DOS ”NARCOS”
Assistir à segunda temporada da série Narcos no Netflix, com Wagner Moura no papel do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, nos dias de hoje, é assistir na verdade ao History Channel. Na nossa frente está se desenrolando um quase documentário cujo final, com a morte do bandido mais rico do século passado (ultrapassando todos os gângsters americanos, japoneses, gangs chinesas e mais ) e o sétimo ricaço do planeta na época, a terminar aparentemente nos próximos dias. Ou precisamente dia 2 de outubro, quando haverá na Colômbia um plebiscito confirmando o acordo de paz entre o grupo narco guerrilheiro pseudo marxista FARC e o governo colombiano, liderado pelo Presidente Santos.
Se as cenas de violência apresentadas na serie Narcos chocam, o que aconteceu antes e depois da morte do Escobar e ainda não foi apresentado nas telas, choca muito mais. Violência gera violência. Escobar era o Robin Hood dos pobres e dominava a cidade de Medellín (a mesma onde a mineira Nansen tinha fábrica de medidores elétricos na época e hoje a Algar de Uberlândia tem uma empresa bem sucedida). Pobres o adoravam, os ricos participavam e a violência era a regra do jogo. o dinheiro jorrava, Escobar dominava 80 % do mercado mundial da coca. Usava tecnologia, bancos prosperavam e com o negócio criavam-se carteis como o de Cali e vários outros grupos que fizeram da Colômbia um país de narcotráfico .
Prosperou também a guerrilha marxista, FARC, e prosperaram os grupo como Los Pepes, formado por três irmãos cujos pais foram assinados pela Farc, como contra peso às ações guerrilheiras. E aí veio a ajuda dos Estados Unidos, que para conter de um lado o narcotráfico e de outro a expansão de guerrilha marxista, despejaram 9 bilhões de dólares na Colômbia. E criaram-se grupo de Esquadrões da morte. Em resumo, um caos onde assassinatos, sequestros, mutilações, roubos, coca e cocaína faziam parte de uma guerra que destruía a vida e o pais. É verdadeiro milagre do povo colombiano ter resistido aos 51 anos dessa sangria.
Acabou? Não. Ainda vai demorar para que o país se normalize totalmente, mas já é um país diferente. Com futuro.
Nos temos que olhar isso como a lição. Será que parte dessa história não esta acontecendo aqui e nem percebemos? Será que não temos uns pablitos que aprenderam a lição colombiana e estão agindo de forma mais inteligente, infiltrando-se no tecido político e social? Ou ignoramos, já que isso não faz parte do debate politico no Brasil, e estamos virando avestruzes sociais? Entre tantos males que nos assolam, será que ignoramos este? Veja e reveja Narcos e pense, pense....
politica internacional, visao de Europa,America Latina,Africa, economia e negocios international politics, business, Latin America-Europa-Africa
Friday, 9 September 2016
Sunday, 4 September 2016
DAS ESPERANÇAS, EXPECTATIVAS E REALIDADES
DAS ESPERANÇAS, EXPECTATIVAS E REALIDADES
A vida empresarial é reality show. E nele há sonhos, esperanças e expectativas. Sem isso, as empresas não funcionam. Mas, tudo isso tem uma boa dose de realidade transformada em planos de negócios, canvas, estratégias e táticas. Evolui em um equilíbrio dançante, que permite mover montanhas, alcançar sonhos e conviver com, senão enfrentar, realidades.
O fato é que essa agonia política que vivemos durante quase nove meses, e que aparentemente terminou na semana passada com a declaração pelo Senado do impedimento da Sra. Presidente da República no cargo (não vamos falar do fatiamento da resolução que lhe permite com mão na cintura e com votos dos ex-presidentes das entidades empresariais maiores, CNA e CNI, continuar na vida política), criou expectativa geral de que terminou uma fase e essa página está virada.
Ledo engano. Primeiro: em cem dias do governo provisório, não conseguiram levantar as falcatruas (o processo de Lava Jato é ponta de um iceberg da corrupção que domina a política e os negócios no país), segundo, nem, parafraseando o dito popular, o tamanho do buraco das contas públicas. E terceiro, last but not least, nem os políticos nas duas casas do congresso se uniram em torno de um projeto de governo (se existe um) para podermos dizer que as esperanças que tivemos estão se transformando em realidades viáveis. Sem contarmos o rugir das ruas, ao qual ainda não se juntaram os 12 milhões de desempregados, que com suas famílias somam 30 milhões.
