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Sunday, 3 January 2021

DA EUROPA RENOVADA E DO REINO UNIDO ILHADO

DA EUROPA RENOVADA E DO REINO UNIDO ILHADO O incrível e esperado, a saída do Reno Unido da União Europeia, aconteceu. Ao contrário do que os analistas brasileiros propagam, a União Europeia saiu fortalecida e o Reino Unido, enfraquecido. Os últimos acontecimentos no velho continente demonstraram que a forca da união prevaleceu sobre o isolacionismo britânico. Primeiro, o acordo que as duas partes fizeram, resumido em mais de 1500 paginas inicias (ainda ha vários assuntos para serem acertados), foi da maneira que a UE queria, e não a que a Grã-Bretanha queria impor aos seus 27 países membros. Segundo, ficou claro para os críticos conservadores e separatistas, como Marine Le Pen na França, os extremistas na Holanda e Suécia, mas também para os governos da Polônia e da Hungria, que prevaleceu o projeto comum que fortalece os governos e não o que pregavam os separatistas britânicos aliados a Trump, que via nessa separação a chance de destruir e enfraquecer a União Europeia. Terceiro, as últimas ações da chefe da Comissão Europeia, mostraram a capacidade de reagir da comunidade, ímpar e inesperada para os leigos em política internacional. A Europa enfrentou a epidemia de Covid 19 unida e com soluções que nenhuma outra comunidade de países deu. Centralizou a distribuição de vacinas e, com todas as diferenças regionais, está conseguindo vacinar a sua população. Fez um acordo de investimentos com China, exemplar em termos de cooperação, dizendo claramente que não se submete à pressão e interesses dos Estados Unidos nas relações econômicas de interesse dos seus estados membros. Colocou a economia verde como mola mestra do seu desenvolvimento, além de ter estabelecido um fundo de 750 bilhões de euros para apoiar o renascimento de suas economias em função da crise de Covid 19. E, independentemente do governo Trump, continua negociando um acordo comercial com Estados Unidos, ao mesmo tempo em que mantem uma politica de mão de ferro sobre os subsídios americanos a indústria aeronáutica e um maior controle sobre gigantes tecnológicos. O Reino Unido saiu enfraquecido dessa equação, mas ainda não se sabe quanto. Não está sozinho na ilha, ainda tem um país membro da UE por lá, a Irlanda. Em períodos diferentes da história, a ilha era mantida por um império que não existe mais. Hoje tem que encontrar um modo diferente de conviver com o mundo. O modelo mudou e a arrogância imperial britânica e seus políticos não o perceberam e nem estão dispostos conviver com a nova realidade. Também há uma ilusão de que vão florescer acordos comerciais entre o ex-império britânico e outros países. Primeiramente, qualquer acordo que fizerem terá como base o acordo que foi feito com a UE. Depois, o Reino Unido representa um mercado bem menor, mesmo que ainda importante, do que representava em um conjunto onde a sua voz era ouvida, respeitada e muitas vezes imposta. Em relação ao Brasil, estamos diante de uma UE fortalecida, que vai se comportar na ratificação do acordo com o Mercosul diferentemente do que na negociação. Os valores democráticos e as responsabilidades globais, em especial na área de meio ambiente, serão reforçados. A ilusão de que o Mercosul pode fazer uma acordo com o Reino Unido deve ser descartada. Por pior que seja um acordo com a UE, nenhum acordo com os britânicos equilibra ou substitui a vantagem de associação com o bloco europeu. E o acordo entre os dois blocos também só foi possível devido à saída de Grã Bretanha da UE. Por que? Por causa das Malvinas e da Argentina. Então, fazer um acordo separado entre o Mercosul e os britânicos requer primeiro o reconhecimento territorial das Malvinas pelas partes. O Reino Unido hoje não passa de um leão velho, rugindo, mas sem dentes para sequer atacar alguém. Alias, esse processo de envelhecimento está em curso já há um século e não terminou. Em compensação a Europa, velha, se rejuvenesceu e fortaleceu. Stefan Salej Coordenador adjunto GACINT IRI USP Vice Presidente Coscex Conselho de comercio exterior FIESP Presidente Cluster 5G Brasil

