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Friday 1 July 2016

DO TERRORISMO E DO CRIME

DO TERRORISMO E DO CRIME

As cenas horríveis, com 34 mortos e dezenas de feridos, no aeroporto de Istambul, Turquia, chocaram o mundo. Mas, a morte de uma menina israelense  de 13 anos, esfaqueada durante a noite por um  palestino, passou despercebida. Ou os atentados com bombas suicidas no Afeganistão. E a Síria, Líbia, Paquistão ? Ou pasmem, anti-semitismo na Inglaterra? O fato  é que estamos  vivendo cada dia mais e mais em um mundo cheio de ataques terroristas, guerras nem tão isoladas regionalmente, como no Oriente Médio e na Ásia, o que leva a mudar a nossa vida. Por mais que forcas de segurança trabalhem em conjunto, por maior que seja o esforço, o perigo aumenta e aparece sempre de uma forma inesperada.

Esse mundo de incerteza, que na verdade faz parte da história da humanidade, só que com cada vez mais sofisticação e maior intensidade, afeta nossa vida de cidadão mais do que percebemos. O medo de viajar, a insegurança não afetam só os indivíduos, mas também os negócios, desestabilizam as economias, as famílias e as sociedades. É um fenômeno com o qual teremos que acostumar a conviver,  mas com enorme sacrifício individual, coletivo, financeiro e global. O custo em todos os sentidos é altíssimo.

Com os próximos jogos olímpicos no Rio, a pauta do perigo terrorista não pode ser descartada. Enquanto a sociedade brasileira aceita o crime como parte da vida cotidiana, com combate à corrupção na pauta do dia,  o perigo terrorista não passa pela cabeça de ninguém. Uma crença falsa de que estamos imunes a esse tipo de eventos, que este é um pais tranquilo e pacífico, nos leva inclusive esquecer que o sequestro de diplomatas foi inventado em nome do combate ao regime militar, no Brasil. E que justamente essa tranquilidade aparente pode dar espaço a uma  expansão de atividades terroristas indesejada por todos. Sem falar que o terrorismo no mundo nos afeta não só como simples cidadãos, mas atinge nossos negócios e nossas economia.

No Rio, daqui a pouco, nos Jogos Olímpicos, podemos não ter o perigo de ataques terroristas iminentes, mas temos uma situação inusitada, que é  da segurança pública. Os policias sem equipamento, sem mínima proteção para executar  suas funções, mortos em  dezenas pelos bandidos, sem receber salários, e mais e mais, não dão  tranquilidade a ninguém. Será que a decadência do Rio chegou a tal ponto que temos uma cidade desgovernada ou governada no meio do caos politico e gerencial, por quem? Deus pode ser brasileiro, mas, pelo jeito, os bandidos e políticos do Rio não são, pelo que temos visto antes de início dos jogos. Sem falar no zika, sujeira, corrupção e mais o que ! Só, que o problema não e local, porque o evento é mundial. E aí temos que ajudar para resolver, porque em jogo nestes jogos está o Brasil .

Stefan Salej

Monday 27 June 2016

DO  MUNDO  PERTURBADO E DO MUNDO EM PAZ

Difícil prever se o próximo dia tradicional de desgraça, 13 de agosto (sendo ou não sexta-feira), será tão ruim como foi quinta-feira, dia 23 de junho deste ano. Além das noticias estupefacientes no campo da corrupção no Brasil (sendo que ainda falta explicar como bancos privados chegaram a obter dados de aposentados e contribuintes de INSS pra oferecer empréstimo consignado e qual foi o acordo que foi feito lá porque foi aí que começou o sistema de crédito consignado), houve também a saída da Grã -Bretanha da União Europeia.  A situação, que não foi prevista nem pelas pesquisas de opinião pública  e nem pelos tradicionais apostadores (que em geral sabem mais do que as agencias de pesquisa) criou um novo mundo. Em resumo, a desgraça que na crença popular ficava para sextas feira e dia 13, passou  neste novo mundo em que vivemos para quinta feira 23.

