DA PAZ NO ORIENTE MÉDIO E SHIMON PERES
A morte do Shimon Peres, ex-Primeiro-Ministro de Israel, várias vezes ministro, inclusive de Relações Exteriores, Presidente do país e Prêmio Nobel da Paz, traz reflexões profundas a respeito não só de seu papel na política israelense mas mundial, e especialmente do Oriente Médio.
Nascido na hoje Bielorrússia, emigrou com a família, ainda jovem, para a terra ocupada pelo britânicos. Lutou pela independência de Israel e foi considerado um dos pais fundadores do país. Da luta de resistência para estadista, o caminho foi longo, árduo e persistente. Foi aluno de Ben Gurion, pai do estado de Israel, companheiro de Golda Meir e Yitzhak Rabin, tragicamente assassinado e ganhador junto com ele do Prêmio Nobel da Paz.
Peres é mundialmente identificado pelo seu esforço pela promoção de paz na região e em especial pela costura diplomática dos chamados acordos de Oslo, assinados também pelo então líder palestino Yasser Arafat. Até o último dia da sua vida, lutou pelas paz na região, mesmo sendo pouco compreendido nos últimos tempos, tanto pelos políticos israelenses no poder, como pelos radicais árabes. O seu sucessor na presidência do pais, apesar de ser um homem digno, tem posições políticas a respeito da paz entre israelenses e árabes totalmente contrarias às de Peres. Mas nunca desistiu na sua luta.
Provavelmente, a face menos conhecida do Shimon Peres seria a de visionário e realizador de sonhos na construção de Israel. Ele tinha visão clara de qual Israel queria e como construir o país. Aí a construção da paz passa a ser um componente importante, mas o fundamental era consolidar na opinião dele Israel como um país de conhecimento e tecnologia, através da educação. Implementar os valores básicos de judaísmo, o povo do livro, na construção do país. Ele foi fundador da indústria aeronáutica, IAI, hoje grande disseminador de tecnologia mais avançada da área no mundo. Foi pai do programa nuclear israelense, que permitiu não a construção de bombas nucleares (sempre negado pelo Israel), mas a absorção do uso pacífico da energia nuclear na medicina e na agricultura. E além disso, de forma discreta e eficaz, estruturou o sistema de segurança e defesa de Israel, que permitiu que o país sobreviva como democracia no meio de 33 países basicamente contrários à sua existência.
Foi-se o homem, ficou a visão e a construção dessa visão. Foi se um dos últimos lideres do século passado, mas depende dos atuais lideres o aprendizado dessas lições. Pela extensão das condolências e presenças no enterro em Jerusalém, alguma reflexão para o bem da humanidade deve ter ficado. Essa seria a melhor homenagem que se poderia prestar a ele.
Stefan Salej
politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Thursday 29 September 2016
DA PAZ NO ORIENTE MÉDIO E SHIMON PERES
Sunday 25 September 2016
DO ENSINO MEDIO MEDÍOCRE
DO ENSINO MEDIO MEDÍOCRE
Doutor, por que meu filho, depois de terminar o curso primário, pode carregar um revolver, trabalhar para traficantes e não ir para escola e arrumar emprego?
Essa pergunta emblemática de uma mãe ao candidato a deputado federal está sem resposta até hoje. Na região em que a família mora havia cinco escolas primárias com boa qualidade de ensino. E para ir para colégio, tinha que pegar dois ônibus (cadê dinheiro para isso) e a capacidade de receber os alunos era de para cada 5 alunos de primário, 1 para o curso médio.
A reforma proposta na semana passada pelo Ministério da Educação é resultado de uma discussão sem fim dos especialistas, que se arrastava e não chegava a lugar algum. É positivo que o governo Temer lance a discussão sobre um tema que interessa a todos e desvia a atenção dos processos de corrupção e das medidas econômico-fiscais que não consegue aprovar. Se medida provisória é a maneira certa para aprovar a proposta, há divergências. Mas, este Congresso é capaz de discutir algum tema e chegar a alguma conclusão que é de interesse da nação, como a reforma educacional? Duvido.
Na discussão sobre o tema, que independentemente de sua promulgação, será longa e quente, há alguns pontos a considerar. Um é o tempo integral, com ajuda do governo federal aos estados de 2 mil reais por aluno. Primeiro, para tempo integral precisa-se de instalações, professores, e há que organizar o tempo integral de estudos e atividades. Dois, os estados estão quebrados para investir, começando pelos investimentos em professores, cujos salários em media são miseráveis. Então como fazer essa reforma com a União sem dinheiro e Estados sem recursos?
