavra de ordem. E também só fé e esperança não serão suficientes. Eleição é um momento na política, governabilidade dura um mandato.

Monday, 15 October 2018

DOS CAVALHEIROS, MOSQUETEIROS E SENHORES DAS GERAIS


DOS CAVALHEIROS, MOSQUETEIROS E SENHORES DAS GERAIS

A morte repentina na semana passada dos um dos mais importantes analistas da política mineira e em especial das relações entre empresários e política, o professor doutor Otavio Dulci, a quem, como seu ex-colega de estudos presto homenagem, nos obriga ainda mais  a analisar melhor a atual situação política do Estado, segundo colégio eleitoral do país. Minas, o berço da vitória do segundo turno de Dilma nas eleições de 2013, contra um candidato também mineiro, a aliança entre o então senador José Alencar e Lula nos seus dois mandatos, sem a qual Lula nem se elegeria ou governaria eventualmente em conflito com o empresariado, se revolta na eleição deste ano e varre o PT do cenário regional e nacional com uma violência eleitoral assustadora.

O voto de protesto estourou a boca de urna e assustou o futuro. Os votos depositados querem mudanças estruturais na política regional e nacional. Aceitam  palavras de ordem, de progresso, de segurança e de um estado organizado, sem saber o que estão aceitando. Qualquer coisa que se prometa e que possa dar esperança de uma mudança é melhor do que o que aqui está.

Mas, como será a realidade de um futuro baseado em vácuo de um lado e de tantos fatos e atos de outro que numa normalidade democrática não seriam aceitos?

Relendo o livro de Heloisa Starling, Os Senhores das Gerais, que relata o papel da elite econômica mineira no golpe de 31 de marco de 1964, vê-se que não há como comparar com os dias de hoje. Através da via eleitoral, com a eventual vitória de Romeu Zema, o empresariado mineiro assume o poder político no estado. Ele, símbolo  de excelência empresarial na sucessão dos negócios da família, junto com mais três empresários de destaque cujos nomes contêm um M, formam um quarteto de mosqueteiros ou cavalheiros da esperança do novo desenvolvimento de Minas. E se Minas desenvolve, o Brasil também desenvolve.

Os princípios de gestão pública podem até incluir alguns princípios da gestão empresarial. Mas são duas  gestões com objetivos distintos e seus stakeholders, diferentes.  Vender aos eleitores  a promessa de gestão empresarial na gestão do estado, algo que nem Magalhaes Pinto  e nem José Alencar fizeram durante as suas carreiras políticas, pode custar caro ao Estado. E mais, achar que empresários que apoiam candidatos só têm interesse patriótico é renegar a história e ignorar  os ideais do empresariado. Os quatro cavalheiros da esperança, sob liderança do Zema, terão uma chance única de mostrar que a tese está errada, que o espírito público do empresariado mineiro ultrapassa os limites dos interesses pessoais e empresariais. Ou seja, que os cavalheiros da esperança não passarão a ser cavalheiros do apocalipse.

O novo governo, seja qual for, mas principalmente se for do Zema, vai precisar de uma aliança de todos para poder sanear o Estado e começar a fase de desenvolvimento. A política é feita de gestos, e sem dúvida a especulação que foi feita com as ações da CEMIG e o anúncio da vinda de Gustavo Franco, que contribuiu, quando no governo FHC, com a quebra da indústria mineira e hoje representa junto com Amoedo a dominação do setor financeiro na política, não ajudam a enxergar um futuro soberano e mineiro na essência para Minas. 

Minas não se pode dar mais ao luxo de ser um grande exemplo de atraso social e econômico do país, criando 15 bilionários  brasileiros. A esperança  das urnas gera responsabilidade dos senhores das gerais para mais do que isso.


