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Saturday, 12 April 2025

 DA CALMA NA JANGADA NO MEIO DA TEMPESTADE

A imprevisibilidade gerada pelas tarifas impostas pela maior economia do mundoestá medida pela vertiginosa queda nas bolsas, as perdas superam os trilhões de dólares que, na geração do século passado, antes do Google, só eram conhecidos nos livrinhos do Tio Patinhas, e estão batendo para todos os lados. Instalou-se a incerteza. Se as previsões de tempo já são complexas e têm às vezes pouca credibilidade, imagine agora o que dizem os analistas de Bagé, se você acredita neles. Ninguém em  consciência pode dizer o que nós próximos minutos vai acontecer. Porque a caixa de Pandora foi aberta e ações nos Estados Unidos provocam contra-ações de outros países. Está se formando uma corrente de ações e contra-ações imprevisível e incontrolável. Enquanto alguns chefes de governos estão ainda lendo os livros sobre a negociação, parece que estamos cada vez mais próximos das teorias de jogos ou até, quem sabe, eventos simplesmente explicados por psicólogos. Nada de sofisticação, mas simplesmente pessoas que alcançaram o poder brincando de poder.

E no mar revolto, ou na tempestade, os entendidos recomendam muita calma com cautela, para que você não perca a vida durante o evento. Talvez vale isso também neste momento para os governos. Se tem alguma coisa que nos Estados Unidos esperamos que não façam, é rasgar dinheiro e comer vidro. Até que ponto essa tempestade econômica vai beneficiar quem, quais setores e quais parcelas de população, ninguém sabe. Em 1929 rasgaram dinheiro e depois o mundo inteiro comeu o que sobrou, inclusive vidro. Será que neste momento sabemos até onde a corda pode esticar ou estamos esperando que arrebente?

Países de grandeza geográfica e riquezas naturais, independentes em energia e alimentação, mas dependentes do comércio internacional, como Brasil, podem até se salvar melhor. Assim foi, por incrível que pareça, até na Segunda GuerraMundial. Mas, não foi assim na crise de 1929. Crise econômica, com seus ataques na geografia dos negócios da economia, é diferente e muito pior do que o conflito militar, onde as perdas humanas são visíveis e muito lamentáveis.

Dizer que Brasil não deve fazer nada porque a tarifa para as suas exportações para os EUA é só de 10 % e que é prudente não reagir, é de uma ignorância comparada a traição da pátria. Reagir sim, mas principalmente reforçar a sua economia para ser competitiva. De um lado, para não virar cesta de lixo para os produtos que não vão mais para o norte, e de outro lado melhorar a sua capacidade de exportar.Melhorar a nossa infraestrutura, reduzir custos logísticos e também financeiros, adicionar valor a nossas exportações. Estamos muito preocupados com terceiros, cujas ações nos afetam sim, mas não conseguimos nem uma estrutura política e nem de governo que nos levem a sermos mais competitivos para resistir àsturbulências. Somos uma jangada enorme em um mar turbulento e cheio de tubarões.

 

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