Em seguida, temos que pensar em um currículo que permita continuar estudos e empregabilidade. Mas, os que geram a empregabilidade foram consultados sobre o currículo? O sistema S tem especialistas em educação que podem colaborar ? Ou seja, de quais profissionais vamos precisar para qual estrutura econômica? Se 50 % da nossa economia é agro, então o que esse setor tem a dizer? Espalhamos dezenas de universidades, públicas e privadas, e elas, estão integradas nessa reforma? Cada estado tem suas características e, esse debate, está sendo feito nos estados pelas assembléias legislativas, governos, técnicos e a sociedade?
Com centenas de perguntas sem respostas, o trem tem que andar, mas com rumo e prumo. Para avaliar quanto vale a educação para nós, único caminho que leva ao desenvolvimento, é só olhar para os debates dos candidatos nestas eleições municipais, onde em lugar nenhum há qualquer proposta realizável e inovadora. A educação lamentavelmente não é prioridade da nossa sociedade. Pode ser que essa brusca proposta, onde mais tempo se perde discutindo se vamos ter educação artística e esportes (porque só conseguimos enxergar isso, mas nada mais além), comece um debate tardio porém absolutamente necessário.
Doutor, por que meu filho, depois de terminar o curso primário, pode carregar um revolver, trabalhar para traficantes e não ir para escola e arrumar emprego?
Essa pergunta emblemática de uma mãe ao candidato a deputado federal está sem resposta até hoje. Na região em que a família mora havia cinco escolas primárias com boa qualidade de ensino. E para ir para colégio, tinha que pegar dois ônibus (cadê dinheiro para isso) e a capacidade de receber os alunos era de para cada 5 alunos de primário, 1 para o curso médio.
A reforma proposta na semana passada pelo Ministério da Educação é resultado de uma discussão sem fim dos especialistas, que se arrastava e não chegava a lugar algum. É positivo que o governo Temer lance a discussão sobre um tema que interessa a todos e desvia a atenção dos processos de corrupção e das medidas econômico-fiscais que não consegue aprovar. Se medida provisória é a maneira certa para aprovar a proposta, há divergências. Mas, este Congresso é capaz de discutir algum tema e chegar a alguma conclusão que é de interesse da nação, como a reforma educacional? Duvido.
Na discussão sobre o tema, que independentemente de sua promulgação, será longa e quente, há alguns pontos a considerar. Um é o tempo integral, com ajuda do governo federal aos estados de 2 mil reais por aluno. Primeiro, para tempo integral precisa-se de instalações, professores, e há que organizar o tempo integral de estudos e atividades. Dois, os estados estão quebrados para investir, começando pelos investimentos em professores, cujos salários em media são miseráveis. Então como fazer essa reforma com a União sem dinheiro e Estados sem recursos?
Em seguida, temos que pensar em um currículo que permita continuar estudos e empregabilidade. Mas, os que geram a empregabilidade foram consultados sobre o currículo? O sistema S tem especialistas em educação que podem colaborar ? Ou seja, de quais profissionais vamos precisar para qual estrutura econômica? Se 50 % da nossa economia é agro, então o que esse setor tem a dizer? Espalhamos dezenas de universidades, públicas e privadas, e elas, estão integradas nessa reforma? Cada estado tem suas características e, esse debate, está sendo feito nos estados pelas assembléias legislativas, governos, técnicos e a sociedade?
Com centenas de perguntas sem respostas, o trem tem que andar, mas com rumo e prumo. Para avaliar quanto vale a educação para nós, único caminho que leva ao desenvolvimento, é só olhar para os debates dos candidatos nestas eleições municipais, onde em lugar nenhum há qualquer proposta realizável e inovadora. A educação lamentavelmente não é prioridade da nossa sociedade. Pode ser que essa brusca proposta, onde mais tempo se perde discutindo se vamos ter educação artística e esportes (porque só conseguimos enxergar isso, mas nada mais além), comece um debate tardio porém absolutamente necessário.
Friday 23 September 2016
DA VOLATILIDADE BRASILEIRA
DA VOLATILIDADE BRASILEIRA
A famosa frase do banqueiro e político mineiro Magalhaes Pinto, que a política é como nuvem: você olha agora, e daqui a pouco a nuvem já muda de forma, se aplica hoje também à economia. Se você não consegue identificar as formas e conteúdo da atuação política (lembre-se do que aconteceu no Congresso na segunda-feira passada, com a votação inesperada de anistia sobre caixa 2 para campanhas eleitorais), você também tem dificuldade em identificar as tendências na economia. No final de contas, a política e economia são irmãos siameses: com caras diferentes vivem no mesmo tronco, no mesmo corpo, que se chama país.
