Powered By Blogger

Saturday, 18 April 2015

DA ERA DOS RENOVÁVEIS e DO PETROLEO

DA ERA DOS RENOVÁVEIS E DO PETRÓLEO Os investimentos em fontes de energia renovável no mundo igualaram-se no ano passado aos investimentos em exploração de petróleo, gás, carvão e outras fontes de energia fósseis juntos. A queda do preço do petróleo persiste, apesar dos conflitos armados no Oriente Médio, em se manter em níveis de 40- 50 % abaixo dos de um ano atrás. E a perspectiva é de que o uso de energias renováveis como a solar, biomassa , eólica, e outras dobre até 2030. E que, em 2050, a energia solar seja a principal fonte energética do mundo. A marcha da mudança da matriz energética está em curso e é irreversível. O problema que se coloca não é mais tecnológico, mas financeiro. Para continuar esse processo, serão necessários investimentos de no mínimo de 500 bilhões de dólares ao ano no mundo inteiro. Mesmo que os preços dos painéis solares caiam, como também estão caindo os preços das baterias para carros elétricos, ainda serão precisos muitos recursos para que as energias renováveis suplantem o uso de energias fósseis como o petróleo. E é importante também salientar que não são só os preços estão caindo, também a eficiência energética destes equipamentos estão aumentando muito. Na área de petróleo e gasolina, e no que se refere a automóveis também, há dados interessantes a considerar. O consumo mundial de derivados de petróleo está diminuindo e a produção, aumentando. O mundo consome menos petróleo hoje do que há cinco anos atrás e produz mais. Então, é lógico que o preço tenha que cair. E caiu. Os automóveis também são mais eficientes. A eficiência de consumo dos automóveis em termos mundiais aumentou em 60 % nos últimos 13 anos. E claro que isso bate na redução do consumo de gasolina. Os carros elétricos aumentaram suas vendas em cinco vezes nos últimos quatro anos nos Estados Unidos e já representam 0.6 % do total de vendas de automóveis naquele país. Mas, o uso de etanol por lá, que era a vedete da mudança, permanece em 10 %, embora os investimentos em novas usinas de etanol tenham diminuído em 90 % desde 2007. Para um estado que era chamado caixa d’água do Brasil, essas mudanças e as suas perspectivas devem ser analisadas com muita atenção. Estamos perante os novos desafios de uma nova matriz energética. A falta de energia e o seu preço alto são só parte da situação, o problema é bem maior. STEFAN SALEJ 18.4.2015.

Sunday, 12 April 2015

DO MERCADO

DO MERCADO Perguntando seja a quem for e onde for, a resposta é sempre a mesma: os negócios vão mal. E se para aqueles que vão bem, preferem dizer também que vão mal para não criar mais inveja e mau olhado. Mas, a verdade pode ser outra, se você olhar para o seu negócio de forma diferente. Primeiro, analise o que está mal. Na maioria dos casos está faltando cliente, freguês, que está disposto a pagar bem e em dia pelo seu serviço ou produto. Então, estamos falando do tal de mercado, ou seja o conjunto de consumidores ao qual você pode oferecer seus serviços ou produtos. E a primeira característica desse conjunto é que ele é muito dinâmico. Se você por exemplo for padeiro e está no negócio há 20 anos, seus clientes de vinte anos atrás estão vinte anos mais velhos, precisam ter mais cuidado com a saúde, as famílias cresceram, e pode ser que estejam passando por dificuldades financeiras que não conheciam há vinte anos atrás. Você que é dono de uma empresa prestadora de serviços e produtos para uma empresa maior, por exemplo a CEMIG, PETROBRAS ou USIMINAS, sabe que os tempos mudaram e as empresas mudaram. Essas grandes empresas transformam-se com mais rapidez do que o esperado e também são mais sensíveis às crises macro-econômicas, como a que o Brasil está enfrentando hoje em dia. E como se adaptar a essas mudanças que são uma constante do empresário ou do empreendedor brasileiro? Comece mais uma vez com a sua mudança, ou seja, você aceitando que precisa mudar. "Em time que ganha não se mexe" é uma velha mentira para perder o próximo jogo. As mudanças têm que ser feitas enquanto as coisas estão bem. E a primeira é a revisão do seu mercado. Seus clientes continuam fieis a você ou já debandaram e estão fazendo negócios com os concorrentes? Por que? Uma análise simples, não precisa usar analytics da Google e outros instrumentos sofisticados, vai lhe dar as respostas, se você fizer as perguntas certas. E olhe que os seus concorrentes estão fazendo. Concorrência é coisa seria e tem que ser acompanhada com muita atenção. E o próximo olhar é geográfico. O Brasil tem a vantagem de ser um país grande, com 200 milhões de habitantes e mercados diversificados. O pessoal do Sul e do Triângulo Mineiro tem à sua disposição o maior e melhor mercado da América Latina, São Paulo. Os do norte de Minas estão perto da Bahia, e os da Zona da Mata, do Rio de Janeiro. E enquanto estamos preocupados em exportar, onde todos dizem que ajudam, estamos deixando o grande mercado brasileiro para os concorrentes. Vamos conquistar o Brasil? STEFAN SALEJ Empresário e consultor internacional Ex-Presidente da FIEMG e SEBRAE Minas www.salejcomment.blogspot.com