Tuesday, 24 November 2020

10 dec 2020 | Vabilo/Invitation: GLOBALNO POSLOVNO SLOVENSTVO, SODELOVANJE IN RAZVOJ | GLOBAL SLOVENIAN BUSINESS, COOPERATION AND DEVELOPMENT Spoštovani, SLOVENSKA POSLOVNA GLOBALNA POVEZAVA (SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK – SGBN) vas vljudno vabi na virtualno poslovno srečanje, ki bo potekalo dne 10. decembra, med 17:00 - 20:00 po srednjeevropskem času (CET). Osrednja tema dogodka bo GLOBALNO POSLOVNO SLOVENSTVO, SODELOVANJE IN RAZVOJ, z namenom povezovanja slovenskih poslovnežev in poslovnic po svetu in izmenjavo poslovnih možnosti. Naš glavni pokrovitelj dogodka je Urad Vlade Republike Slovenije za Slovence v zamejstvu in po svetu; dogodek pripravljamo v partnerstvu z Ministrstvom za zunanje zadeve. Za dogodek je potrebna REGISTRACIJA (brezplačna). Poslovno srečanje bo vodil Dr. Štefan Bogdan Barenboim Šalej, vodja projekta SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK. V nadaljevanju programa sledijo številni zanimivi govorci in govornice: o Janez Janša, Predsednik vlade Republike Slovenije - TBC o N. E. dr. Helena Jaklitsch, Ministrica za Slovence v zamejstvu in po svetu o N. E. mag. Iztok Grmek, Veleposlanik, Generalni direktor Direktorata za gospodarsko in javno diplomacijo o Dr. Zvone Žigon, Vodja sektorja za Slovence po svetu o Dr. Boris Pleskovič, Predsednik SSK (Svetovni Slovenski Kongres) o Kristi Hodak, Predsednica Društvo VTIS o Vasko Berden, Predsednik ZITex in Ernest Žejn, Podpredsednik ZITex o Dr. Jure Knez, Predsednik SBC (Slovenian Business Club) Slovenska društva, poslovneži in poslovnice: o Avstralija: Mateya Slobodnik, Članica upravnega odbora Slovensko Avstralske gospodarske zbornice - TBC o Avstrija: Feliks Wieser, Podpredsednik Slovenske gospodarske zveze v Celovcu o Argentina: Hernán Zupan, Častni konzul Republike Slovenije v Buenos Airesu; HZ Group o Belgija: Vladimir Dobosch, CEO IPTE (Integrated Production and Test Engineering) o Brazilija: Matjaž Cokan, Predsednik Slobraz (Gospodarska zbornica Slovenija-Brazilija) o Francija: Dr. Tatjana Dumas-Rodica, Častna konzulka Republike Slovenije v Franciji o Italija: Andrej Šik, Direktor SDGZ Trst o Izrael: Dr. Peter Ahčin, Zasebni svetovalec o Kanada: Janez Hlebanja, Predsednik Omni Surfaces o Nemčija: Dr. Ing. Albin Doberšek, Ustanovitelj in lastnik Engineering Dobersek GmbH o Portugalska: Mateja Kisovec Marques, Ustanoviteljica in lastnica LOOK.SOS in podpredcednica AICI Portugal o Združene države Amerike: Andrej Nabergoj, Ustanovitelj Reach Mob Inc. in WEF Young leader o Združene države Amerike: Jurček Žmauc, Predsednik SABA (Slovenian American Business Association) Za dogodek je potrebna REGISTRACIJA (brezplačna). Srečanje bo potekalo v slovenskem in angleškem jeziku. Veselimo se srečanja z vami. Veleposlanik Aljaž Gosnar Dr. Peter Kraljič Dr. Štefan Bogdan Barenboim Šalej SLOVENSKA GLOBALNA POSLOVNA POVEZAVA Organizator dogodka: SLOVENSKA POSLOVNA GLOBALNA POVEZAVA (SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK – SGBN): Naš cilj je povezovati slovenske poslovneže in poslovnice v tujini, vzpodbujati sodelovanje in izmenjavo poslovnih možnosti. Ne glede na to, ali ste podjetnik oz. podjetnica ali izkušen/izkušena vodja, upamo, da bo članstvo v skupini pripomoglo k navezovanju novih stikov, odpiranju