Então a realidade, inclusive com os juros mais altos do mundo, é dura, é feia. As reformas, se os políticos decidirem fazer, o que esta difícil de acreditar depois do que demonstraram no Senado, terão que ser muito profundas para por a casa em ordem. O dinheiro de fora não vai jorrar enquanto não forem dados sinais claros de estabilidade jurídica e política. A não ser o dos especuladores no câmbio e na bolsa de valores.
Se o PIB crescer ou não, pouco pode afetar seu negócio. Olhe bem o seu mercado, vá para o clássico controle de caixa, atenção ao cliente, procure inovar (mesmo imitando ) e ache novos clientes. Como o Helder, do Forno de Minas, que abriu escritório em Miami para conquistar o mercado dos Estados Unidos. A Localiza, que agora aluga carro para os motoristas da Uber. Supernosso, que coloca mini tablets nos carinhos de compra. Queijo de Canastra, conquistando o mundo. Cachaça Germana, na África do Sul e mais 30 países. E mais e mais bons exemplos.
Tem que ter esperança, mais, tem que se adaptar à realidade e nela encontrar as soluções, porque Brasil continua um mercado de 200 milhões de pessoas que querem progredir e avançar.
A vida empresarial é reality show. E nele há sonhos, esperanças e expectativas. Sem isso, as empresas não funcionam. Mas, tudo isso tem uma boa dose de realidade transformada em planos de negócios, canvas, estratégias e táticas. Evolui em um equilíbrio dançante, que permite mover montanhas, alcançar sonhos e conviver com, senão enfrentar, realidades.
O fato é que essa agonia política que vivemos durante quase nove meses, e que aparentemente terminou na semana passada com a declaração pelo Senado do impedimento da Sra. Presidente da República no cargo (não vamos falar do fatiamento da resolução que lhe permite com mão na cintura e com votos dos ex-presidentes das entidades empresariais maiores, CNA e CNI, continuar na vida política), criou expectativa geral de que terminou uma fase e essa página está virada.
Ledo engano. Primeiro: em cem dias do governo provisório, não conseguiram levantar as falcatruas (o processo de Lava Jato é ponta de um iceberg da corrupção que domina a política e os negócios no país), segundo, nem, parafraseando o dito popular, o tamanho do buraco das contas públicas. E terceiro, last but not least, nem os políticos nas duas casas do congresso se uniram em torno de um projeto de governo (se existe um) para podermos dizer que as esperanças que tivemos estão se transformando em realidades viáveis. Sem contarmos o rugir das ruas, ao qual ainda não se juntaram os 12 milhões de desempregados, que com suas famílias somam 30 milhões.
Então a realidade, inclusive com os juros mais altos do mundo, é dura, é feia. As reformas, se os políticos decidirem fazer, o que esta difícil de acreditar depois do que demonstraram no Senado, terão que ser muito profundas para por a casa em ordem. O dinheiro de fora não vai jorrar enquanto não forem dados sinais claros de estabilidade jurídica e política. A não ser o dos especuladores no câmbio e na bolsa de valores.
Se o PIB crescer ou não, pouco pode afetar seu negócio. Olhe bem o seu mercado, vá para o clássico controle de caixa, atenção ao cliente, procure inovar (mesmo imitando ) e ache novos clientes. Como o Helder, do Forno de Minas, que abriu escritório em Miami para conquistar o mercado dos Estados Unidos. A Localiza, que agora aluga carro para os motoristas da Uber. Supernosso, que coloca mini tablets nos carinhos de compra. Queijo de Canastra, conquistando o mundo. Cachaça Germana, na África do Sul e mais 30 países. E mais e mais bons exemplos.
Tem que ter esperança, mais, tem que se adaptar à realidade e nela encontrar as soluções, porque Brasil continua um mercado de 200 milhões de pessoas que querem progredir e avançar.
Thursday, 1 September 2016
DO IMPEACHMENT E GOLPE VISTO PELO MUNDO
DO IMPEACHMENT E GOLPE VISTO PELO MUNDO
A política brasileira é jabuticaba. Só tem aqui. A nossa Constituição de 1988 fala de tudo e regula tudo. E a quantidade de processos que temos na justiça levam à mesma quantidade sentenças e interpretações. E também não poderia ser diferente no impeachment da Sra. Presidenta da República Dilma Vana Rousseff, mineira de Belo Horizonte. O que uns consideram um processo constitucionalmente correto, outros, inclusive liderados pela própria Presidente “saliente”, consideram golpe.
