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Friday 26 July 2013

PENSE AFRICA, PENSE NOVAS OPORTUNIDADES



Dos novos negócios na África

Em um seminário sobre oportunidades de negócios na África, realizado na Cidade do  Cabo, na Africa do Sul, não houve nenhum orador que não mencionasse China e Brasil. Definitivamente, quem faz negócios no continente recentemente visitado pelo Presidente Obama, tem que contar com a presença de empresas brasileiras. Primeiro nos mercados de língua portuguesa, como Angola e Moçambique, e depois nos países de língua inglesa e sem esquecer de que, dos 54 países africanos, há 23 em que se fala francês.  Esta diversidade lingüística significa também uma diversidade em cultura de negócios e legislações, que se baseiam nas leis dos seus antigos colonizadores. Fazer negócios neste continente é complexo, mas altamente lucrativo.

É absolutamente incrível o crescimento econômico desses países. Há um grupo, principalmente no norte da África, como o Egito, em turbulência política. Há um outro grupo de países que também têm experimentado tempos incertos e conflitos armados. Mas,o grupo de países sólidos politicamente e saudáveis em termos econômicos é maior do que o de países em dificuldade. E este grupo cresce mais de 5 % ao ano e apresenta, como aliás todo o continente, enormes oportunidades na área de infra-estrutura e energia.

Esse crescimento esta sendo bem aproveitado, não só pela China, omnipresente com investimentos e produtos, mas também pela India, Alemanha, Holanda e França, além da Grã-Bretanha. O Brasil ainda não é o principal parceiro de nenhum pais africano, mas é importante parceiro de todos.

Interessante é o papel da África do Sul no continente. As empresas sul-africanas são grandes investidores na região. Por exemplo, na área de telefonia móvel e internet, além da TV a cabo, dominam o mercado africano. São fortes em engenharia e construção civil. E mais: em serviços financeiros e educação. A rede financeira sul-africana,  com seu conhecimento, garante tranqüilidade nas operações comerciais. É quase que impressionante como os bancos e empresas de advocacia, além de consultores, principalmente da Cidade de Cabo, são bem preparados para oferecer estabilidade aos negócios de seus clientes na Africa.

Aliás, a Cidade do Cabo está se tornando o principal hub de negócios com o resto da África. Não é só o porto eficiente, o aeroporto magnifico, mas a infra-estrutura de conhecimento do continente, que é impressionante. O caminho para empresas brasileiras, em especial medias e pequenas, passa com mais sucesso por aqui, em aliança com sul-africanos.

Stefan B. Salej
25.7.2013. 

Wednesday 3 July 2013

CUIDADO! Voce não esta sendo vigiado!!!!

Das incertezas do mundo
 
O pífio resultado da viagem do Obama ao continente africano  contrasta com a prepotência dos Estados Unidos nas áreas geográficas e políticas. Em sua viagem ao continente de suas raízes, ele simplesmente não empolgou. E ainda trouxe a tiracolo o ex-presidente Bush para a visita à Tanzânia, homenageando as vítimas do terrorismo islâmico. No final, disse com clareza que os Estados Unidos são os verdadeiros amigos dos africanos e que os novos parceiros, entre os quais mencionou China, Turquia e até Brasil, deviam se comportar melhor. Os Estados Unidos acabam de entregar a chave da África aos chineses, uma vez que não têm política nem de parceria, nem de desenvolvimento para o continente. A oferta de programa energético que Obama fez é para vender equipamentos americanos e não para resolver o problema energético do continente.

O fato é que as preocupações norte americanas estão concentradas no Oriente Médio. O Secretário de Estado John Kerry, que acaba de eleger um democrata para seu substituto no Senado (os americanos não conhecem a figura de suplente), passa mais tempo lá do que em qualquer lugar do mundo. Pudera. Além do tradicional conflito palestino, que não desenrola, há o conflito da Síria. Mortes e mais mortes, refugiados e tristeza se fim. A Líbia continua instável e cheia de conflitos. E a primavera árabe do Egito, não se sabe onde vai terminar. As cenas de protestos no país dos faraós são totalmente incompreensíveis para quem não entende do Oriente Médio e muito menos do avanço em várias formas do islamismo no mundo. A sucessão familiar no Qatar, que vai sediar a próxima copa, é só ilusão de ótica no cenário árabe. Sem falar na Turquia, onde nada se acalma.

