politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Friday, 8 May 2015
DE, ME ENGANE QUE EU GOSTO
DE ME ENGANE, QUE EU GOSTO
Impressionante como as pessoas nas relações políticas e econômicas gostam de se enganar. E um dos grande enganos é que o desenvolvimento vem de fora. Ou melhor dito, no caso de Minas, vem da Capital. Ou seja, políticos e burocratas, de novo encastelados no Palácio da Liberdade e na Cidade Administrativa, sabem o que é bom para as pessoas que moram em povoações e rincões de um Estado que tem território maior que o da França. E o melhor disso tudo é que todos acreditam que é assim que funciona .
Mas, o resultado desta relação é absolutamente pífio. É só ver os números e os exemplos. Os municípios, e há nestes dias na Capital, no Congresso Mineiro de Municípios, um beija-mão e choradeira desproporcional dos prefeitos, na sua maioria não encontram os caminhos do desenvolvimento, a não ser através de maior dependência do poder central.
As comunidades mais bem sucedidas no mundo inteiro, foram aquelas que souberam criar seus próprios planos de desenvolvimento e encaixá-los dentro de projetos maiores. Não ao contrário, vindo de cima para baixo, mas de baixo para cima. Ou seja, onde a união de lideranças políticas, empresariais, dos trabalhadores, religiosas, em resumo onde todo mundo se junta e diz o que precisa ser feito e como. E em seguida faz.
Entre inúmeras histórias bem sucedidas nas Alterosas, como as do Vale de Eletrônica, Nova Serrana, Uba, entre outras, há também novas histórias como a de Varginha. Sob coordenação técnica do SEBRAE, os empresários estão assumindo projetos de desenvolvimento incluindo todos os atores econômicos, políticos e outros atores sociais. Ou seja, uma declaração de guerra ao estágio lento de desenvolvimento e um projeto realista que prevê, com resultados claros e contabilidade transparente, uma mudança radical na vida dos cidadãos de Varginha nos próximos anos.
Minas, através da FIEMG, foi pioneira na implantação dos clusters, ou arranjos produtivos locais, no Brasil. Alguns funcionam muito bem. Ganharam asas e foram adotados pela comunidade, como é o caso do Vale de Eletrônica, no Sul de Minas. Outros foram feitos para atender à ilusão de que cluster por si só já é desenvolvimento.
Me engana que eu gosto. Desenvolvimento tem que ter um componente local fundamental e fundamental é saber transformar os sonhos, visões e necessidades de todos em projetos realizáveis. Algo que Varginha sem ET está fazendo.
Stefan Salej
Empresário, consultor internacional, Ex Presidente da FIEMG e SEBRAE
8.5.1025.
DA VITÓRIA CONSERVADORA
DA VITÓRIA CONSERVADORA
A ilha britânica que há séculos de democracia tinha dois partidos, o conservador e o trabalhista, que se revezavam no poder, mudou de retrato politico na eleição desta semana. Não é que não tivesse a presença dos dois tradicionais partidos, dos quais os conservadores ganharam de novo o mandato para formar o governo, mas foram os partidos menores que determinaram a vitória dos conservadores do Primeiro-Ministro Cameron e a derrota do líder trabalhista Ed Milliband. Mas, as eleições britânicas deixam para as democracias europeias outras lições além do que só a vitória pura e simples dos conservadores.
A primeira é que as previsões eleitorais, que antecipavam uma luta feroz entre os dois grandes partidos, falharam. Não houve luta feroz. Os conservadores, mesmo não tendo maioria absoluta no parlamento britânico, ganharam as eleições e o líder trabalhista imediatamente se demitiu. Dois, os liberais, que formavam a coalizão com os conservadores, foram totalmente derrotados. Três, o partido da independência da Inglaterra, Ukip, que advoga a saída imediata da Grão Bretanha da União Europeia, também fracassou. Nas últimas eleições para o Parlamento europeu, foi este partido que teve uma boa porção dos votos dos ingleses.