Então, como você vai convencer os investidores (e aí não há diferença entre os nacionais e estrangeiros) em investir, se não enxergam linhas mestras de mudanças políticas e, consequentemente, econômicas. Dos três poderes, legislativo, judiciário, e executivo, o legislativo nada muda até a próxima eleição. As mesmas caras, o mesmo fisiologismo, as mesmas ideias. O judiciário pesado, independente e renovado, com uma geração tecnicamente mais preparada, não consegue, sob o peso das leis que o legislativo lhe impõe, aplicar justiça com rapidez e sempre mais isenção. E o executivo, que acha que reunir um conselho de comunicação, dizendo que este é o problema central do governo, ao invés de reunir melhores as cabeças do mundo para encontrarmos juntos soluções para problemas econômicos. Em resumo, todos trabalhando pelo bem de um Brasil diferente do não coerente e nem solidário.
Toda essa situação só reduz o preço das concessões em nível federal. Alias, a política de concessões, é politica subsidiaria dos objetivos econômicos de uma gestão não só transparente mas eficaz do ponto de vista social e econômico. E isso inclui o papel do estado como gestor. As concessões baseadas nas benesses do Estado e não no capital privado tem futuro curto. Veja o caso do aeroporto de Natal. A concessionária está pedindo ressarcimento de 1 bilhão de reais (aproximadamente 300 milhões de dólares) do governo porque o negócio não saiu como planejado (ou prometido). Então, que risco o investidor privado tem?As concessionarias das estradas, que se endividam em dólares, querem a proteção com a volatilidade cambial! Eu também quero, porque a diferença quem paga é o contribuinte.
A grande questão até as próximas eleições é se vamos ter um uma política econômica que mantenha um rumo no crescimento, ou os políticos que são a nuvem que muda a cada minuto vão transferir essa volatilidade ainda mais para a economia. Esperar que a economia cresça com políticos não cumprindo seu papel de estabilidade no rumo de economia, é sonho de uma noite de verão. Palavras, palavras, gestos, sem ações correspondentes, não vão trazer capital e nem fazer ele acreditar, mesmo com toda esperança, que há um rumo. E aí, esperar até as eleições de 2018 para mudar de 2019 em diante, é jogar o país para um buraco do qual só vai sair em 2040. E olha lá!
A famosa frase do banqueiro e político mineiro Magalhaes Pinto, que a política é como nuvem: você olha agora, e daqui a pouco a nuvem já muda de forma, se aplica hoje também à economia. Se você não consegue identificar as formas e conteúdo da atuação política (lembre-se do que aconteceu no Congresso na segunda-feira passada, com a votação inesperada de anistia sobre caixa 2 para campanhas eleitorais), você também tem dificuldade em identificar as tendências na economia. No final de contas, a política e economia são irmãos siameses: com caras diferentes vivem no mesmo tronco, no mesmo corpo, que se chama país.
Então, como você vai convencer os investidores (e aí não há diferença entre os nacionais e estrangeiros) em investir, se não enxergam linhas mestras de mudanças políticas e, consequentemente, econômicas. Dos três poderes, legislativo, judiciário, e executivo, o legislativo nada muda até a próxima eleição. As mesmas caras, o mesmo fisiologismo, as mesmas ideias. O judiciário pesado, independente e renovado, com uma geração tecnicamente mais preparada, não consegue, sob o peso das leis que o legislativo lhe impõe, aplicar justiça com rapidez e sempre mais isenção. E o executivo, que acha que reunir um conselho de comunicação, dizendo que este é o problema central do governo, ao invés de reunir melhores as cabeças do mundo para encontrarmos juntos soluções para problemas econômicos. Em resumo, todos trabalhando pelo bem de um Brasil diferente do não coerente e nem solidário.
Toda essa situação só reduz o preço das concessões em nível federal. Alias, a política de concessões, é politica subsidiaria dos objetivos econômicos de uma gestão não só transparente mas eficaz do ponto de vista social e econômico. E isso inclui o papel do estado como gestor. As concessões baseadas nas benesses do Estado e não no capital privado tem futuro curto. Veja o caso do aeroporto de Natal. A concessionária está pedindo ressarcimento de 1 bilhão de reais (aproximadamente 300 milhões de dólares) do governo porque o negócio não saiu como planejado (ou prometido). Então, que risco o investidor privado tem?As concessionarias das estradas, que se endividam em dólares, querem a proteção com a volatilidade cambial! Eu também quero, porque a diferença quem paga é o contribuinte.