E como se não bastasse tudo isso, há por outro lado um certo avanço de economia americana, mas com uma perturbação nos mercados financeiros de dar dó. As declarações dos dirigentes do Banco Central, FED, norte americano, confundiram o mercado, balançaram o mundo financeiro, criaram prejuízos para investidores e as turbulências ainda não se acalmaram. Esta parte da história, Obama definitivamente não controla. Wall Street controla a economia americana.

Mas, a conturbação espetacular foi feita por um jovem de 30 anos, Snowdon. Todo mundo sabia do controle total dos Estados Unidos sobre as comunicações do mundo. Este jovem só confirmou. E com o episódio do desvio do avião do presidente da Bolívia, no caminho de Moscou para La Paz, quando o obrigaram a pousar em Viena para verificar se o "traidor" Snowdon  estava a bordo, está claro que a espionagem virou para Estados Unidos, junto com Rússia e China, um direito inalienável acima de qualquer pretensão de soberania nacional. Portanto, talvez os americanos saibam porque acontecem as manifestações no Brasil.

Stefan B. Salej








 

Friday 28 June 2013

Do Brasil acordado

Siga Brasil e acorde!!! Por incrível que pareça, isso foi escrito num cartaz com a bandeira brasileira devidamente pintada numa manifestação a favor da saúde pública na minúscula Eslovênia, país da União Européia com dois milhões de habitantes. Em pelo menos 14 países, mais de  40 mil pessoas apoiaram as manifestações no Brasil. Não houve TV no mundo ou jornal que não falasse dos acontecimentos no Brasil. As manifestações no Brasil viraram assunto da aldeia global.

A primeira leitura foi de susto. Como alguém que, de sonhos lindos, acorda com a casa caindo na cabeça, com trovoadas, chuvas e fogo ao mesmo tempo. Um Brasil na véspera de um importante torneio de futebol, no país do futebol, onde as pessoas trocam tudo pela paixão de ver a bola rolar, com estádios maravilhosos, vê as ruas cheias no país inteiro de manifestantes dizendo que querem mais saúde, mais educação, transporte decente, fim da corrupção. Mas, o Brasil, com todas as mazelas, não progrediu mais do que os outros países?  O Brasil não estava imune à crise que assola o resto to mundo? Você não esta confundindo São Paulo com Buenos Aires, onde sempre acontecem estas manifestações?

Do susto passou-se à analise. E aí os inúmeros brasilianistas,  nos Estados Unidos existem mais de 20  centros de estudos brasileiros, junto com os analistas de bancos internacionais, juntaram uma quantidade de bobagens que comprovaram que ninguém entendeu nada. Uns repetindo os outros, todos perdidos. Começaram as comparações entre movimentos populares em vários países, inclusive a comparação mais idiota que é com a chamada Primavera árabe. Tudo bem que temos uma população de origem árabe importante, mas me diga o que o Brasil tem em comum com os países  árabes?

Na terceira fase, começou o acompanhamento simultâneo do prosseguimento do movimento, suas consequências políticas e econômicas. E claro financeiras. Ninguém no mundo inteiro acredita que o passe livre pode ser uma realidade. Nem na socialista Iugoslávia o transporte público era de graça. Ou seja, atendidas as demandas, como ficam as contas públicas que já estão apertadas? A reação do governo, que parece com o moto de Minas, Libertas quae sera tamen, mesmo que tardia, mostrou ao mundo que o país continua democrático, que os políticos se assustaram, que os os movimentos são pacíficos e não golpistas e que vandalismo nada tem que ver com as demandas legítimas da sociedade.

A expectativa de fora é de que Brasil saia mais forte desse movimento, mais democrático, reorganizado para melhor. Inclusive porque isso é do interesse de todos.


Stefan B. Salej
25.6.2013.

Tuesday 25 June 2013

E OS EMPRESARIOS O QUE PENSAM??????



Neste debate sobre as manifestacoes, gostaria de acrescentar como ex Presidente da FIEMG, Federacao das industrias de Minas Gerais (mais  detalhes sobre a historia da entidade no livro Os senhores das Gerais da Heloisa Starling )mas orinundo do DCP UFMG, a pergunta:e os empresarios, pequenos,grandes, liderancas ou não, o que dizem disso?

