Powered By Blogger

Friday, 18 April 2025

DO MUNDO DA EUROPA

 DO MUNDO DA EUROPA

 

Existe uma Europa com 750 milhões de habitantes, dos quais 446 milhões fazem parte, com 27 países, da União Europeia. Um continente muito diverso, às vezes muito desunido, mas com muitas coisas em comum. Nos dias de hoje falamos muito só em países da União Europeia, mas o continente como um todo está tendo um conflito armado, que é entre Rússia e Ucrânia. Esse conflito que suga muitos recursos financeiros, além de vidas humanas, fez que os países europeus sentissem de novo o cheiro da pólvora, da destruição, da desorganização da vida, com refugiados e, em especial, criasse uma insegurança. Em parceria com os Estados Unidos, conseguiram conter a conquista da Ucrânia pela Rússia. E a Europa perdeu com esse conflito a fonte energética que mantinha sua economia crescendo, gás da Rússia. O conflito militar mudou da noite para o dia a base da economia europeia.

Como se não bastasse, chegaram as tarifas dos Estados Unidos, que bateram na economia europeia, inclusive nos países não membros da União Europeia. A UE estava no ano passado escolhendo seus representantes no parlamento europeu e no seu braço executivo, que é a Comissão Europeia, ao mesmo tempo que estava enfrentando uma concorrência feroz da China na indústria automobilística, um dos pilares da sua economia. Adicionando-se a isso a invasão dos imigrantes da Áfricae o conflito em Gaza, que também não termina, há um retrato bem complexo. 

No ano passado saiu um relatório feito pelo ex-Primeiro-Ministro da Itália, Draghi, que disse com todas as letras que a UE precisa investir 800 bilhões de euros por ano para manter seu nível mínimo de competitividade em relação aos Estados Unidos e China. O fato é que a Europa, nessa complexidade geopolítica e econômica, está enfrentando uma situação que vai exigir dos europeus mais ação e menos discussão e principalmente menos burocracia. A Europa está espremida entre a Rússia, China e os Estados Unidos, tanto no campo militar como no campo político e econômico. Quase, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

As repostas na guerra das tarifas norte-americanas, que vão afetar em muito a economia europeia, são prudentes, inclusive porque no meio dos 27 países tem aHungria, quase clone do governo Trump, tem a França em crise institucional, e temo novo governo da Alemanha, onde extrema direita ganhou um espaço político indesejável e perigoso para a democracia europeia.

Mas, uma das respostas mais contundentes a esse imbróglio geopolítico dos europeus foi reanimar a economia com maiores orçamentos militares. Ou sejavão se armar até os dentes esperando que os outros não reajamNão se podtambém deixar de mencionar que a UE tem que achar novos mercados, já que estão perdendo China, Rússia e EUA, ou seja a implementação do acordo com oMERCOSUL não é mais estratégico, é simplesmente uma necessidade de sobrevivência.

Saturday, 12 April 2025

 DA CALMA NA JANGADA NO MEIO DA TEMPESTADE

A imprevisibilidade gerada pelas tarifas impostas pela maior economia do mundoestá medida pela vertiginosa queda nas bolsas, as perdas superam os trilhões de dólares que, na geração do século passado, antes do Google, só eram conhecidos nos livrinhos do Tio Patinhas, e estão batendo para todos os lados. Instalou-se a incerteza. Se as previsões de tempo já são complexas e têm às vezes pouca credibilidade, imagine agora o que dizem os analistas de Bagé, se você acredita neles. Ninguém em  consciência pode dizer o que nós próximos minutos vai acontecer. Porque a caixa de Pandora foi aberta e ações nos Estados Unidos provocam contra-ações de outros países. Está se formando uma corrente de ações e contra-ações imprevisível e incontrolável. Enquanto alguns chefes de governos estão ainda lendo os livros sobre a negociação, parece que estamos cada vez mais próximos das teorias de jogos ou até, quem sabe, eventos simplesmente explicados por psicólogos. Nada de sofisticação, mas simplesmente pessoas que alcançaram o poder brincando de poder.

E no mar revolto, ou na tempestade, os entendidos recomendam muita calma com cautela, para que você não perca a vida durante o evento. Talvez vale isso também neste momento para os governos. Se tem alguma coisa que nos Estados Unidos esperamos que não façam, é rasgar dinheiro e comer vidro. Até que ponto essa tempestade econômica vai beneficiar quem, quais setores e quais parcelas de população, ninguém sabe. Em 1929 rasgaram dinheiro e depois o mundo inteiro comeu o que sobrou, inclusive vidro. Será que neste momento sabemos até onde a corda pode esticar ou estamos esperando que arrebente?

