politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Friday, 23 October 2020
5 G :A ESCOLHA DE SOFIA
5 G : A ESCOLHA DE SOFIA
No tsunami de informações e contrainformações sobre a implementação da conectividade 5 G no Brasil, nenhuma escolha será fácil e ao agrado de todos. Sāo poucas as decisões na história do Brasil tão impactantes para o seu futuro como esta da implementação da tecnologia 5 G. Mas a decisão mais importante já foi tomada: o Brasil vai implementar a conectividade agora. Para que, como perguntou o professor Ary Plonski da USP, e por que, pergunta de outro professor da USP, Moacyr Martucci. Eis a questão. Alias, a USP fundou um think tank específico para a implementação de 5 G no Brasil.
Há uma resposta só a essas perguntas: para desenvolver o Brasil. Para fazer um leapfrog em todos os campos, fundamental para o país deixar de ser o do futuro para construir o futuro. Essa tecnologia, que será mais visível no celular, que mais de 230 milhões de brasileiros carregam, é transformadora de todas as atividades sociais e econômicas. É uma mudança de paradigma de um tamanho que ainda não foi avaliado devidamente nem pelo governo e nem pelos outros atores.
No momento, estamos assistindo, mais do que o necessário, a uma briga internacional. As duas potências, e nossos parceiros econômicos importantes, querem trazer a sua disputa incontrolada para o Brasil e nos envolver nos seus interesses, sem levar em conta os nossos.
É simplesmente estrondoso ver os representantes do governo dos Estados Unidos, doze dias antes das eleições em seu país, vir para cá e exigir que o Brasil bloqueie a tecnologia chinesa. O fato é que o Brasil, através do CPQD de Campinas, da POLI da USP, do INATEL de Santa Rita de Sapucai, desenvolveu mais tecnologia de 5 G do que os Estados Unidos. Outro fato é que nenhum diplomata sério discute algo relevante com alguém que tem grande chance não estar no governo daqui a dez dias. E terceiro, alguém pode oferecer um bilhão de dólares de compensação se não comprar equipamento chinês, se não produz o equipamento? Legalmente, isso é viável nos Estados Unidos, ou é um jogo de mídia?
A questão da segurança de redes 5 G existe. Mas, essa questão é antiga e ninguém deve esquecer o ocorrido no governo Dilma, quando descobriram que os EUA espionavam o nosso governo. No Brasil temos inclusive órgãos, tanto no Ministério da Defesa como na área de inteligência, que sabem lidar com isso. Ou, como diria Millor Fernandes, não sabem. Mas, no futuro é fácil resolver isso: estabelecer um laboratório de verificação de equipamentos e software aplicado às redes de 5 G. Só não pode ser no INMETRO, que precisa de dois anos para aprovar uma tomada elétrica e não tem nenhuma estrutura para isso.
Alias, é interessante observar que, nos EUA, um grupo de amigos do Trump, Rivada, está tentando de todo jeito obter vantagens extraordinárias na implementação de redes privadas junto ao Departamento de Defesa. Aí fica a pergunta, se eles não estão oferecendo vantagens para Brasil com endereço certo, ou seja, não para eliminar os chineses, mas essencialmente para beneficiar Trump e seus amigos. Aliás, se ele não estiver na Casa Branca, por que não fazer negócios num país amigo onde ainda não têm negócios?
O fato é que quem tiver acesso a dados gerados pela conectividade 5 G tem bom domínio do mercado. Se alguém possui dados sobre sementes, e dados subsequentes das safras e logística, manipula o mercado. Disso não ha dúvida.
Quanto à tecnologia especifica de um ou outro país, é grande mentira de players internacionais que só eles tem a tecnologia. 5G, segundo o professor Martucci, é 80 software e 20 % hardware. E as instituições de pesquisa e a indústria brasileira podem ser competitivas no fornecimento dessas tecnologias. Em especial na área do agro, onde ninguém no mundo tem tanta pesquisa como o Brasil. A nova conectividade oferece inúmeras oportunidades para a inovação, start-up, desenvolvedores de start-up e criação de um Cluster 5 G.