Mas, como tudo e sempre, há  um outro lado da moeda. Após 52 anos, repito 52 anos, de luta armada, com 220 mil mortos, crianças e mulheres escravizadas, inúmeros sequestros, e um dos maiores produtores de coca do mundo, os pseudo marxistas agrupados na guerrilha chamada FARC assinaram um acordo de paz com o governo de Colômbia do Presidente Santos. O comandante guerrilheiro Timoshenko negociou três anos e meio um acordo sob os auspícios de Cuba e da ONU, concordando que, até fevereiro 2017, os 7000 guerrilheiros deporão as armas e estarão em 23 zonas especiais e 8 acampamentos, reintegrados à vida civil e política da Colômbia. O Presidente Santos insiste que o acordo seja referendado num referendum popular, para que não haja nenhum retrocesso com a saída dele, em 2018.

Você que assistiu Narcos tem uma vaga idéia de como a Colômbia foi transformada no maior produtor de cocaína do mundo. Com o cerco aos narcotraficantes, o negócio passou para os guerrilheiros ditos marxistas. E, como o próprio Presidente Santos disse recentemente, numa palestra em Washington, a luta só foi possível por total  engajamento militar, tecnológico e financeiro dos Estados Unidos. Esse término da luta pelas FARC é uma vitória militar e diplomática estadounidense, sem a menor dúvida .

Há muita coisa ainda para resolver. As indenizações às vitimas, condenações de grupos para-militares, re-integração de ex-futuros guerrilheiros à vida civil, participação política deles etc. Nem tudo será flores daqui para  a frente, mas haverá menos sangue, apesar de que ainda há um grupo guerrilheiro menor perturbando a paz, ELN.

A Colômbia vai receber muitos recursos financeiros, haverá estabilidade nas nossas fronteiras e estará integrada ao mundo ainda mais. É um país que nunca, mesmo nos momentos mais difíceis, perdeu o controle da sua economia e agora encontrou a sua dignidade. Um belo exemplo a ser estudado.

DOS INVESTIMENTOS

Falar em novos investimentos nas empresas, nestes dias ainda de muita incerteza política e macro econômica, é quase que proibido. O dinheiro mal dá, chame isso de EBITD ou fluxo de caixa ou o que for, para pagar as despesas correntes. Mas, quando pensamos em investimentos, vem à cabeça o investimento em bens físicos: máquinas, equipamentos, instalações, empréstimos a longo prazo.

Mas, quanto  maior a crise, maior a necessidade de se adaptar a ela. E  para isso é preciso sim investir. 

O primeiro e mais importante investimento nesta hora é em pessoas que devem compreender bem o quê está acontecendo e porque está  acontecendo. Na verdade, é preciso reduzir a distância entre as chefias e os funcionários, aumentar o diálogo e formar mais e mais a equipe, um time forte, para atravessar a crise. E além dessa parte, há necessidade de treinamento do pessoal para essas mudanças. Em resumo, estamos em crise, mas somos capazes não só de sobreviver, mas até de progredir. Os empresários podem se surpreender de quanto conhecimento e quantas boas soluções existem entre seus funcionários que não tinham acesso aos chefes para expor ideias.

Nessa linha de investimento necessário e custo aceitável, é fundamental que o próprio empresário ou o gerente se prepare para mudanças . O peixe fede na cabeça. Se a cabeça da organização não funciona bem, se entre os sócios existem divergências, se a família que dirige a empresa se desentende, não se pode esperar  dos funcionários que eles produzam bem.

Outra área a considerar é a de exame da eficiência de tudo o que  se paga. Não se trata de despesas só, mas de pagamentos como impostos, contratações como de telefonia, energia e similares. Faça uma auditoria onde você pode reduzir custos, aumentando a eficácia da empresa. Taxas bancárias, por exemplo. Agora a luta é por tostão, porque economizando os tostões você pode economizar milhões. Engajar funcionários e até premiar suas idéias, dando participando dos lucros da economia,  é um método com certeza eficaz.

Há mais dois segmentos importantes nessa linha de raciocínio. Seus fornecedores também sofrem com a queda de seus negócios. Pergunte o que eles podem fazer em uma parceria para melhorar a situação. Novos materiais, novos desenhos, embalagem mais convenientes, fretes e logística mais racional.