A grande questão até as próximas eleições é se vamos ter um uma política econômica que mantenha um rumo no crescimento, ou os políticos que são a nuvem que muda a cada minuto vão transferir essa volatilidade ainda mais para a economia. Esperar que a economia cresça com políticos não cumprindo seu papel de estabilidade no rumo de economia, é sonho de uma noite de verão. Palavras, palavras, gestos, sem ações correspondentes, não vão trazer capital e nem fazer ele acreditar, mesmo com toda esperança, que há um rumo. E aí, esperar até as eleições de 2018 para mudar de 2019 em diante, é jogar o país para um buraco do qual só vai sair em 2040. E olha lá!
Sunday 18 September 2016
DE COOPERAR NOS TEMPOS DA CRISE
DE COOPERAR NOS TEMPOS DA CRISE
Se for verdade que mineiro só é solidário no câncer, temos mais um problema de enorme grandeza e importância a resolver. Porque é nos tempos de crise, tempos de tempestades e dificuldades que a solidariedade e a cooperação são mais necessárias do que em tempos de paz e bonança. Alias, é nos tempos difíceis que o caráter das pessoas aflora e mostra seu lado mais bonito, ou mais obscuro.
E que estamos vivendo tempo difíceis, mesmo com alguns políticos nos dizendo que a tempestade está passando, não ha dúvida alguma. Só os números de desempregados, que hoje correspondem oficialmente a 12 milhões de pessoas ( o úmero equivalente dos desempregados na grande crise dos Estados Unidos na década de 20), já assusta. E quem assiste essas famílias? Quais são os programas, por exemplo de entidades sócias do empresariado, como o SESI, para o qual eles contribuíram enquanto estavam empregados? O mais visível pode ser o trabalho dos clubes de serviços como o Rotary e o Lions, muito ativos especialmente, no interior do Estado.
Além da área social de solidariedade, onde as diversas religiões também têm seu papel importante, temos a cooperação entre as empresas e entidades econômicas como um dos elementos mais importantes para atravessarmos a crise. Na área de entidade de classe, onde os objetivos de bem estar empresarial unem todos, os projetos comuns para dialogar com governos e políticos são mais do que necessários. Torna-se fundamental inclusive a percepção de interdependência de setores econômicos e sua integração para conseguir melhores resultados. Por exemplo, a indústria de máquinas agrícolas só vai bem se a agricultura for bem. E se a agricultura for bem, o comercio vai melhor. Simples.
No nível de empresas , no mundo de hoje não há mais espaço para isolamento e o tamanho também conta. As empresas que ontem eram concorrentes hoje devem trabalhar juntas para enfrentar os concorrentes maiores, mais capitalizados e mais competitivos. Tem que dialogar, achar meios de cooperar para sobreviver e crescer. Assim podem ser também reativadas cooperativas ou consórcios de compras, o que reduz o custo de compra, estoque, e preços. Podem ser formados consórcios de vendas, em especial para exportação. Há muitos anos atrás, o setor elétrico do estado formou um consórcio, com ajuda do então CEAG, de exportação, que alavancou vendas no exterior cujos resultados são vistos até hoje.
Até na hora da dispensa de funcionários podem se fazer ofertas simples, como o funcionário que você dispensa pode ser muito necessário no seu vizinho.
É preciso pensar e agir de forma solidária, com resultados concretos, para que no vendaval que estamos passando as empresas se fortaleçam e não desapareçam.
Se for verdade que mineiro só é solidário no câncer, temos mais um problema de enorme grandeza e importância a resolver. Porque é nos tempos de crise, tempos de tempestades e dificuldades que a solidariedade e a cooperação são mais necessárias do que em tempos de paz e bonança. Alias, é nos tempos difíceis que o caráter das pessoas aflora e mostra seu lado mais bonito, ou mais obscuro.
E que estamos vivendo tempo difíceis, mesmo com alguns políticos nos dizendo que a tempestade está passando, não ha dúvida alguma. Só os números de desempregados, que hoje correspondem oficialmente a 12 milhões de pessoas ( o úmero equivalente dos desempregados na grande crise dos Estados Unidos na década de 20), já assusta. E quem assiste essas famílias? Quais são os programas, por exemplo de entidades sócias do empresariado, como o SESI, para o qual eles contribuíram enquanto estavam empregados? O mais visível pode ser o trabalho dos clubes de serviços como o Rotary e o Lions, muito ativos especialmente, no interior do Estado.
