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Sunday, 7 June 2015
DO MUNDO NO MEU QUINTAL
DO MUNDO NO MEU QUINTAL
Um alemão acorda, toma café Minas, vai trabalhar e o produto que produz vai para o Brasil, chega em casa, tira o sapato e coloca uma sandália Havaiana e come um suculento e bom bife de carne brasileira .
Aí você também acorda, toma um café Minas, come um pão de queijo que pode encontrar também nos Estados Unidos, vai trabalhar e também produz minério de ferro que vai para China, café que vai pelo mundo inteiro, cria boi e frango que são apreciados em todos os países do mundo, e usa do mesmo jeito sandália Havaiana, como em tantos outros países.
Mas, a televisão tanto a do alemão como a sua, é japonesa, sul-coreana ou holandesa. Os carros são japoneses, alemães, americanos, sul-coreanos. E os celulares são na sua absoluta maioria feitos na China, hoje a maior potência industrial do planeta. Mesmo que as marcas sejam norte-americanas ou européias, os produtos são feitos na China.
Vivemos em um mundo cada vez mais integrado do ponto de vista da fabricação e dos produtos que oferece. Não tem nenhum lugar, por mais remoto que seja, deste planeta, em que os seus habitantes não tenham acesso pelo menos a um produto, na maioria das vezes é Coca Cola, que não seja de origem estrangeira. Sem falar na TV, que nos traz instantaneamente as notícias do mundo inteiro. Afundou um navio na China, você tem todas as notícias em português na hora, como se tivesse acontecendo aí na esquina.
O mundo esta na sua casa, no seu quintal, no seu negócio, no seu emprego. Não adianta fugir, mas, como se integrar para se beneficiar desse movimento? Primeiro, como empresário, estudar bem em que isso afeta seu negócio. Por exemplo, na área de comercio de café, a maioria das empresas, e suas marcas famosas de café no Brasil, são estrangeiras. Elas que querem importar café do Peru e Vietnã para misturar com cafés brasileiros para aumentar seus ganhos. Elas tem um forca maior de negociação na compra e na venda, impondo suas condições. O mesmo vale para o trigo o que afeta o preço do pão e assim por diante.
O mundo é um só e você faz parte dele. E nele mandam os mais fortes. Seja um deles!
Stefan SALEJ
Consultor Internacional
Ex -Presidente da FIEMG e SEBRAE Minas
www.salej.com.br
Thursday, 4 June 2015
DAS UNIÕES DA EUROPA E AMÉRICA LATINA
Das uniões da Europa e América Latina
Na semana vindoura estarão reunidos em Bruxelas 60 chefes de Estados e Governos da União Européia (UE) e América Latina e Caribe, CELAC. O resultado, à parte das conversas bilaterais, será uma repetitiva declaração final e um plano de ação. Os dois documentos são muito parecidos com os das últimas reuniões em Madrid e Santiago do Chile. Mesmo que o título do encontro deste ano seja mais pomposo, "Fazendo o nosso futuro comum: trabalhando por uma sociedade prospera, coesiva e sustentável para os nossos cidadãos ", o resultado não será muito diferente. Aliás, fora da meia dúzia de burocratas da área de relações internacionais, está difícil de compreender o que nós querem dizer com este título tão complexo.
Mas, olhemos primeiro como está a União Européia neste momento. Mesmo com a nova direção do Conselho da UE e da Comissão, que é o braço executivo da União Européia, os problemas, como a guerra na Ucrânia, a enorme pressão dos imigrantes ilegais vindos da África para Europa e a crise financeira grega, continuam. A América Latina e o Caribe não são prioridade para nenhum país da União Européia. O que eles não querem são imigrantes latino-americanos, não querem nenhuma insegurança pairando sobre seus investimentos e muito menos qualquer ameaça às suas exportações para os mercados latino-americanos. Em resumo, continuamos amigos, desde que os negócios prosperem.
Do outro lado do oceano Atlântico, o eixo de aliança do continente, mesmo com certo desagrado, mudou. Com o descongelamento das relações entre os arqui-inimigos, Estados Unidos e Cuba, as coisas ficaram diferentes. Os Estados Unidos estão se aproximando da América Latina e sim, consideram o continente uma das prioridades da sua política externa. E além dos norte-americanos, ainda tem os chineses, que passaram por aqui fazendo alianças e investimentos que deixam os europeus no chinelo.
Como se não bastasse esse retrato por si só, pintado com cores nada alegres, tem ainda a crise latino-americana, que também não ajuda. A Venezuela, que lidera o ranking de todos os problemas que vão desde as atitudes antidemocráticas do seu governo até o desrespeito total à carta de direitos humanos das Nações Unidas, devem muito aos países europeus. E parece que não vão pagar nada nos próximos anos. Tem o eterno enfant terrible, a Argentina, que também não honra seus compromissos e ainda ameaça com discussão sobre a soberania das Ilhas Malvinas. O Brasil está em crise econômica e certamente o fluxo de dividendos que iam para Europa, dos investimentos feitos aqui, secou. A instabilidade ronda alguns países da América Central ao mesmo tempo em que pelo menos continuam estáveis a Colômbia e o Peru. Mas, como um todo, o continente não é mais o preferido para os investimentos, inclusive porque os preços das matérias primas e produtos agrícolas que exporta caíram muito.