DAS AMÉRICAS REUNIDAS E DESUNIDAS

DAS AMÉRICA REUNIDAS E DESUNIDAS O discurso agressivo, apontando o dedo pelas suas próprias mazelas, do venezuelano Maduro ao Presidente dos Estados Unidos, Obama, não foi novidade. Desde a época de Chávez, a Venezuela escolheu o seu maior cliente de petróleo como culpado pela má gestão do governo de Caracas. E, na 7ª Cúpula das Américas, nesta semana no Panamá, não poderia ser diferente. Mas, a estrela da reunião não foi Maduro, e sim Cuba, que ainda depende muito da Venezuela e que está se aproximando dos Estados Unidos. Desde 1962, quando o governo atual, que é o mesmo de então, foi expulso da Organização dos Estados Americanos, que os cubanos não participavam das reuniões da entidade. Então, a presença deles e o degelo provocado nas relações entre os Estados Unidos e Cuba é sim algo a se anotar de novo no continente. Do ponto de vista político, a reunião permite mais contatos entre os presidentes latino-americanos e os seus vizinhos do norte, sendo que o consenso sobre o que espera a região, sob o título de Prosperidade com Equidade, ainda está longe de ser conseguido. O continente tem hoje mais governos de esquerda do que em qualquer outro momento de sua história . E procurou se organizar em entidades como a UNASUL e o CELAC, para se unir mais em torno de seus objetivos políticos e econômicos. E as economias, em parte por queda dos preços das matérias primas e em grande parte de escândalos e má gestão, estão indo bem mal ao sul dos Estados Unidos. A previsão de crescimento feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento é pífia, 1 % nos próximos três anos. E o continente não está aproveitando o crescimento das economias norte-americana e canadense. Aliás , mesmo os 700 executivos que foram para o Fórum Empresarial, entre os quais estão estrelas como o fundador do Facebook Marc Zuckenberg, não mostraram muito entusiasmo com o andar de reformas econômicas que levassem ao aumento de produtividade no continente. E mostraram mais interessem em investir em Cuba do que em qualquer outro país . Afinal, entre Havana e Miami são só 150 km de distância . O Presidente Obama foi para a reunião não só com abertura para Cuba, mas também com o acordo com o Irã debaixo do braço. Veio com uma liderança internacional renovada e com a economia em crescimento. O beija-mão dos líderes latino-americanos mostrou claramente, mais uma vez, este é um continente dos americanos e quem o lidera são os Estados Unidos. O resto é discurso, e essa é a realidade. Goste ou não. Stefan SALEJ 10.4.2015.

Sunday, 5 April 2015

DA NIGÉRIA E DO BOKO HARAM

DA NIGÉRIA E DO BOKO HARAM O país mais populoso da África, com seus 175 milhões de habitantes, sétimo do mundo, e a maior economia africana, terminou esta semana as eleições presidências. O vencedor foi o general Buhari, 72 anos, ex-ditador militar no período de 1983 a 1985. Naquela época, ele institui o conceito de Guerra à indisciplina. Além da mão de ferro nos assuntos de segurança, iniciou uma guerra contra a corrupção endêmica no país. E exigiu disciplina dos seus concidadãos e ordem em todos os sentidos. Estabeleceu até fila única para a espera de ônibus e colocou o exército na rua para baterem com cassetete nos indisciplinados que não obedeciam a ordem unida na espera do transporte público . As eleições que, surpreendentemente, após meses de processo eleitoral adiado algumas vezes, transcorreram sem maiores incidentes, foram ganhas pelo general opositor. E por que o partido que estava no poder desde 1999 perdeu as eleições? Os analistas africanos estão afirmando que a primeira razão foi o temível Boko Haram, grupo terrorista islâmico. Eles aterrorizam Nigéria, roubam garotas nas escolas para obrigar a casar e mataram mais de 12000 civis e mais de 8000 pessoas ficaram invalidas. Estão tomando territórios, gente e implantando sua rigorosa interpretação das leis muçulmanas. Em um palavra só: implementando um terror sem limites. O eleitorado entende que um general com experiência militar teria mais condições de ganhar e que o governo atual perdeu a batalha. As duas outras razoes são mais fáceis de compreender: aumento de desemprego e crescente corrupção. Um país com PIB de 525 bilhões de dólares, um dos maiores produtores de petróleo no mundo (até a Petrobras andou por lá), não pode marginalizar eternamente a maioria da sua população a favor de uma elite político-militar petroleira, que parece estar dançando sempre uma dança das cadeiras onde os participantes são os mesmo que entre si e mudam só as cadeiras. Na última eleição nigeriana, morreram em conflitos pós-eleitorais mais de 800 pessoas. Desta vez, pelo menos até este momento, parece tudo tranquilo, com exceção dos ataques do Boko Haram. O exercício da democracia na maior nação africana é fundamental para a paz no continente. E claro, para o preço do petróleo e para os negócios do Brasil lá. O Brasil já vendeu muito à Nigéria, hoje nem tanto, e com paz , menos corrupção e desenvolvimento, aquele país pode se tornar de novo um importante parceiro para a nossas indústrias. E não só para vender petróleo, mas para comprar produtos brasileiros. STEFAN SALEJ 2.4.2015.

