Powered By Blogger

Friday, 28 February 2025

DO XADREZ E BASEBALL

 

A tradição diplomática diz que você só vai com visitante perante público com assuntos resolvidos e que as divergências se resolvem em privado.Trump quis mostrar em público com ajuda de seu vice Vance que é dealmaker.Acordo de acesso às reservas minerais de Ucrânia e fim do conflito com Rússia seria grande vitória.

Deu errado. Um espetáculo  inesquecível  para história diplomática.

E feliz ficou China, que permitiu Rússia continuar o conflito e estava vendo essa manobra de Putin com Trump com desconfiança, aliás um fator permanente nas relações entre os dois países. 

China pode com sua diplomacia colocar todos na mesa de negociação, ou seja hoje excluídos pelo Trump, Ucrânia e União Europeia, e também Rússia,porque sem apoio chinês os russos não tem recursos para continuar o conflito, como Ucrânia sem apoio dos Estados Unidos . 

Fazendo isso, Estados Unidos podem vir a reboque depois, União Europeia fica fortalecida, Rússia resolve o conflito e ganha território que queria, China prova ganha os minerais que seriam dos Estados Unidos, e estes não precisam mais de despender dinheiro na Ucrânia. Em resumo, o lobo está com barriga cheia e a ovelha está viva. 

Mais uma vez fica comprovado, que jogar xadrez requer mente fria, lembrando Spasky que faleceu estes dias e Bobby Fisher, mas que mesmo quando quer usar o taco de baseball, é mais eficiente fazer isso com mente controlada.


Stefan Bogdan BARENBOIM ŠALEJ 

28.2.2025.



 






 

 

Thursday, 27 February 2025

FRIM THE OPEN DOOR, CORRUPTION RELEASED

 FROM THE OPEN DOOR, CORRUPTION RELEASED


In the midst of hundreds of executive decrees of the new American government, there is one that, after the initial comments, went unnoticed: the one that suspends the validity of a law that prohibits corruption practices abroad. This 1977 law prohibited U.S. companies from bribing civil servants from third countries. Since 2010, the U.S. Department of Justice has sued companies for an act of corruption worth 30 billion dollars. And among the champions are Petrobras and Odebrecht. In fact, according to a Stanford University study on corruption in the world, between 2015 and 2024, Brazil won the silver medal.


The member countries of the OECD, which brings together 45 countries that represent 70% of the world's productive wealth, and which made its anti-corruption rules in 1997, follow this primer well. From 1999 to 2023, 1300 individuals and 400 companies were penalized. Even so, in the country of freedom, equality and fraternity, France, it took 20 years to sue a company. In Germany, the centenary Siemens had a scandal of the proportions of its own history. And in Brazil, to remember Lava Jato is to remember.


The Trump government's decision, which has always implied with this law, not only generates legal uncertainty with the ongoing processes, but also with the future of practices and ethics in the business world. In short, if American companies are free to pay tuition fees with the excuse that it makes them more competitive, then everyone can do it. You can't do it at home, but you can do it at the neighbor's. And there is no doubt that the corrupt are celebrating, ready to welcome the corruptors with open arms. It became a party.


Let's see how the OECD will react, of which Brazil is not part, and which has not yet suffered push-ups from Trump. This North American debauchery hurts what is most sacred in this organization. It also hurts the principle of trust in the business world, in addition to weakening the governance of both business and the countries themselves. And there is an economic cost, because who will pay the increase in costs, the bribe is cost, it is the consumer, the country in the infrastructure. In summary, investment costs will increase. We have already seen these examples in Brazil when a director of an electricity concessionaire justified the increase in the cost of a plant by 400% by inflation in dollars. To steal they justify everything.


The chaos began with the door open and with the fragility of political systems and especially the legal ones, we will regress not only in the fight against corruption, but in establishing a society of values in businesses that solidify the democratic system instead of eroding the stability of the country. And what are we going to teach the next generations: honesty, work, competence or how to do corrupt business? MBA in structured operations.

DA PORTEIRA ABERTA, A CORRUPÇÃO LIBERADA

 DA PORTEIRA ABERTA, A CORRUPÇÃO LIBERADA

 

No meio de centenas de decretos executivos do novo governo americano, há um que, depois dos comentários iniciais, passou despercebido: o que suspende a vigência de lei que proíbe as práticas de corrupção no exterior. Essa lei de 1977 proibia as empresas norte-americanas de subornarem funcionários públicos de terceiros países. Desde 2010, o Departamento de Justiça norte-americano processou empresas por ato de corrupção no valor de 30 bilhões de dólares. E entre os campeões estão a Petrobras e a Odebrecht. Aliás, segundo estudo da Universidade de Stanford sobre a corrupção no mundo, entre 2015 e 2024, o Brasil ganhou a medalha de prata.