A decisão que governo vai ter que tomar nāo será fácil. Será uma escolha de Sofia em termos geopolíticos, mas não há dúvida de que a escolha em termos de oportunidade de desenvolvimento está tomada e não vai esperar o governo. A sociedade não vai esperar porque não pode. E não vai implementar o que for do interesse de seja quem for, mas do interesse nacional.
Saturday, 17 October 2020
O debate sobre futuro uso de tecnologia 5G esta fervendo.Todos os interessados em vender sejam telefones moveis ou servicos, tem opiniao que os beneficia. Inclusive a questao basica é se BRasil vai aproveitar essa nova tecnologia para fazer leapfrogging, ou seja pular as etapas de desenvolvimento ou nao.
Na USP, a melhor universidade brasileira, treis unidades se reuniram, INstituto de estudos avancados, INstituto de relacoes internacionais e POLI, Escola de engenharia e formamaram TTI5GBR, THink tank de implementacao de 5 G no BRasil. JÁ foram realizadas dois debates ultimo vai ai
https://youtu.be/enUQ9Ta-kEQ
de excelente nivel para voce formar sua propria opiniao.
Monday, 6 July 2020
É A EDUCAÇÃO, ESTÚPIDO
É A EDUCAÇÃO, ESTÚPIDO
Neste bendito Brasil, há sempre e em todos os lugares um comentário de que o povo brasileiro não tem educação. E que todas as nossas mazelas têm origem na falta de educação do povo. Bem, primeiro cabe perguntar quem é o povo e definir o que é a educação. Que certo segmento do povo tem demonstrado uma educação bem própria, está comprovado no vídeo da Val Marchionni com a Bia Doria, primeira dama de São Paulo. Ali não tem nada de novo, mas é um padrão de comportamento, e não de educação que estamos falando. Comportamento respeitoso faz parte de educação. Nesta epidemia, uma parte da população pertencente à classe da Val, tem demonstrado um desdém com os demais segmentos da sociedade brasileira que é assustador. Epidemia é para pobre, e o rico não precisa usar nem mascara, nem respeitar os outros.
Esse tipo de comportamento, independe de educação formal, depende de educação que chamávamos antigamente “de casa”. E ele não está restrito a uso de mascaras, ao desdém com o vírus, mas impregna também o comportamento empresarial e social, como um todo, das pessoas. Ainda bem que a maioria empresarial não é composta por valetes dorianas e que tem feito um trabalho formidável na área social. Se não fosse assim, e prevalecendo os e as valetes, a situação seria bem pior. E para ter honra e respeito, o certificado não é dinheiro, mas caráter. Tem ou não tem.
Mas, por que o brasileiro não tem educação, eis a questão. De um lado, muitos avanços foram feitos com programas de alfabetização, melhorias na qualidade de ensino e sua expansão. Há sim um esforço no país, mas sobre tudo há na sociedade brasileira uma consciência cristalina de que a mobilidade social passa por educação. Você só progride na vida com conhecimento. Mas, mesmo assim o grau de penetração de oportunidades de educação na sociedade brasileira e sua qualidade em geral (veja sobre isso os estudos do Prof. Simon Schwartzman), não são satisfatórios. Em qualquer pesquisa que fizer, a educação está em primeiro lugar como preocupação de qualquer brasileiro.
E por que não avançamos mais? Simples, porque fora de palavras e mais palavras de todos os governos e de todos políticos, a educação na prática nunca foi prioridade. Do JK, foram estradas e energia, do FHC , foi consolidação da estabilidade monetária com o Plano Real, dos militares, foi dominar a estudantada rebelde, e no governo do Lula, foi dar oportunidade de diploma universitário, através do setor privado virando bilionário, e da expansão do sistema federal de ensino, empobrecendo o que existia e piorando a qualidade. Sem falar do desastre do Ciência sem Fronteiras, cuja ideia, ainda da época do FHC, foi mal gerida e administrada, enriquecendo as universidades privadas no exterior e vendendo ilusão de conhecimento ao estudante brasileiro.