Sunday, 7 October 2018

DA RESSACA DEMOCRÁTICA


DA RESSACA DEMOCRÁTICA

Quem ganhou, ganhou, quem perdeu, perdeu. As eleições são simples assim. Mas, nas deste ano, todas as análises no dia subsequente não têm a mínima importância. Não é por causa de segundos turnos, mas porque a complexidade criada no cenário político brasileiro após estas eleições só é superada pelo período pré-eleitoral. Esta transição que vivemos, de um modelo político distorcido para um novo modelo cujos contornos estão em formação, é um misto de incerteza, medo, receio e otimismo que  nos leva a mais incerteza.

Comecemos pela eleição de parlamentares  em todos os níveis, que representam tudo com exceção de alguma mudança no modelo político que nos trouxe para esta crise ao mesmo tempo política, econômica e sobretudo social. Nada mudou. E ninguém disfarça. As cabeças do desastre, de alianças espúrias, de cargos com porteiras fechadas para benefícios ditos partidários, mas na realidade pessoais, continuam no cenário parlamentar rindo na nossa cara, dizendo: o povo nos escolheu. Isso é democracia.

O povo brasileiro, do qual 30 milhões não tem emprego ou estão sub empregados, e com 11 milhões que ainda não sabem escrever e ler, sem falar nos que não têm agua, esgoto, moram em favelas e seus filhos não têm escola, é que elege. E esses políticos, na verdade, de boca cheia, falando de saúde, educação, e emprego, trabalharam nos últimos 16 anos para manter esse estado de coisas, para poder manipular e se re-eleger de novo. Nós não temos políticos falando de forma clara e honesta, forças políticas que têm nestes anos trabalhado para que diminua a ignorância do eleitor e aumente a sua inserção social. Quanto mais ignorante e dependente de ações sociais do estado permanece o eleitor, mais feliz fica o político no poder.

O paradoxo de nossas democracia também é a quantidade de candidatos. É espantoso seu cinismo, vendendo ao eleitor algodão doce que na hora de comer se transforma em jaca. E estarrecedora a falta de conhecimento dos reais problemas que os eleitores enfrentamos. Nesse mar de ignorância há exemplos de todos os tipos. E a maior delas todas é o deputado Tiririca, que ri na nossa cara dizendo que nos enganou porque, ao contrário do que havia anunciado, é candidato de novo e não vai renunciar a uma boca boa dessas de ser politico.

Quanto tempo o país aguenta esse modelo e se a divisão, com ódio crescente entre as classes sociais, que esta eleição provocou, vai  crescer, só os dias que vêm vão mostrar. Vamos precisar de muita paciência para que o segundo turno, que dizem ser uma nova eleição, talvez traga mais debates, mais projetos, mais discussões e um futuro menos sombrio. Não no final de contas dizem que Deus é brasileiro. Está na hora de acreditar nisso.

Sunday, 30 September 2018

DO PAÍS INGOVERNABLE


DO PAÍS INGOVERNABLE

Está passando no Netflix uma série sobre política mexicana chamada Ingovernable. Pura ficção, mas como toda ficção, tem fundo de verdade. O país tomado pelo narcotráfico, forças policiais corruptas, e por bandidos internacionais, está em guerra, sendo que mesmo realizando-se eleições nada muda, mas só piora para a população. Em resumo, as eleições por si só não são fator suficiente para as mudanças de que o país precisa. Esse mantra de aparência democrática, ou quase pseudo democracia, tem um elemento fundamental para que a democracia funcione: quem se elege. Quem é o vencedor das eleições e sua capacidade de governar.

Nas eleições de 7 de outubro tem um turno só  para deputados estaduais, federais e senadores.Com o acirramento da campanha presidencial, a escolha de parlamentares ficou, como raras vezes nas eleições anteriores, totalmente no segundo plano. Mas, o fato é que nenhum presidente ou governador pode, mesmo com a força que apresenta o nosso sistema presidencialista, fazer qualquer reforma ou avançar nas legislações sem o apoio do Congresso. Portanto, o desprezo por essa parte fundamental da eleição, juntamente com o  esfacelamento do sistema partidário, com um número inadministrável de partidos, é um dos grandes problemas do nosso sistema democrático.

