DA HISTÓRIA, LEU E NĀO COMPREENDEU
Os debates que vão afetar a nossa vida hoje e amanhã, e a de nossos filhos e netos, estão em curso. Para começar, o debate sobre a previdência. O projeto está sendo debatido no Congresso pelos ilustres deputados e os responsáveis pelo projeto na área econômica do governo, começando pelo próprio Ministro da Economia, debatem e debatem e explicam e explicam. Mas, você entendeu? Você sabe como isso vai afetar a vida da sua família, dos seus filhos, dos seus funcionários? Tem certeza que você entendeu a mudança?
Porque, que tem que fazer essa reforma, disso todos já estamos convencidos. Nos convenceram que se não fizer a reforma, não temos futuro. E que as distorções que existem não podem mais existir. Mas, que as que estão existindo no judiciário, em polícias militares do estados e entre os parlamentares, essas sim continuam para os que as têm e só vão mudar no futuro. E esse trilhão que tem que economizar ? Quanto dele vai dos seu bolso ou do bolso daquele que tem uma aposentadoria hoje de 200 mil?
No fundo, o que estão propondo é uma mudança de modelo de contribuição, que não afeta só as aposentadorias, mas afeta todo o sistema econômico. Porque com o novo sistema os recursos arrecadados serão investidos pelos fundos de investimentos nas atividades produtivas. Ou seja, vão investir onde terá mais rendimento.
Aí, se a competitividade da economia como um todo, o chamado custo Brasil, não for estimulada, vai investir onde? Em especulação e não em produção, como tem acontecido até hoje como os grande fundos de previdência privada. Veja como quebraram no governos do PT os fundos de previdência do Banco do Brasil e dos Correios. Então, saber nesta reforma como serão geridos esses recursos, por quem e sob que regras, é absolutamente fundamental.
Fazer reforma de previdência é um dos passos de reformar toda a economia, mas ela tem que ser acompanhada por outras reformas como a tributária, do judiciário e também a política. E claro, por um projeto de reestruturação da infraestrutura e educação do país.
O processo tem que ter início, meio e fim. E tem que estar claro onde chegamos e quando. Os próprios deputados debatem muito em Brasília, aliás como sempre concorrendo com o STF em espetáculos quase que grotescos na TV, mas pouco com seus eleitores. E está difícil de entender o linguajar quase que debochado dos superministros e secretários dizendo que tudo está claro e quem não entendeu, lamento, não entendeu a sabedoria divina deles.
Se os deputados e senadores ficarem discutindo só em Brasília, em um debate sem plano de mudanças econômicas, e não basta dizer cinco slogans de credo liberal, as medidas, mesmo que aprovadas, não terão legitimidade na implementação. E aí corremos o risco de mudanças mal feitas e não concluídas, que podem levar a um desastre argentino.