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Friday, 13 January 2017

DA HERANÇA DE OBAMA

DA HERANÇA DE OBAMA

Se prevalecer uma das máximas da política mineira, faltando uma semana para a troca na presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, a primeira dama Michele e as duas filhas, devem estar passando frio com aquecedores desligados e sem sequer serviço de café. Tudo está pronto para a posse do novo presidente no dia 20 de janeiro, mas mesmo assim despedida é despedida, mesmo que os aquecedores continuem ligados e o cafezinho continue sendo servido. A Casa Branca, ao final das contas, não é o Palácio da Liberdade. Mas, enquanto a despedida de Obama, na sua cidade adotiva de Chicago, foi emocionante, assistida ao vivo por 20 mil pessoas, a transição política entre o presidente eleito Trump e Obama esta aquém de tranquila.

Como será o governo Trump, nem as forças divinas conseguem desenhar com clareza. Temos que esperar e acreditar que será um governo que trará prosperidade e paz.

Como foi o governo do Obama, que está se mudando agora para Chicago, já podemos falar. Já é passado. Talvez a mensagem mais clara que ele deixe na história foi "nós podemos, yes we can". Mensagem de que um governo pode ter princípios éticos e lutar por eles. Obama nos deixa uma impressão de que tomava suas decisões com base em princípios que levavam a um bem comum. É um cara decente, que trouxe decência ao cargo, o que não diminuía a firmeza nas decisões.

A gestão dele recuperou a indústria automobilística, aumentou o emprego, fez um sistema de saúde, Obamacare, que permite a universalização dos serviços de saúde para a toda população, caçou e matou Obama bin Laden, negociou o acordo de Paris na área de meio ambiente, confirmou a liderança tecnológica mundial dos Estados Unidos, achou caminhos de distensão com Cuba e fez um acordo nuclear com o Irã, além de um acordo comercial com os países asiáticos sem China.

Bem, como sempre nem tudo são flores. A destruição do equilibro ditatorial no Oriente Médio com as guerras na Líbia e Síria, o surgimento do Estado Islâmico, o conflito contínuo no Afeganistão e a mal resolvida saída do Iraque, são alguns pontos mal resolvidos. Mas, o construção da paz entre a  guerrilha e governo da Colômbia foi um ponto positivo. Houve também uma expansão sem limites da vigilância através de escutas demonstrada pelo hoje foragido Snowden, que atingiu a nossa ex-presidente Rousseff e a chanceler alemã Merkel.

O Brasil foi um parceiro complexo, não só por causa da escuta, que sempre teve e vai ter, mas por políticas internas dos governos Lula, que se deu bem com Obama, e da Dilma, que não queria uma relação boa com os Estados Unidos. A vexaminosa despedida no Itamaraty do então embaixador americano Thomas Shannon foi um ponto alto do desprezo que Dilma mantinha pelos Estados Unidos. E dai conjecturar se a saída dela foi a gosto da Casa Branca, também há uma distancia. A América Latina, com suas complexidades e complexos bolivarianos, não foi prioridade do Obama, a não ser a melhoria da relação com Cuba, que agradou a todos.

Barack Obama fez história como Presidente dos Estados Unidos. E nós assistimos e vivemos essa historia de um homem digno e honesto que esteve na Casa Branca.

Monday, 9 January 2017

DAS PRIVATIZAÇÕES E PRIVATARIAS

DAS PRIVATIZAÇÕES E PRIVATARIAS

O massacre dos presos nos estados da Amazônia e Roraima (por sinal a terra do senador Juca, presidente nacional do PMDB, que tanto tem falado sobre como deve ser Brasil e agora sumiu) expôs, além de toda a tragédia humana e a presença avassaladora das facções  criminosas na política e na gestão nacional, algumas outras questões não menos importantes. Uma delas foi a opinião externada pelo "comissário" para a juventude (porque só países socialistas do Leste Europeu que tinham comissários para a juventude) Bruno Julio.O preocupante não é só o conteúdo das declarações (entre outras barbaridades disse que deveria haver mais massacres ) mas a conclusão que a nossa juventude possa pensar assim. Ou seja, matar os detidos pela justiça nas prisões deve ser rotina que resolverá o nosso problema prisional. Não temos pena de morte na legislação, mas aprovamos a pena de morte de fato nas prisões, executadas pelos próprio companheiros dos carcerários. O assustador é que para estar neste cargo, o dito cujo, filho de um rebelde ex-militar que se elege com um discurso de incitação ao ódio, teve apoio do partido majoritário no governo, do estado e passou pelo crivo de seleção da Casa Civil da Presidência da Republica.

