DA ESPERANÇA QUE NÃO MORRE E QUIÇAS VIVE
REFORMA TRIBUTÁRIA
https://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u548397.shtml
Há vinte e três anos e seis meses estivemos juntos com os Deputados Michel Temer, Presidente da Câmara dos Deputados e Germano Rigotto, Presidente da Comissão Mista de Reforma Tributária do Congresso Nacional, com seis mil empresários na Av. Afonso Pena em Belo Horizonte, em frente ao monumento a Tiradentes, protestando e pedindo reforma tributária.
E ela veio agora. Inacreditável que o governo conseguiu isso em um ano, lembrando inclusive o que aconteceu no dia 8 de janeiro em Brasília.
Perfeita ou imperfeita, está aqui como uma mudança real. Ela carrega inúmeros vícios, diria cláusulas pétreas, de nossa cultura econômica e política, que protegem as minorias privilegiadas e carregam os custos para a maioria desprotegida.
As entidades empresariais participaram muito de monólogos de políticos e do governo que lideraram o processo movidos por interesses nem sempre a favor de maioria, mas com certeza protegendo interesses setoriais, regionais ou até de grupos específicos. Os empresários não tinham uma proposta e nem se equiparam para a discussão ao nível técnico que o governo e os políticos, esses até protegendo interesses de alguns grupos econômicos, tinham. Estavam com economistas e advogados na rabeira das discussões liderados pelos técnicos de governo.
Assim, agora estamos à mercê de leis complementares e da amplitude enorme de novas atribuições do sistema de receitas que o governo tem. A reforma tributária aprovada aparentemente não simplifica o sistema, tem um prazo longo de transição e ainda não foi digerida em sua totalidade pelo sistema produtivo. E nem se sabe que impacto terá na redução ou aumento de custos dos produtos e serviços e consequentemente na inflação.
Única coisa que aparentemente está certa é que os governos vão arrecadar mais. E que já que não ganhamos mais nenhuma Copa, somos campeões mundiais em IVA, o novo imposto, 27.5 % .
O tempo agora é de paciência porque a mudança é enorme. E da união dos setores econômicos para negociar com mais competência a favor de sociedade como um todo, a legislação complementar e em especial os limites de liberdade de legislar dos órgãos de receita. Se continuarem a prevalecer, como foi no texto mãe da reforma, os interesses de alguns para o custo de todos, essa reforma vai trazer mais confusão e prejuízos do que vantagens para o desenvolvimento do país. STEFAN ŠALEJ
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