Os países membros da OCDE, que reúne 45 países que representam 70 % de riqueza produtiva do planeta, e que fez suas regras anticorrupção em 1997, seguem bem essa cartilha. De 1999 a 2023 foram penalizados 1300 indivíduos e 400 empresas. Mesmo assim, no país da liberdade, igualdade e fraternidade, a França, demoraram 20 anos para processar uma empresa. Na Alemanha, a centenária Siemens teve um escândalo das proporções da sua própria história. E no Brasil, lembrar da Lava Jato, é recordar.

A decisão do governo Trump, que sempre implicou com essa lei, não só gera uma insegurança jurídica com os processos em curso, mas também com o futuro de práticas e ética no mundo dos negócios. Em resumo, se as empresas norte-americanas estão livres para pagar propinas com a desculpa de que isso as faz mais competitivas, então todo mundo pode fazer. Não pode fazer em casa, mas pode fazer no vizinho. E não há dúvida de que os corruptos estão em festa, prontos para receber de braços abertos os corruptores. Virou festa.

Vamos ver como vai reagir OCDE, da qual o Brasil não faz parte, e que ainda não sofreu flexadas do Trump. Essa libertinagem norte-americana fere o que há de mais sagrado nessa organização. Fere também o princípio de confiança no mundo dos negócios, além de enfraquecer a governança tanto empresarial como dos próprios países. E há um custo econômico, porque quem vai pagar o aumento de custos, a propina é  custo, é o consumidor, o país na infra-estrutura. Em resumo, os custos dos investimentos vão aumentar. Nos já vimos esses exemplos no Brasil quando um diretor de uma concessionária de energia elétrica justificou o aumento de custo de uma usina em 400 % pela inflação em dólar. Para roubar justificam tudo.

Começou o caos com a porteira aberta e com a fragilidade dos sistemas políticos e em especial os jurídicos, vamos regredir não só na luta contra a corrupção, mas em estabelecer uma sociedade de valores em negócios que solidificam o sistema democrático ao invés de corroer a estabilidade do país. E o que vamos ensinar às próximas gerações: honestidade, trabalho, competência ou como fazer negócios corruptos?MBA em operações estruturadas.

 

Stefan Bogdan BARENBOIM ŠALEJ

www.salejcomment.blogspot.com

25.2.2025.

 

 

 

 


Sunday, 23 February 2025

 FROM EUROPE WAR-THRUNG


80 years ago ended World War II, which followed the Great War, World War I, started in 1914 and ended in 1918. That is, less than 20 years between the end of the first and the beginning of the second war. And this week marks three years since Russia invaded Ukraine, making the world tremble and sowing terror and fear in Europe, deaths and injuries on both sides, displacement of millions of people, disruption of supply of agricultural products and industries around the world, in addition to high prices and billions of dollars spent on weapons. Suddenly the world was redesigned and lived the fear of a new war, including nuclear.


The United States and European countries felt threatened and reacted to the Russian aggression. They would ring militarily, using the most modern military equipment and declared economic sanctions against Russia. It has allied itself with China, the sanctions have no effects, and even allocating 43% of its budget to the war effort, the Russian economy survived the conflict well. Putin's regime has strengthened internally, China too, and the end result is that Trump thought it was time to end the conflict, making the most of the United States.


Without North American support, Europeans, after the Paris conference of the most important European countries, express doubts, but also recognize that they alone cannot defeat Russia. It was like that in the two world wars and it was like that in the Balkan conflict. The GIs, American soldiers in their various forms, saved Europe and imposed peace. And this time it was no different: Trump and Putin understood each other, sent their chancellors to sit at the table and gave orders to find a solution. Neither the Europeans nor Ukraine were invited.


Russia was not at the negotiating table as defeated, even if some do not consider it a winner. She militarily dominates a good piece of Ukrainian territory and now begins the discussion on how to contain Russian advances not only in Ukraine but also in Europe. The Russians will hardly accept Ukraine in the European Union, but they have already warned that in NATO, a military alliance that Trump hates, under no circumstances. Ukraine became, as in other times in history, a pawn in the game of powers. The unfolding of the conflict today is very reminiscent of the invasion of Nazi Germany from Czechoslovakia, which was accepted by Westerners without reacting and allowed Hitler to do what he did next.