DOS FISCAIS HONESTOS E DOS CORRUPTOS

Dos  fiscais honestos e dos corruptos

Numa empresa de porte médio, bem  sucedida no mercado nacional  e internacional, altamente conceituada e sediada nas Alterosas, aconteceu um episódio muitos anos atrás bem exemplar para os dias de  hoje.

O contador, que possuía curso de contabilidade da Faculdade de Ciências Econômicas  da UFMG, avisa ao diretor da empresa que um fiscal estadual estava na sala de reuniões querendo falar com ele. O fiscal,  que examinava os documentos da empresa há algumas semanas, terminou o seu serviço e foi curto  e grosso com o diretor: a multa é de tantos milhões, eu tenho pela lei uma participação na multa, mas como o dinheiro demora a chegar e eu estou reformando a casa, prefiro que vocês me paguem parte desse  prêmio que o estado me dá  e vamos esquecer a multa que estou aplicando. O fiscal, de sandália havaiana, de camiseta, bem à vontade para explicar o que proponha.

O diretor se levantou, saiu da sala, voltou com algumas chaves e as entregou ao fiscal dizendo que estava tudo certo e que no dia seguinte às  5.30 h poderia vir para receber a sua parte. O fiscal pergunta: à tarde, não é? Não, este é o horário que a gente começa a trabalhar aqui todo dia. O senhor pode vir e com, a multa que está  nos aplicando injustamente, só para ganhar a sua comissão, pode assumir a empresa. O fiscal tentou negociar e no final se despediu dizendo que ia receber "o dele" de qualquer maneira, mas que o diretor e a empresa iriam se arrepender para o  resto da vida.

O processo rolou anos e anos, foi julgado pelo Conselho dos Contribuintes do Estado de Minas e os empresários ainda ouviram dos representantes do fisco que eram a podridão da sociedade. E o fisco perdeu, mas a empresa  teve também perdas enormes.

Quantos casos de extorsão  você conhece em todos os níveis? Não há empresário neste país  que não tenha sido extorquido pelo menos uma vez na vida. O escândalo que esta sendo levantado agora pelo Polícia Federal  no nível da Receita Federal, é  pequeno perto do que rola pelos estados e municípios nessa área. Pelo menos, a Polícia Federal levantou isso, enquanto as polícias  estaduais e procuradorias nas sua maioria ficam silenciosas em relação ao assunto.

Mas, a regra de fiscais corruptos não  é  regra. A absoluta,  e reafirmo, absoluta maioria  dos servidores públicos  no Brasil é honesta. O empresário precisa resistir, denunciar e por para correr quem o chantageia. Precisa conhecer as leis e usá-las a seu favor e não se abater com a primeira chantagem que aparentemente facilita a vida. Mas dificulta o sucesso, a sobrevivência. Porque chantageado uma vez, chantageado sempre. Honestidade tem preço, mas vale a pena.

STEFAN SALEJ
www.salejcomment.blogspot.com
5.4.2015.


Sunday, 29 March 2015

DAS MUDANÇAS


DAS MUDANÇAS

As  mudanças são uma constante da vida. E muito mais da vida do empresário, empreendedor, borracheiro, mecânico, dono da pizzaria, da boutique, da padaria. Quem se decidir a entrar para o ramo do negócio próprio, independente do ramo e do tamanho, tem que estar preparado para mudanças que superam qualquer mudança climática ou a previsão de tempo.

