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Tuesday, 30 June 2015

DA EXPORTAÇÃO SALVADORA

DA EXPORTAÇÃO SALVADORA Mais uma vez o governo brasileiro usa o expediente de lançar um plano nacional de exportação. Todos os governos antes deste já falaram que exportação é fundamental, que sem exportação não importamos e mais todas as verdades que existem nessa área. Em 1972, o Brasil fez um trabalho extraordinário para se apresentar como país exportador, inclusive participando, como este ano também, da Feira Mundial que estava sendo realizada em Bruxelas. O Brasil sempre exportou, mas exportou o que vieram comprar ou vêm comprar. E a exportação sempre foi um risco enorme para o empresário brasileiro ou a empresa estrangeira no Brasil, devido não só ao risco cambial como às mudanças de regras do jogo feitas pelos governos, e ele corre esse risco sozinho. Ser exportador no Brasil é um negócio de muito risco e de quase nenhum apoio. E além de estarmos envoltos na bandeira nacional com os dizeres Exportar é preciso, o fato é que mesmo esse plano, que por outro lado é necessário, não resolve problemas fundamentais do exportador brasileiro. O básico é regras claras, fixas e consensuais nas mudanças. Quando o governo se compromete, tem que cumprir e principalmente na parte de financiamento e benefícios fiscais concedidos. A conquista do mercado externo é um processo longo, trabalhoso e com muitos concorrentes, que tem condições muito mais favoráveis do que nós. Dois, tem que resolver os problemas de infra-estrutura. A sua eficiência e seus custos oneram os produtos brasileiros de tal maneira que tornam a exportação brasileira pouco competitiva. E, se a ordem é exportar, então todo o governo em primeiro lugar tem que se preparar para isso. A mão esquerda não sabe o que faz a mão direita. Os programas de ciência e tecnologia não estão coordenados com outros ministérios e muito menos os dos órgãos da fazenda com os demais. Exportar exige ser competitivo em todos os sentidos. E as empresas também tem que adotar a exportação como a sua estratégia de desenvolvimento a longo prazo. Aproveitar melhor a excelente rede que Itamaraty possui e usar menos a APEX para passeios no exterior e exigir de fato uma estratégia de promoção de exportações de quem tem algo a exportar. Claro que acordos comerciais e abertura de mercados fazem parte dessa estratégia, mas isso faz parte de uma política externa que não é show de senadores, do lado que for, na Venezuela. Stefan SALEJ 25.6.2015.

Monday, 29 June 2015

DAS FILAS E ORGANIZAÇÃO

DAS FILAS E DA ORGANIZAÇÃO Você quer tirar dinheiro no caixa automático. Uma fila de vinte pessoas num banco grande, privado, brasileiro, e só um caixa funcionando. Cinco em manutenção. Nenhum gerente para ajudar, explicar ou resolver. Isso não é da minha alçada. Pedir desculpas, nem pensar. A funcionaria da linha aérea, privada, nacional, toda solicita, fazendo o maior esforço para resolver os problemas, mas o sistema de computação não ajuda. E falta papel para imprimir, falta alguém para ajudar. Gerente para ajudar nem em retrato. E o povo xinga a coitada da funcionária que levantou às 4 horas da manhã para chegar no trabalho às seis horas, sorridente e linda, para servir os clientes. Almoço ou jantar bom, o garçom amável, mesmo empurrando o tempo todo vinho e mais vinho, como se você fosse o mais sério candidato a alcoólatra ou a ser preso por dirigir bêbado, mas o duro mesmo é receber a conta. Não há restaurante nesta terra brasileira, e todos são particulares, em que a conta não demore mais do que a comida. Até na padaria do Zezinho tem fila no caixa. Aliás, neste país, se quiser pagar, tem fila e mais fila. É a coisa mais dolorosa ser um bom pagador. E filas para pagar nos supermercados. Não tem um supermercado que tenha conseguido resolver o atendimento sem fila. E alguém já viu, além do preço remarcado, um gerente no supermercado? Sem falar das filas nos correios, nos guichês de serviços públicos. Estamos como na antiga União Soviética, onde tinha fila para tudo e o pessoal entrava na fila sem saber para que. Esquecemos os engarrafamentos, onde nunca aparece ninguém, nem um engenheiro de trânsito, a não ser autoridade apitadora para gritar com você e multar. Na área empresarial, já já vão culpar o governo ou pedir que o governo ou os deputados resolvam essas situações. Quem tem que resolver são os empresários, independentemente do tamanho do negócio. A hora é de se dedicar mais ao caixa e ao cliente. Mudar processos para atender melhor. Usar ferramentas de tecnologia disponíveis e mais contato pessoal com o seu negócio. Ser empresário é fundamentalmente cuidar do cliente. E bem, seu Zé! Senão, o seu concorrente vai fazer, se já não fez. STEFAN SALEJ Consultor internacional Ex Presidente da FIEMG e SEBRAE sbsalej@salej.com.br www.salej.com.br