E assim como nós, divididos e confusos no nosso próprio país, também o mundo, que prestou muita atenção nos acontecimentos no Brasil, nos vê. Em termos gerais, ninguém mais esperava a volta da Dilma ao Planalto, mas a confirmação final é ponto final. Ou não? Muitos comentários na imprensa mundial, que acompanhava com muita atenção o processo, destacam as razões de impeachment como injustas e outros destacam a firmeza dos legisladores brasileiros em destituir a Presidenta, por causa do desrespeito à legislação fiscal, como fato positivo. E todos mencionam a difícil herança econômica e social que o governo dela deixou para o país.
Mas as analises dos jornais não são sempre acompanhadas pelos governos estrangeiros. Brasília tem um dos maiores contingentes de representações diplomáticas no mundo, o que demonstra a importância do país. As reações dos quatro latino-americanos: Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e mais um centro-americano, Nicarágua, já eram de esperar. A Bolívia depende de fornecimento de gás para o Brasil e com a mão na cintura, ainda no governo Lula, nacionalizou as instalações da PETROBRAS lá. O Equador tem importância pequena. E a Venezuela está numa situação que é incomoda para o Brasil já há muito tempo. E, como Cuba nos deve muito, mas muito dinheiro e, com essa briga, a renegociação será mais difícil. No caso venezuelano, por outro lado, o Brasil terá mãos mais livres para agir para se encontrar uma solução na confusão que armaram em Caracas.
Os países grandes estão todos esperando parcerias melhores com o Brasil. Nos próximos dois anos e quatro meses, espera-se que o governo Temer tenha liderança política para colocar a economia nos eixos. Ponto. Se mostrar que tem liderança para reformas e controle fiscal, terá apoio do exterior. Do mercado e dos governos. Mas a confusão nas votações do Senado, com a cassação do mandato da Dilma e subsequente permissão para que ela continue na vida pública, não deram exatamente um sinal dessa liderança. Agora isso deve ter sido explicado também na reunião da G 20 na China, para onde o Presidente Temer seguiu após a posse. Mas, os problemas, que não são poucos, continuam aqui.
A política brasileira é jabuticaba. Só tem aqui. A nossa Constituição de 1988 fala de tudo e regula tudo. E a quantidade de processos que temos na justiça levam à mesma quantidade sentenças e interpretações. E também não poderia ser diferente no impeachment da Sra. Presidenta da República Dilma Vana Rousseff, mineira de Belo Horizonte. O que uns consideram um processo constitucionalmente correto, outros, inclusive liderados pela própria Presidente “saliente”, consideram golpe.
E assim como nós, divididos e confusos no nosso próprio país, também o mundo, que prestou muita atenção nos acontecimentos no Brasil, nos vê. Em termos gerais, ninguém mais esperava a volta da Dilma ao Planalto, mas a confirmação final é ponto final. Ou não? Muitos comentários na imprensa mundial, que acompanhava com muita atenção o processo, destacam as razões de impeachment como injustas e outros destacam a firmeza dos legisladores brasileiros em destituir a Presidenta, por causa do desrespeito à legislação fiscal, como fato positivo. E todos mencionam a difícil herança econômica e social que o governo dela deixou para o país.
Mas as analises dos jornais não são sempre acompanhadas pelos governos estrangeiros. Brasília tem um dos maiores contingentes de representações diplomáticas no mundo, o que demonstra a importância do país. As reações dos quatro latino-americanos: Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e mais um centro-americano, Nicarágua, já eram de esperar. A Bolívia depende de fornecimento de gás para o Brasil e com a mão na cintura, ainda no governo Lula, nacionalizou as instalações da PETROBRAS lá. O Equador tem importância pequena. E a Venezuela está numa situação que é incomoda para o Brasil já há muito tempo. E, como Cuba nos deve muito, mas muito dinheiro e, com essa briga, a renegociação será mais difícil. No caso venezuelano, por outro lado, o Brasil terá mãos mais livres para agir para se encontrar uma solução na confusão que armaram em Caracas.
Os países grandes estão todos esperando parcerias melhores com o Brasil. Nos próximos dois anos e quatro meses, espera-se que o governo Temer tenha liderança política para colocar a economia nos eixos. Ponto. Se mostrar que tem liderança para reformas e controle fiscal, terá apoio do exterior. Do mercado e dos governos. Mas a confusão nas votações do Senado, com a cassação do mandato da Dilma e subsequente permissão para que ela continue na vida pública, não deram exatamente um sinal dessa liderança. Agora isso deve ter sido explicado também na reunião da G 20 na China, para onde o Presidente Temer seguiu após a posse. Mas, os problemas, que não são poucos, continuam aqui.