A primeira constatação é que no passado já tivemos tempos melhores. Mas também tivemos tempos piores. A Europa passou por guerras, terrorismo de várias espécies que ainda assola o continente, por quebra de impérios como o otomano e o austro-húngaro e mudanças de regimes após Segunda Guerra Mundial. Mas, as empresas estão lá  produzindo, servindo e exportando.  O mesmo vale também para Estados Unidos, com outros eventos, mas as empresas continuam se adaptando  às mudanças.

Em resumo, o mundo  está cheio de mudanças. E o Brasil, um território imenso, quase imune aos acontecimentos externos, consegue criar problemas e situações internas que, listados, estourariam  qualquer depósito de dados, seja na nuvem, seja na terra. Ou seja, o empresário brasileiro está sujeito a mais mudanças internas do que externas, e elas tem sim afetado muito os negócios.

A quantidade de fazedores de regulamentos e leis que temos no país é absolutamente incrível. A todo minuto, não é por hora ou dia, saem novos regulamentos. Você vai para a empresa e já mudou a direção da rua. E quando chega lá, esperam você e seus funcionários  novos regulamentos e novas leis. No Brasil, todo mundo na administração pública e na política se acha no direito  de emitir regulamento, lei, decreto e o pior de tudo: interpretar dentro da sua conveniência e principalmente  interesse.
Com essa situação, nos já nascemos criminosos, porque simplesmente não é matematicamente possível cumprir todas as leis, regulamentos e decretos. A empresa no Brasil já  nasce inadimplente e o empresário pode ser considerado for a da lei.

Se não  enfrentarmos esse dragão que nos devora, não há competência empresarial que resista e que acabe com a corrupção que o sistema cria.

Por isso é fundamental que o empresário esteja preparado para mudanças, de onde elas vierem. Mudança é o nome acoplado ao do empresário.

STEFAN SALEJ
www.salejcommment.blogspot.com
28.3.2015.

Thursday, 26 March 2015

DO CALENDÁRIO PIRELLI E O CAVALO DE TRÓIA



DO CALENDARIO PIRELLI E O CAVALO DE TROIA

A quinta marca de pneus mais prestigiada no mundo, patrocinadora da Formula1 e inúmeros eventos, centenária fabricante de pneus de borracha e mais conhecida por seus  sensuais calendários pendurados em todas as borracharias e oficinas mecânicas no Brasil, deixou de ser italiana. Os chineses que, no ano passado investiram 20 bilhões de dólares nas compras de empresas na Europa, compraram por uma bagatela inferior a dois bilhões de dólares a marca, instalações, subsidiarias e calendário da Pirelli no mundo inteiro. Compraram antes a Volvo, uma parcela substancial da Citroen- Peugeot, Pizza Express, o Porto dos Pireneus, o principal da Grécia, e até as marcas de luxo de  roupas Aquascutum e Sonia Rykiel.

Os chineses raramente começam um investimento novo na Europa. Preferem comprar marcas conhecidas e com boa penetração internacional e, de preferência, em dificuldades financeiras. Hoje a China investe mais nos Estados Unidos  do que os americanos na China. Os chineses criaram uma elite gerencial, formada em escolas de negócios no mundo inteiro, que lhes permite umas gestão eficaz e uma compreensão da cultura local muito melhor do que, por exemplo, os espanhóis.

Mas, a economia chinesa é uma economia estatal atuando bem dentro das leis de mercado. O país é politicamente monolítico e atua de uma forma absolutamente unânime dentro de seus interesses nacionais.  Então não há empresa chinesa que ande pelo mundo sem interesses chineses maiores serem atendidos. Nem para comprar fábrica de sorvete, quiçá uma fábrica  como a Pirelli. E a professora Meunier, da prestigiosa universidade norte-americana Princeton, diz com clareza que os investimentos chineses na Europa podem se tornar um Cavalo de Tróia, introduzindo políticas  e valores chineses no coração da Europa.

Na verdade, isso vale para outras regiões e para o Brasil também. Os capitais chineses, como aliás também os dos outros gigantes econômicos, são parte da expansão econômica e os países utilizam todas as suas formas para atrair  investimentos e tirar o máximo deles. Nada de novo nessa história e na América Latina já foram feitas intervenções militares por conta disso.

O que definitivamente seria bom é, na tão propalada vinda de capital estrangeiro para Brasil, também levar em conta não só os dólares que entram, mas os que saem e o que vem com eles, ou seja tecnologia, mercado, equipamentos modernos e outros meios de produção eficazes. Só dólares, entrando e saindo ainda mais, não serão suficientes, a não ser para ter calendário com incentivos da Lei de Incentivo à Cultura.

Stefan Salej
25.3.2015.