E chegamos aos dias de hoje. Sem comentários. Mas, há uma conclusão clara: o maior crime, além dos milhares de mortos pela gestão da pandemia, é a oportunidade perdida para uma geração inteira na área da educação. Isso vai ter consequências gravíssimas não só na área social, mas também na área econômica, que na reestruturação pos-covid vai precisar de mais e mais pessoas capacitadas para trabalhar. A pandemia piora sim e em muito as possibilidades de gestão na área. Mas, justamente, uma situação de crise exige uma gestão ainda melhor. Em todos os níveis do sistema educacional, claro com algumas exceções honrosas, estamos vivendo um desastre pior do que a Covid-19. Esse vírus da inépcia na área se alastra há dezenas de anos e só piora e piora.
Não custa lembrar que a Imperatriz Maria Thereza da Áustria editou uma Lei escolar em 1792, que foi a base até hoje de um sistema escolar eficaz e eficiente. Os portugueses, como bons colonizadores, não queriam um povo educado. Mas, também já se passaram 200 anos que eles foram embora, e os nossos governantes continuam querendo ter um povo mal formado e pouco educado.
Se todos estamos de acordo em que a educação é primeira, segunda e terceira prioridade nacional, então espera-se que a sociedade expresse isso. Não cabe dizer, antes que seja tarde, porque tarde já é. Parafraseando James Carville, estrategista da campanha de Clinton, (It’s economy, stupid), É a educação, estupido .
Stefan Salej
Monday, 1 June 2020
PORQUE ???????
POR QUE????
A humanidade progride através de soluções para as crises que enfrenta. E a administração das crises é indispensável para formatar o nosso futuro. Mas, sem dúvida, é fundamental saber o que aconteceu e porque aconteceu. Que estamos vivendo em tempos complexos, com milhares de mortes provocadas pelo coronavirus, todo mundo sabe. Mas, é absolutamente necessário, para podermos saber como viver o nosso futuro, entender porque e como isso aconteceu. Qual a raiz e qual a origem do problema.
Impressionante é que num século em que a predominância da tecnologia foi mais rápida do que nos séculos passados, numa sociedade tão sofisticada, a pandemia tenha sido uma surpresa. Surpresa para quem, cara pálida? Para o cidadão comum, sim, mas para os governos, com seus aparatos de inteligência, pesquisa e tecnologia, é inacreditável. A velocidade da infecção e a sua extensão surpreenderam o mundo inteiro, mas até agora só se sabe que o vírus começou a se espalhar na China. Aliás, os chineses reagem com um violência desproporcional a qualquer discussão sobre a origem do vírus. Podem reagir quanto quiserem, mas o fato é que ele veio da China. E o mais impressionante na história é que as sociedades tão poderosas e ricas como os países que compõem o Grupo dos 7, das mais ricas economias, estavam totalmente despreparadas para evitar a morte de milhares dos seus cidadãos. Conclui-se que de nada adianta todo o poderio militar, econômico, tecnológico, financeiro, politico de um país como os Estados Unidos, se um miserável vírus vindo da China mata mais de 100 mil dos seus habitantes em 3 meses e desemprega 40 milhões. Sem falar dos outros países.
O fato é que os políticos que nos governam não estavam preparados para enfrentar esta crise. E até muito recentemente nem os pesquisadores estavam prestando atenção a este vírus. Até dezembro do ano, passado nenhum país destinou verbas para a pesquisa do coronavirus. E a conclusão é que nenhum país estava preparado para esta pandemia. Às vezes se tem a impressão de que estávamos mais preparados para uma invasão de marcianos ou de discos voadores do que para uma pandemia desta proporção. E claro que os governos, que já andavam mal e perturbavam o mundo com suas políticas, só podiam reagir da forma que sabiam reagir e como reagiam a tudo o que acontecia: mal. Os milhões de desempregados e milhares de mortes surpreenderam os governantes pelo mundo afora.