Mudando do foco de declarações, há um outro elemento curioso nesses episódios  do Norte do Brasil. Uma boa parte das prisões são administradas por uma empresa privada com nome latinizado e lindo: Humannizare. Humanizar. Um contrato que, sob todos os aspectos conhecidos do público, nada de achar  algo pelos portais da transparência, é um excelente contrato para a empresa. Quinhentos milhões de reais por ano, sem aditivos, com custo em dobro por prisioneiro do que em São Paulo, o estado mais desenvolvido do país. Nessa tragédia ninguém consegue descobrir quem são os donos do negócio, nem as diretoras (senhoras afortunadas com esse contrato) nem onde a empresa está, funciona e por quais atividades é responsável.

Total mistério. Já em 29 de julho de 2016, ou seja meio ano atrás, o Portal de Zacarias de Manaus trouxe extensa reportagem sobre o que acontecia nos presídios daquela capital. Foi feita uma revista no complexo Anísio Jobim, com a presença do secretário de segurança publica do Amazonas, General Comandante do Comando Militar da Amazônia, mas sem o Secretário de Administração  Penitenciária do Amazonas. Está tudo lá: fotos, provas, armas, e, no final, a reportagem pergunta onde está a Humannizare.

Privatizar é uma política certa no contexto do desenvolvimento. Mas privatizar sem responsabilidade, em um conluio entre o privado e o público que provoca mortes e prejuízo à população (seja em presídios, transportes, iluminação pública, aguas, ou lixo) é crime como qualquer outro. Os governos têm que se equipar, principalmente com vontade e determinação política, para exercer controle sobre as privatizações. Senão, o prejudicado além da população, também é o conceito de melhoria de serviços públicos através da privatização. Privatização responsável, sim, privataria, não!

Friday, 6 January 2017

DA ARGENTINA, VIZINHO IMPORTANTE

DA ARGENTINA, VIZINHO IMPORTANTE

Enquanto ate barbeiro na esquina fica preocupado com a próxima entrada do governo Trump nos Estados Unidos, pais mais poderoso do mundo, esquecemos que sem diminuir a importância do gigante do norte, é a situação econômica e politica da Argentina que nos afeta em muito mais. Um ano apos a entrada do popular presidente argentino Macri derrubando o reinado dos 12 anos da dinastia corrupta dos Kirchners, o que sobrou das promessas e o que é realidade argentina hoje.

Como em geral acontece a fluidez de discurso na campanha, se transforma em dificuldades na hora de governar. Macri entrou com muita esperança ,muitas promessas e num mar de muitas dificuldades seja do ponto de vista politico ou econômico. Algumas medidas de impacto, como a solução de disputa com fundos de investimentos na justiça norte-americana que impedia o acesso da Argentina ao mercado internacional de financiamento, foi resolvido. Também foi eliminada a taxa de exportação dos commodities agrícolas, que impedia o crescimento de plantio e expansão das exportações. E no campo politico deixou livre o caminho judicial para processar os governantes anteriores por corrupção e abuso do poder. E liberou cambio também eliminando algumas barreiras para importação além de limpar infame maquina de falsificação de dados estatísticos Indec.

Mas, na Argentina não se pode desprezar forcas politicas do peronismo, sindicalismo ligado a peronistas, a legislação oriunda ainda da época que o pais era 4 maior potencia mundial e achava que podia desperdiçar os recursos a vontade porque o dinheiro nunca ia acabar. Na verdade os Kirchner representam essa continuidade populista que o governo Macri procurando a modernização do pais procura.