poslovnih priložnosti ter spoznavanju slovenskega talenta širom po svetu. Pridružite se nam v LinkedIn skupini in spremljajte nas na YouTube kanalu. Dear all, SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK – SGBN is cordially inviting you to the on-line business meeting, which will take place on the 10th of December 2020 between 5pm and 8pm Central European Time (CET). The main theme of the event will be GLOBAL SLOVENIAN BUSINESS, COOPERATION AND DEVELOPMENT, with the purpose of connecting Slovenian business diaspora and encouraging cooperation and exchange of business opportunities. The main sponsor of the event is the Government Office of the Republic of Slovenia for Slovenians Abroad; our partner at the event is also the Ministry of foreign affairs. Please REGISTER for free. The business meeting will be held by Dr Štefan Bogdan Barenboim Šalej, Head of SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK. We have a great line-up of speakers at the event: o Janez Janša, Prime Minister of Slovenia - TBC o H. E. Dr Helena Jaklitsch, Minister for Slovenians Abroad o H. E. Iztok Grmek MA, Ambassador, General Director of the Directorate for Economic and Public Diplomacy o Dr Zvone Žigon, Head of division for Slovenians in the World o Dr Boris Pleskovič, President of SSK (Slovenian World Congress) o Kristi Hodak, President of Društvo VTIS o Vasko Berden, President of ZITex and Ernest Žejn, Vice president of ZITex o Dr Jure Knez, President of SBC (Slovenian Business Club) Slovenian business organizations and business community: o Australia: Mateya Slobodnik, Board member of Slovenian Australian Chamber of Commerce - TBC o Austria: Feliks Wieser, Vice president of Slovenian economic association in Klagenfurt o Argentina: Hernán Zupan, Honorary Consul of Slovenia in Buenos Aires; HZ Group o Belgium: Vladimir Dobosch, CEO of IPTE (Integrated Production and Test Engineering) o Brazil: Matjaž Cokan, President of Slobraz (Chamber of Commerce Slovenia - Brazil) o France: Dr Tatjana Dumas-Rodica, Honorary Consul of Slovenia in France o Italia: Andrej Šik, Director of SDGZ Trieste o Israel: Dr Peter Ahčin, Private Consultant o Canada: Janez Hlebanja, President of Omni Surfaces o Germany: Dr Ing. Albin Doberšek, Founder and owner of Engineering Dobersek GmbH o Portugal: Mateja Kisovec Marques, Founder and owner of LOOK.SOS and Vice president of AICI Portugal o United States of America: Andrej Nabergoj, Founder of Reach Mob Inc. and WEF Young leader o United States of America: Jurček Žmauc, President of SABA (Slovenian American Business Association) Please REGISTER for free. The official language of the event is Slovene and English. We look forward to seeing you in December. Ambassador Aljaž Gosnar Dr Peter Kraljič Dr Štefan Bogdan Barenboim Šalej SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK Organizer of the event: SLOVENIAN GLOBAL BUSINESS NETWORK – SGBN: We want to connect Slovenian business diaspora and expats and encourage cooperation and exchange of business opportunities. Whether you’re a young entrepreneur or a seasoned executive, we hope this group will help you grow your network, open new business opportunities and get to know Slovenian talent around the world. Join us at LinkedIn Group and follow us at YouTube Channel.