E aí vem a discussão (ou melhor, a ação) do papel dos governos. Para os governos que estavam em crise, a pandemia só piora a situação. Mesmo para os que estavam em uma situação melhor, há uma piora da situação econômica e social. Na absoluta maioria dos casos, os líderes políticos estão lidando bem mal com a crise, e as mortes em número maior podem ser sim debitadas a eles. E aí vale a pena lembrar a gestão nas empresas, que também de repente não sabe como reagir a uma nova situação. Em resumo, a crise mostrou todas as vulnerabilidades, seja dos países ou das empresas. Da noite para o dia, sem piedade. E assim, estamos perante uma nova realidade completamente diferente da que vivíamos até agora. E esta realidade, para a qual temos que nos adaptar e com ela construir o futuro, deve começar com a resposta a por que e como isso aconteceu. Não vamos ter tempo para discutir isso daqui a 100 anos, como estamos fazendo com análises da gripe espanhola. Porque se não soubermos as origens, não poderemos evitar os desastres futuros. Para começar, os chineses podem espernear, gritar, ameaçar, fazer o que quiserem, mas o fato é foi que lá que começou a pandemia. E se quiserem ter a credibilidade do mundo, têm que ajudar a desvendar o mistério da origem do vírus.
A solução da crise ampla e irrestrita que a pandemia provocou, num país como o Brasil, é mais difícil e complexa do que em algumas outras partes do mundo. A brutal realidade sócio-econômica do país, escondida abaixo do tapete, apareceu com uma tal força que permitiu que os líderes políticos passassem a fazer o que lhes interessa: aumentar o poder politico para garantir seu futuro, sem sequer saber qual o futuro que o país pode ter. O papel dos governos mudou de uma hora para a outra. A economia de mercado, que dominava a gestão do estado, cedeu a prioridade a soluções sociais, sejam elas de cunho econômico ou social. Ou os dois. Não é só o problema da mortalidade das pessoas, das empresas, dos empregos, são todos juntos. E isso leva à mudança do modelo de gestão, da economia de mercado para um modelo social para qual o governo não estava preparado e não quer estar preparado. Mudou tudo. Os empregos não só desaparecem como estão transformando radicalmente o seu desenho existente até agora. Porque as empresas, em todos os setores, não serão mais iguais. E os empregos são consequência dos modelos que as empresas adotam. O uso de tecnologias será mais intenso e o consumo será diferente. E o que vamos fazer com milhões de sub-empregados, sem perspectiva de um emprego de subsistência? No Brasil, esse lumpenempresariat, economia informal e as vezes empreendedora, representa mais de 100 milhões de pessoas, que se contrapõem a 30 milhões de empregados com carteira assinada .
Neste mundo diferente que estamos enfrentando e no qual vamos viver, os problemas que encontraremos serão diferentes do passado. Na área de políticas públicas, a negligencia com saúde pública, que de um lado nos deixa sobreviver com TBC, Zica, dengue, AIDS etc., terá que mudar. De que adianta estarmos indo para Marte e a Lua, se um Covid19 derruba o mundo em que vivemos. Erramos em identificar as prioridades da nossa geração, com escolha erradas dos políticos que nos guiam e administram nossos países. E esse erro está custando milhões de vidas .
E as soluções para isso residem em fortalecer as sociedades democráticas e não o contrário, como alguns estão fazendo, destruindo-as. O mundo experimentou durante a Segunda Guerra Mundial o combate contra o nazismo através da manutenção firme de sociedades democráticas que, como o Reino Unido e os Estados Unidos, venceram os países do Eixo. Mas, também naquela época, como agora, desprezou-se o perigo do nazismo, que não só matou seis milhões de judeus, mas ainda milhões de pessoas, e os países só reagiram quanto eles foram ameaçados, sem entender que a ameaça a um era a guerra a todos.