De um lado aumentou a produção agrícola e os exportadores argentinos proclamam com aquele entusiasmo futebolístico que conhecemos que estão derrubando os Estados Unidos e Rússia nos mercados de trigo, mas eles também se tornarão nossos concorrentes. Já na indústria, onde a complementaridade é maior, a boa noticia é crescimento da indústria automobilística. Em 2013 Argentina registrou 964 mil veículos novos. Depois teve uma queda brutal, e no ano passado já ouve crescimento em relação a 2014 e o total de veículos registrados foi 790 mil com VW no primeiro lugar e Fiat no quarto lugar.
Grande vilão da economia argentina é a inflação que este ano atingiu 40 % e a previsão oficial é de 17 % para próximo ano.

Resumindo, Argentina indo bem, é fundamental para  Brasil econômico e politico. Inclusive que como parceiros no Mercosul não vamos alcançar acordo com União Europeia sendo os dois sócios principais enfraquecidos politicamente e economicamente.

STEFAN SALEJ

6.1.2017.

Monday, 2 January 2017

DO DESEMPREGO

DO DESEMPREGO

Em geral, os primeiros artigos do ano novo passam por análises do passado e previsões do futuro. E sempre tem muita sabedoria sobre o passado e ainda mais sabedoria sobre o futuro, sem base alguma. Mas,  isso faz parte de nossa cultura e faz até bem. Por outro lado, neste momento existe uma situação mais do que dramática, que suplanta as histórias do passado e, sem dúvida, vai definir a vida do futuro: o emprego.

Estar desemprego é uma das piores situações que alguém pode viver. Só quem esteve desempregado, batendo de porta em porta, tendo conhecimento, as vezes experiência, garra para trabalhar e necessidade para trabalhar, sabe como é doloroso, difícil, até humilhante, essa peregrinação que dá a impressão de que você é um rejeitado, inútil, dispensável e pior do que outras pessoas que conseguem, e você não consegue nada. É uma experiência traumática que deixa feridas profundas nas pessoas e suas famílias.

O país tem oficialmente 12 milhões de desempregados e, segundo as previsões, essas que acertam o desacerto da vida, vamos ter um milhão de desempregados a mais neste ano de 2017.Mas, esses são desempregados que tinham carteira de trabalho assinada. Quantos milhões que não têm há muito tempo carteira assinada existem no país ? O total, por algumas contas de experts econômicos, são mais de 30 milhões. E a isso se soma o subemprego ou emprego informal.

Nenhum prefeito das capitais falou na sua posse sobre como vai gerar emprego ou manter emprego no seu município. Corte de despesas e austeridade, até uniforme de gari teve neste início de ano, mas como gerar novos empregos e manter os atuais, só os prefeitos como o Medioli, em Betim, ou o Odelmo, em Uberlândia, sabem. As políticas de emprego não são só responsabilidade de governos estaduais e federais, são dos municípios também. Alias, costuma-se dizer que o cidadão não mora na federação, mas no município. Então, onde estão as políticas de desenvolvimento e de criação de empregos?

Esse esforço não pode ser também só das prefeituras, mas da sociedade. As entidades empresariais e sindicatos dos trabalhadores têm que ter também propostas, não só de defesa de emprego, mas de sua evolução com novos investimentos, educação, ação social na época de crise. Não havendo essa ação criativa para a crise, não há polícia que segure os famintos nas ruas. As pessoas não estão pedindo esmola, pedem a chance de trabalhar e mostrar que podem ganhar a vida honestamente.

Monday, 26 December 2016

DE SER EMPRESÁRIO, EMPREENDEDOR, COMERCIANTE, FAZENDEIRO E OUTRAS

DE SER EMPRESÁRIO, EMPREENDEDOR, COMERCIANTE, FAZENDEIRO E OUTRAS

Uma reflexão sobre a missão de exercer uma das funções descritas no título cabe bem no final de um ano, ou de um período inteiro de vários anos, de tumulto, incerteza e volatilidade ímpar na economia e na política do país. Se levarmos em conta não as definições teóricas ou de Wikipédia o que é o exercício de uma dessas funções, mas  o que os nossos contemporâneos, como José da Costa, Nansen Araújo, José de Alencar, Modesto Araújo, Alair Martins, Alexandrino Garcia, Beth Pimenta, Marcos Mares Guia, Ernesto Salvo e tantos outros, nos ensinaram, podemos tirar algumas conclusões que nos ajudem a entender melhor a situação em que vivemos e o modo de ultrapassar as dificuldades.

