DO TRUMP
Os acontecimentos na Turquia, onde uma democracia está se transformando em uma ditadura democrática, se é que isso existe, têm muito a ver com a prisão dos dez candidatos a terroristas amadores (também cabe perguntar a nossas autoridades, que adoram um aparecimento na TV, qual diferença entre terrorista amador e profissional) e o discurso do candidato republicano nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, Donald Trump. Mister Trump desenhou na convenção do partido republicano na cidade mais eslovena do mundo, Cleveland, já que a mulher dele, Melania, também é eslovena, um Estados Unidos em total escuridão quanto à segurança interna e externa.
Aumento de criminalidade, aumento de imigração ilegal, caos no Oriente Médio provocado pela má gestão de política externa da candidata democrata Hillary Clinton, quando Secretária de Estado dos Estados Unidos, e mais: derrota do maior inimigo dos Estados Unidos e do mundo hoje, o Estado Islâmico. Então, é justamente aqui que os acontecimentos na Turquia, fundamental para resolver crises no Oriente Médio, e a luta contra o Estado Islâmico, e o terrorismo aparecido no Brasil, se encontram. Trump disse o que parecia mais um título de série de TV, que o mantra do governo dele será Law and Order, lei e ordem. Que ele vai trazer ao país Segurança-prosperidade –paz. E aí não só o atual governo, mas também o próximo governo norte americano, vão aguentar toda a redemocratização da Turquia de um lado e dar todo apoio ao governo brasileiro na luta contra o islamismo radical.
A bem da verdade, Trump no seu discurso de aceitação da candidatura, onde não estiveram, pela primeira vez na história do partido republicano, presentes os ex-presidentes republicanos, ou seja os Bush, também falou dos gays, agora considerados por ele cidadãos norte-americanos, da pobreza que mais atinge os negros, insinuando que o presidente Obama pouco fez por eles, e os hispânicos. Um discurso aproximando-se de eleitores que tradicionalmente não votam nos republicanos e que ele desprezou no primeiro momento. E não deixou de dizer, ao contrário da política do seu partido, que vai rever os acordos comerciais em curso, como o Transpacífico, porque que eles não protegem suficientemente os americanos trabalhadores dos quais “Eu serei a sua voz”.
Gostar ou não de Trump, um homem de negócios inescrupuloso, andando na linha tênue da lei, está agora fora da questão. Ele atropelou toda a máquina partidária, seus conceitos e ideário e se impôs como candidato oposicionista aos democratas nas próximas eleições presidências.
Eleito, muda a política norte-americana, mas ele não vai mudar muito quando estiver na Casa Branca. O discurso eleitoral não vai mudar se for eleito, portanto temos que prestar muita atenção em como vamos nos adaptar nesse caso. Na semana que vem, tem a convenção democrata, que vai consagrar Hillary Clinton. Luta eleitoral dos dois melhores candidatos que aquele país oferece aos seus eleitores? Ver para crer. Mas, de outro lado os Estados Unidos não vão se adaptar muito ao mundo, nós, especialmente o Brasil, teremos que nos adaptar ainda mais a eles. Não só porque são guardiões da ordem democrática no mundo, mas porque ainda não há nenhum outro país que tenha chegado a possuir uma força de valores democráticos, econômicos e militares como eles conseguiram, em mais de duzentos anos de independência.