DA EUROPA CANÇADA DE GUERRA
Há 80 anos terminou a Segunda Guerra Mundial, que seguiu Grande Guerra, Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914 e terminada em 1918. Ou seja, menos de 20 anos entre o fim da primeira e início da segunda guerra. E nesta semana completam-se três anos que a Rússia invadiu a Ucrânia, fazendo o mundo tremer e semeando terror e medo na Europa, mortes e feridos dos dois lados, deslocamento de milhões de pessoas, ruptura de fornecimento de produtos agrícolas e indústrias pelo mundo afora, além da alta de preços e dos bilhões de dólares gastos em armas. De repente o mundo foi redesenhado e viveu o medo de uma nova guerra, inclusive nuclear.
Os Estados Unidos e os países europeus se sentiram ameaçadose reagiram à agressão russa. Regariam militarmente, usando os equipamentos militares mais modernos e declararam sanções econômicas contra a Rússia. Está se aliou à China, as sanções não surgiram efeitos, e, mesmo destinando 43 % do seu orçamento ao esforço de guerra, a economia russa sobreviveu bem ao conflito.O regime de Putin se fortaleceu internamente, aChina também, e o resultado final é que Trump achou que está na hora de acabar com conflito, tirando o máximo proveito paraos Estados Unidos.
Sem o apoio norte americano, os europeus, depois daconferência de Paris dos mais importantes países europeus,expressam dúvidas, mas também reconhecem que eles sozinhos não conseguem derrotar a Rússia. Foi assim nas duas guerras mundiais e foi assim no conflito dos Bálcãs. Os GI, soldados norte-americanos em suas várias formas, salvaram a Europa e impuseram a paz. E desta vez não foi diferente: Trump e Putin se entenderam, mandaram seus chanceleres sentarem à mesa e deram ordem para achar uma solução. Nem os europeus, nem a Ucrânia foram convidados.
A Rússia não estava na mesa de negociação como derrotada, mesmo que alguns não a consideram vencedora. Ela domina militarmente um bom pedaço de território ucraniano e agora começa a discussão sobre como conter os avanços russos não só na Ucrânia mas também na Europa. Os russos dificilmente vão aceitar a Ucrânia na União Europeia, mas já avisaram que na OTAN, aliança militar que Trump detesta, sob hipótese nenhuma. A Ucrânia virou como em outras vezes na história um peão no jogo das potências. O desenrolar do conflito hoje lembra muito a invasão da Alemanha nazista da Checoslováquia, que foi aceita pelos ocidentais sem reagir e permitiu a Hitler fazer o que fez em seguida.
A União Europeia e a Grã Bretanha terão que construir uma defesa contra a Rússia, sabendo que a aliança militar transatlântica não os protege mais. Mudou o conceito de defesano governo Trump, que se alia a Putin e também a Xi,marginalizando a Europa. Então está em jogo muito mais do quea paz na Ucrânia. É a paz no mundo.
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