Além da área social de solidariedade, onde as diversas religiões também têm seu papel importante, temos a cooperação entre as empresas e entidades econômicas como um dos elementos mais importantes para atravessarmos a crise. Na área de entidade de classe, onde os objetivos de bem estar empresarial unem todos, os projetos comuns para dialogar com governos e políticos são mais do que necessários. Torna-se fundamental inclusive a percepção de interdependência de setores econômicos e sua integração para conseguir melhores resultados. Por exemplo, a indústria de máquinas agrícolas só vai bem se a agricultura for bem. E se a agricultura for bem, o comercio vai melhor. Simples.
No nível de empresas , no mundo de hoje não há mais espaço para isolamento e o tamanho também conta. As empresas que ontem eram concorrentes hoje devem trabalhar juntas para enfrentar os concorrentes maiores, mais capitalizados e mais competitivos. Tem que dialogar, achar meios de cooperar para sobreviver e crescer. Assim podem ser também reativadas cooperativas ou consórcios de compras, o que reduz o custo de compra, estoque, e preços. Podem ser formados consórcios de vendas, em especial para exportação. Há muitos anos atrás, o setor elétrico do estado formou um consórcio, com ajuda do então CEAG, de exportação, que alavancou vendas no exterior cujos resultados são vistos até hoje.
Até na hora da dispensa de funcionários podem se fazer ofertas simples, como o funcionário que você dispensa pode ser muito necessário no seu vizinho.
É preciso pensar e agir de forma solidária, com resultados concretos, para que no vendaval que estamos passando as empresas se fortaleçam e não desapareçam.
Friday 16 September 2016
DAS NAÇÕES UNIDAS
DAS NAÇÕES UNIDAS
A temporada nova-iorquina da política brasileira começou. Após a viagem à China e à participação na reunião dos chefes de estados e de governos do grupo denominado G 20, o Presidente Temer e seu entourage vão a Nova Iorque para a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. E por tradição é o representante brasileiro que abre a sessão que reúne 194 estados deste planeta. O número é menor do que o que compõe, por exemplo, a FIFA ou o Comitê Olímpico Internacional. Na FIFA são membros, entre outros, o País de Gales, que nas Nações Unidas é representado pelo Reino Unido. Mas, isso são detalhes da política internacional, composta por um quebra-cabeça bem complexo e difícil de compreender.
O mundo de hoje, e que estará presente na ONU, continua com seus conflitos mal-resolvidos e com perspectivas bem sombrias. A situação no Haiti, a guerra no Afeganistão, o Oriente Médio, tráfego de pessoas, narcotráfico, refugiados como nunca o mundo viu, terrorismo, crescimento de riqueza de alguns e pouca diminuição da pobreza no mundo, crise financeira, crescimento do poder nuclear, conflito armado na Ucrânia e mais e mais. Não falta problema sem solução e problemas que são globais e afetam todos os países.
As Nações Unidas precisam de reforma do seu sistema e os cinco grandes, com direito a veto, que compõem o Conselho de Segurança, não querem. E sem reforma que permita que o poder seja dividido e não concentrado em cinco países (Rússia, China, França, Estados Unidos e Grã Bretanha), não haverá soluções e nem democratização do poder global.
O que Brasil vai falar, já que sua luta pela reforma, junto com a Índia, Alemanha, Japão, entre outros, não deu resultado, sobre o mundo. Sobre os refugiados, vamos dizer que os recebemos de braços abertos, que somos uma nação de imigrantes e depois damos visto a alguns milhares dos milhões dos refugiados sírios. Ou o discurso do Presidente Temer será para explicar que não houve golpe, com os parlamentares fazendo compras de Natal na Quinta Avenida? A melhor explicação para provar que não houve golpe será um discurso de um país que entende seu papel como potência que é neste mundo. Dando a sua contribuição na solução dos problemas mundiais, como há tempos foi o caso do Haiti.
Além do discurso de Obama, último do seu mandato, haverá conversações sobre o futuro Secretário-Geral da ONU, que deve ser eleito até o final do ano. Além da agenda da própria ONU, haverá seminários sobre investimentos, com vários ministros presentes e inúmeros contatos bilaterais. Sem dúvida, não vai sobrar tempo para compra de sapato novo. Inclusive porque teremos que dizer quando vamos pagar as contas atrasadas junto aos organismos internacionais, o que nos tira em muito o direito de liderar
A temporada nova-iorquina da política brasileira começou. Após a viagem à China e à participação na reunião dos chefes de estados e de governos do grupo denominado G 20, o Presidente Temer e seu entourage vão a Nova Iorque para a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. E por tradição é o representante brasileiro que abre a sessão que reúne 194 estados deste planeta. O número é menor do que o que compõe, por exemplo, a FIFA ou o Comitê Olímpico Internacional. Na FIFA são membros, entre outros, o País de Gales, que nas Nações Unidas é representado pelo Reino Unido. Mas, isso são detalhes da política internacional, composta por um quebra-cabeça bem complexo e difícil de compreender.