Na área  de transporte, são os empresários privados que dominam, que fazem as tarifas e planilhas. Eles tem bancadas fortes em todas as camaras legislativas no pais e são principais financiadores das campanhas políticas. Eles elegem prefeitos. Nunca consegui ver uma planilha ou durante meus sete anos na presidência da FIEMG discutir com os empresários do setor como melhorar o transporte ou ver uma planilha para dar ou não apoio a suas reinvidicacoes.

Não vi nenhum pronunciamento das chamadas lideranças empresarias. O movimento ou movimentos tem profundas consequências econômicas.Nao so pelos prejuízos provocados pela fúria, mas pelas consequencias financeiras e econômicas no sentido tanto amplo como restrito. Enquanto seus gerentes, operários protestam, os acionistas e dirigentes  das empresas acham o que? Sera que estão conscientes de mudança frontal que esta acontecendo?
E mais: as acusações de corrupção estão dirigidas só ao governo, aos políticos ou também ao empresariado, parceiro inalienável da situação que se coloca perante a nação pela a maioria não mais silenciosa?   
No Brasil temos uma parcela preponderante do empresariado pertencente a classe de lumpenempresariat,pequenos,nano empresários, informais, vivendo de isenções e favores de pequena corrupção como a ex chacrete vendendo cachorro quente na mais nova novela da Globo.Eles estão agora que tem Ministro de pequena empresa alinhados com o governo?Provavelmente o novo Ministro faz para eles a parte do pacote de protesto na rua.A mobilidade social desta classe social e quase nula.   

O EXPORTAR E PRECISO



Do exportar é preciso

O crescente déficit comercial brasileiro, ou seja gastamos mais dólares do que recebemos, não pode ser debitado só ao governo e suas ações. O câmbio, que era desfavorável,  tornou-se, com as últimas desvalorizações, quase atrativo para exportar e pouco atrativo para importar. Em curso estão uma série de ações que levam a melhorar as condições das empresas para exportar. Mesmo assim, estamos ainda longe de aumentar a nossa competitividade para que sejamos um ator realmente importante no comércio internacional, do qual participamos com menos de dois porcento. A nova lei dos portos, a aceleração dos projetos de infra-estrutura e melhores condições financeiras para crédito no exterior já ajudam bastante.

No Brasil também temos uma agência promotora de exportações, cujo orçamento bilionário deve promover em muito as exportações. Além disso, existem agências estaduais, como a de Minas, e programas de entidades de classe, que teoricamente ajudam as empresas a exportar. Ou seja, não faltam programas e recursos. E temos o Itamaraty, com a sua rede de missões diplomáticas altamente qualificadas e com parcos recursos para prestar um serviço ainda mais eficiente.

E por que então temos alta concentração de exportações em produtos agrícolas, minerais e empresas estrangeiras que com muitos incentivos exportam produtos manufaturados? Temos também campeões nacionais como Havaianas, Marco Polo, Random, Germana, WEG, Natura e mais alguns. Mas o fato é que a maioria das empresas não esta orientada para o mercado externo. Ganham muito dinheiro no mercado relativamente protegido e não têm visão a longo prazo. Não há nenhuma chance de o Brasil crescer se não ampliar de um lado a pauta de exportações e de outro lado os mercados.

Quem exporta é a empresa e não o governo. E por que mais empresas não exportam? Porque, além da visão de curto prazo, promove-se mais o Brasil comprador do que o Brasil vendedor. Agora mesmo, na Copa das Confederações, vêm mais de mil empresários de 70 países com tudo pago pelo contribuinte brasileiro conhecer as empresas exportadoras. Em resumo, vêm passear, o que não é ruim, mas mais e muito mais importante seria dar total assistência às empresas para que estejam preparadas para exportar. Desde a concepção do produto, embalagem, qualidade até mercado. Participamos de muitas feiras, mas devemos levar ainda mais empresários para os mercados. Quando o empresário enxergar o mercado e sentir o negócio, ele vai exportar. E também precisamos de mais Banco do Brasil. Na África, onde há muitas empresas, não há agências.

Stefan B. Salej
11.6.2013.