The European Union and Great Britain will have to build a defense against Russia, knowing that the transatlantic military alliance no longer protects them. It changed the concept of defense in the Trump administration, which allies itself with Putin and also Xi, marginalizing Europe. So much more than peace in Ukraine is at stake. It's peace in the world.

DA EUROPA CANÇADA DE GUERRA

 DA EUROPA CANÇADA DE GUERRA

Há 80 anos terminou a Segunda Guerra Mundial, que seguiu Grande Guerra, Primeira Guerra Mundialiniciada em 1914 e terminada em 1918. Ou seja, menos de 20 anos entre o fim da primeira e início da segunda guerra. nesta semana completam-se três anos que a Rússia invadiu a Ucrânia, fazendo o mundo tremer e semeando terror e medo na Europa, mortes e feridos dos dois lados, deslocamento de milhões de pessoas, ruptura de fornecimento de produtos agrícolas e indústrias pelo mundo afora, além da alta de preços e dos bilhões de dólares gastos em armas. De repente o mundo foi redesenhado e viveu medo de uma nova guerra, inclusive nuclear.

Os Estados Unidos e os países europeus se sentiram ameaçadose reagiram à agressão russa. Regariam militarmente, usando os equipamentos militares mais modernos e declararam sanções econômicas contra Rússia. Está se aliou à China, as sanções não surgiram efeitos, e, mesmo destinando 43 % do seu orçamento ao esforço de guerra, a economia russa sobreviveu bem ao conflito.O regime de Putin se fortaleceu internamente, aChina também, e o resultado final é que Trump achou que está na hora de acabar com conflito, tirando o máximo proveito paraos Estados Unidos.

Sem o apoio norte americano, os europeus, depois daconferência de Paris dos mais importantes países europeus,expressam dúvidas, mas também reconhecem que eles sozinhos não conseguem derrotar Rússia. Foi assim nas duas guerras mundiais e foi assim no conflito dos Bálcãs. Os GI, soldados norte-americanos em suas várias formas, salvaram Europa e impuseram a paz. E desta vez não foi diferente: Trump e Putin se entenderammandaram seus chanceleres sentarem à mesa e deram ordem para achar uma solução. Nem os europeus, nem Ucrânia foram convidados.

Rússia não estava na mesa de negociação como derrotada, mesmo que alguns não a consideram vencedora. Ela domina militarmente um bom pedaço de território ucraniano e agora começa a discussão sobre como conter os avanços russos não só na Ucrânia mas também na Europa. Os russos dificilmente vão aceitar a Ucrânia na União Europeia, mas já avisaram que na OTAN, aliança militar que Trump detesta, sob hipótese nenhuma. Ucrânia virou como em outras vezes na história um peão no jogo das potências. O desenrolar do conflito hoje lembra muito a invasão da Alemanha nazista da Checoslováquia, que foi aceita pelos ocidentais sem reagir e permitiu a Hitler fazer o que fez em seguida.

União Europeia e Grã Bretanha terão que construir uma defesa contra a Rússia, sabendo que aliança militar transatlântica não os protege mais. Mudou o conceito de defesano governo Trumpque se alia a Putin e também a Xi,marginalizando a Europa. Então está em jogo muito mais do quea paz na Ucrânia. É a paz no mundo. 

 

DA PAULADA ESPERADA E INESPERADA

 DA PAULADA ESPERADA E INESPERADA

 

Nenhuma discriminação contra o Brasil por parte do governo Trump em elevar as tarifas de importação de produtos siderúrgicos e de alumínio em 25 %. Vale para o mundo inteiro.E nem contra Minas Gerais, o maior produtor de aço e alumínio do Brasil.  Todos estavam esperando alguma medida assim, mas a questão é se estavam preparados para ela. As análises se baseiam muito no ano de 2018, no Trump1, quando de tarifas de 10 % passou-se a quotas, mantidas no governo Biden. Agora os tempos são outros. Para começar, naquela época os governos dos dois países eram da mesma linhagem política e com isso tinham um diálogo que poderia resolver a questão.

Num mundo onde há excesso de oferta de aço, em especial chinês, e há crise do setor automobilístico, a atitude norte-americana tem reflexos muito maiores do que percebemos. O Brasil exporta aproximadamente 35 % de sua produção, diz a entidade do setor AçoBrasil, para 100 países, mas o maior comprador são os Estados Unidos. Ou seja, a queda nas exportações para lá vai afetar o balanço de pagamentos, os balanços da empresas siderúrgicas e, claro, o emprego. Com exceção da Gerdau, que tem usinas nos Estados Unidos e gera 40 % de sua receita com negócios por lá, as demais, como a Usiminas, Arcelor Mittal e CSN, serão afetadas. No caso das primeiras duas, elas fazem parte de operações globais e aí a direção das empresas decide onde tem mais lucro. E aí vai um aplauso para aGerdau, genuinamente nacional, que implementou a estratégia de produzir nos Estados Unidos e colhe resultados.