A escolha do presidente da república apresenta um outro aspecto que confunde o eleitor e traz consequências graves para a gestão do país. Ideologia e ideias. Os candidatos estão se apresentando ao eleitor, ainda na suas maioria analfabeto e de baixa compreensão dos assuntos políticos, com ideias que assolam a sua cabeça, que são importantes sim, mas para as quais nenhum candidato diz com clareza que soluções pretende trazer.

Vamos ao emprego. Emprego quem cria são as empresas. E as empresas o criam com crescimento dos negócios e investimentos. E sobrevivem as empresas competitivas. Para serem competitivas precisam de ambiente macro econômico e político que as faz competitivas. Por exemplo, as relações de trabalho. Política fiscal. E previsibilidade legal.

Os dois candidatos mais competitivos para a presidência de república têm enviado mensagens tão confusas para o empresariado, que enfrenta um ambiente internacional de alta competitividade com mudanças tecnológicas, entre outras, que ninguém sabe o que esperar após 1º de  janeiro.

O nível de desesperança em que o país volte a crescer, entre os empresários que estão se agarrando como afogado num galho fraco numa correnteza, rezando para que o galho aguente e a água diminua , é de tal proporção que deixam de votar nos candidatos de centro porque os extremos estão cada vez mais próximos.

As perspectivas  pós eleitorais, mesmo com segundo turno, que serão definidas com a escolha do Congresso, são absolutamente desanimadoras. E pelo que estamos vendo, teremos mais quatro anos de velhas políticas, sem gente nova, até que surgem novas lideranças. Uma democracia brasileira, que renova as velhas ideias, práticas e hábitos e permite que seus políticos abusem de forma não impune, mas ungidos pelo sistema, pelo povo brasileiro. 

O país só pode ser feito de esperança e rico para aguentar tudo isso. Mas, e o povo, aguenta?

Monday, 24 September 2018

DA ENCRUZILHADA DAS EMPRESAS EM 2019


DA ENCRUZILHADA  DAS EMPRESAS EM 2019


Entre a cruz e a caldeirinha. Simples, esta é a situação eleitoral para as empresas e os empresários. Os projetos econômicos dos dois candidatos que estão na frente das pesquisas e a declarações dos seus principais economistas apontam  para duas certezas: a primeira diz que o tal de mercado (setor financeiro) continuará dando as cartas . Nesse capítulo, é interessante notar que as pesquisas divulgadas  por exemplo pelo Banco BTG, ou as palestras ali feitas pelos candidatos e seus economistas, despertam mais interesse e eventualmente credibilidade do que as feitas pelas instituições empresariais ou a mídia. E nenhum candidato, levando-se em consideração a crise que vivemos, tem força política para ignorar os pleitos, os interesses e o pseudo patriotismo do setor financeiro.

Por outro lado, tem empresariado que não pertence  ao tal mercado, aí incluídas também empresas cujo principal lucro é oriundo de engenharia financeira, e representa a absoluta maioria das empresas no Brasil. Estas empresas não têm nesta eleição nenhuma influência a não ser o voto individual dos empresários.

Os dois principais candidatos, na visão de hoje, Bolsonaro e Haddad, estão crescendo nas pesquisas devido a suas propostas populistas e não por causa de propostas que vão resolver a crise e fazer o país crescer. É o famoso paradigma exposto muitos anos atrás pelo cientista politico Fábio Reis, 8 ou 80: oito milhões de contribuintes de imposto de renda versus 80 milhões de não contribuintes, mas também eleitores. Os dois candidatos hoje representam uma clara tendência de que os eleitores contribuintes em escala maior podem eleger o presidente da república sem os votos dos contribuintes de maior poder aquisitivo.

E como os dois não precisam, devido à nova legislação, de financiamento empresarial, e têm os votos do povo, não precisam desse segmento da população que só aborrece os políticos, mas não tem, na avaliação deles,  potencial para eleger ninguém. Por outro lado, a flexibilidade política de interesses pessoais nas entidades representativas nacionais, como a CNT, que tem um ex-político mineiro como seu eterno presidente, ou a CNI, que apoia seu ex-presidente para governador em Pernambuco, que por sua vez apoia o PT, reduzem a base de interesse eleitoral para os candidatos. Bastam conchavos, não se precisa de programas e nem de  comprometimentos.

