DO DIA DO TRABALHO E DO
DIA DA BAGUNÇA
Primeiro tivemos o dia da bagunça, chamada greve geral, às vésperas do
Primeiro de Maio, dia do trabalho. O protesto de milhões de desempregados,
milhões de preocupados com as reformas trabalhista e previdenciária, é mais do que justo e necessário para o andamento democrático
do país. Os cidadãos que elegeram esses políticos, cuja maioria representa a
corrupção mais imoral que a nossa história registra, estão revoltados e
procurando meios de se expressar. Mas, o que vimos nessa chamada greve geral
foi uma bagunça organizada, uma revolta cheirando mais a desordem do que a protesto legítimo e democrático. Os organizadores cooptaram o sentimento
nacional de revolta para promover baderna de forma estrategicamente organizada.
E acabaram dando um recado errado ao mundo: queremos desordem independente do
que defendemos. E esse tipo de ação, lamentavelmente, leva à reação não só da polícia, que tem que manter a ordem, mas também de cidadãos
que querem protestar, mas sem desordem.
No bojo desses
protestos, ficou o Primeiro de Maio, festa de São José, marceneiro, festejado
pela Igreja Católica, e festa iniciada há mais de um século e meio com o
surgimento de Revolução Industrial. Festa de punhos fechados, de canto da
Internacional e de cravos vermelhos. Festa de quem trabalha, que em alguns anos
de nossa história foi a festa da revolta contra a opressão da classe operaria pelos patrões,
inclusive representados pelos militares no poder. E teve também festa de
congraçamento, simbolizada pelas
festas que organizava por exemplo a Fiat Automóveis na gestão do Franco Ciranni, entre capital e
trabalho. Festa de união que faz prosperar as empresas e o país.
Os trabalhadores tem
reivindicações e isso não é privilegio de um país tão injusto como o nosso Brasil.
Nos países desenvolvidos também há luta por melhores condições de trabalho. É só lembrar
as greves dos pilotos da Air
France ou da Lufthansa. Nisso não há nenhum demérito. No Brasil, os sindicatos
dos trabalhadores lutaram através do seu partido pelo poder político e o
conquistaram. E, com o final da sua gestão,
jogaram no lixo todas as conquistas que obtiveram, ao deixar um precedente
perigoso para a democracia brasileira, de que a esquerda composta por líderes
sindicais não é capaz de dirigir o país de
forma honesta, transparente e para o bem de todos, ou seja, principalmente a
classe trabalhadora.
A nova reforma das leis
trabalhistas coloca a organização sindical
tanto para empregadores como empresários em um novo patamar, que vai exigir
mais diálogo e resultados. Acaba com a tutela do estado, para dar espaço a um projeto conjunto ganha-ganha. Vai ser
mais difícil para os dirigentes dos dois
lados, acostumados ao fluxo de dinheiro fácil, advindo de uma gestão nem sempre a favor do empresário ou do
trabalhador, e de eterna proteção de estado.
Tempos novos com mais responsabilidades. Alias, já passou de hora dessa mudança.
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