Assim, vamos agora enfrentar de forma abrangente a questão da solidariedade e cooperação. De um lado, temos o individualismo de salvar a si próprio, salvar a sua família, seu emprego, sua existência, e, de outro lado, sem uma solidária ação em comunidade, nada vamos salvar. Ou seja, nem do ponto de vista médico, procurando vacina ou outro meio para resolver o problema de saúde, nem do ponto de vista social e econômico, faremos isso sozinhos. A solidariedade, e em especial com um governo despreparado e no melhor caminho para destruir ao invés de construir, será fundamental, inclusive no plano internacional. Ninguém vai resolver nada sozinho.
A questão da sobrevivência, da vida, se coloca com mais veemência perante a nossa geração. Nós temos que ter a responsabilidade, como sociedade, de resolver bem, porque senão a pergunta que vem é, haverá outra geração? Nossa responsabilidade, inclusive em dialogar, como cidadãos, com os políticos que nos guiam (esperemos que não para a morte, mas para a vida) é enorme. Uma sociedade que escolhe a morte como normal não sobrevive. A vida tem seu curso normal e nenhum governante tem direito de nos impor seu encurtamento pelos seus interesses ou os dos grupos, sejam econômicos ou outros, que representa. O Brasil tem na sua herança cultural, diversidade e extensão, com riquezas naturais, uma extraordinária oportunidade de se reorganizar, de firmar seu futuro, com responsabilidade de suas elites políticas, porque o povo sempre foi maravilhoso, trabalhador e acima de tudo, brasileiro. À vida. L’Chaim.
Thursday, 28 May 2020
W H Y ????????
WHY?
Humanity advances through crisis. And crisis management is fundamental to design our future. But, it is also fundamental to asses what happens and why it happens. That we are living very disturbing times with the coronavirus crisis and hundreds of thousand of deaths around the world, we already know. But it is fundamental to discover how this happens and why, because otherwise we will not be capable of designing our future.
It is astonishing that, living in such a sophisticated and technologically advanced world, such a crisis came as a surprise. As citizens, we don’t know the origin of the virus and we don’t now why and how it spread around. The velocity, the extension and time caught everyone short. And then came the question not only on how it started in China and why the Chinese are reacting so furiously about the origin of the virus, as well as How it’s possible that the highly developed countries, like the USA, France, Italy, China and Japan, cannot avoid the death of tens of thousand of his citizens. This means that all the technology and financial power this countries have is useless to protect their citizens of one virus, whose origin is unknown.
Nowadays politicians are not prepared to face this new challenge. And, until very recently, neither scientists were oriented to research other focuses, nor to investigate such virus. No one, I repeat no one, was researching before January this year the corona virus. No funds were supplied to such research. And the conclusion is that not a single country paid attention to what was happening and every one reacted according to his poor judgment. And, if the world leaders reacted badly, how do you expected the millions of unemployed to react overnight ?
So, we get to the role of government in this crisis. Badly managed countries will not improve with the Covid 19 crisis their governance. The leaders are not changing during the crisis and are showing unbelievable poor approach in managing the crisis. And this is valid also for the companies. The crisis revealed countries’ and companies’ all strengths and weaknesses. At once, no mercy. In a astonishing speed we are facing a new reality. And this reality can only pave the road to a better future if we really know what and why it is happening. China won’t be capable of resisting forever and, with use of their soft and hard power, avoid investigations. We need to move forward. The only real fact we have is that everything started in China.
The crisis in countries like Brazil is much harder to be solved. The country’s socio-economic hidden reality is being revealed with such brutality and such an astonishing picture that political leaders just do what they know: increase their political power to manage the future, which is not clear at all. The role of government changed at once. The market economy is disappearing and new priorities come, especially one: to deal with the social crisis. It is not just unemployment; it is a change of the market economy model. The jobs as we knew in the past are extinguished. The use of technology will be more intense and consumption will be different. So, all the education we had in the past is challenged by new paths of the future. We are approaching a new world. And in that world, government priorities and conceptions of public health will certainly have to be different. It is inconceivable that government expenditure in protecting populations from such threats, as we are experienced nowadays, will not be a priority. What can we do in the moon or mars, if we are dying on earth with a virus like this one? Or zika, dengue, TBC, HIV, Ebola and such?