Monday, 15 June 2015

DOS ACORDOS E DESACORDOS

DOS ACORDOS E DESACORDOS Enquanto terminava a reunião de 61 países da América Latina e Caribe e da União Europeia em Bruxelas, onde as declarações que sim, mas que não, mas que temos interesse e somos parceiros, mas acordo comercial ou ainda mais amplo entre o MERCOSUL e a União Europeia ainda não, porque todos entendem e ninguém sabe porque, os 27 países da África anunciaram que começaram a negociação para um acordo comercial de zona livre naquele continente. E os países do Leste Asiático ou da costa do Pacífico continuam as negociações de um acordo de livre comércio. E a mesma União Europeia, que não quer, dizendo que a culpa é dos sul-americanos, fazer acordo de livre comércio com o MERCOSUL, está fazendo um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. E há mais acordos regionais e sub-regionais se formando no mundo inteiro, ao mesmo tempo em que a Organização Mundial de Comércio, a OMC, faz 20 vinte e, sob a liderança de um brasileiro, procura seu rumo perdido em um acordo de facilitação do comércio chamado Doha. O mundo do comércio internacional não é uma selva, mas uma coisa organizada ou sob regras gerais como as da Conferencia das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, a UNCTAD, ou da própria OMC. Ou melhor ainda, os países parceiros se unem, como foi o caso da União Europeia, UE, ou do Acordo de Livre Comércio da América do Norte, NAFTA, entre Estados Unidos, Canadá e México. Ou, no nosso caso, o MERCOSUL, que é hoje em dia um caso clássico de como um acordo desanda, não funciona, trava e em vez de fortalecer as econômicas dos países e suas alianças, só consegue piorar, e sem perspectiva de resolver alguma coisa. Nossas exportações, que são a parte visceral da nossas economia, têm a sua perspectiva incerta em função dessas alianças, como por exemplo agora a africana, das quais nos estamos fora. São acordos e alianças que facilitam o comercio além do de base, como de indústria e serviços competitivos, e com alta produtividade e inovação. Só com a promoção comercial, regiamente paga à APEX pelas empresas, não vai ser suficiente para aumentar o nosso comércio exterior. Os acordos individuais com alguns países considerados bons clientes, como Angola e Moçambique, podem ajudar um pouco, mas também não serão suficiente. E agora José, para onde, com quem vamos fazer business? Enquanto se espera que o governo se pronuncie, nada mal se os empresários forem ouvidos e se fizer um esforço comum para atingirmos as metas. No caso do, MERCOSUL, todo mundo fala, diz, mas ninguém se entende ao ponto de resolver e avançar. Stefan Salej 11.6.2015.

Sunday, 7 June 2015

DO MUNDO NO MEU QUINTAL

DO MUNDO NO MEU QUINTAL Um alemão acorda, toma café Minas, vai trabalhar e o produto que produz vai para o Brasil, chega em casa, tira o sapato e coloca uma sandália Havaiana e come um suculento e bom bife de carne brasileira . Aí você também acorda, toma um café Minas, come um pão de queijo que pode encontrar também nos Estados Unidos, vai trabalhar e também produz minério de ferro que vai para China, café que vai pelo mundo inteiro, cria boi e frango que são apreciados em todos os países do mundo, e usa do mesmo jeito sandália Havaiana, como em tantos outros países. Mas, a televisão tanto a do alemão como a sua, é japonesa, sul-coreana ou holandesa. Os carros são japoneses, alemães, americanos, sul-coreanos. E os celulares são na sua absoluta maioria feitos na China, hoje a maior potência industrial do planeta. Mesmo que as marcas sejam norte-americanas ou européias, os produtos são feitos na China. Vivemos em um mundo cada vez mais integrado do ponto de vista da fabricação e dos produtos que oferece. Não tem nenhum lugar, por mais remoto que seja, deste planeta, em que os seus habitantes não tenham acesso pelo menos a um produto, na maioria das vezes é Coca Cola, que não seja de origem estrangeira. Sem falar na TV, que nos traz instantaneamente as notícias do mundo inteiro. Afundou um navio na China, você tem todas as notícias em português na hora, como se tivesse acontecendo aí na esquina. O mundo esta na sua casa, no seu quintal, no seu negócio, no seu emprego. Não adianta fugir, mas, como se integrar para se beneficiar desse movimento? Primeiro, como empresário, estudar bem em que isso afeta seu negócio. Por exemplo, na área de comercio de café, a maioria das empresas, e suas marcas famosas de café no Brasil, são estrangeiras. Elas que querem importar café do Peru e Vietnã para misturar com cafés brasileiros para aumentar seus ganhos. Elas tem um forca maior de negociação na compra e na venda, impondo suas condições. O mesmo vale para o trigo o que afeta o preço do pão e assim por diante. O mundo é um só e você faz parte dele. E nele mandam os mais fortes. Seja um deles! Stefan SALEJ Consultor Internacional Ex -Presidente da FIEMG e SEBRAE Minas www.salej.com.br