Sunday, 28 August 2016
DA VIRADA COM PROJETO
DA VIRADA COM PROJETO
Guimarães Rosa, eminente diplomata e escritor, disse que Minas são várias. E nesta semana assistimos a pelo menos dois Brasis diferentes. Acabamos de fechar com chave de ouro a organização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Espetáculo que enche o coração e confirma a nossa capacidade de fazermos um evento que o mundo inteiro admira. E, na semana seguinte, assistimos nas mesma telas de televisão a um outro espetáculo que é o debate no Senado federal sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Precisa de comentário sobre como se apresentam os nossos desportistas, os organizadores da Olimpíadas, os milhares de pessoas que participaram do evento e o espetáculo no Senado? Não e não! O próprio presidente da casa disse que parecia um hospício, degradando os nossos cidadãos com problemas mentais ao nível dos políticos que temos. E que nos elegemos. Nós lhes demos o mandato popular, do qual tanto se orgulham, para falar e dizer barbaridades e ter comportamentos que nos assustam e que nada têm a ver com cada um de nós.
Mas o show não terminou! Os debates na TV nas campanhas municipais não são muito diferentes. As mesmas pessoas de anos a fio na política se apresentam com frases vazias, palavras ocas, promessas que não tem nenhuma, repito nenhuma possibilidade de serem realizadas. Os problemas como desemprego, educação, saúde e outros mil continuam sendo debatidos com frases tão desgastadas que dá vontade de rir se não fosse trágico.
Nesse cenário, nenhum candidato a prefeito, e não ha exceção que confirme a regra, apresentou um projeto de desenvolvimento econômico para o município. Se temos desempregados, como vamos gerar empregos? Mas, temos plano diretor. Plano diretor é urbanismo e faz parte do plano econômico. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Vamos incentivar empreendedorismo. Frase mais desgastada e sem resultado prático porque isso já esta acontecendo há dezenas de anos e não é suficiente. E sem plano econômico não tem nem aumento de emprego e nem de renda (outra frase preferida dos candidatos).
E aí vem a pergunta: se os políticos não têm, qual entidade empresarial ou dos trabalhadores exigiu dos políticos que o fizessem? Todo mundo só tem sugestões que são mais as reivindicações do que sugestões. Aliás, alguém esta sugerindo reforma fiscal no nível do município?
Se o eleitor e suas organizações sociais não exigirem uma nova atitude e compromisso, o espetáculo do Senado será visto ainda pelos nossos bisnetos, a quem estamos deixando uma herança maldita dos nossos tempos: um modelo político que, com seus atores, está enterrando o nosso país .
Guimarães Rosa, eminente diplomata e escritor, disse que Minas são várias. E nesta semana assistimos a pelo menos dois Brasis diferentes. Acabamos de fechar com chave de ouro a organização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Espetáculo que enche o coração e confirma a nossa capacidade de fazermos um evento que o mundo inteiro admira. E, na semana seguinte, assistimos nas mesma telas de televisão a um outro espetáculo que é o debate no Senado federal sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Precisa de comentário sobre como se apresentam os nossos desportistas, os organizadores da Olimpíadas, os milhares de pessoas que participaram do evento e o espetáculo no Senado? Não e não! O próprio presidente da casa disse que parecia um hospício, degradando os nossos cidadãos com problemas mentais ao nível dos políticos que temos. E que nos elegemos. Nós lhes demos o mandato popular, do qual tanto se orgulham, para falar e dizer barbaridades e ter comportamentos que nos assustam e que nada têm a ver com cada um de nós.
Mas o show não terminou! Os debates na TV nas campanhas municipais não são muito diferentes. As mesmas pessoas de anos a fio na política se apresentam com frases vazias, palavras ocas, promessas que não tem nenhuma, repito nenhuma possibilidade de serem realizadas. Os problemas como desemprego, educação, saúde e outros mil continuam sendo debatidos com frases tão desgastadas que dá vontade de rir se não fosse trágico.
Nesse cenário, nenhum candidato a prefeito, e não ha exceção que confirme a regra, apresentou um projeto de desenvolvimento econômico para o município. Se temos desempregados, como vamos gerar empregos? Mas, temos plano diretor. Plano diretor é urbanismo e faz parte do plano econômico. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Vamos incentivar empreendedorismo. Frase mais desgastada e sem resultado prático porque isso já esta acontecendo há dezenas de anos e não é suficiente. E sem plano econômico não tem nem aumento de emprego e nem de renda (outra frase preferida dos candidatos).