E last but not the least: os clientes. Não só maior atenção, mas maior dialogo, construindo parceria. Sair de uma relação de animosidade, em que cada um quer tirar o máximo de outro, mas criar parceria de ganha-ganha.

Muitas ações você pode fazer sozinho, mas para outras precisa de ajuda externa, competente.  Veja bem quem você escolheu para lhe ajudar, para que a situação não piore ao invés de melhorar.

Sunday 19 June 2016

DO DESEMPREGADO E DO EMPREENDEDOR

DO DESEMPREGADO E DO EMPREENDEDOR

Podemos discutir milhões de razões do desemprego no país, no estado, no município, onde quiser. O fato é que temos 12 milhões de desempregados no Brasil, e aproximadamente  um e meio milhão, em Minas. O desemprego não é estatística, são pessoas, famílias, crianças. São nossos vizinhos, amigos, conhecidos. E há uma parte triste do desemprego: a falta de perspectiva de emprego. Ou seja, você não o tem hoje, mas também você não o tem a amanhã. E essa doença do tecido social atinge todas as idades, não discrimina nem pela raça e nem pela cor.

As ilusões de que mudança do governo, política fiscal austera, nova política econômica e combate a corrupção vão mudar a perspectiva individual, são enganadoras. Neste momento, tudo é prioridade, mas criar oportunidades de trabalho, não é prioridade de nenhum governo e de nenhum político. Fala-se de tudo, mas não se fala de como vamos resolver esse, que é  maior o  problema  social e, consequentemente, econômico do Brasil.

Mas mesmo não tendo uma liderança que mude esse cenário, ou talvez o cenário por milagre mude sozinho, muita coisa pode ser feita. Começamos pela requalificação profissional. Esse papel cabe essencialmente aos serviços de educação e sociais dirigidos pelos empresários, ou seja o Sistema S (SENAI, SESI, SESC, SENAC, SENAR, SENAT, SEBRAE). Estão eles, com honrosas exceções, cumprindo seu papel e ajudando as pessoas a se requalificarem e encontrarem seu lugar no mercado de trabalho ? Os modelos de educação que adotam são, na maioria, do século passado, sem a qualidade e velocidade necessárias para se adaptarem ao mercado. Mesmo sendo entidades dirigidas por empresários, têm pouco diálogo com o mercado e investem seus recursos mais em projetos megalomaníacos de interesse de grupos dirigentes, do que em criação de oportunidade de emprego.

O SEBRAE é  outra historia. Apesar de ser possuidor da mais bem sucedida tecnologia de criação de empregos qualificados, testado na Alemanha com sucesso, que é a empresa simulada, só usa isso na Escola Técnica de Formação Gerencial. Não, essa tecnologia  poderia ser  usada como um instrumento fundamental na criação de novos empregos, empresários e requalificação profissional. Nunca alguém mediu o efeito da mudança de desempregado para empreendedor do ponto de vista econômico. Se os novos empreendedores não forem bem preparados, mesmo que mudem para serem motoristas de Uber, os problemas só serão aprofundados mais adiante, e não resolvidos.

A grande massa de desempregados não pode se tornar empreendedora. Não há  espaço econômico para todos, e eles tem que ser nossa preocupação maior. Cabe urgentemente no espaço econômico um projeto que inclua políticas de fortalecimento das empresas existentes, criação de novos empreendimentos, atração de novos investidores, e requalificação e educação de mão de obra. Desçam (os políticos e lideranças empresariais e sindicais) do pedestal de projetos megalomaníacos e bons para alguns, e comecem a resolver os problemas das pessoas desesperadas à procura de uma simples oportunidade: trabalho.