A grande preocupação é o que vai acontecer após  1° de janeiro. Se for o governo Haddad-Lula, incapaz de repetir A Carta aos Brasileiros e a aliança que foi representada por José Alencar, é uma situação. E se for Bolsonaro,  com Paulo Guedes metendo medo em todo mundo, sem ter projetos que, fora do mercado financeiro, inspirem confiança, é outra situação. E, em vista da situação  fiscal e cambial, nenhuma das propostas dos candidatos na ponta convence que o Brasil, através de fase de transição, rigor fiscal e gestão pública mais eficaz e transparente, vai chegar ao desenvolvimento. Serão medidas populares, confusas, sem respaldo do congresso, no qual não estamos prestando a atenção, que não levarão nem à estabilidade e nem ao desenvolvimento. Teremos a troca de meia dúzia por seis.

Ainda há tempo para que os candidatos percebam que sim, o empresariado não financeiro é eleitor importante, e, mais ainda, será ou não parceiro na governabilidade. Desprezar esse segmento do eleitorado vai custar muito ao governante e ao país.


Sunday, 16 September 2018

DO BRASIL E DOS CANDIDATOS QUE EU (NĀO) QUERO


DO BRASIL E DOS CANDIDATOS QUE EU (NĀO) QUERO

Para definir os candidatos que quero ou não, que vão me representar na liderança do meu Brasil, preciso definir que Brasil eu quero para mim, para meus co-cidadãos e, como se diz no popular, para meus filhos e netos . Que sonho tenho ou temos para este país, gigante adormecido?

Um Brasil democrático e uma economia de mercado, que oferece oportunidades para todos, com justiça social, é quase um consenso da sociedade. Desenvolvido para todos, com direitos para todos.

E como chegar lá, após um buraco profundo que temos na economia e na sociedade? Se não conseguir consertar essas mazelas centenárias, seja nas relações raciais, seja nas diferenças sociais e econômicas ou na absoluta quebra financeira do estado e nas relações federativas e mais e mais, nunca se vai chegar ao progresso, ou crescimento do país como um todo e, com isso, de cada cidadão.

No seu íntimo, na sua família e seus amigos , você tem que definir o que quer para este Brasil. Informações e análises não faltam, falta discernimento individual para as definições . Parte dessa decisão é emocional, mas as consequências não são emocionais, são racionalmente boas ou más para cada cidadão.

algumas características de candidatos que são comuns para todos. Uma é a vida pregressa, seja pessoal seja pública. Não existe essa de nada fez no passado, mas agora vai fazer. Todos nos temos uma história, e quando votamos temos que examinar bem os atos, opiniões e fatos dos candidatos. Provavelmente você já enfrentou situação simples de pequeno roubo no seu ambiente de negócios ou da família e pensou assim: se fez desta vez, vai fazer na próxima. Ou se não trabalha bem agora, não vai trabalhar no futuro. E mais: como vou saber se trabalha bem. Tem acesso a ele, há transparência?

Com os políticos toleramos tudo o que não toleramos na nossa vida privada ou profissional. Você contrataria alguém para o cargo de direção de sua empresa se ele tivesse um grave problema de caráter ou se tivesse feito coisas ilegais? Ou no emprego anterior, nada tivesse feito a não ser enrolar todo mundo? Jamais, porque você sabe que isso é um problema com certeza .

Mas, nas suas escolhas políticas você age de forma totalmente diferente. A onda de emoção leva-o a uma análise superficial, que lhe traz em seguida um resultado por alguns anos desastrado e acaba com tudo o que você fez a vida inteira.

Democracia é mais do que votar, é, principalmente para quem teve o privilegio de poder estudar e ser empresário, obrigação de votar de forma racional e acompanhar os políticos e suas políticas durante o mandato. O voto é um ato instantâneo, mas suas consequências duram a vida inteira.