Creio que a primeira lição é que a função de uma empresa, fazenda, comércio ou prestadora de serviços, é não só produzir lucros, mas servir aos seus clientes. Ou modernamente dizendo, ao mercado. Entendendo bem o cliente, suas necessidades, e adaptando-se às mudanças por que ele está passando (não adianta vender hoje máquina de escrever se as pessoas usam tablet), você tem grande chance de, com dinamismo próprio, adaptar seu modelo de negócios e sobreviver.

Não se pode ignorar o fato de que, se você quiser ganhar dinheiro rápido e fácil, então é melhor escolher outro ramo de atividades, que não é ser empresário. Construir uma empresa, mantê-la no mercado, ou manter uma fazendo viva por muitos anos, não é trabalho de um dia e nem de uma semana. Requer persistência, objetivos claros, controles financeiros rigorosos e muita preocupação. É um trabalho de equipe, inclusive da família, dos sócios, com objetivos a longo prazo.

As mudanças tecnológicas não são novidades. Podem ser mais sentidas hoje, eventualmente são mais rápidas, mas sempre existiram. Então, você tem que ser capaz de liderar essas mudanças no seu negócio. Decidir se você segue os concorrentes ou lidera o mercado. Nem que seja padeiro no bairro, pode ter melhor atendimento, melhor pãozinho, melhor quibe. Nada  de segunda, sempre tudo de primeira.

Volto ao que, aliás,  todos os mencionados foram mestres no assunto, que é o relacionamento com as pessoas. Olhe para o seu negócio no dia em que está fechado e pergunte quanto vale. E quando as pessoas começarem a atuar, a trabalhar,  quanto isso vale. O capital humano e a sua gestão são valores fundamentais na empresa. Quem não sabe administrá-lo pode até ganhar dinheiro, mas a empresa não sobreviverá a longo prazo.

Não se pode ignorar a firmeza no cumprimento dos valores éticos dos empresários bem sucedidos e cujas empresas sobreviveram às tempestades de políticas ou à falta delas no Brasil. Ninguém que colocou a corrupção como base de negócio pode sobreviver a longo prazo. Ganha dinheiro mas não resiste ao tempo.

Empresa, fazenda, indústria, comércio, serviços são mais do que máquinas de ganhar dinheiro, como nos ensinaram muitos dos nossos mestres, entre os quais incluiria, não como empresário mas como homem público, o  engenheiro João Camilo Penna. São entidades que produzem felicidade, oportunidades, riqueza social e econômica. Entendidas assim são bem comum, respeitadas e cuidadas por todos, para crescer e sobreviver aos tempos difíceis.

Sunday, 25 December 2016

DO ANO DE TERROR E ESPERANÇA


DO ANO DE TERROR E ESPERANÇA

Escrever no fim deste ano, e ainda por cima um artigo a ser publicado sobre os eventos do ano que passou, no domingo de Natal, é sem dúvida uma tarefa das mais complexas para o colunista. O ano não foi atípico só no Brasil, onde saiu a Presidenta por impeachment e entrou um vice com chance de sair. A economia que no mundo inteiro se recupera, no Brasil continua com esperança de recuperação, com sorrisos marotos nos prometendo com micro medidas macro resultados. É a política econômica band-aid, de olho nas delações premiadas dos políticos e empresários que pagam qualquer preço para sair do emaranhado de corrupção em que se meteram. E sem falar no Congresso, cujo ex-presidente também está preso, que cada noite nos surpreende com mais atos contra o cidadão e o país do que a favor. Em resumo, um ano que no Brasil nem de longe terminou e que vai se arrastar como a sujeira do Rio Doce, provocada pela queda da barragem da Samarco.

Mas esse retrato desastroso do Brasil, quando colocado no mundo, a não ser no campo do campeonato da corrupção, da limpeza jurídica e da economia, tem uma outra componente diferente, que abre uma janela de tranquilidade. Fizemos os Jogos Olímpicos com tranquilidade e com perfeição. E se olharmos o balanço do mundo, onde só nesta última semana houve um atentado em Berlin, a morte do terrorista que provocou o atentado, na Itália, o assassinato do embaixador da Rússia na Turquia, a reconquista da cidade de Allepo na Síria pelas forcas governamentais, com êxodo de milhares de pessoas, e o sequestro de um avião que acabou na Malta, ainda podemos dizer que por aqui está tranquilo.