O mundo de hoje, e que estará presente na ONU, continua com seus conflitos mal-resolvidos e com perspectivas bem sombrias. A situação no Haiti, a guerra no Afeganistão, o Oriente Médio, tráfego de pessoas, narcotráfico, refugiados como nunca o mundo viu, terrorismo, crescimento de riqueza de alguns e pouca diminuição da pobreza no mundo, crise financeira, crescimento do poder nuclear, conflito armado na Ucrânia e mais e mais. Não falta problema sem solução e problemas que são globais e afetam todos os países.
As Nações Unidas precisam de reforma do seu sistema e os cinco grandes, com direito a veto, que compõem o Conselho de Segurança, não querem. E sem reforma que permita que o poder seja dividido e não concentrado em cinco países (Rússia, China, França, Estados Unidos e Grã Bretanha), não haverá soluções e nem democratização do poder global.
O que Brasil vai falar, já que sua luta pela reforma, junto com a Índia, Alemanha, Japão, entre outros, não deu resultado, sobre o mundo. Sobre os refugiados, vamos dizer que os recebemos de braços abertos, que somos uma nação de imigrantes e depois damos visto a alguns milhares dos milhões dos refugiados sírios. Ou o discurso do Presidente Temer será para explicar que não houve golpe, com os parlamentares fazendo compras de Natal na Quinta Avenida? A melhor explicação para provar que não houve golpe será um discurso de um país que entende seu papel como potência que é neste mundo. Dando a sua contribuição na solução dos problemas mundiais, como há tempos foi o caso do Haiti.
Além do discurso de Obama, último do seu mandato, haverá conversações sobre o futuro Secretário-Geral da ONU, que deve ser eleito até o final do ano. Além da agenda da própria ONU, haverá seminários sobre investimentos, com vários ministros presentes e inúmeros contatos bilaterais. Sem dúvida, não vai sobrar tempo para compra de sapato novo. Inclusive porque teremos que dizer quando vamos pagar as contas atrasadas junto aos organismos internacionais, o que nos tira em muito o direito de liderar
Sunday 11 September 2016
DAS REFORMA TRABALHISTA
DA REFORMA TRABALHISTA
Em um ambiente onde pelo menos o empresariado está convencido de que é preciso fazer com urgência a reforma das leis trabalhistas, as declarações do eminente presidente da entidade maior da indústria, CNI, Robson, de que precisamos trabalhar 80 horas semanais e do ilustre desconhecido ministro do trabalho, de que a jornada diária pode ser de 12horas, atrapalham qualquer negociação. Ambas as declarações, desastrosas, inconsequentes e sem fundamento, foram desmentidas em seguida a forte reação pública. Mas, pasta de dente, uma vez saída de tubo, não volta mais. Assim, desmentidas ou não, pela teoria do Freud, houve a intenção inconsciente, que veio à superfície se expressar, de que no fundo as pessoas pensam assim mesmo. O estrago está feito.
Com o país tendo mais de12 milhões de desempregados, e sem perspectiva de a economia crescer (o que não quer dizer que crescimento provoque aumento automático de emprego), temos um problema mais do que sério nessa área. Acreditar que a mudança de legislação, hoje realmente inadequada para o país ser justo e desenvolvido, por si só resolve todas as mazelas de competitvidade das empresas e de desigualdade social, é pura enganação! Todas pessoas de boa fé sabem que há mais razões para atingir esses dois requisitos para o Brasil se tornar um gigante nos campos econômico e social.
Na macro-esfera, falta não um projeto do empresariado, mas uma liderança que seja capaz de primeiro reunir todo o empresariado em um projeto só, e não só um segmento empresarial como a indústria, e no segundo momento, capacidade de diálogo. De negociação com os russos, como disse o genial Garrincha ao técnico Feola na Copa do Chile, antes do jogo da ainda seleção canarinha contra a então poderosa União Soviética.
Se o empresariado não tem um projeto único que convença os líderes dos trabalhadores (e não esqueçamos que o partido dos trabalhadores esteve no poder 13 anos e tem forte representação no Congresso), não tem projeto! Nenhum político vai votar um projeto que esteja contra a absoluta maioria dos seus eleitores, que não são empresários, mas trabalhadores, muitos hoje desempregados, com esperança de serem empregados amanhã.