Friday 17 June 2016

DO BREXIT OU SAIDA DA GRÃ-BRETANHA DA UNIÃO EUROPÉIA

DO BREXIT OU SAIDA DA GRÃ-BRETANHA DA UNIÃO  EUROPÉIA

Na próxima quinta-feira, dia 23. de junho, no meio das nossas festas juninas, os britânicos vão decidir nas urnas se seu país continua ou não como membro da União Europeia. O sentimento anti- União Europeia cresceu a tal ponto que Primeiro Ministro Cameroon não teve outra alternativa que convocar o referendum. Ele e o seu partido conservador são contra a saída do pais da UE e trabalham duro para isso não acontecer. Acusados de uso de táticas de medo, não conseguem, pelo menos com os dados disponíveis hoje, reverter muito a tendência. As pesquisas mostram uma tendência crescente do eleitorado a favor de saída da ilha da Comunidade Européia.

Esse sentimento está semeando um caos, já que todos estão de acordo que ninguém consegue prever todas as consequências para a economia mundial, se de fato os eleitores escolherem a saída  e não a permanência. Os dados divulgados pelo governo britânico dizem que 3.3 milhões de empregos dependem de exportações a para União Europeia. E mais, que o PIB pode cair ate 6.2 % e que cada cidadão britânico vai perder 2200 libras, ou algo como 10 mil reais, por ano de renda. Ou seja, para uma ilha sem as colônias e sem mercado europeu, as perdas serão enormes.

Mas, porque os britânicos estão tão contra União Europeia? Esse sentimento não é só deles, mas cresce na comunidade e varia de país a país. Enquanto os poloneses acham a EU o máximo, os gregos detestam, e só 50 % do alemães acham a União Europeia boa.70% dos europeus não querem a saída de Grã Bretanha, e os setor financeiro, que só com as comissões nas transações comerciais contribui com 5 bilhões de dólares anuais à economia londrina, está apavorado e de malas prontas para mudar para Frankfurt. E tem mais: em fevereiro, o governo britânico negociou relações mais favoráveis com os demais membros da comunidade, que parecem não satisfazer a população britânica.

O fato é que a União Europeia e sua prepotente burocracia de Bruxelas precisam repensar e reorganizar suas relações com os países membros. E isso, mesmo com Brexit, não está acontecendo. A Comissão Européia não consegue se adaptar às mudanças que os cidadãos querem e insistem, como no caso em questão, em fazer.

Para o Brasil a  mudança imposta pelo referendum será como para todo mundo significativa. Temos investimentos do Reino Unido,  eles os tem aqui. O pais será enfraquecido, e haverá uma reorganização da economia mundial, numa hora em que já estamos enfraquecidos por problemas internos. Para começar, o acordo do Mercosul com a UE, que é de nosso  grande interesse, será feito com outros parceiros. Sem dúvida, qualquer resultado que seja do referendum, vai provocar mudanças profundas na Europa.

Monday 13 June 2016

DOS PREFEITOS E VEREADORES

DOS PREFEITOS E VEREADORES

O calendário está cheio. Jogos Olímpicos, processo de impeachment da Presidente da República, Acrônimos, Lava Jato, Zelotes, ajuste fiscal, eleições nos Estados Unidos, ainda bem que a Copa América acabou para o Brasil, mas continua o torneio europeu com futebol interessante, sem falar no dia a dia da vida empresarial, com a luta por encomendas, pagamento de impostos, pressão de fiscalização de todos os tipos, cores, e maneiras. E sem falar em protestos que fecham as ruas, avenidas, praças e a preparação para negociações salariais para todo lado.

Sua vida está cheia e agitada. A política bate na sua porta, entra adentro da sua loja, fábrica, escritório, contamina a vida cotidiana e em nada parece que melhore a situação. E lá se vai o xingatório clássico do cidadão brasileiro a respeito de política e dos políticos, que nem pode ser repetido, mas que cada leitor vai repetir mais uma vez lendo este artigo. É isso mesmo! É assim mesmo, e a pergunta é quando vai melhorar e como melhorar.

Começamos mais um vez com o básico: seu RG e titulo de eleitor. Você tem que se conscientizar que essa é uma arma poderosa  que você tem e não usa. E a chance é agora, já que você deixou seu deputado falando da progenitora, do marido, da família e não sei o que mais no Congresso, sem pensar muito e agir em seu nome, sem o qual não seria eleito.

Em menos de quatro meses vamos ter eleições municipais. Você e sua empresa moram, vivem e trabalham num município. Analisemos um pouco o que está acontecendo e vai acontecer.