Our concern along the crisis also raises about community life. On one hand, we will be more isolated and on the other hand we will need more and more solidarity. There is some kind of Sofia dilemma we are facing. How will solidarity be established in a world where we have to save our own life? Innumerable cases showed very clearly during the crisis that the leadership committed not only to solve his own political carrier but mainly the country’s present population and the future one, the balance about present and future, between death today and life tomorrow, was much more successful than a politician who bets only on his political future and thinks about the present, queue sera, sera.
We cannot agree, as citizens in democratic societies, with the use of the crisis to increase undemocratic practices and power. Crisis, even so deadly as this one, have to be solved through democratic leadership and practices. In WW II, the winning powers, UK and USA (the USSR is a different case) maintained all the democratic institutions in service for winning the war.
The world will be very, very different, and so we must have the ability to adopt ourselves to this changing scene. It is not true that everything will disappear, but is not true either that everything will be the same. The rich will be rich, but the poor will certainly be more miserable. In the case of Brazil, realities will be more painful since the country’s management as whole has been terrible for years. But, the country’s food and energy independence could help in minimizing the crisis’ effects.
Besides all the changes we expect in the next years, there are some things that we already know an others we really don’t know; the coronavirus will last much longer than we wish and the light in the tunnel is far away. Covid19 will possibly be added to a long list of diseases we are living with every day, starting with flu, aids, Ebola, TBC, zica dengue, polio as well as cancer and so on. In many cases the humanity finds the right medicine and we survive. We worry quite a lot about climate change and we will have to worry much more after this pandemic. Climate change has much worst effects on us than the pandemic and it has to be our first concern to survive.
So, the change is already on. In all it’s faces. Technology as well as working relations and specially work opportunities. Inexplicable health crisis become economic ones, as well as the political and socials. So, the day after will be very different and the biggest change will be a bigger challenge for individuals, families, groups, nations and countries. Priorities are changing and we have to be prepared. And the question is, are we?
We will worry much more about our survival. Or not. History shows that when the Nazis killed 6 million Jews, the world took a long time to react and only did so when the Nazis and the axis attacked it and threatened its own existence.
Last but not the least, Brazil’s cultural heritage, diversity and extension could be a new asset to overcome this and future crisis and allow us to face the future with a different perspective. First of all, if we survive, we can plan the outcome, but, if dead, we cannot even help the future generations to build up a better future. (Le Chaim.)
Stefan Bogdan BARENBOIM SALEJ
Monday, 25 May 2020
Do meio copo vazio
Nem os produtores da famosa série de TV americana WEST WING, que mostrava como funciona a Casa Branca e governo do país mais poderoso do mundo, conseguiriam um espetáculo de governança que supere com realidade a ficçāo, como foi o vídeo da fatídica reunião do Conselho de Ministros da República Federativa do Brasil, um dia após o Dia de Tiradentes, 22 de abril 2020. Sāo raríssimos os casos na história, desde que inventaram gravadores e câmaras (um desses casos é o das gravações no governo Nixon, durante o escândalo de Watergate), que mostram a realidade de como se governa e este é um caso que ficará na história e poderá ser mostrada em todas as aulas sobre governança e governabilidade. Backstage do governo da oitava economia do mundo, com seus 210 milhões de habitantes, 8.500 km de costa e um dos mais ricos do planeta em recursos humanos e naturais, com domínio do pulmão da terra. Nāo é pouca coisa.
Às expressões chulas, Ricardo Noblat contou 37 só do PR, que dominaram os discursos, juntaram-se as expressões físicas da maioria, aprovando o que acontecia ali. Ou seja, o PR está certo na escolha de ministros do Brasil, eles concordam com seu discurso, seja em que linguagem for preferido. Nāo parece que alguém saiu dali (a não ser os que em seguida saíram da turma, como Moro e Teich) achando ruim, ou estupefato com a maneira como se procedia na reunião. Teve gente ali, ao lado do PR, que, com 40 anos de carreira ao serviço do Brasil, galgando todos os postos possíveis, visivelmente aprovava o que se dizia e como se dizia.
