De guerras e paz
Nestes dias de final do ano
gregoriano haverá muita reza e muitos apelos
pela paz. Mesmo se não tivemos um confronto
considerado mundial, não há como dizer que o mundo está vivendo em paz. Aliás, em nenhum momento da história a nossa civilização viveu sem nenhum conflito armado. E neste momento vivemos de uma
forma horizontal, atingindo o mundo inteiro, uma guerra travada com terroristas
islâmicos que esta longe de ser ganha pela civilização ocidental e cujas dimensões são difíceis de serem reconhecidas.
A chamada Primavera árabe, que significaria a adoção de valores democráticos ocidentais pelos países árabes e a conseqüente queda de ditadores
como Kadafi na Líbia ou Mubarak no Egito, abriu uma panela de pressão cujos desenvolvimentos são imprevisíveis. O conflito na Síria, que tem sido mais
sangrento do que a televisão quer mostrar, não tem fim. Na Líbia, os conflitos internos
e a luta entre várias facções está transformando o país em um campo de batalha sem controle. E ainda no continente
africano há lutas na República Democrática de Congo, no Mali,
piratas na Somália, violência na Nigéria e no Sul do Sudão.
A lista ainda inclui ainda
os tradicionais conflitos no Afeganistão e no Iraque, e o conflito
entre Israel e os palestinos. Mesmo com a retirada dos soldados americanos e
seus aliados dos dois primeiros países, os conflitos
continuam. Mudam os soldados, mas não mudam as batalhas. E
nenhuma solução diplomática para a paz entre Israel, onde haverá eleições em janeiro, e os
palestinos está a vista. O Irã continua com sua política de destruição de Israel, com a ousadia de construir a bomba atômica e, do outro lado da Ásia, a Coréia do Norte lança foguetes de longo
alcance. E o comércio de armas está só crescendo, gastando-se
cada vez mais em armamentos e cada vez menos em alimentos.
Na América Latina poderemos presenciar uma paz dos narco revolucionários colombianos da FARC com o governo. E daí, se Cristina Kirchner não declarar guerra ao Reino
Unido pelas Malvinas, poderemos ser o continente sem conflito armado. Mas, isso
não isola o Brasil das consequências de outros conflitos.
Muito pelo contrário, todos esses conflitos,
inclusive a rusga entre a China e o Japão pelas ilhas no Pacífico, afetam os valores da política externa brasileira e a sua economia. O Brasil
é um ator internacional importante, tanto no campo político como econômico, e esta sendo
envolvido em soluções de todos os conflitos
mundiais, como o terrorismo, ou regionais, como os da Africa ou Oriente Médio. Portanto rezar pela paz é uma forma de achar que se
pode conseguir a paz no mundo. A outra é preparar o país em todos os seus campos para batalhar pela paz.
Stefan B. Salej
19.12.2012.
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