Então, o atual prefeito foi bom para você e seus negócios? Nos últimos quatro anos, as condições de trabalho no município melhoraram? E se ele for candidato à re-eleição, dos projetos que prometeu, quais cumpriu e quais não? E os impostos municipais? A fiscalização é correta ou coercitiva? O contrato de concessões de iluminação, águas e esgotos, transportes, beneficiaram a quem?

Tem Câmara de Vereadores que legisla no município. E as leis que votaram, significam melhoria de vida para você, seus concidadãos , sua empresa, seus funcionários? Você sequer lembra do nome do vereador em quem você votou?

Os candidatos tem ficha limpa? Ou você tolera o "rouba mas faz". Faz para quem? Eles têm projetos exequíveis, têm ideia de como é administrar um município? E se for empresário, quer servir a quem e porque quer servir a comunidade, perdendo nos negócios? E as entidades empresariais tem projetos para oferecer ou o apoio é só para ajudar nos negócios dos seus líderes?

Comece a se mexer como cidadão e assuma esse papel, porque em 2018 o jogo ainda será mais pesado e vai exigir mais responsabilidade na hora do voto. Treine desde já nas eleições municipais e mude de atitude passiva para voto ativo. Simplesmente, seja cidadão.

Friday 10 June 2016

DAS DEMOCRACIAS SUL-AMERICANAS

DAS DEMOCRACIAS SUL-AMERICANAS

As eleições presidenciais na semana passada no Peru, país  vizinho e importante parceiro comercial, mostraram que a democracia tantas vezes  violada neste continente, continua a prosperar e se consolidar. O septuagenário candidato PPK, Pedro Paulo Kuscinsky, ganhou as eleições com uma diferença de 40 mil votos, em um total de 17 milhões de eleitores. Fração de décimos em milhões, mas assim mesmo deve ter ganho a eleição (a confirmação final pela Comissão eleitoral chegará nos próximos dias, porque a eleição não usa urna eletrônica e então a recontagem de votos é mais demorada). Antigamente, nestas terras sul-americanas, incluindo-se o Brasil, haveria gritaria de fraude e, de fato, havia muita fraude nas eleições. Aliás, hoje se usam métodos preventivos para não ajudar a oposição a chegar ao poder, não ter a alternância de poder, e o caso da Venezuela é bem emblemático nessa questão.


A eleição peruana tem outra característica: ganhou um peruano mundialmente conhecido por sua atuação nos bancos internacionais, com idade incomum para candidatura política (74 anos) e até com cidadania dupla, norte-americana, à qual teve que renunciar, e peruana. Ganhou da jovem (41 anos) herdeira de pai preso por corrupção e  outros crimes, o ex-presidente de Peru, Alberto Fujimori. Mas, mesmo ganhando a presidência da republica, PPK, como é conhecido no Peru, terá que se compor com a derrotada representante de fujimorismo, porque no Congresso peruano ela comanda a maioria, com 73 deputados, contra 18 do partido do vencedor das eleições presidências. É o fenômeno do presidencialismo versus parlamentarismo. Presidente sem  maioria parlamentar, aliás muito conhecido no Brasil. Então começam as alianças partidárias, aumenta o papel do estado na economia, em função da distribuição de cargos e benesses, e começa o fenômeno da ingovernabilidade, tão comum na região.

No Peru, durante a campanha, discutiu-se muito a influência  de empreiteiras brasileiras na política local. Algumas delas teriam levado o modelo da Lava Jato para o Peru, algo que, apesar de não ser comprovado, foi muito discutido durante eleições.

Com a eleição de PPK no Peru, o continente ganha um populista a menos e firmam-se mais as correntes de equilíbrio entre capital e mercado, mas às vezes mais a favor do mercado e capital, do que de demandas sociais, mas definitivamente fora do populismo tradicional que ainda domina em alguns países da América do Sul. Para o Brasil, o Peru equilibrado e desenvolvido pode significar uma parceira econômica, nas vizinhanças, bem mais conveniente do que percebemos à primeira vista. Inclusive como nossa potencial abertura para o Pacífico.