O conteúdo, independentemente dos aspectos jurídicos e das interpretações políticas a gosto de cada um, tem consequências sobre o diário e futuro dos 210 milhões de brasileiros. Pelos próximos dois anos e meio, é isso aí que vamos ter. Na área econômica, um quarteto (ministro e presidentes dos três bancos estatais e da Petrobras), salva-se o presidente do Banco Central, que sabe tudo e que pode fazer tudo, inclusive não fazer nada, por exemplo para dois terços da economia brasileira que sao empresas micro, pequenas e informais . E em seguida, sem precisar dar sequer um tiro com uma dos 15 armas que tem, o líder de 130 mil funcionários da CEF, para defender a filha que pode não cumprir a lei (alias, se o PR pode, por que ela não pode?) junto com os colegas do quarteto guedista, tem apoio do mercado, que acha que com eles é melhor do que sem eles.
Nos não vimos meio copo vazio, nos vimos um copo vazio de propostas para uma melhor governabilidade do país. Nāo é concebível que o PR não receba informações das agências responsáveis pelas analises de inteligência. O PR precisa sim ser informado e bem informado sobre o que acontece para poder melhorar a governabilidade. Agora, quais informações, já devia estar claro há muito tempo e para isso existe até um ministério especifico. Vulnerabilidade nesta área, como foi dito na reunião, prejudica o país, não o governante. Agora, serviços de inteligência são órgãos do estado a serviço do governo e não dos governantes. Isso, todos os que atuam e estavam lá sabiam.
Nada do que aconteceu nessa reunião não se sabia. Ela foi mais um passo de muitos na mesma direção, com o mesmo palavreado e a mesma falta de conteúdo. Só foi mostrado de forma crua. Diga-se de passagem, até a gravação foi uma esculhambação. As reuniões dessa natureza merecem por dignidade do governo serem mais bem organizadas e até gravadas de tal forma que possam ser incluídas na história do pais.
Comparando esse tipo de reunião com reuniões no meio empresarial, há dúvida de que os stakeholders nas empresas permitam esse linguajar, maneira de conduzir e resultados. Provavelmente, se alguém está repetindo o modelo, o dono sou eu e f... se você, eu mando e você obedece etc., a empresa já fechou. Provavelmente em qualquer sociedade seja civil, inclusive empresarial, esses modelos já sao ultrapassados, porque fracassaram.
A reunião em questão ficou nas história, mas a questão, de como será escrita a história daqui para a frente, ficou. Talvez a imagem mais clara seria de que estamos todos num super avião onde a tripulação que nos deve levar ao destino que todos escolhemos (neste caso um Brasil mais justo e desenvolvido para todos) se comporta como o pessoal na reunião dos ministros. Um colocando água no querosene, outro furando pneu, a aeromoça fazendo discurso, uns obedecendo o comandante, não porque concordam tecnicamente mas porque sao leais, e vai lá a imaginação. O problema é que não tem mais escolha: já estamos no avião e ele já esta no ar. Aperte os cintos e reze para que as máscaras de oxigênio funcionem, porque na reunião inclusive só temporariamente alguns usaram máscaras contra o coronavirus, que para eles não existe.
Thursday, 21 May 2020
LUMPENEMPRESARIAT BRASILEIRO
Ninguém sabe ao certo quantos sāo:16 milhões, 12 milhões, 4.6 milhões . Cada um, IBGE, SEBRAE, Ministério da Economia, fala um número. Número de pequenas, micro-empresas, empreendedores . Os dados mais confiáveis, e que governo menos usa, sāo do IBGE , que dizem que 87 % das atividades econômicas do país sāo exercidas por esse segmento econômico. E principalmente social, já que ele é o grande amortecedor do desemprego no país. Esse segmento é que também emprega o maior número de pessoas, bem maior do que os 35 milhões que possuem carteira de trabalho assinada .