E quem foi o vencedor? Uma estudante de 20 anos, em um distrito eleitoral a alguns quilômetros de Glasgow, capital da Escócia, derrotou o chefe da campanha trabalhista e se tornou a deputada mais jovem da história britânica. Ela simboliza, em primeiro lugar, que os escoceses, que tradicionalmente apoiavam os trabalhistas, preferiram desta vez votar no seu próprio partido para a independência da Escócia. E, em segundo lugar, que os eleitores não procuram só lideres jovens, os dois candidatos principais são relativamente jovens, mas soluções e propostas novas com credibilidade.
Mas, mesmo os trabalhistas perdendo as eleições, o novo velho governo, e você sabe como é segundo mandato, enfrenta os problemas da imigração, crescimento econômico que não seja só através de sistema bancário mas através do aumento de competitividade da indústria britânica que esta minguando, e principalmente suas relações com o mundo e a União Europeia. Os vencedores prometeram um referendum sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia até 2017. E é isso que faz a Europa tremer porque, se Grã Bretanha sai da União Européia, quem fica?
Stefan Salej
8.5.2015.
Saturday, 2 May 2015
DA EDUCAÇÃO
Da educação
Absolutamente, não há ninguém que não ache a educação uma das coisas mais importantes da nossa vida. Não estamos falando só da educação que domina as relações entre as pessoas, que às vezes beira a total falta de educação, mas da formação que nos permite empregabilidade e certo sucesso financeiro na vida. Hoje em dia é comum ouvir que os formandos, que investiram muito em estudo, inclusive do ponto de vista financeiro, não têm emprego, e as empresas queixando-se que não encontram mão de obra qualificada. Aliás, estória que se repete e cujo final parece sem fim.
Uma das razões é a dissociação dos sistemas de educação, sejam privados, municipais, estaduais ou federais, das comunidades. Escolas são do governo ou são dos donos. Mentira, as escolas, seja quem for seu administrador, são da comunidade para a comunidade. E esta permanece mais ausente na maioria dos casos do que as chuvas na época de seca. Os conselhos dos país não funcionam na sua maioria, as lutas dos professores para a melhoria do ensino e melhores condições de trabalho não têm apoio da comunidade. Os cargos de secretários de educação são politizados e, consequentemente, todo o sistema acaba sendo politizado em vez de prevalecer o mérito e a qualidade de ensino. A sociedade, ou seja cada um de nós, fala muito em educação, preocupação com o ensino e tudo mais, mas não me lembro que entre os mais de 150 agraciados com medalhas da Inconfidência que o Governo do Estado distribuiu em Ouro Preto no último 21 de abril tivesse algum professor.
Na área de escolas profissionalizantes, que são fundamentais para a empregabilidade dos jovens e também para as empresas, houve o Pacto Mineiro de Educação Profissional, bem preparado, orientado para uma educação que aumentasse as possibilidades de emprego dos jovens, estudo feito por uma consultoria internacional de alta qualidade, a McKinsey, com técnicos do governo, que foi posto do lado pelo novo governo. E a interrupção não foi de um estudo, mas foi da possibilidade de estudo e emprego para milhares de jovens. E alguém protestou? Ninguém! Os sistemas de educação profissional no Estado, como o sistema S ( SENAI, SESI, SENAC, SESC, SENAT, SENAR, SEBRAE) não conversam entre si. Mesmo sendo entidades empresariais e tendo a participação de representantes dos trabalhadores em alguns dos seus conselhos, nem sempre possuem toda a excelência demandada pelo mercado, integrando seus programas.
As universidades falam muito em inovação e empreendedorismo, mas não se integram com o mercado. O que vai acontecer em Minas nós próximos 20 anos? Se as universidades, que possuem as melhores cabeças pensantes não sabem, como vamos nós, meros e humildes cidadãos, saber? Mas, também há bons exemplos, só que são poucos demais para nos dar a certeza de mais desenvolvimento.
STEFAN SALEJ
empresário, consultor internacional
ex Presidente da FIEMG e SEBRAE
1.5.2015.
