DE ECONOMIA MINEIRA DE NOVO
César está nu.
Os mineiros rejeitaram nesta eleição o modelo político e econômico vigente. A página está virada, tempos novos, tempos diferentes. Pelo menos, é o que se espera.
E para a economia mineira, em decadência há décadas pelo modelo político em curso, agora chegou a última hora para, com apoio das urnas, mudar o modelo e fazer Minas crescer. O novo governo vai assumir o Estado na pior situação desde que Minas existe. E se não fizer uma due diligence da melhor qualidade para saber o tamanho da desgraça em que nos meteram, não poderá fazer um plano de recuperação e avanços. Portanto, não tem meia solução, não tem proteção ao passado, não pode ter dó, e nem cunhado a ser protegido, tem que levantar tudo nos menores detalhes para saber a real situação. Dezenas de anos se passaram em que dados e informações foram colocadas abaixo do tapete ou abaixo de terra para proteger a irresponsabilidade, interesses pessoais e políticos.
O governo novo não pode cair em tentação de fazer com pressa as mudanças e correções para atender à alta expectativa do eleitorado. E nem fazer nada de meia tigela. Ou faz direito e certo, ou nada vai adiantar. E o eleitorado terá que saber a real situação e ter confiança e paciência para que as mudanças sejam feitas. Estragos de dezenas de anos não serão corrigidos em meses, por isso a transparência na gestão é fundamental. O verdadeiro projeto de mudança será apresentado aos eleitores depois de saber o tamanho do buraco em que estamos. Então, esperar que os salários dos funcionários públicos melhorem já é uma ilusão sem fundamento. Não há dinheiro.
De um lado, rigor fiscal e de gestão do Estado, base para o desenvolvimento econômico.
De outro lado, organizar o desenvolvimento do Estado. Crescer com base em indústria subsidiada, vinda de fora do estado, mal gerida do ponto de vista ambiental, comércio ainda na fase analógica e com serviços, inclusive de engenharia, pendurados ainda na régua de cálculo e na Lava Jato, não vai dar mais.
Minas tem magníficos exemplos de capitalismo interno, que podem ser campeões de desenvolvimento. São empresas líderes no Brasil, como a Kroton na educação, MRV na construção civil, Localiza na área de serviços, Martins em logística, Centauro no comercio varejista, Sada em logística, Dom Cabral em educação executiva, e mais tantos outros que podem puxar a economia mineira. Temos que ter economia 4.0, estado 4.0, as melhores escolas do Brasil em todos os níveis, porque sem eles não vamos conseguir fazer leap frog. Temos que pular do estágio do século passado em que ainda estamos, para o século 21. E já.
Por outra parte, tem que reconhecer que o agro business é mais competitivo e menos privilegiado do que a indústria. Reconhecer que temos que ter empresas competitivas com um estado mais competitivo. E ainda entidades empresariais menos lobistas, menos reclamadoras de ações de governo e com projetos próprios de desenvolvimento de seu setor. O papel principal das entidades empresariais não é defesa setorial, não é ficar reclamando do governo, é ter programas conjuntos de desenvolvimento. Parceria. Parceria ativa e altiva.
Serão tempos de suor, lágrimas e sangue, mas que terão que valer os sacrifícios para a última chance de mudança que temos para entrar no século 21. Que não da para continuar, a eleição demostrou. Agora, implementar mudança exige muito mais do que um dia de voto.
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