No desemprego, lembra de anos atrás, do engenheiro que virou sorveteiro? O brasileiro e a brasileira não têm muita opção senão virar “empreendedor”, ou seja trabalhar por conta própria. E vai sobrevivendo da noite para dia, às vezes cumprindo as obrigações legais e registrando a empresa dentro de uma legislação um pouco mais flexível do que a legislação que rege o mundo empresarial (uma das piores do mundo, segundo o Banco Mundial) e na maioria das vezes, informal. É só para sobreviver, incluindo a família como um todo no negócio. Nāo deixa de ser surpreendente como as pessoas são criativas, trabalhadoras e cumpridoras de suas obrigações nesse mundo que Brasil elitizado, seja empresarial, seja governo, consideram marginalizado. Basta andar nos Jardins, em Sāo Paulo para ver como a elite, consolidada politicamente e empresarialmente, olha com desprezo os camelôs, vendedores da rua e outros que nāo conseguiram emprego e estão defendendo nada mais e nada menos que o pāo de cada dia.
E nessa situação de hoje, onde está esse lumpenempresariat, os que não chegaram a ser empresários, que são chamados de informais, de empreendedores e nāo sei o que mais, mas que representam certamente o maior segmento da população brasileira? Estão abandonados à sua própria sorte, ao deus dará, porque os negócios estão fechados e os governos em todos os níveis os enxergam como um incomodo com o qual nāo sabem lidar. O SEBRAE, que foi criado para desenvolver justamente esse setor, tornou-se uma entidade que abriga políticos defenestrados nas eleições, burocratizada, e com sensibilidade de um elefante na loja de cristais para tratar esses segmentos econômicos. Respondeu na crise com uma campanha publicitaria, tradicionalmente um bom canal para se ganhar dinheiro, e com propostas para garantir empréstimos, que chegam ser ridículos em relação ao total do segmento. Em resumo, o dinheiro para esse segmento econômico nāo chegou e a pergunta é se sequer vai chegar. Os bancos estatais, BB e Caixa, há muito tratam com desprezo e altivez, apesar de terem assento nos conselhos do SEBRAE, os empreendedores.
Esse segmento também, apesar das palavras bonitas, não é coberto pelas entidades empresariais tradicionais. E o setor não tem lideranças que o defendam. Esses “empresários” precisam desde conselho para reorganizar seu negócio até recursos financeiros para sobreviver. Há sinais de ajuda de alguns setores privados, como o projeto Canguru, que assiste através de mentores de grandes empresas, os micro-empresários, mas não o suficiente para mudar o paradigma da crise.
Com novos desempregados em função da crise da Covid19, essa massa crítica de empreendedores só vai aumentar. Os desempregados, que tinham uma janela de oportunidade no empreendedorismo, estão vendo a diminuição de oportunidades e assim o amortecedor social vai ser cada vez menos eficaz. Nós estamos encaminhando para um convulsão social desse lumpenempresariat que vai se organizar e que é maior do que os sindicatos organizados dos trabalhadores. É a maioria silenciosa para a qual o governo liberal, entendendo que a solidificação do crescimento será via sistema financeiro e grandes empresas privadas, não dá a mínima. Hoje as políticas confusas de combate à epidemia os mantem isolados nos negócios e na vida, mas até quando? Se a porteira abrir, esse empresariado estará preparado para um mundo novo? E se continuar fechada, até quando aguentarão simplesmente sobreviver? Há muito discurso, mas nenhum plano de ação que diga que uma solução jabuticaba, que levava os desempregados para um mundo empresarial, vai poder continuar nas novas condições que o Covid19 nos impõe. Estamos perante uma situação que mescla bem um problema social de grandes proporções com uma situação econômica sem solução. Quem sabe alguém tem a brilhante ideia de chamar um bombeiro militar para resolver isso.
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