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Thursday, 21 February 2013

SIAMO TUTTI ITALIANI



Das eleições italianas

As eleições parlamentares italianas desta semana podem mudar pouco a Itália mas afetar muito a Europa. As duas décadas de declínio da antiga potência econômica e membro do exclusivo grupo dos poderosos países do G7, a queda de 2.2% do produto bruto interno no ano passado e a ameaça, após 18 meses de certa estabilidade sob o governo do Prof. Monti, de volta do rei do bunga bunga e antigo primeiro-ministro Berlusconi, fazem a Europa tremer. A complexa situação econômica italiana, onde basicamente se enfrentam o centro-esquerda de Monti versus a direita liderada pelo Cavaliere Berlusconi, não será ainda resolvida nesta eleição. O mapa político, que só será definido após a abertura das urnas no domingo tem também novos atores, como Beppa Grillo, comediante que está tirando votos do Monti e com isso pode ser o fiel da balança no Parlamento.

É consenso que a Itália precisa de reformas sociais e econômicas. A estrutura econômica italiana, com milhões de pequenos negócios e um Norte desenvolvido, beneficia Berlusconi, que quer destruir as vantagens sociais do operariado, reduzir os impostos e dar mais asas ao grande capital. Mas, isso levou o país a um impasse e a uma situação política e econômica insustentável. O rigor nas reformas de Monti gera uma impopularidade difícil de ser aplaudida nas urnas. Por isso, ainda que racionalmente inaceitável, o  populismo de Berlusconi  tem seu espaço político.

A Europa, que está saindo da crise para a qual Itália contribuiu muito mais do que Grécia, não pode se dar ao luxo do retrocesso. Os alemães têm dado sinal claro, porém discreto, de que a volta ao passado não é aceitável. Mas pouco podem fazer para que os eleitores italianos façam diferente do que eles pensam  que é certo.

O Brasil é intimamente ligado à Itália. Vivem aqui 25 milhões de descendentes de italianos, dos quais 270 mil têm cidadania italiana e outros 600 mil estão esperando na fila. Os ítalo-brasileiros votaram, menos de 20 %, elegendo na América do Sul toda 4 deputados e 2 senadores. Minas possui o terceiro maior contigente de imigração italiana no Brasil e um ítalo-brasileiro é governador do Estado.

Mas são os investimentos italianos no Brasil que também importam. Novamente aqui, Minas  tem um peso muito grande, principalmente por causa da Fiat. A questão que se coloca é se as empresas italianas no Brasil são melhores investidores com um estado italiano em crise, cheio de escândalos como a recente da quebra do tradicional Banco de Monte del Paschi e a prisão do presidente da Finnemecanica, a líder de equipamentos militares.

Claro que não. O sucesso da Itália também pode ser nosso. E o fracasso, também.

Stefan  B. Salej
21.2.2013.

Friday, 15 February 2013

A ELEICAO DO PAPA BRASILEIRO



Do Vaticano e do Papa

A renúncia do líder da Igreja Católica Romana, o Papa Benedito XVI, após o final do mês de fevereiro Sr. Ratzinger, é também a renúncia do Chefe de um Estado chamado Vaticano incrustado no meio de Roma, de onde ele era também o bispo. A renúncia do Papa, que demonstrou uma racionalidade quase desconhecida para os seus 1 bilhão e duzentos milhões de seguidores no mundo, ultrapassa o interesse só dos católicos. O Vaticano não tem exércitos mas é um dos estados mais poderosos do mundo. Sua diplomacia tem tentáculos que nenhuma outra religião ou estado conhecem. E também tem interesses desconhecidos do grande público, que são defendidos como ninguém os sabe defender.

A Igreja Católica, que tem 42 % de seguidores na América Latina, 25 % na Europa e 15 % na África, tem perdido seguidores, principalmente na Europa. O número de católicos tem diminuído de forma assustadora não só no velho Continente, mas também na América Latina. A há cada vez mais  evangélicos, que recebem uma mensagem mais próxima, especialmente das pessoas mais humildes. Mas também as posições quase que inflexíveis do Vaticano na defesa de pedofilia em algumas áreas, e outros assuntos, levaram milhões de pessoas a se afastarem da Igreja Católica.

Mas, além do exemplo pouco típico no mundo de hoje, que foi dado pelo Papa com sua renúncia, há inegável necessidade de sabermos para onde vai esta Igreja Católica com a sua nova liderança. Se continuar, como escreveu o prestigioso New York Times, a ser um estado globalizado dirigido como uma aldeia italiana, o que isso pode significar  para o futuro do mundo. Sem dúvida, o dialogo inter-religioso será fundamental para o futuro do mundo. O Vaticano também não pode se calar, como se calou, durante o holocausto, sobre as injustiças e atrocidades que certos países têm sofrido. E não pode mais nem provocar cruzadas e inquisições,  como também tem que, se quiser  exercer a liderança ética e moral no mundo, ser o exemplo disso. Esta é a esperança de outros cinco bilhões de habitantes da terra que não são católicos e provavelmente dos próprios católicos.

O novo papa será eleito por um colégio dos 128 cardeais dos quais 28 são italianos, 11 norte americanos. Os latino-americanos, mesmo unidos não elegem papa sozinhos. E também não tem um candidato único, apesar de muita falácia a respeito do Cardeal argentino Sandri. Muita fumaça negra vai sair da chaminé antes de sair fumaça branca anunciando o novo líder da Igreja Católica. E como Brasil é o maior pais católico do mundo, com mais de 250 bispos e alguns cardeais, a sua escolha é fundamental para o Brasil e suas relações com o mundo.

Stefan B.Salej
12.2.2013.