Mas, as reformas não estão só no nível da CLT. Na verdade, o diálogo entre os envolvidos pode começar entre os sindicatos. Não precisa dialogar só sobre a convenção coletiva, mas sobre como melhorar as relações de trabalho.Ter projetos comuns e incluir a justiça do trabalho. E talvez até políticos.
Fugindo a esse dialogo, e com entidades sindicais mais preocupadas em manter o status quo dos seus dirigentes do que com o bem estar dos seus associados, corremos a curto prazo um perigo de desordem social através de protestos, manifestações e greves, que só vai aprofundar a crise econômica. Aliás, na hora da negociação, em boca fechada mosca não entra. E a hora é de negociar, negociar, negociar..... Tem líder empresarial para isso? Não sei, talvez seja hora de surgir!
Em um ambiente onde pelo menos o empresariado está convencido de que é preciso fazer com urgência a reforma das leis trabalhistas, as declarações do eminente presidente da entidade maior da indústria, CNI, Robson, de que precisamos trabalhar 80 horas semanais e do ilustre desconhecido ministro do trabalho, de que a jornada diária pode ser de 12horas, atrapalham qualquer negociação. Ambas as declarações, desastrosas, inconsequentes e sem fundamento, foram desmentidas em seguida a forte reação pública. Mas, pasta de dente, uma vez saída de tubo, não volta mais. Assim, desmentidas ou não, pela teoria do Freud, houve a intenção inconsciente, que veio à superfície se expressar, de que no fundo as pessoas pensam assim mesmo. O estrago está feito.
Com o país tendo mais de12 milhões de desempregados, e sem perspectiva de a economia crescer (o que não quer dizer que crescimento provoque aumento automático de emprego), temos um problema mais do que sério nessa área. Acreditar que a mudança de legislação, hoje realmente inadequada para o país ser justo e desenvolvido, por si só resolve todas as mazelas de competitvidade das empresas e de desigualdade social, é pura enganação! Todas pessoas de boa fé sabem que há mais razões para atingir esses dois requisitos para o Brasil se tornar um gigante nos campos econômico e social.
Na macro-esfera, falta não um projeto do empresariado, mas uma liderança que seja capaz de primeiro reunir todo o empresariado em um projeto só, e não só um segmento empresarial como a indústria, e no segundo momento, capacidade de diálogo. De negociação com os russos, como disse o genial Garrincha ao técnico Feola na Copa do Chile, antes do jogo da ainda seleção canarinha contra a então poderosa União Soviética.
Se o empresariado não tem um projeto único que convença os líderes dos trabalhadores (e não esqueçamos que o partido dos trabalhadores esteve no poder 13 anos e tem forte representação no Congresso), não tem projeto! Nenhum político vai votar um projeto que esteja contra a absoluta maioria dos seus eleitores, que não são empresários, mas trabalhadores, muitos hoje desempregados, com esperança de serem empregados amanhã.
Mas, as reformas não estão só no nível da CLT. Na verdade, o diálogo entre os envolvidos pode começar entre os sindicatos. Não precisa dialogar só sobre a convenção coletiva, mas sobre como melhorar as relações de trabalho.Ter projetos comuns e incluir a justiça do trabalho. E talvez até políticos.
Fugindo a esse dialogo, e com entidades sindicais mais preocupadas em manter o status quo dos seus dirigentes do que com o bem estar dos seus associados, corremos a curto prazo um perigo de desordem social através de protestos, manifestações e greves, que só vai aprofundar a crise econômica. Aliás, na hora da negociação, em boca fechada mosca não entra. E a hora é de negociar, negociar, negociar..... Tem líder empresarial para isso? Não sei, talvez seja hora de surgir!
Friday 9 September 2016
DOS ”NARCOS”
DOS ”NARCOS”
Assistir à segunda temporada da série Narcos no Netflix, com Wagner Moura no papel do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, nos dias de hoje, é assistir na verdade ao History Channel. Na nossa frente está se desenrolando um quase documentário cujo final, com a morte do bandido mais rico do século passado (ultrapassando todos os gângsters americanos, japoneses, gangs chinesas e mais ) e o sétimo ricaço do planeta na época, a terminar aparentemente nos próximos dias. Ou precisamente dia 2 de outubro, quando haverá na Colômbia um plebiscito confirmando o acordo de paz entre o grupo narco guerrilheiro pseudo marxista FARC e o governo colombiano, liderado pelo Presidente Santos.