Países de grandeza geográfica e riquezas naturais, independentes em energia e alimentação, mas dependentes do comércio internacional, como Brasil, podem até se salvar melhor. Assim foi, por incrível que pareça, até na Segunda GuerraMundial. Mas, não foi assim na crise de 1929. Crise econômica, com seus ataques na geografia dos negócios da economia, é diferente e muito pior do que o conflito militar, onde as perdas humanas são visíveis e muito lamentáveis.

Dizer que Brasil não deve fazer nada porque a tarifa para as suas exportações para os EUA é só de 10 % e que é prudente não reagir, é de uma ignorância comparada a traição da pátria. Reagir sim, mas principalmente reforçar a sua economia para ser competitiva. De um lado, para não virar cesta de lixo para os produtos que não vão mais para o norte, e de outro lado melhorar a sua capacidade de exportar.Melhorar a nossa infraestrutura, reduzir custos logísticos e também financeiros, adicionar valor a nossas exportações. Estamos muito preocupados com terceiros, cujas ações nos afetam sim, mas não conseguimos nem uma estrutura política e nem de governo que nos levem a sermos mais competitivos para resistir àsturbulências. Somos uma jangada enorme em um mar turbulento e cheio de tubarões.

 

Friday, 4 April 2025

OF LIFE AND DEATH OF DIVERSITY, EQUITY AND INCLUSION

 OF LIFE AND DEATH OF DIVERSITY, EQUITY AND INCLUSION


North American companies in France, recall, that country considered boring by middle-class Brazilians, but which introduced with its revolution in 1780, words such as Freedom, Fraternity and Equality, received a circular last week from the United States Embassy, saying that they no longer need to follow the rules of DEI, diversity, equity and inclusion.


Although the subject of the week is the new tariffs that the United States is announcing to the world, a gap in the subject of tariffs will not harm anyone. And the break leads us to reflect on what as entrepreneurs we will do when in the world's largest economy and technological leader, we are told that we will get back to the wheel. That is, everything we were proud of and considered an important cultural advance of our generation has now turned into dust.


Let's have no doubt that many people think that in these matters, including ESG, environment, social, governance and more the issue of gender and minorities, we have advanced too much. Well, it doesn't hurt to remember Pope Leo XIII's encyclical from 1891 Rerum Novarum, which established social doctrine and labor relations. That is, social advances are not a straight line of history and it is part of the capitalist system that entrepreneurs do not receive well certain advances that can tame the profitability of companies.


It is clear that the rejection of these values summarized in two times three letters and some more like LTBGQIA in the main economy will lead to a setback. Maybe we took three steps forward and we'll take one or two steps back. Some up to four. There will also be an economic adjustment and its revaluation in the accounts of companies of these values. Effectively this process, which will be more radical in the US, is different in Europe and Asia.


There was a lot of confusion and also abuse in the business area, where it is remembered the case of the Americanas in Brazil, where companies wrote wonderful reports, glorifying themselves with their values, while they were broken. Another issue is the environment. Denialism in this area is walking without an umbrella in the middle of a hurricane.


As a society and as individuals we have to decide whether the values from which we are moving away or are distancing us, suit us or not. You, as an entrepreneur, don't need a bigger wave to be correct, honest, socially responsible, respectful and care about the environment. You can incorporate this into your business as a set of your values, your faith and your education and roots. And make the calculation of whether this suits your business. Now, if they're going to force us the opposite, Houston, we have a problem.

DA VIDA E MORTE DA DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO

 DA VIDA E MORTE DA DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO 

 

As empresas norte-americanas na França, lembra, aquele país dos considerados chatos pelos brasileiros da classe média, mas que introduziu com sua revolução em 1780, palavras como Liberdade, Fraternidade e Igualdade, receberam uma circular na semana passada da Embaixada dos Estados Unidos, dizendo que não precisam seguir mais as regras de DEI, diversidade, equidade e inclusão. 

Apesar de que o assunto de semana seja as novas tarifas que os Estados Unidosestão anunciando para o mundo, um intervalo no assunto das tarifas não vai fazer mal a ninguém. E o intervalo nos leva a refletir sobre o que como empresários vamos fazer quando na maior economia do mundo e líder tecnológico, nos dizemque vamos voltar a roda. Ou seja, que, tudo de que tínhamos certo orgulho econsiderávamos um avanço cultural importante da nossa geração agora virou pó. 

Não tenhamos dúvida de que muita gente acha que nesses assuntos, inclusive ESG, environment, social, governance e mais a questão de gênero e minorias, avançamosdemais. Bem, não custa lembrar encíclica do Papa Leão XIII de 1891 Rerum Novarum, que estabeleceu a doutrina social e as relações de trabalho. Ou seja, os avanços sociais não são uma linha reta da história e faz parte do sistema capitalista que os empresários não recebam bem certos avanços que podem amaçar a rentabilidade das empresas.