E aí vem a pergunta: se os políticos não têm, qual entidade empresarial ou dos trabalhadores exigiu dos políticos que o fizessem? Todo mundo só tem sugestões que são mais as reivindicações do que sugestões. Aliás, alguém esta sugerindo reforma fiscal no nível do município?
Se o eleitor e suas organizações sociais não exigirem uma nova atitude e compromisso, o espetáculo do Senado será visto ainda pelos nossos bisnetos, a quem estamos deixando uma herança maldita dos nossos tempos: um modelo político que, com seus atores, está enterrando o nosso país .
Friday, 26 August 2016
DO IRÃ, NEGÓCIOS E POLÍTICA
DO IRÃ, NEGÓCIOS E POLÍTICA
O acordo nuclear concluído há um ano entre as quatro grandes potências (Estados Unidos, Franca, Rússia, Grã Bretanha), mais a Alemanha, com a Republica Islâmica do Irã, reduzindo a capacidade iraniana de produzir artefatos nucleares (no que, com toda razão, Israel não acredita), tem aspectos políticos e teoricamente abre as portas para os negócios naquele país milenar. Com a queda das sanções impostas ao Irã, o mundo dos negócios pode se abrir inclusive para as empresas brasileiras.
Mas, na área política, o conflito quase que armado entre os navios militares dos Estados Unidos e Irã, mostra que nem tudo é céu de brigadeiro nessas relações. De tempo em tempo, o líder supremo iraniano Aiatolá Khomeini diz claramente que o acordo não quer dizer que o Irã parou de considerar os americanos como seus maiores inimigos e que, juntamente com Israel, representam o alvo preferido dos ataques dos radicais iranianos. E o Irã não deixou de desenvolver sua capacidade militar, testando esporadicamente armas sofisticadas e modernas com capacidade de atingir inclusive as cidades israelenses. E mais: o Irã continua ativo em conflitos no Oriente Médio.
Por outro lado, com o fim das sanções que está em curso, um novo país está surgindo na área econômica, com novas oportunidades de negócios. O sistema financeiro está se consolidando e se interligando ao mundo das finanças. As empresas não estão mais proibidas de negociar com o Irã, nem com receio de serem castigadas em função de sanções. Claro que nem tudo ainda está funcionando de forma normal, mas a invasão das empresas europeias e os grandes contratos que a Itália, Franca e Espanha, entre outros, fizeram em Teerã, mostram que a abertura está valendo.
As notícias dos empresários e dos diplomatas brasileiros que atuam no Irã são mais do que auspiciosas. Claro que, no trato de negócios, tem, como em qualquer outro lugar, que respeitar as leis e, mais do que isso, as regras religiosas e culturais existentes. Por exemplo, a famosa cachaça mineira não tem lugar no Irã, como nenhuma bebida alcoólica. Há uma cultura específica de negociação, como arte de fazer negócios. E pasmem, também há muitas mulheres, sempre usando chador ( o lenço que cobre a cabeça) bem educadas nos negócios.
Há espaço de negócios para empresas com alguma tecnologia, empresas medias que são capazes de adaptar seus produtos ao mercado local e até mais: vender tecnologia e montar fábricas com sócios locais. Em resumo, ao invés de promover missões empresariais sempre para os mesmos lugares preferidos, como França, Alemanha, Itália, Miami, deve-se abrir os olhos para um mercado onde produtos e empresas brasileiras se
O acordo nuclear concluído há um ano entre as quatro grandes potências (Estados Unidos, Franca, Rússia, Grã Bretanha), mais a Alemanha, com a Republica Islâmica do Irã, reduzindo a capacidade iraniana de produzir artefatos nucleares (no que, com toda razão, Israel não acredita), tem aspectos políticos e teoricamente abre as portas para os negócios naquele país milenar. Com a queda das sanções impostas ao Irã, o mundo dos negócios pode se abrir inclusive para as empresas brasileiras.
Mas, na área política, o conflito quase que armado entre os navios militares dos Estados Unidos e Irã, mostra que nem tudo é céu de brigadeiro nessas relações. De tempo em tempo, o líder supremo iraniano Aiatolá Khomeini diz claramente que o acordo não quer dizer que o Irã parou de considerar os americanos como seus maiores inimigos e que, juntamente com Israel, representam o alvo preferido dos ataques dos radicais iranianos. E o Irã não deixou de desenvolver sua capacidade militar, testando esporadicamente armas sofisticadas e modernas com capacidade de atingir inclusive as cidades israelenses. E mais: o Irã continua ativo em conflitos no Oriente Médio.
