DAS ELEIÇÕES NA TERRA DO TIO SAM
Mal saímos do segundo turno das eleições municipais, com troca de insultos da melhor qualidade, e dívidas de campanha que ninguém sabe de onde vai sair dinheiro, e já estamos no final de uma eleição que não é nossa, mas não deixa de nos afetar. As eleições presidenciais e para o legislativo nos Estados Unidos são importantes e fundamentais para o nosso futuro. Não vamos exagerar e dizer que "para onde vão Estados Unidos, vai o Brasil", mas que o resultado das eleições no irmão do norte (se podemos chamar os Estados Unidos de país irmão) nos afeta profundamente, afeta.
Primeiro, nos Estados Unidos há o maior contingente de brasileiros no exterior. Então as políticas de imigração, sejam para os imigrantes ilegais ou legais, são de fundamental interesse para nós. As cidades como Catas Altas, Governador Valadares e outras vivem praticamente do dinheiro enviado pelos brasileiros trabalhando lá. E muitos deles são ilegais para o governo norte-americano, independentemente de quem for eleito. E mais, se a economia norte-americana americana vai mal, então, os trabalhadores, e em especial os estrangeiros, vão pior.
Esse aspecto econômico, ou seja a recuperação econômica dos Estados Unidos, tem muito a ver com a nossa economia. Se no novo governo os juros nos Estados Unidos aumentarem, isso afeta não só o endividamento do governo federal e estadual, que tem dívidas em dólar, mas também das empresas que se endividaram muito porque os juros eram baixos. E já que falamos em dólar, se ele se mantiver valorizado, forte, nossas exportações são beneficiadas, porque aí a importação fica mais barata. Mas, dólar valorizado também afeta o valor do real.
O mercado norte-americano que, dependendo de novos rumos da economia, pode ficar mais protegido do que está, é fundamental para as exportações brasileiras. E mais: os investimentos dos Estados Unidos são fundamentais para Brasil. Apesar de que hoje estamos todos encantados com o dinheiro chinês, são as empresas norte-americanas que mantêm os empregos e a competitividade da indústria brasileira. E, entre elas, há que se destacar agora a Fiat Chrysler, que deixou de ser italiana para ser um gigante da indústria automobilística norte-americana.
Sempre é bom esperar o que vai acontecer após as eleições, não só quem vai ganhar, mas se vai ter a maioria parlamentar para governar. Mas, seja como for, as incertezas eleitorais são grandes e elas se juntam às nossas incertezas. Portanto, agora é hora de espera para ver o que acontece.