Friday, 23 October 2020

5 G :A ESCOLHA DE SOFIA

5 G : A ESCOLHA DE SOFIA No tsunami de informações e contrainformações sobre a implementação da conectividade 5 G no Brasil, nenhuma escolha será fácil e ao agrado de todos. Sāo poucas as decisões na história do Brasil tão impactantes para o seu futuro como esta da implementação da tecnologia 5 G. Mas a decisão mais importante já foi tomada: o Brasil vai implementar a conectividade agora. Para que, como perguntou o professor Ary Plonski da USP, e por que, pergunta de outro professor da USP, Moacyr Martucci. Eis a questão. Alias, a USP fundou um think tank específico para a implementação de 5 G no Brasil. Há uma resposta só a essas perguntas: para desenvolver o Brasil. Para fazer um leapfrog em todos os campos, fundamental para o país deixar de ser o do futuro para construir o futuro. Essa tecnologia, que será mais visível no celular, que mais de 230 milhões de brasileiros carregam, é transformadora de todas as atividades sociais e econômicas. É uma mudança de paradigma de um tamanho que ainda não foi avaliado devidamente nem pelo governo e nem pelos outros atores. No momento, estamos assistindo, mais do que o necessário, a uma briga internacional. As duas potências, e nossos parceiros econômicos importantes, querem trazer a sua disputa incontrolada para o Brasil e nos envolver nos seus interesses, sem levar em conta os nossos. É simplesmente estrondoso ver os representantes do governo dos Estados Unidos, doze dias antes das eleições em seu país, vir para cá e exigir que o Brasil bloqueie a tecnologia chinesa. O fato é que o Brasil, através do CPQD de Campinas, da POLI da USP, do INATEL de Santa Rita de Sapucai, desenvolveu mais tecnologia de 5 G do que os Estados Unidos. Outro fato é que nenhum diplomata sério discute algo relevante com alguém que tem grande chance não estar no governo daqui a dez dias. E terceiro, alguém pode oferecer um bilhão de dólares de compensação se não comprar equipamento chinês, se não produz o equipamento? Legalmente, isso é viável nos Estados Unidos, ou é um jogo de mídia? A questão da segurança de redes 5 G existe. Mas, essa questão é antiga e ninguém deve esquecer o ocorrido no governo Dilma, quando descobriram que os EUA espionavam o nosso governo. No Brasil temos inclusive órgãos, tanto no Ministério da Defesa como na área de inteligência, que sabem lidar com isso. Ou, como diria Millor Fernandes, não sabem. Mas, no futuro é fácil resolver isso: estabelecer um laboratório de verificação de equipamentos e software aplicado às redes de 5 G. Só não pode ser no INMETRO, que precisa de dois anos para aprovar uma tomada elétrica e não tem nenhuma estrutura para isso. Alias, é interessante observar que, nos EUA, um grupo de amigos do Trump, Rivada, está tentando de todo jeito obter vantagens extraordinárias na implementação de redes privadas junto ao Departamento de Defesa. Aí fica a pergunta, se eles não estão oferecendo vantagens para Brasil com endereço certo, ou seja, não para eliminar os chineses, mas essencialmente para beneficiar Trump e seus amigos. Aliás, se ele não estiver na Casa Branca, por que não fazer negócios num país amigo onde ainda não têm negócios? O fato é que quem tiver acesso a dados gerados pela conectividade 5 G tem bom domínio do mercado. Se alguém possui dados sobre sementes, e dados subsequentes das safras e logística, manipula o mercado. Disso não ha dúvida. Quanto à tecnologia especifica de um ou outro país, é grande mentira de players internacionais que só eles tem a tecnologia. 5G, segundo o professor Martucci, é 80 software e 20 % hardware. E as instituições de pesquisa e a indústria brasileira podem ser competitivas no fornecimento dessas tecnologias. Em especial na área do agro, onde ninguém no mundo tem tanta pesquisa como o Brasil. A nova conectividade oferece inúmeras oportunidades para a inovação, start-up, desenvolvedores de start-up e criação de um Cluster 5 G. A decisão que governo vai ter que tomar nāo será fácil. Será uma escolha de Sofia em termos geopolíticos, mas não há dúvida de que a escolha em termos de oportunidade de desenvolvimento está tomada e não vai esperar o governo. A sociedade não vai esperar porque não pode. E não vai implementar o que for do interesse de seja quem for, mas do interesse nacional.

Saturday, 17 October 2020

O debate sobre futuro uso de tecnologia 5G esta fervendo.Todos os interessados em vender sejam telefones moveis ou servicos, tem opiniao que os beneficia. Inclusive a questao basica é se BRasil vai aproveitar essa nova tecnologia para fazer leapfrogging, ou seja pular as etapas de desenvolvimento ou nao. Na USP, a melhor universidade brasileira, treis unidades se reuniram, INstituto de estudos avancados, INstituto de relacoes internacionais e POLI, Escola de engenharia e formamaram TTI5GBR, THink tank de implementacao de 5 G no BRasil. JÁ foram realizadas dois debates ultimo vai ai https://youtu.be/enUQ9Ta-kEQ de excelente nivel para voce formar sua propria opiniao.