Por outro lado, com o fim das sanções que está em curso, um novo país está surgindo na área econômica, com novas oportunidades de negócios. O sistema financeiro está se consolidando e se interligando ao mundo das finanças. As empresas não estão mais proibidas de negociar com o Irã, nem com receio de serem castigadas em função de sanções. Claro que nem tudo ainda está funcionando de forma normal, mas a invasão das empresas europeias e os grandes contratos que a Itália, Franca e Espanha, entre outros, fizeram em Teerã, mostram que a abertura está valendo.
As notícias dos empresários e dos diplomatas brasileiros que atuam no Irã são mais do que auspiciosas. Claro que, no trato de negócios, tem, como em qualquer outro lugar, que respeitar as leis e, mais do que isso, as regras religiosas e culturais existentes. Por exemplo, a famosa cachaça mineira não tem lugar no Irã, como nenhuma bebida alcoólica. Há uma cultura específica de negociação, como arte de fazer negócios. E pasmem, também há muitas mulheres, sempre usando chador ( o lenço que cobre a cabeça) bem educadas nos negócios.
Há espaço de negócios para empresas com alguma tecnologia, empresas medias que são capazes de adaptar seus produtos ao mercado local e até mais: vender tecnologia e montar fábricas com sócios locais. Em resumo, ao invés de promover missões empresariais sempre para os mesmos lugares preferidos, como França, Alemanha, Itália, Miami, deve-se abrir os olhos para um mercado onde produtos e empresas brasileiras se
Monday, 22 August 2016
DA NOSSA CAPACIDADE: PODEMOS
DA NOSSA CAPACIDADE: PODEMOS
O show de encerramento dos Jogos Olímpicos, no domingo à noite, foi majestoso, simpático, lindo e não sei mais o que, como aliás foi a cerimonia inicial. Show de criatividade, mostra de cultura brasileira, tecnologia e simpatia do povo brasileiro, representado pelos cariocas. Aliás, eles que organizaram as olimpíadas e se fosse fracasso, seria deles, como foi sucesso, é de todos nos! Doze bilhões de dólares investidos na empreitada, recordes mundiais e olímpicos, 205 estados representados e mais e mais. O fechamento foi com chave de ouro e até os críticos permanentes, aqueles chatos que só procuram defeitos, tiveram que se render ao fato: deu certo e foi perfeito. Inclusive na área de segurança, onde morava o maior receio, além do mosquito da zika, que mudou com o mentiroso nadador americano Lochte para Miami.
Na verdade, as olimpíadas não terminaram. Terminou a primeira parte, que glorifica o corpo perfeito, quase a maquina humana que procura a perfeição para a gloria dos saudáveis e fortes. Começa a para olimpíada. Jogos olímpicos das pessoas com necessidades especiais, que têm que se superar em muito mais do que os participantes dos jogos de beleza e perfeição. E nós os colocamos na prateleira abaixo, inclusive com falta de recursos. É o nosso discurso pelo diversidade, respeito e não sei mais o que, versus a realidade que vivemos.
Os Jogos Olímpicos, que demonstraram não só a nossa capacidade de organizar um evento, lembre-se de quantas modalidades e com qual precisão foi tudo executado (sem esquecer que aconteceu dois anos após a Copa), mas também deram um recado para todos no Brasil: somos capazes. Podemos sim, sem nenhum ufanismo, conseguir resultados admiráveis e sermos respeitados. Até derrotar alemães no futebol, italianos no vôlei e mais e mais. Bem, como vamos pagar as dividas após os jogos e melhor aproveitar a infraestrutura, deixamos um pouco para a frente.
E um povo que é capaz de tudo isso, que canta na alegria e na tristeza do desemprego, que luta (veja alguns de nossos medalhistas, de onde vieram e como chegaram lá), tem que aguentar esta situação de falência econômica e política? Porque? Tem que se submeter ao vexame de o Primeiro Ministro do Japão vir receber com o boné de Super Mario a bandeira olímpica, por ser organizador dos próximos jogos de verão, e o nosso Presidente não vai com receio de vaias?
O Brasil é maior do que um evento, mas passou da hora de os políticos que nós elegemos, entenderem a grandeza do povo que representam e do seu país . É chocante ver o contraste entre o que somos capazes como povo e o que fizeram as lideranças políticos do país. Triste. Mas, tem eleições daqui a pouco e ai começa a nova corrida para começar a mudança. E é com você no campo que isso vai acontecer!
