DA LIÇĀO DE LAMA DE MARIANA
A tragédia do rompimento das barragens
em Mariana, cujas dimensões humanas
ultrapassam qualquer dimensão econômica, ambiental ou
financeira, não pode ser nem esquecida e nem relevada ao plano que um
secretario do governo Pimentel disse, que a empresa fez tudo para evitar a tragédia. Vale a pena lembrar os versos de poeta Carlos
Drummond de Andrade que disse em Lira
Itabiriana
O
Rio? É doce.
A
Vale? Amarga.
............
Entre
estatais
E
multinacionais,
Quantos
ais
......
Quantas toneladas
Exportamos
De
ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem
berro?
Bem, nos fomos as minas gerais do Brasil. Estamos no
limiar de um novo paradigma de desenvolvimento, meio atrasados, onde
efetivamente temos que conciliar o respeito ao homem, às futuras gerações e ao
meio ambiente. E conciliar tudo isso com desenvolvimento social e econômico. A ruptura em Mariana foi a de um modelo de desenvolvimento mineiro acelerado para o abismo, com preços altos de minérios no passado recente, e com queda dos mesmos nos dias
de hoje. E principalmente por falta de
uma diálogo entre todos os envolvidos para estabelecer um novo modelo. E, nesse particular, por falta de
lideranças políticas que soubessem liderar o estado para um
desenvolvimento de fato sustentável. Os governos recentes
só
se
interessam em arrecadação, aliás o que também
só
interessa a
certa classe mineradora.
Como no nível local, da prefeitura, essas lições podem ser aprendidas
para evitar perda total das cidades, como aconteceu em Mariana. Em primeiro
lugar, vale a pena lembrar que em Mariana brigas políticas locais levaram a
mudanças de prefeitos absolutamente inaceitáveis para a gestão de
qualquer lugar no mundo. Certos ou não, sete prefeitos passaram em alguns anos,
com direito inclusive a assassinatos. Ou seja, onde brigam os políticos, o poder
público perde a força regulatória e as empresas têm espaço livre para atuar.
Dois:
quando você tem no município uma empresa grande, boa e eficiente, você depende dela. E especialmente se essa empresa tiver o
comando fora do município. Sua cidade é peão num jogo que você não domina. Um exemplo
interessante é que os
prefeitos de onde a
Gerdau tem usinas, na sua maioria não estiveram em Porto Alegre, onde é a sede da empresa e muito menos
foram recebidos pelos principais executivos. Eles não têm valor, com todos os
programas que dizem que existem, para o diálogo construído de algumas empresas.
Três: fundamental será fortalecer empresas locais e fazer planejamento a longo
prazo. E ter a capacidade intelectual para diversificar a economia local. E não
se subjugar a um ator só ou a um setor só. É hora de mudar o modelo, no município e no estado, ex minas gerais.
STEFAN
SALEJ
15.11.2015.
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