Thursday, 4 June 2015

DAS UNIÕES DA EUROPA E AMÉRICA LATINA

Das uniões da Europa e América Latina Na semana vindoura estarão reunidos em Bruxelas 60 chefes de Estados e Governos da União Européia (UE) e América Latina e Caribe, CELAC. O resultado, à parte das conversas bilaterais, será uma repetitiva declaração final e um plano de ação. Os dois documentos são muito parecidos com os das últimas reuniões em Madrid e Santiago do Chile. Mesmo que o título do encontro deste ano seja mais pomposo, "Fazendo o nosso futuro comum: trabalhando por uma sociedade prospera, coesiva e sustentável para os nossos cidadãos ", o resultado não será muito diferente. Aliás, fora da meia dúzia de burocratas da área de relações internacionais, está difícil de compreender o que nós querem dizer com este título tão complexo. Mas, olhemos primeiro como está a União Européia neste momento. Mesmo com a nova direção do Conselho da UE e da Comissão, que é o braço executivo da União Européia, os problemas, como a guerra na Ucrânia, a enorme pressão dos imigrantes ilegais vindos da África para Europa e a crise financeira grega, continuam. A América Latina e o Caribe não são prioridade para nenhum país da União Européia. O que eles não querem são imigrantes latino-americanos, não querem nenhuma insegurança pairando sobre seus investimentos e muito menos qualquer ameaça às suas exportações para os mercados latino-americanos. Em resumo, continuamos amigos, desde que os negócios prosperem. Do outro lado do oceano Atlântico, o eixo de aliança do continente, mesmo com certo desagrado, mudou. Com o descongelamento das relações entre os arqui-inimigos, Estados Unidos e Cuba, as coisas ficaram diferentes. Os Estados Unidos estão se aproximando da América Latina e sim, consideram o continente uma das prioridades da sua política externa. E além dos norte-americanos, ainda tem os chineses, que passaram por aqui fazendo alianças e investimentos que deixam os europeus no chinelo. Como se não bastasse esse retrato por si só, pintado com cores nada alegres, tem ainda a crise latino-americana, que também não ajuda. A Venezuela, que lidera o ranking de todos os problemas que vão desde as atitudes antidemocráticas do seu governo até o desrespeito total à carta de direitos humanos das Nações Unidas, devem muito aos países europeus. E parece que não vão pagar nada nos próximos anos. Tem o eterno enfant terrible, a Argentina, que também não honra seus compromissos e ainda ameaça com discussão sobre a soberania das Ilhas Malvinas. O Brasil está em crise econômica e certamente o fluxo de dividendos que iam para Europa, dos investimentos feitos aqui, secou. A instabilidade ronda alguns países da América Central ao mesmo tempo em que pelo menos continuam estáveis a Colômbia e o Peru. Mas, como um todo, o continente não é mais o preferido para os investimentos, inclusive porque os preços das matérias primas e produtos agrícolas que exporta caíram muito. Os dois continentes falam muito, dizem pouco e não conseguem nem fazer acordos de comércio que aumentem o comércio. Portanto, está na hora de mudança ou então sairá mais uma declaração que ninguém entendeu e nem pretende aplicar. Stefan Salej 4.6.2015.