O show de encerramento dos Jogos Olímpicos, no domingo à noite, foi majestoso, simpático, lindo e não sei mais o que, como aliás foi a cerimonia inicial. Show de criatividade, mostra de cultura brasileira, tecnologia e simpatia do povo brasileiro, representado pelos cariocas. Aliás, eles que organizaram as olimpíadas e se fosse fracasso, seria deles, como foi sucesso, é de todos nos! Doze bilhões de dólares investidos na empreitada, recordes mundiais e olímpicos, 205 estados representados e mais e mais. O fechamento foi com chave de ouro e até os críticos permanentes, aqueles chatos que só procuram defeitos, tiveram que se render ao fato: deu certo e foi perfeito. Inclusive na área de segurança, onde morava o maior receio, além do mosquito da zika, que mudou com o mentiroso nadador americano Lochte para Miami.
Na verdade, as olimpíadas não terminaram. Terminou a primeira parte, que glorifica o corpo perfeito, quase a maquina humana que procura a perfeição para a gloria dos saudáveis e fortes. Começa a para olimpíada. Jogos olímpicos das pessoas com necessidades especiais, que têm que se superar em muito mais do que os participantes dos jogos de beleza e perfeição. E nós os colocamos na prateleira abaixo, inclusive com falta de recursos. É o nosso discurso pelo diversidade, respeito e não sei mais o que, versus a realidade que vivemos.
Os Jogos Olímpicos, que demonstraram não só a nossa capacidade de organizar um evento, lembre-se de quantas modalidades e com qual precisão foi tudo executado (sem esquecer que aconteceu dois anos após a Copa), mas também deram um recado para todos no Brasil: somos capazes. Podemos sim, sem nenhum ufanismo, conseguir resultados admiráveis e sermos respeitados. Até derrotar alemães no futebol, italianos no vôlei e mais e mais. Bem, como vamos pagar as dividas após os jogos e melhor aproveitar a infraestrutura, deixamos um pouco para a frente.
E um povo que é capaz de tudo isso, que canta na alegria e na tristeza do desemprego, que luta (veja alguns de nossos medalhistas, de onde vieram e como chegaram lá), tem que aguentar esta situação de falência econômica e política? Porque? Tem que se submeter ao vexame de o Primeiro Ministro do Japão vir receber com o boné de Super Mario a bandeira olímpica, por ser organizador dos próximos jogos de verão, e o nosso Presidente não vai com receio de vaias?
O Brasil é maior do que um evento, mas passou da hora de os políticos que nós elegemos, entenderem a grandeza do povo que representam e do seu país . É chocante ver o contraste entre o que somos capazes como povo e o que fizeram as lideranças políticos do país. Triste. Mas, tem eleições daqui a pouco e ai começa a nova corrida para começar a mudança. E é com você no campo que isso vai acontecer!
Friday, 19 August 2016
DOS CINCO Ss: SESC, SENAC, SENAR, SENAI , SESI
DOS CINCO Ss: SESC, SENAC, SENAR, SENAI , SESI
Na verdade, hoje há mais do que os cinco Ss mencionados. Tem mais o de transportes, o SENAT, e o SEBRAE e o das cooperativas. Todas essas siglas, muito conhecidas, arrecadam em Minas mais de 2 bilhões por ano, apesar de que ninguém sabe disso e nunca se divulga com transparência esses números. E de onde vem esse dinheiro, que é administrado pelas entidades empresariais? De um porcentual da folha de pagamento. Portanto, é dinheiro pago pelo assalariado e administrado pelos empresários. A favor de quem? Teoricamente, a favor dos funcionários. As entidades são controladas pelos Conselhos, que têm representantes dos trabalhadores e prestam suas contas ao Tribunal das Contas da União, o TCU.
Em várias gestões dessas entidades aconteceram, em graus diferentes, compreensões diferentes dos projetos que deveriam beneficiar os trabalhadores. Uma entidade do comércio adquiriu umas fazenda de 180 ha transformada, em parque temático com estrada de ferro e hotéis no Estado do Rio, longe do mar, para onde o trabalhador não pode ir porque não tem dinheiro para isso. Outra entidade está fazendo um laboratório de medições elétricas, que custará no mínimo 1 bilhão de reais, ao lado do seu único cliente: uma fábrica pertencente aos diretores da entidade. Claro que a justificativa para tanto é mais ampla. A compra de prédios e instalações, que nada têm a ver com o bem estar social e a educação dos trabalhadores, faz parte de uma lista tão longa que seria necessária uma edição especial do jornal.
