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Friday, 28 June 2013

Do Brasil acordado

Siga Brasil e acorde!!! Por incrível que pareça, isso foi escrito num cartaz com a bandeira brasileira devidamente pintada numa manifestação a favor da saúde pública na minúscula Eslovênia, país da União Européia com dois milhões de habitantes. Em pelo menos 14 países, mais de  40 mil pessoas apoiaram as manifestações no Brasil. Não houve TV no mundo ou jornal que não falasse dos acontecimentos no Brasil. As manifestações no Brasil viraram assunto da aldeia global.

A primeira leitura foi de susto. Como alguém que, de sonhos lindos, acorda com a casa caindo na cabeça, com trovoadas, chuvas e fogo ao mesmo tempo. Um Brasil na véspera de um importante torneio de futebol, no país do futebol, onde as pessoas trocam tudo pela paixão de ver a bola rolar, com estádios maravilhosos, vê as ruas cheias no país inteiro de manifestantes dizendo que querem mais saúde, mais educação, transporte decente, fim da corrupção. Mas, o Brasil, com todas as mazelas, não progrediu mais do que os outros países?  O Brasil não estava imune à crise que assola o resto to mundo? Você não esta confundindo São Paulo com Buenos Aires, onde sempre acontecem estas manifestações?

Do susto passou-se à analise. E aí os inúmeros brasilianistas,  nos Estados Unidos existem mais de 20  centros de estudos brasileiros, junto com os analistas de bancos internacionais, juntaram uma quantidade de bobagens que comprovaram que ninguém entendeu nada. Uns repetindo os outros, todos perdidos. Começaram as comparações entre movimentos populares em vários países, inclusive a comparação mais idiota que é com a chamada Primavera árabe. Tudo bem que temos uma população de origem árabe importante, mas me diga o que o Brasil tem em comum com os países  árabes?

Na terceira fase, começou o acompanhamento simultâneo do prosseguimento do movimento, suas consequências políticas e econômicas. E claro financeiras. Ninguém no mundo inteiro acredita que o passe livre pode ser uma realidade. Nem na socialista Iugoslávia o transporte público era de graça. Ou seja, atendidas as demandas, como ficam as contas públicas que já estão apertadas? A reação do governo, que parece com o moto de Minas, Libertas quae sera tamen, mesmo que tardia, mostrou ao mundo que o país continua democrático, que os políticos se assustaram, que os os movimentos são pacíficos e não golpistas e que vandalismo nada tem que ver com as demandas legítimas da sociedade.

A expectativa de fora é de que Brasil saia mais forte desse movimento, mais democrático, reorganizado para melhor. Inclusive porque isso é do interesse de todos.


Stefan B. Salej
25.6.2013.

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