DO SĀO PAULO 462
A Pauliceia comemora em um dia de céu de brigadeiro seus 462 anos de fundação da cidade. A Avenida Paulista, vértebra da cidade, cedeu o lugar à festa com a Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP, executando, perto do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MASP, músicas clássicas no meio de centenas de outros programas culturais que se espalham pelas cidade, maior metrópole da América Latina. A Avenida Paulista, que ontem foi e amanhã será de novo palco de protestos contra e a favor do governo, torna-se veia de integração, diversidade e sustentabilidade da locomotiva do Brasil.
Mesmo com o crescimento de outras economias regionais e outras cidades, São Paulo, uma cidade chata, mesmo com bons restaurantes, para os cariocas, às vezes com uma garoa que refresca o andar, ainda é a síntese do Brasil. Nenhuma cidade tem tantos imigrantes, sejam do Brasil ou de outros países, como São Paulo. Mineiro então aqui é referencia, respeitado, e virou paulista. Os filhos de nordestinos também. Mas, como italianos, árabes, judeus, eslovenos, alemães, e mais milhares de outras origens e nacionalidades, todos viram paulistas. Não quatrocentões tradicionais, mas construtores de uma cidade que não para de crescer, de se encontrar todo dia com o seu futuro.
Com a saída de industriais para o ABC, Santo André, São Bernardo e São Caetano, e mais para interior do Estado ou até para o sul de Minas, a cidade se reinventou com serviços e tecnologia. Com a melhor universidade brasileira, a USP, eco do sistema de inovação, prolifera junto com os capitais financeiros, transformando-se de cidade de indústria em cidade de inovação. E avança em um sistema coordenado entre todos os interessados, sem a competição política tão querida, por exemplo, em Minas.
São Paulo pode não ser nominalmente a capital do Brasil, mas sem ela não se faz nada. Nenhum visitante estrangeiro ilustre ignora, quando visita o Brasil, São Paulo. São Paulo tem, depois de Nova Iorque, o maior número de representações diplomáticas e consulares chefiadas por diplomatas da mais alta qualidade. O mundo entende que, em São Paulo, renovada todo dia, é onde no Brasil se faz e se decide.
Bem, os mineiros que tanto emigram para cá, não têm uma relação de parceria com a Pauliceia. São poucas as empresas mineiras presentes aqui, os políticos esqueceram a fase de café com leite, e São Paulo anda e Minas fica. Onde sempre esteve.
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