Monday, 6 July 2020

É A EDUCAÇÃO, ESTÚPIDO

É A EDUCAÇÃO, ESTÚPIDO Neste bendito Brasil, há sempre e em todos os lugares um comentário de que o povo brasileiro não tem educação. E que todas as nossas mazelas têm origem na falta de educação do povo. Bem, primeiro cabe perguntar quem é o povo e definir o que é a educação. Que certo segmento do povo tem demonstrado uma educação bem própria, está comprovado no vídeo da Val Marchionni com a Bia Doria, primeira dama de São Paulo. Ali não tem nada de novo, mas é um padrão de comportamento, e não de educação que estamos falando. Comportamento respeitoso faz parte de educação. Nesta epidemia, uma parte da população pertencente à classe da Val, tem demonstrado um desdém com os demais segmentos da sociedade brasileira que é assustador. Epidemia é para pobre, e o rico não precisa usar nem mascara, nem respeitar os outros. Esse tipo de comportamento, independe de educação formal, depende de educação que chamávamos antigamente “de casa”. E ele não está restrito a uso de mascaras, ao desdém com o vírus, mas impregna também o comportamento empresarial e social, como um todo, das pessoas. Ainda bem que a maioria empresarial não é composta por valetes dorianas e que tem feito um trabalho formidável na área social. Se não fosse assim, e prevalecendo os e as valetes, a situação seria bem pior. E para ter honra e respeito, o certificado não é dinheiro, mas caráter. Tem ou não tem. Mas, por que o brasileiro não tem educação, eis a questão. De um lado, muitos avanços foram feitos com programas de alfabetização, melhorias na qualidade de ensino e sua expansão. Há sim um esforço no país, mas sobre tudo há na sociedade brasileira uma consciência cristalina de que a mobilidade social passa por educação. Você só progride na vida com conhecimento. Mas, mesmo assim o grau de penetração de oportunidades de educação na sociedade brasileira e sua qualidade em geral (veja sobre isso os estudos do Prof. Simon Schwartzman), não são satisfatórios. Em qualquer pesquisa que fizer, a educação está em primeiro lugar como preocupação de qualquer brasileiro. E por que não avançamos mais? Simples, porque fora de palavras e mais palavras de todos os governos e de todos políticos, a educação na prática nunca foi prioridade. Do JK, foram estradas e energia, do FHC , foi consolidação da estabilidade monetária com o Plano Real, dos militares, foi dominar a estudantada rebelde, e no governo do Lula, foi dar oportunidade de diploma universitário, através do setor privado virando bilionário, e da expansão do sistema federal de ensino, empobrecendo o que existia e piorando a qualidade. Sem falar do desastre do Ciência sem Fronteiras, cuja ideia, ainda da época do FHC, foi mal gerida e administrada, enriquecendo as universidades privadas no exterior e vendendo ilusão de conhecimento ao estudante brasileiro. E chegamos aos dias de hoje. Sem comentários. Mas, há uma conclusão clara: o maior crime, além dos milhares de mortos pela gestão da pandemia, é a oportunidade perdida para uma geração inteira na área da educação. Isso vai ter consequências gravíssimas não só na área social, mas também na área econômica, que na reestruturação pos-covid vai precisar de mais e mais pessoas capacitadas para trabalhar. A pandemia piora sim e em muito as possibilidades de gestão na área. Mas, justamente, uma situação de crise exige uma gestão ainda melhor. Em todos os níveis do sistema educacional, claro com algumas exceções honrosas, estamos vivendo um desastre pior do que a Covid-19. Esse vírus da inépcia na área se alastra há dezenas de anos e só piora e piora. Não custa lembrar que a Imperatriz Maria Thereza da Áustria editou uma Lei escolar em 1792, que foi a base até hoje de um sistema escolar eficaz e eficiente. Os portugueses, como bons colonizadores, não queriam um povo educado. Mas, também já se passaram 200 anos que eles foram embora, e os nossos governantes continuam querendo ter um povo mal formado e pouco educado. Se todos estamos de acordo em que a educação é primeira, segunda e terceira prioridade nacional, então espera-se que a sociedade expresse isso. Não cabe dizer, antes que seja tarde, porque tarde já é. Parafraseando James Carville, estrategista da campanha de Clinton, (It’s economy, stupid), É a educação, estupido . Stefan Salej

Monday, 1 June 2020

PORQUE ???????