Fica claro que a rejeição desses valores resumidos em duas vezes três letras e mais algumas como LTBGQIA na principal economia vai levar a um retrocesso. Talvez demos três passos para frente e vamos dar um ou dois para trás. Alguns até quatro.Haverá também um ajuste econômico e sua reavaliação nas contas de empresas desses valores. Efetivamente esse processo, que será mais radical nos EUAé diferente na Europa e Ásia.

Houve muita confusão e também abuso na área empresarial, onde, lembra-se docaso das Americanas no Brasil, onde empresas escreviam relatórios maravilhosos,glorificando-se de seus valores, enquanto estavam quebradas. Outra questão é omeio-ambiente. Negacionismo nessa área é andar sem guarda-chuva no meio deum furacão. 

Como sociedade e como indivíduos temos que decidir se os valores dos quais estamos nos afastando ou estão nos afastando, nos convêm ou não. Você, como empresário, não precisa de uma onda maior para ser correto, honesto, socialmente responsável, respeitoso e se preocupar com o meio-ambiente. Isso você pode incorporar aos seus negócios como conjunto de seus valores, sua fé e sua educação e raízes. E fazer o cálculo de se isso convém ao seu negócio. Agora, se vão nos obrigar ao contrário, Houston, we have a problem.

Friday, 28 March 2025

 DAS  CEREJEIRAS E LULA

É simplismente deslumbrante e inesquecível a imagem, ao visitar Japão nesta época do ano, quando as cerejeiras começam a florescer pelo país afora. Assim, opresidente Lula só pode estar feliz e muito, mais porque a sua visita, considerada de estado, mais alto grau de uma visita bilateral, é a única após a visita do Trump em 2019. No popular, tapete vermelho com direito a encontro com o Imperador e oPrimeiro-Ministrocomemoração digna dos 130 anos das relações diplomáticas, um encontro com sindicalistas , com empresários e  depois a ida ao Vietnã. No meio do domínio do noticiário por Trump com  suas tarifas, crise no Oriente Médio e os desacertos na guerra na Ucrânia, o Brasil trilha seu próprio caminho.

Nós somos a pátria de dois milhões de descendentes de japoneses, nissei, queajudaram a construir este país e continuam oferecendo uma contribuição incrível. Se a isso se somar 36 bilhões de dólares de investimentos japoneses, que após a Segunda Guerra começaram com a USIMINASem 450 empresas e um comércio bilateral de 11.7 bilhões de dólares, positivo para Brasil, temos quase o retrato completo. Faltou dizer que esse comércio já atingiu dez anos atrás 17 bilhões. 

Mas, no retrato faltou dizer que na década de 80 chegaram a viver no Japão, cuja população está envelhecendo e precisa de mão de obra, 300 mil brasileiros chamados decasséguis. A palavra tem origem em verbete da língua japonesaderu, sair e kassegu, para ganhar dinheiro. Com muita garra se adaptaram na terra de seus ancestrais, com dificuldades com a língua, hoje são 200 mil e enviaram bilhões de dólares para Brasil, ajudando a balança de pagamentos.

Japão é um dos parceiros mais consistentes do Brasil. As empresas japonesas,desconhecidas na década de 60, consideradas, em relação aos produtos alemães e norte-americanos de segunda linha, hoje são sinônimo de excelência e tecnologia. Os japoneses pensam e atuam a longo prazo, e assim foram pioneiros na exploração das fronteiras agrícolas no Brasil, e em especial no cerrado. Também foram os primeiros e fiéis, porém exigentes, clientes de cafés de alta qualidade.

A visita mais do que acertadaporém, exige um trabalho dos exportadores brasileiros mais apurado. Na verdade, se queremos vender mais, inclusive carnes e embutidos, temos que melhorar a qualidade. Ampliar a venda de outros produtos,quando a pergunta é quantas empresas brasileiras têm filial e investimentos lá.Zero.

E o mesmo acontece com Vietnã, com o qual temos um superávit comercial muito grande. A primeira visita de um Presidente brasileiro lá é mais do oportuna. Agora, não basta comitiva de empresários ir para ficar perto dos políticos e obter alguns favores na viagem, se suas empresas não tiverem produtos e serviços competitivos. Lula abre caminho e depois, como fica?

Saturday, 22 March 2025

 OF THE SHORT MEMORY AND THE DEATHS THAT DID NOT END


Five years ago, we started wearing masks, which we didn't have, as we didn't have a vaccine, we didn't have respirators, and the total surprise with what was happening. It was the beginning of COVID 19. A fatal epidemic, which to this day does not say where it came from. At the time it was speculated that the origin was China. Crowded hospitals, doctors and nurses working without rest, missing masks, medicines and cemeteries opening graves with tractors. One next to the other, without the presence of relatives, a precarious identification and the gravediggers in white looking like astronauts.