A siderurgia brasileira vive uma crise de competitividade há muito tempo. Os investimentos necessários e as atualizações tecnológicas dependem do retorno de capital, que é baixo, em função dos altos custos da energia, do mercado interno imundado com aço chinês e sem a proteção da indústria brasileira, e do alto custo do capital.

A paulada de Trump vai só agravar a crise e, se serve de alguma coisa, o exemplo de como o governo resolveu a questão da importação de aço não é exatamente animador. Brasil não tem meios de retalhar os Estados Unidos e a única esperança é que velho e tradicional Itamaraty  resolva a questão na área diplomática. E que, por outro lado, o governo reforce a competitividade da indústria siderúrgica e de alumínio para que ela sobreviva no momento, seja com políticas de aumento de consumo interno, que é baixo, com proteção  contra dumping chinês, apoiado pela indústria automobilística e de linha branca, grandes consumidores, e com juros compatíveis para que o custo dos investimentos refaça a competitividade industrial e tecnológica.

Um estado como Minas pode levar um baque irrecuperável se o governo do estado,a indústria e governo federal não se aliarem na solução. O receio é que estão caídos na lona do boxe do comércio internacional e ainda não acordaram para agravidade da situação, aliás prevista e cantada em prosa e verso por Trump.

Friday, 7 February 2025

DO CAOS A CAOS

 DO CAOS A  CAOS

 

O recém empossado  presidente dos Estados Unidos está com a faca e o queijo na mão. Ameaça cada minuto alguém, semeia uma tremenda insegurança e incerteza no mundo, e por enquanto está ganhando todas. Colômbia, Canadá, México, Panamá, todos baixaram o tom e aceitaram de uma ou outra maneira suas exigências. Bom, ficou a China, que reagiu com cautela à ameaça de elevação dastarifas de importação. A União Europeia rugiu como um gato, mas na prática nada aconteceu. E Brasil disse que disse que vai retalhar, mas em Washington ninguém deu a mínima para o que Lula disse. Essa briga ainda está para acontecer. 

 

Nesse caos semeado por Trump, é bom lembrar que os Estados Unidos sempre usaram esses instrumentos de pressão. Não é a primeira vez que o Brasil está sendo ameaçado e nem a primeira vez que serão aplicadas sanções ou tarifas extras para as exportações brasileiras. E isso também ocorria quando dominavam os democratas. Quando se discutia a ALCA, associação da América Latina e Caribe com os Estados Unidos, uma das reuniões foi em Belo Horizonte, então secretário do comércio dos EUA me explicou com clareza porque eles querem essa união: não termos restrições para exportar para continente, queremos exportar cem bilhões de dólares e criar com isso 2 milhões de empregos. Simples assim. 

deputado democrata de Minessota Joe Oberstar me contou que fez tudo para barrar um empréstimo de 350 milhões de dólares do Banco Mundial para a Vale, oprojeto Carajás, porque a produção de minério de ferro lá seria tão competitiva que acabaria com as minas de ferro no distrito eleitoral dele. Ele estava certo. Hoje oBrasil exporta mais de 10 bilhões de dólares de mineiro de ferro para lá e as minas no Minessota fecharam.

A diferença entre seus antecessores e Trump é a violência verbal, uma prepotência que está um pouco para o Rei está nu. Não tem nenhum sutileza para tratar com seja quem for. A grosseria se tornou a expressão da verdade na política norte-americana e é adotada fielmente por seus seguidores em todos os níveis do governo. Não tem meio termo, não tem solução a não ser subjugar ao que se entende que é o interesse americano. Não tem mais açúcar e cacete, só tem cacete.

Brasil está vulnerável em todos os sentidos. Temos bilhões de investimentos deles aqui, e o comércio bilateral é importante. E por outro lado somos muito, mas muito mais do que percebemos, dependentes da China. O desarranjo do mundo que está sendo provocado por Trump exige, para responder à altura, uma economia sólida e em crescimento. Como vamos equilibrar as finanças públicas, manter inflação sob controle e a competitividade das nossas exportações, para termos resiliência nos tempos trumpianos, me parece, no estado atual da política brasileira, a pergunta com centenas de respostas e nenhumà altura do desafio que estamos enfrentando.