POR QUE???? A humanidade progride através de soluções para as crises que enfrenta. E a administração das crises é indispensável para formatar o nosso futuro. Mas, sem dúvida, é fundamental saber o que aconteceu e porque aconteceu. Que estamos vivendo em tempos complexos, com milhares de mortes provocadas pelo coronavirus, todo mundo sabe. Mas, é absolutamente necessário, para podermos saber como viver o nosso futuro, entender porque e como isso aconteceu. Qual a raiz e qual a origem do problema. Impressionante é que num século em que a predominância da tecnologia foi mais rápida do que nos séculos passados, numa sociedade tão sofisticada, a pandemia tenha sido uma surpresa. Surpresa para quem, cara pálida? Para o cidadão comum, sim, mas para os governos, com seus aparatos de inteligência, pesquisa e tecnologia, é inacreditável. A velocidade da infecção e a sua extensão surpreenderam o mundo inteiro, mas até agora só se sabe que o vírus começou a se espalhar na China. Aliás, os chineses reagem com um violência desproporcional a qualquer discussão sobre a origem do vírus. Podem reagir quanto quiserem, mas o fato é que ele veio da China. E o mais impressionante na história é que as sociedades tão poderosas e ricas como os países que compõem o Grupo dos 7, das mais ricas economias, estavam totalmente despreparadas para evitar a morte de milhares dos seus cidadãos. Conclui-se que de nada adianta todo o poderio militar, econômico, tecnológico, financeiro, politico de um país como os Estados Unidos, se um miserável vírus vindo da China mata mais de 100 mil dos seus habitantes em 3 meses e desemprega 40 milhões. Sem falar dos outros países. O fato é que os políticos que nos governam não estavam preparados para enfrentar esta crise. E até muito recentemente nem os pesquisadores estavam prestando atenção a este vírus. Até dezembro do ano, passado nenhum país destinou verbas para a pesquisa do coronavirus. E a conclusão é que nenhum país estava preparado para esta pandemia. Às vezes se tem a impressão de que estávamos mais preparados para uma invasão de marcianos ou de discos voadores do que para uma pandemia desta proporção. E claro que os governos, que já andavam mal e perturbavam o mundo com suas políticas, só podiam reagir da forma que sabiam reagir e como reagiam a tudo o que acontecia: mal. Os milhões de desempregados e milhares de mortes surpreenderam os governantes pelo mundo afora. E aí vem a discussão (ou melhor, a ação) do papel dos governos. Para os governos que estavam em crise, a pandemia só piora a situação. Mesmo para os que estavam em uma situação melhor, há uma piora da situação econômica e social. Na absoluta maioria dos casos, os líderes políticos estão lidando bem mal com a crise, e as mortes em número maior podem ser sim debitadas a eles. E aí vale a pena lembrar a gestão nas empresas, que também de repente não sabe como reagir a uma nova situação. Em resumo, a crise mostrou todas as vulnerabilidades, seja dos países ou das empresas. Da noite para o dia, sem piedade. E assim, estamos perante uma nova realidade completamente diferente da que vivíamos até agora. E esta realidade, para a qual temos que nos adaptar e com ela construir o futuro, deve começar com a resposta a por que e como isso aconteceu. Não vamos ter tempo para discutir isso daqui a 100 anos, como estamos fazendo com análises da gripe espanhola. Porque se não soubermos as origens, não poderemos evitar os desastres futuros. Para começar, os chineses podem espernear, gritar, ameaçar, fazer o que quiserem, mas o fato é foi que lá que começou a pandemia. E se quiserem ter a credibilidade do mundo, têm que ajudar a desvendar o mistério da origem do vírus. A solução da crise ampla e irrestrita que a pandemia provocou, num país como o Brasil, é mais difícil e complexa do que em algumas outras partes do mundo. A brutal realidade sócio-econômica do país, escondida abaixo do tapete, apareceu com uma tal