Monday, 1 June 2015

DO MEDO DO FUTURO

Do medo do futuro Nesta hora de descrença total no país, desde o futebol, que nos deixou a amargura da derrota no final da Copa, há um ano, até as instituições, sem falar nos partidos e nos políticos, nas empresas públicas e não sei mais o quê. Estamos descrentes de tudo e de todos e todas. E pior: estamos descrentes do nosso próprio país, do Brasil. Primeiro, essa descrença e o medo que se criou com o desemprego, o aumento de preços quase que diários de tudo, e em especial dos bens comuns, como a água que falta, a energia que sobe meteoricamente, e a comida, não deixa de ter a razão de ser. As pessoas se assustam e o susto tem seus fundamentos. E só melhora quando de fato melhora. Segundo, nem tudo está tão ruim como parece e nem tudo está um desastre total. Há, mesmo nesse pantanal de corrupção e de más notícias, uma serie de coisas boas que estão acontecendo no país. E talvez acontecem até perto de você, na sua cidade, na sua vizinhança, no seu estado. Não adianta listar essas coisas boas porque, se elas não acontecem para você, não beneficiam você, não melhoram a sua vida e a da sua família, de nada adianta. Você tem que virar a página da desgraça e do pessimismo e enxergar um futuro próprio, melhor. Mesmo com as dificuldades crescendo e, junto, o pessimismo, o fato é que alguns podem até achar uma oportunidade no exterior, mas a absoluta maioria vai continuar não só no país como na sua cidade, e vai ter que se virar por muitos anos para ter uma vida melhor. Esse medo que o presente gera, com muita propriedade, não pode provocar um medo do futuro de tal maneira que você não veja uma perspectiva de melhorar seus serviços, produtos, conhecimento, e não vá a luta. O medo de hoje não pode paralisar a sua empresa, seu negócio , sua família. O Brasil é um país onde ainda existem inúmeras oportunidades e é um pais que oferece mais possibilidades de crescimento do que a maioria dos países do mundo. Depende menos dos políticos, e depende mais de você. Um bom exemplo disso foi o Belo Horizonte Start up industry weekend organizado pelo Centro Cappe no último fim de semana. Participaram dezenas de jovens, e até uns mais experientes, estudando como colocar produtos absolutamente inovadores no mercado global. Ninguém parecia assustado com a política, a corrupção e outras mazelas diárias. Há pessoas que pensam fora do quadrado no qual você mesmo se coloca sem saber. Pule fora para o seu bem! Stefan Salej Consultor internacional, ex-Presidente da FIEMG e do SEBRAE Minas Presidente da Salej Desenvolvimento Empresarial A nossa experiência para o seu sucesso

Saturday, 30 May 2015

DA BH INTERNATIONAL

De BH International Na evolução dos tempos, a forma clássica urbana às vezes muda mais ou menos. O núcleo urbano das cidades históricas, seja de Roma ou Ouro Preto, muda pouco na forma, mas muito no conteúdo. E o com avanço das tecnologias, e em especial de transportes, mudam também as populações das cidades. Os visitantes, dependendo do lugar, podem ultrapassar em muito a população local. E mais: os visitantes não são os únicos que mudam o conteúdo urbano. As manifestações culturais e a vinda de empresas estrangeiras mudam esse conteúdo para o bem e para o mal. Mais para o bem do que para o mal. Em resumo, o mundo está nas nossas casas, ruas, avenidas, teatros, restaurantes, escolas, na vida diária e permanente. Essa internacionalização pode ser dar como em Jericoacoara, no Ceará, descoberta por turistas europeus por acaso e em seguida colonizada e conquistada, ou como em Conceição do Mato, por invasão bilionária de um investimento na área de mineração. Na marra e alegria se refez a cidade e a nova vida nela independente em muito da vontade local. Internacionalizou-se a fórceps e agora tem que esperar o que vai dar de bom para a população local até uma quinta geração, para ver. Há uma internacionalização que aumenta principalmente com os conflitos e a miséria. A vinda desregrada e descontrolada de haitianos buscando pão e água em um país rico como o Brasil, além da paz, com uma violência diferente e mais aceitável do que a que eles experimentam no seu próprio país. Internacionalizam-se a vizinhança, o mercado de trabalho e a cultura. A chamada internacionalização das cidades tem também um outra vertente, que é fazer parte de crescimento sustentável da própria cidade. Há que se sintetizar inúmeros aspectos, e não só os econômicos e empresariais, e incluí-los no conjunto de variáveis que fazem a cidade e a sua população ficarem mais felizes, mais prósperas e com melhores perspectivas de crescimento. São poucas as cidades no mundo que fizeram da variável internacional o seu eixo de desenvolvimento social e econômico. Rodam muitos planos que se reduzem à melhoria do conhecimento de línguas estrangeiras nas boates e similares ou que enxergam no turismo o alfa e omega de internacionalização. Eventualmente, criam slogans e símbolos e em seguida morrem com um evento maior. Difícil nestes projetos integrados é ainda usar a inteligência local. Aproveitar a experiência externa é mais do que válido, mas são raros os casos de liderança local.No marasmo do inverno intelectual que está passando pelas alterosas, o plano BH International liderado pela centenária Associação Comercial de Minas e com base técnica da nossa melhor escola de negócios, a Fundação Dom Cabral, é exatamente um exemplo de um plano para gerar um movimento de desenvolvimento. Agora, mesmo se só foi feito por alguns, deve ser também abraçado por todos. Aliás, quem não participar, seja como entidade, seja como político ou cidadão, vai ficar por fora de uma bela oportunidade de fazer bem. E muito bem. Stefan Salej 29.5.2015.