Thursday, 30 April 2015
DA GUERRA QUE AINDA NÃO ACABOU
DA GUERRA QUE AINDA NÃO ACABOU
Um dia antes do Dia das Mães, 9 de maio, o mundo celebra 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A guerra que se alastrou por todos os continentes por bons seis anos e na qual morreram mais de 50 milhões de pessoas, deixou marcas tão profundas na história da humanidade que, em 70 anos, continuam vivas. A Segunda Guerra Mundial, que se iniciou 21anos após a Grande Guerra, que foi a Primeira Guerra Mundial, de 1914-1918, foi a continuidade do rearranjo do mundo econômico e político do século passado. Enquanto hoje se discute e muito por que começou a guerra em 1914, parece que ninguém tem duvida mais dos motivos que levaram à Segunda Guerra. Ou seja, o surgimento de regimes fascistas e nazistas na Europa e a sua expansão militar para além dos seus limites territoriais determinados após o conflito de 1914, foi, no fundo um grande, lamentavelmente militar, conflito entre a forma de governar e os respectivos modelos de organização da sociedade.
A batalha, muito sangrenta por sinal, dava-se entre os regimes ditatoriais versus os regimes democráticos. E venceu a democracia, com todos os seus defeitos, aliada ao regime socialista da União Soviética, que representava outra forma de governar, a ditadura socialista. E o mundo precisou de mais 50 anos, até cair o Muro de Berlin, para se reorganizar de novo e aceitar que China, dominada pelo Partido Comunista, também pode ser um bom parceiro para as democracias ocidentais. Além das bombas atômicas que caíram sobre o Japão que não se rendia, a morte de seis milhões de judeus e 32 milhões de russos, caíram, após a guerra, as potências coloniais européias, cresceu o poder militar e econômico dos Estados Unidos e começou o período de conflitos regionais, como a Guerra da Iugoslávia, em 1992, não menos sangrentos e sanguinários do que eram os conflitos na Segunda Guerra Mundial.
E os conflitos continuam, como na Ucrânia, apareceram novos inimigos, como o terrorismo islâmico, Oriente Médio está conturbado de uma forma quase incontrolável. Não haver uma grande guerra não significa que o mundo não está permanentemente em guerra. Sem falar que as idéias dos nazistas e o forte antissemitismo continuam presentes na Europa aparentemente unida em União Europeia, mas desunida na sua luta contra esses fenômenos do passado. Os derrotados há 70 anos continuam achando que foram injustiçados porque se aliaram ao nazismo e ressurgem de várias formas, mas com consistente discurso de ódio .
As comemorações maiores serão em Moscou, mas a grande maioria de políticos europeus, devido às sanções contra a Rússia, não irão às solenidades. E nem os norte-americanos. O fato é que, sem a Rússia, que inicialmente se uniu à Alemanha nazista e depois foi atacada pelo seu aliado, o nazismo demoraria muito mais e imporia mais sacrifícios para ser derrotado.
E não se pode esquecer que, se o nazismo ganhasse a guerra, nós estaríamos, como alguns queriam, até no Brasil falando alemão. Ou, como outros queriam, mesmo sem falar alemão, com suas idéias prevalecendo na política brasileira. Ou, quem sabe, ainda querem. Nem esquecer e nem perdoar jamais.
STEFAN SALEJ
30.4.2015.
Sunday, 26 April 2015
DO REVERSO DE TIRADENTES
Do reverso de Tiradentes
Minas é um dos poucos, senão o único estado no mundo que festeja o seu herói que buscou a independência por causa de impostos excessivos. A independência veio, mas os impostos não só ficaram como cresceram e cresceram a tal ponto que ninguém neste formidável país consegue fazer uma reforma tributária. E a data de 21 de abril se festeja esquecendo com a maior tranquilidade histórica, como se Tiradentes e os Inconfidentes mineiros nada tivessem a ver com as cobranças excessivas de impostos.
Vivemos um jogo de gato e cachorro onde o empresário e o contribuinte nunca conseguem fugir do cachorro cobrador de impostos que se procria e amplia a sua área de atuação. A criatividade de cobrança de taxas e impostos supera a imaginação de mentes mais brilhantes que criam empregos e são produtivas. Mas, as situação está como está também porque os contribuintes são passivos e treinados como o cachorro de Pavlov, psicólogo russo que criou a teoria do condicionamento. Ou seja. qualquer imposto que apareça, o contribuinte mal confere de que se trata e paga para não se aborrecer.
Há um outro lado nessa historia muito ignorado. O fato é que nós temos no Brasil muitos emissores de impostos. Além dos três poderes, municipal, estadual e federal, temos inúmeros órgãos que atuam como emissores e cobradores, com suas taxas, impostos disfarçados e contribuições. Veja exemplo os de conselhos profissionais. Ou a fiscalização sanitária e trabalhista. Ou as contribuições sindicais e previdenciárias obrigatórias.