Na crise, a arrecadação caiu em todos os setores. Os 12 milhões de desempregados não contribuem mais para o sistema S. E aí, começaram os ajustes, que levaram ao fechamento de várias unidades de educação, em especial no interior, inclusive nas terras do José Alencar, ex-Presidente da FIEMG, em Muriaé e Caratinga, mas não prejudicaram o projeto de laboratório de interesse especifico. Foram vendidas outras entidades para prefeituras, que já quebradas assumiram um ônus adicional, como é o caso de Poços de Caldas, mesmo que as indústrias continuem arrecadando e pagando serviços do sistema S.
Em resumo, não ha dúvida alguma de que o Sistemas S, mesmo assim, ainda é mais eficaz e eficiente do que alguns sistemas dirigidos pelo Estado. Por exemplo, as unidades móveis do SENAI, iniciadas na gestão do dr. Nansen Araújo na FIEMG e continuadas na atual, são belo exemplo dessa eficácia. Mas, a redefinição dos objetivos dessas entidades, em função dos novos tempos, inclusive da necessidade de reduzir custos sobre a folha de pagamento, da maior transparência e seguindo o exemplo do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde a arrecadação compulsória representa só 20 % da receita e há uma transparência que vai além da aliança dos objetivos de empresários e trabalhadores, pode ser a solução. Efetivamente, o corte horizontal proposto no governo anterior não é. Mas, também não é aceitável a situação que existe em algumas entidades. Seria até saudável para todos se os órgãos de fiscalização fossem mais ativos e não arquivassem os processos quando se referem a entidades que arrecadam dinheiro do trabalhador.
Na verdade, hoje há mais do que os cinco Ss mencionados. Tem mais o de transportes, o SENAT, e o SEBRAE e o das cooperativas. Todas essas siglas, muito conhecidas, arrecadam em Minas mais de 2 bilhões por ano, apesar de que ninguém sabe disso e nunca se divulga com transparência esses números. E de onde vem esse dinheiro, que é administrado pelas entidades empresariais? De um porcentual da folha de pagamento. Portanto, é dinheiro pago pelo assalariado e administrado pelos empresários. A favor de quem? Teoricamente, a favor dos funcionários. As entidades são controladas pelos Conselhos, que têm representantes dos trabalhadores e prestam suas contas ao Tribunal das Contas da União, o TCU.
Em várias gestões dessas entidades aconteceram, em graus diferentes, compreensões diferentes dos projetos que deveriam beneficiar os trabalhadores. Uma entidade do comércio adquiriu umas fazenda de 180 ha transformada, em parque temático com estrada de ferro e hotéis no Estado do Rio, longe do mar, para onde o trabalhador não pode ir porque não tem dinheiro para isso. Outra entidade está fazendo um laboratório de medições elétricas, que custará no mínimo 1 bilhão de reais, ao lado do seu único cliente: uma fábrica pertencente aos diretores da entidade. Claro que a justificativa para tanto é mais ampla. A compra de prédios e instalações, que nada têm a ver com o bem estar social e a educação dos trabalhadores, faz parte de uma lista tão longa que seria necessária uma edição especial do jornal.
Na crise, a arrecadação caiu em todos os setores. Os 12 milhões de desempregados não contribuem mais para o sistema S. E aí, começaram os ajustes, que levaram ao fechamento de várias unidades de educação, em especial no interior, inclusive nas terras do José Alencar, ex-Presidente da FIEMG, em Muriaé e Caratinga, mas não prejudicaram o projeto de laboratório de interesse especifico. Foram vendidas outras entidades para prefeituras, que já quebradas assumiram um ônus adicional, como é o caso de Poços de Caldas, mesmo que as indústrias continuem arrecadando e pagando serviços do sistema S.
Em resumo, não ha dúvida alguma de que o Sistemas S, mesmo assim, ainda é mais eficaz e eficiente do que alguns sistemas dirigidos pelo Estado. Por exemplo, as unidades móveis do SENAI, iniciadas na gestão do dr. Nansen Araújo na FIEMG e continuadas na atual, são belo exemplo dessa eficácia. Mas, a redefinição dos objetivos dessas entidades, em função dos novos tempos, inclusive da necessidade de reduzir custos sobre a folha de pagamento, da maior transparência e seguindo o exemplo do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde a arrecadação compulsória representa só 20 % da receita e há uma transparência que vai além da aliança dos objetivos de empresários e trabalhadores, pode ser a solução. Efetivamente, o corte horizontal proposto no governo anterior não é. Mas, também não é aceitável a situação que existe em algumas entidades. Seria até saudável para todos se os órgãos de fiscalização fossem mais ativos e não arquivassem os processos quando se referem a entidades que arrecadam dinheiro do trabalhador.
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