Se as cenas de violência apresentadas na serie Narcos chocam, o que aconteceu antes e depois da morte do Escobar e ainda não foi apresentado nas telas, choca muito mais. Violência gera violência. Escobar era o Robin Hood dos pobres e dominava a cidade de Medellín (a mesma onde a mineira Nansen tinha fábrica de medidores elétricos na época e hoje a Algar de Uberlândia tem uma empresa bem sucedida). Pobres o adoravam, os ricos participavam e a violência era a regra do jogo. o dinheiro jorrava, Escobar dominava 80 % do mercado mundial da coca. Usava tecnologia, bancos prosperavam e com o negócio criavam-se carteis como o de Cali e vários outros grupos que fizeram da Colômbia um país de narcotráfico .
Prosperou também a guerrilha marxista, FARC, e prosperaram os grupo como Los Pepes, formado por três irmãos cujos pais foram assinados pela Farc, como contra peso às ações guerrilheiras. E aí veio a ajuda dos Estados Unidos, que para conter de um lado o narcotráfico e de outro a expansão de guerrilha marxista, despejaram 9 bilhões de dólares na Colômbia. E criaram-se grupo de Esquadrões da morte. Em resumo, um caos onde assassinatos, sequestros, mutilações, roubos, coca e cocaína faziam parte de uma guerra que destruía a vida e o pais. É verdadeiro milagre do povo colombiano ter resistido aos 51 anos dessa sangria.
Acabou? Não. Ainda vai demorar para que o país se normalize totalmente, mas já é um país diferente. Com futuro.
Nos temos que olhar isso como a lição. Será que parte dessa história não esta acontecendo aqui e nem percebemos? Será que não temos uns pablitos que aprenderam a lição colombiana e estão agindo de forma mais inteligente, infiltrando-se no tecido político e social? Ou ignoramos, já que isso não faz parte do debate politico no Brasil, e estamos virando avestruzes sociais? Entre tantos males que nos assolam, será que ignoramos este? Veja e reveja Narcos e pense, pense....
Assistir à segunda temporada da série Narcos no Netflix, com Wagner Moura no papel do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, nos dias de hoje, é assistir na verdade ao History Channel. Na nossa frente está se desenrolando um quase documentário cujo final, com a morte do bandido mais rico do século passado (ultrapassando todos os gângsters americanos, japoneses, gangs chinesas e mais ) e o sétimo ricaço do planeta na época, a terminar aparentemente nos próximos dias. Ou precisamente dia 2 de outubro, quando haverá na Colômbia um plebiscito confirmando o acordo de paz entre o grupo narco guerrilheiro pseudo marxista FARC e o governo colombiano, liderado pelo Presidente Santos.
Se as cenas de violência apresentadas na serie Narcos chocam, o que aconteceu antes e depois da morte do Escobar e ainda não foi apresentado nas telas, choca muito mais. Violência gera violência. Escobar era o Robin Hood dos pobres e dominava a cidade de Medellín (a mesma onde a mineira Nansen tinha fábrica de medidores elétricos na época e hoje a Algar de Uberlândia tem uma empresa bem sucedida). Pobres o adoravam, os ricos participavam e a violência era a regra do jogo. o dinheiro jorrava, Escobar dominava 80 % do mercado mundial da coca. Usava tecnologia, bancos prosperavam e com o negócio criavam-se carteis como o de Cali e vários outros grupos que fizeram da Colômbia um país de narcotráfico .
Prosperou também a guerrilha marxista, FARC, e prosperaram os grupo como Los Pepes, formado por três irmãos cujos pais foram assinados pela Farc, como contra peso às ações guerrilheiras. E aí veio a ajuda dos Estados Unidos, que para conter de um lado o narcotráfico e de outro a expansão de guerrilha marxista, despejaram 9 bilhões de dólares na Colômbia. E criaram-se grupo de Esquadrões da morte. Em resumo, um caos onde assassinatos, sequestros, mutilações, roubos, coca e cocaína faziam parte de uma guerra que destruía a vida e o pais. É verdadeiro milagre do povo colombiano ter resistido aos 51 anos dessa sangria.
Acabou? Não. Ainda vai demorar para que o país se normalize totalmente, mas já é um país diferente. Com futuro.
Nos temos que olhar isso como a lição. Será que parte dessa história não esta acontecendo aqui e nem percebemos? Será que não temos uns pablitos que aprenderam a lição colombiana e estão agindo de forma mais inteligente, infiltrando-se no tecido político e social? Ou ignoramos, já que isso não faz parte do debate politico no Brasil, e estamos virando avestruzes sociais? Entre tantos males que nos assolam, será que ignoramos este? Veja e reveja Narcos e pense, pense....
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