Stuck at home, suspended classes, companies without workers, empty planes, empty restaurants. Close, open, close. The government at the time saying it was a little flu, dismisses the minister of health who said that the thing was serious and took serious measures, puts a general intendant in place, and so a million people died in Brazil alone. Fear of going out, despair, concern for the elderly, vaccine from China, then the North Americans. And the international trips reached, with each country having a different rule, certificates, tests and vaccines. We live in a hell from which we are today thinking that we came out.


We didn't leave, because after the chaos in health, the governments of the acute crisis, not only in Brazil, no longer require new public health policies. Public health has become a fundamental item of our lives, but on the one hand it has to recover what was lost in the epidemic, on the other hand it has to invest in sanitation, vaccinations, research and more and more. But little of that happened. The impression you have is that, if there is another wave, because COVID is still there, with several types of viruses, we are as poorly prepared as it was five years ago. And there are still people who politically exploit the misfortune that hit us, insisting that the politicians of the time were right, it was a little flu.


In the economic area, COVID forced us into a new reality. Remote work, also distance classes, and distance personal relationships. By the way, during the epidemic, the families that had a good conviviality continued. But those who didn't, broke. The psychological weight and its consequences, including in education, children, and also in labor relations, have not yet been fully researched. Another activity, in addition to zoom, that grew a lot was home delivery. Quarantine, the word we are forgetting, but that we live.


The fact that scares me is how we don't improve the world we live in after this catastrophe. In the United States there is a rubella epidemic and a denying Secretary of Health until he says enough. And the frozen, diminished research funds, the WHO without Americans. We are, at least, strange human beings, promoting the devaluation of human life, instead of taking care of humanity. It's sad, but it's real.

 DA MEMÓRIA CURTA E DAS MORTES QUE NÃO ACABARAM

 

Há cinco anos atrás, começamos a usar máscarasque não tinhacomo não tinha vacina, não tinha respiradores, e a surpresa total com o que estava acontecendo. Era o início da COVID 19. Uma epidemia fatal, que até hoje não dizem de onde veio. Na época se especulava que a origem era a ChinaHospitais lotados, médicos e enfermeiros trabalhando sem descanso, faltando máscaras, remédios e cemitérios abrindo covas com tratores. Uma ao lado da outra, sem presença de parentes, uma identificação precária e os coveiros de branco parecendo astronautas.

Presos em casa, aulas suspensas, empresas sem trabalhadores, aviões vazios, restaurantes vazios. Fecha, abre, fecha. O governo na época dizendo que era uma gripezinhademite ministro da saúde que dizia que a coisa era séria e tomava providências sérias, coloca um general intendente no lugar, e assim morreram só no Brasil um milhão de pessoas. Medo de sair, desespero, preocupação com os idosos, vacina da China,  depois as norte-americanas. E as viagens internacionaisatingidas, com cada país tendo uma regra diferente, certificados, testes e vacinas. Vivemos um inferno do qual estamos hoje achando que saímos.

Não saímos, porque após o caos na saúde, os governos da crise aguda, não só no Brasil, deixaram de requer novas políticas de saúde pública. Saúde pública virou um item fundamental da nossa vida, mas de um lado tem que recuperar o que foi perdido na epidemia, de outro lado investir em saneamento, vacinações, pesquisa e mais e mais. Mas, pouco disso aconteceu. A impressão que se tem é que, se houver outra onda, porque a COVID ainda está aí, com diversos tipos de vírus, estamos tão mal preparados como foi há cinco anos.E ainda tem gente que politicamente explora a desgraça que nos atingiu, insistindo que o políticos da época estavam certos, era uma gripezinha.

Na área econômica, COVID nos obrigou a uma nova realidade. Trabalho adistância, também aulas a distância, e relações pessoais a distância. Alias, durante a epidemiaas famílias que tinham um bom convívio, continuaram. Mas, as que não, quebraram. O peso psicológico e suas consequências, inclusive na educação, nas crianças, e também nas relações de trabalho, ainda não foram totalmente pesquisadas. Uma outra atividade, além do zoom, que cresceu muito foi a entrega domiciliar. Quarentena, a palavra que estamos esquecendo, mas que vivemos.

O fato  que me assusta é como não melhoramos o mundo em que vivemos após essa catástrofeNos Estados Unidos tem uma epidemia de rubéola e um Secretário de Saúde negacionista até dizer chega. E os fundos de pesquisa congelados, diminuídos, OMS sem norte-americanos. Somosno mínimo, estranhos seres humanos, promovendo a desvalorização da vida humana, ao invés de cuidar da humanidade. É triste, mas é  real.