Para começar, o contribuinte deve estar educado para pagar, conferir e cobrar a quem paga os impostos e taxas. É aí, como dizem na minha terra, que o porco torce o rabo. O brasileiro paga, mas não exige os seus direitos. E inúmeras vezes, aliás o que demonstrou o último escândalo na área de impostos federais, prefere dar um jeito e se aliar aos desonestos, e não pagar. Mas, organizar-se para exigir seus direitos através de entidades de classe, para as quais também contribui, não, isso não faz. Só existem dois casos na história empresarial brasileira desse tipo de ação: quando a FIEMG convocou os empresários para a rua e exigiram a reforma tributária e quando a FIESP conseguiu acabar com o imposto que era destinado à saúde e não ia a lugar nenhum.
Então, a atitude tem que mudar do lado do contribuinte, que tem que ser mais exigente e cobrar serviços e ações de quem com tanta voracidade cobra os impostos.
Stefan Salej
Empresário, consultor internacional, ex Presidente da FIEMG e SEBRAE
www.salejcomment.blogspot.com
25.4.2014.
DO NAUFRÁGIO DE DECÊNCIA
DO NAUFRÁGIO DA DECÊNCIA
O naufrágio de emigrantes africanos no Mar Mediterrâneo não é nenhuma novidade. A novidade é o número, que beira a 1000 pessoas desaparecidas, e o espanto dos políticos europeus com a notícia. Parece que os europeus, e em especial os burocratas da Comissão Européia, não vivem no seu próprio continente, não vêem o noticiário de televisão e esperam que a CNN pomposamente declare que no mar que cerca uma boa parte do continente europeu há centenas de pessoas se afogando na travessia para um mundo supostamente melhor.
Até o Papa Francisco já esteve em Lampedusa e rezou pelos mortos nos naufrágios anteriores. As imagens de africanos forçando as portas de entrada pela Espanha e Gibraltar são antigas e se repetem como uma novela. E aí tem mais centenas de milhares de sírios fugindo dos conflitos naquele país, campos de refugiados na Somália e outros países africanos e no Oriente Médio. E o conflito na Ucrânia? Lá também há milhares de refugiados e nenhuma perspectiva de uma solução que traga paz à região.
O governo turco, em um outro palco de divergências, chama de volta o seu Embaixador na Áustria porque o parlamento austríaco declarou que ocorreu há mais de cem anos um genocídio quando os turcos, nos anos finais do Império Otomano, assassinaram milhões de armênios. Até o Papa Francisco também disse isso, mas os turcos insistem que aquela matança nada teve a ver com genocídio. Pelo menos após 70 anos do final da Segunda guerra mundial os alemães colocaram em julgamento um ex-oficial da famigerada SS, que contava o dinheiro e pertences roubados aos judeus no campo de concentração de Auschwitz. O Contador de Auschwitz viveu 70 anos tranquilo, mas a justiça chegou.
E, no meio dessa situação, crescem os partidos de extrema direita, os radicais islâmicos e a xenofobia, que aliás teve também seu dia na África do Sul. A Europa, berço de grandes pensadores e da democracia, simplesmente não consegue criar um multiculturalismo capaz de lhe dar paz e prosperidade. Os países europeus são os maiores contribuintes de ajuda aos países em desenvolvimento, mas mesmo assim não conseguem avaliar que essas políticas, e suas intervenções militares junto com a OTAN, produzem resultados tão desastrosos como vimos esta semanas. É muito lamentável e muito preocupante. Muito, mas muito mesmo.
O naufrágio de emigrantes africanos no Mar Mediterrâneo não é nenhuma novidade. A novidade é o número, que beira a 1000 pessoas desaparecidas, e o espanto dos políticos europeus com a notícia. Parece que os europeus, e em especial os burocratas da Comissão Européia, não vivem no seu próprio continente, não vêem o noticiário de televisão e esperam que a CNN pomposamente declare que no mar que cerca uma boa parte do continente europeu há centenas de pessoas se afogando na travessia para um mundo supostamente melhor.