Sem mencionar os atentados na Bélgica, Estados Unidos, e Franca, os conflitos na Líbia, Iraque, Afeganistão, Ucrânia e Síria, a queda do avião no Egito e mais e mais, podemos dizer que efetivamente o mundo está sem paz. Dizer que estamos em guerra, talvez seja forte demais, mas que hoje quando se viaja tem que tomar cuidado, não há duvida alguma. O mundo esta conturbado. A segurança interna vai exigir uma nova postura e o caso do ataque em Berlin mostrou claramente isso. As sociedades democráticas terão que se reorganizar para proteger melhor seus cidadãos contra os extremistas e terroristas. Aliás, a Europa sempre teve seus extremistas: vamos lembrar que a Primeira Guerra Mundial começou com o terrorismo nacionalista sérvio.
O novo retrato do horror no Oriente Médio e na Europa não está pronto para ser pintado. Só vai ficar pronto com as eleições na Franca e Alemanha no próximo ano, quando o tema do combate ao terrorismo será um divisor de águas.

E a esperança? Bem, fora dos assaltos, sequestros, Lava Jato, expansão do narcotráfico, pelo menos o Brasil está livre de terrorismo. Mas, está mesmo? Vale a pena acreditar na paz, mas vale a pena ainda mais lutar para que tenhamos uma sociedade em paz.

Friday, 16 December 2016

DO URSO RUSSO NO CIRCO

DO URSO RUSSO NO CIRCO

No passado, não existia um bom circo que não tivesse algo da Rússia: ou eram os artistas (a Rússia possui uma das poucas escolas para artistas circensenses) ou então pelo menos um urso russo. Ele dançava, às vezes se mostrava preguiçoso até ganhar uns doces, mas era enorme e as crianças o adoravam. Não existia bom circo sem algo da Rússia.

Bem, na política internacional também parece que não há um bom circo sem a Rússia.Ou com artistas ou com ursos. As notícias da semana, que se concentram na expulsão dos rebeldes ou forças contrárias ao governo sírio da cidade de Allepo e na tragédia de proporções inimagináveis que isso representa do ponto de vista humano, têm russos no meio. O regime sírio só conseguiu essa vitória, se pode se chamar de vitória, com apoio de força aérea russa. Os russos mostraram, com apoio ao ditador sírio Assad, que continuam sendo uma potência militar e que, nos territórios considerados estratégicos por eles, não se brinca. Os Estados Unidos, mesmo enviando os aviões mais avançados do mundo para Israel, estão enfrentando, e parece que perdendo, as batalhas, do novo adversário velho, a Rússia.

Mas, é em outro campo que a batalha está mais interessante: as acusações de que a Rússia interveio nas últimas eleições dos Estados Unidos e mais: a favor do eleito Donald Trump. Bem, na verdade, Hillary Clinton se enterrou sozinha e nem precisou de ajuda. Sua estratégia deu errado. E que Trump, durante as eleições e depois, mostrou claramente que a Rússia não é o principal inimigo dos Estados Unidos, ninguém pode negar. Até a nomeação do novo Secretário de Estado, chefe da diplomacia norte-americana, teve como base a sua amizade com o presidente russo Putin e sua capacidade de tecer acordos favoráveis aos negócios norte-americanos.

Se for verdadeira a alegação de que os russos, através do uso da informática, influíram nas eleições, cabe uma outra pergunta ainda mais aterrorizante do que a afirmação do governo de Obama: os Estados Unidos perderam a guerra cibernética, onde a Rússia, mesmo com as sanções que lhe impuseram tanto os Estados Unidos como a União Europeia, está anos luz na frente da chamada maior potência militar do mundo, os Estados Unidos? Ou seja, os russos estão ganhando a guerra nas estrelas? Se os Estados Unidos podem nos espionar, os russos intervêm nos sistemas cibernéticos e mudam os resultados políticos?

É um mundo assustador, onde nos cabe vender minério, milho, soja e carnes, mas nessa guerra estamos na idade de pedra.