força que permitiu que os líderes políticos passassem a fazer o que lhes interessa: aumentar o poder politico para garantir seu futuro, sem sequer saber qual o futuro que o país pode ter. O papel dos governos mudou de uma hora para a outra. A economia de mercado, que dominava a gestão do estado, cedeu a prioridade a soluções sociais, sejam elas de cunho econômico ou social. Ou os dois. Não é só o problema da mortalidade das pessoas, das empresas, dos empregos, são todos juntos. E isso leva à mudança do modelo de gestão, da economia de mercado para um modelo social para qual o governo não estava preparado e não quer estar preparado. Mudou tudo. Os empregos não só desaparecem como estão transformando radicalmente o seu desenho existente até agora. Porque as empresas, em todos os setores, não serão mais iguais. E os empregos são consequência dos modelos que as empresas adotam. O uso de tecnologias será mais intenso e o consumo será diferente. E o que vamos fazer com milhões de sub-empregados, sem perspectiva de um emprego de subsistência? No Brasil, esse lumpenempresariat, economia informal e as vezes empreendedora, representa mais de 100 milhões de pessoas, que se contrapõem a 30 milhões de empregados com carteira assinada . Neste mundo diferente que estamos enfrentando e no qual vamos viver, os problemas que encontraremos serão diferentes do passado. Na área de políticas públicas, a negligencia com saúde pública, que de um lado nos deixa sobreviver com TBC, Zica, dengue, AIDS etc., terá que mudar. De que adianta estarmos indo para Marte e a Lua, se um Covid19 derruba o mundo em que vivemos. Erramos em identificar as prioridades da nossa geração, com escolha erradas dos políticos que nos guiam e administram nossos países. E esse erro está custando milhões de vidas . E as soluções para isso residem em fortalecer as sociedades democráticas e não o contrário, como alguns estão fazendo, destruindo-as. O mundo experimentou durante a Segunda Guerra Mundial o combate contra o nazismo através da manutenção firme de sociedades democráticas que, como o Reino Unido e os Estados Unidos, venceram os países do Eixo. Mas, também naquela época, como agora, desprezou-se o perigo do nazismo, que não só matou seis milhões de judeus, mas ainda milhões de pessoas, e os países só reagiram quanto eles foram ameaçados, sem entender que a ameaça a um era a guerra a todos. Assim, vamos agora enfrentar de forma abrangente a questão da solidariedade e cooperação. De um lado, temos o individualismo de salvar a si próprio, salvar a sua família, seu emprego, sua existência, e, de outro lado, sem uma solidária ação em comunidade, nada vamos salvar. Ou seja, nem do ponto de vista médico, procurando vacina ou outro meio para resolver o problema de saúde, nem do ponto de vista social e econômico, faremos isso sozinhos. A solidariedade, e em especial com um governo despreparado e no melhor caminho para destruir ao invés de construir, será fundamental, inclusive no plano internacional. Ninguém vai resolver nada sozinho. A questão da sobrevivência, da vida, se coloca com mais veemência perante a nossa geração. Nós temos que ter a responsabilidade, como sociedade, de resolver bem, porque senão a pergunta que vem é, haverá outra geração? Nossa responsabilidade, inclusive em dialogar, como cidadãos, com os políticos que nos guiam (esperemos que não para a morte, mas para a vida) é enorme. Uma sociedade que escolhe a morte como normal não sobrevive. A vida tem seu curso normal e nenhum governante tem direito de nos impor seu encurtamento pelos seus interesses ou os dos grupos, sejam econômicos ou outros, que representa. O Brasil tem na sua herança cultural, diversidade e extensão, com riquezas naturais, uma extraordinária oportunidade de se reorganizar, de firmar seu futuro, com responsabilidade de suas elites políticas, porque o povo sempre foi maravilhoso, trabalhador e acima de tudo, brasileiro. À vida. L’Chaim.