Até o Papa Francisco já esteve em Lampedusa e rezou pelos mortos nos naufrágios anteriores. As imagens de africanos forçando as portas de entrada pela Espanha e Gibraltar são antigas e se repetem como uma novela. E aí tem mais centenas de milhares de sírios fugindo dos conflitos naquele país, campos de refugiados na Somália e outros países africanos e no Oriente Médio. E o conflito na Ucrânia? Lá também há milhares de refugiados e nenhuma perspectiva de uma solução que traga paz à região.
O governo turco, em um outro palco de divergências, chama de volta o seu Embaixador na Áustria porque o parlamento austríaco declarou que ocorreu há mais de cem anos um genocídio quando os turcos, nos anos finais do Império Otomano, assassinaram milhões de armênios. Até o Papa Francisco também disse isso, mas os turcos insistem que aquela matança nada teve a ver com genocídio. Pelo menos após 70 anos do final da Segunda guerra mundial os alemães colocaram em julgamento um ex-oficial da famigerada SS, que contava o dinheiro e pertences roubados aos judeus no campo de concentração de Auschwitz. O Contador de Auschwitz viveu 70 anos tranquilo, mas a justiça chegou.
E, no meio dessa situação, crescem os partidos de extrema direita, os radicais islâmicos e a xenofobia, que aliás teve também seu dia na África do Sul. A Europa, berço de grandes pensadores e da democracia, simplesmente não consegue criar um multiculturalismo capaz de lhe dar paz e prosperidade. Os países europeus são os maiores contribuintes de ajuda aos países em desenvolvimento, mas mesmo assim não conseguem avaliar que essas políticas, e suas intervenções militares junto com a OTAN, produzem resultados tão desastrosos como vimos esta semanas. É muito lamentável e muito preocupante. Muito, mas muito mesmo.
Saturday, 18 April 2015
DA ERA DOS RENOVÁVEIS e DO PETROLEO
DA ERA DOS RENOVÁVEIS E DO PETRÓLEO
Os investimentos em fontes de energia renovável no mundo igualaram-se no ano passado aos investimentos em exploração de petróleo, gás, carvão e outras fontes de energia fósseis juntos. A queda do preço do petróleo persiste, apesar dos conflitos armados no Oriente Médio, em se manter em níveis de 40- 50 % abaixo dos de um ano atrás. E a perspectiva é de que o uso de energias renováveis como a solar, biomassa , eólica, e outras dobre até 2030. E que, em 2050, a energia solar seja a principal fonte energética do mundo.
A marcha da mudança da matriz energética está em curso e é irreversível. O problema que se coloca não é mais tecnológico, mas financeiro. Para continuar esse processo, serão necessários investimentos de no mínimo de 500 bilhões de dólares ao ano no mundo inteiro. Mesmo que os preços dos painéis solares caiam, como também estão caindo os preços das baterias para carros elétricos, ainda serão precisos muitos recursos para que as energias renováveis suplantem o uso de energias fósseis como o petróleo. E é importante também salientar que não são só os preços estão caindo, também a eficiência energética destes equipamentos estão aumentando muito.
Na área de petróleo e gasolina, e no que se refere a automóveis também, há dados interessantes a considerar. O consumo mundial de derivados de petróleo está diminuindo e a produção, aumentando. O mundo consome menos petróleo hoje do que há cinco anos atrás e produz mais. Então, é lógico que o preço tenha que cair. E caiu. Os automóveis também são mais eficientes. A eficiência de consumo dos automóveis em termos mundiais aumentou em 60 % nos últimos 13 anos. E claro que isso bate na redução do consumo de gasolina.
Os carros elétricos aumentaram suas vendas em cinco vezes nos últimos quatro anos nos Estados Unidos e já representam 0.6 % do total de vendas de automóveis naquele país. Mas, o uso de etanol por lá, que era a vedete da mudança, permanece em 10 %, embora os investimentos em novas usinas de etanol tenham diminuído em 90 % desde 2007.
Para um estado que era chamado caixa d’água do Brasil, essas mudanças e as suas perspectivas devem ser analisadas com muita atenção. Estamos perante os novos desafios de uma nova matriz energética. A falta de energia e o seu preço alto são só parte da situação, o problema é bem maior.
STEFAN SALEJ
18.4.2015.
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