Do Vaticano e do Papa
A renúncia do líder da Igreja Católica Romana, o Papa Benedito XVI, após o final do mês de fevereiro Sr. Ratzinger, é também a renúncia do Chefe de um Estado
chamado Vaticano incrustado no meio de Roma, de onde ele era também o bispo. A renúncia do Papa, que
demonstrou uma racionalidade quase desconhecida para os seus 1 bilhão e duzentos milhões de seguidores no mundo,
ultrapassa o interesse só dos católicos. O Vaticano não tem exércitos mas é um dos estados mais
poderosos do mundo. Sua diplomacia tem tentáculos que nenhuma outra
religião ou estado conhecem. E
também tem interesses desconhecidos do grande público, que são defendidos como ninguém os sabe defender.
A Igreja Católica, que tem 42 % de seguidores na América Latina, 25 % na Europa e 15 % na África, tem perdido seguidores, principalmente na Europa. O número de católicos tem diminuído de forma assustadora não só no velho Continente, mas também na América Latina. A há cada vez mais evangélicos, que recebem uma
mensagem mais próxima, especialmente das
pessoas mais humildes. Mas também as posições quase que inflexíveis do Vaticano na defesa
de pedofilia em algumas áreas, e outros assuntos,
levaram milhões de pessoas a se
afastarem da Igreja Católica.
Mas, além do exemplo pouco típico no mundo de hoje, que
foi dado pelo Papa com sua renúncia, há inegável necessidade de sabermos
para onde vai esta Igreja Católica com a sua nova liderança. Se continuar, como escreveu o prestigioso New York Times, a ser
um estado globalizado dirigido como uma aldeia italiana, o que isso pode
significar para o futuro do mundo. Sem dúvida, o dialogo inter-religioso será fundamental para o futuro
do mundo. O Vaticano também não pode se calar, como se calou, durante o holocausto, sobre as
injustiças e atrocidades que certos
países têm sofrido. E não pode mais nem provocar cruzadas e inquisições, como também tem que, se quiser
exercer a liderança ética e moral no mundo, ser o exemplo disso. Esta é a esperança de outros cinco bilhões de habitantes da terra que não são católicos e provavelmente dos
próprios católicos.
O novo papa será eleito por um colégio dos 128 cardeais dos
quais 28 são italianos, 11 norte
americanos. Os latino-americanos, mesmo unidos não elegem papa sozinhos. E
também não tem um candidato único, apesar de muita falácia a respeito do Cardeal
argentino Sandri. Muita fumaça negra vai sair da chaminé antes de sair fumaça branca anunciando o novo
líder da Igreja Católica. E como Brasil é o maior pais católico do mundo, com mais de
250 bispos e alguns cardeais, a sua escolha é fundamental para o Brasil
e suas relações com o mundo.
Stefan B.Salej
12.2.2013.
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