Os dois continentes falam muito, dizem pouco e não conseguem nem fazer acordos de comércio que aumentem o comércio. Portanto, está na hora de mudança ou então sairá mais uma declaração que ninguém entendeu e nem pretende aplicar.
Stefan Salej
4.6.2015.
Monday, 1 June 2015
DO MEDO DO FUTURO
Do medo do futuro
Nesta hora de descrença total no país, desde o futebol, que nos deixou a amargura da derrota no final da Copa, há um ano, até as instituições, sem falar nos partidos e nos políticos, nas empresas públicas e não sei mais o quê. Estamos descrentes de tudo e de todos e todas. E pior: estamos descrentes do nosso próprio país, do Brasil.
Primeiro, essa descrença e o medo que se criou com o desemprego, o aumento de preços quase que diários de tudo, e em especial dos bens comuns, como a água que falta, a energia que sobe meteoricamente, e a comida, não deixa de ter a razão de ser. As pessoas se assustam e o susto tem seus fundamentos. E só melhora quando de fato melhora.
Segundo, nem tudo está tão ruim como parece e nem tudo está um desastre total. Há, mesmo nesse pantanal de corrupção e de más notícias, uma serie de coisas boas que estão acontecendo no país. E talvez acontecem até perto de você, na sua cidade, na sua vizinhança, no seu estado. Não adianta listar essas coisas boas porque, se elas não acontecem para você, não beneficiam você, não melhoram a sua vida e a da sua família, de nada adianta. Você tem que virar a página da desgraça e do pessimismo e enxergar um futuro próprio, melhor.
Mesmo com as dificuldades crescendo e, junto, o pessimismo, o fato é que alguns podem até achar uma oportunidade no exterior, mas a absoluta maioria vai continuar não só no país como na sua cidade, e vai ter que se virar por muitos anos para ter uma vida melhor.
Esse medo que o presente gera, com muita propriedade, não pode provocar um medo do futuro de tal maneira que você não veja uma perspectiva de melhorar seus serviços, produtos, conhecimento, e não vá a luta. O medo de hoje não pode paralisar a sua empresa, seu negócio , sua família. O Brasil é um país onde ainda existem inúmeras oportunidades e é um pais que oferece mais possibilidades de crescimento do que a maioria dos países do mundo. Depende menos dos políticos, e depende mais de você.
Um bom exemplo disso foi o Belo Horizonte Start up industry weekend organizado pelo Centro Cappe no último fim de semana. Participaram dezenas de jovens, e até uns mais experientes, estudando como colocar produtos absolutamente inovadores no mercado global. Ninguém parecia assustado com a política, a corrupção e outras mazelas diárias. Há pessoas que pensam fora do quadrado no qual você mesmo se coloca sem saber. Pule fora para o seu bem!
Stefan Salej
Consultor internacional, ex-Presidente da FIEMG e do SEBRAE Minas
Presidente da Salej Desenvolvimento Empresarial
A nossa experiência para o seu sucesso
Saturday, 30 May 2015
DA BH INTERNATIONAL
De BH International
Na evolução dos tempos, a forma clássica urbana às vezes muda mais ou menos. O núcleo urbano das cidades históricas, seja de Roma ou Ouro Preto, muda pouco na forma, mas muito no conteúdo. E o com avanço das tecnologias, e em especial de transportes, mudam também as populações das cidades. Os visitantes, dependendo do lugar, podem ultrapassar em muito a população local. E mais: os visitantes não são os únicos que mudam o conteúdo urbano. As manifestações culturais e a vinda de empresas estrangeiras mudam esse conteúdo para o bem e para o mal. Mais para o bem do que para o mal. Em resumo, o mundo está nas nossas casas, ruas, avenidas, teatros, restaurantes, escolas, na vida diária e permanente.
Essa internacionalização pode ser dar como em Jericoacoara, no Ceará, descoberta por turistas europeus por acaso e em seguida colonizada e conquistada, ou como em Conceição do Mato, por invasão bilionária de um investimento na área de mineração. Na marra e alegria se refez a cidade e a nova vida nela independente em muito da vontade local. Internacionalizou-se a fórceps e agora tem que esperar o que vai dar de bom para a população local até uma quinta geração, para ver.
Há uma internacionalização que aumenta principalmente com os conflitos e a miséria. A vinda desregrada e descontrolada de haitianos buscando pão e água em um país rico como o Brasil, além da paz, com uma violência diferente e mais aceitável do que a que eles experimentam no seu próprio país. Internacionalizam-se a vizinhança, o mercado de trabalho e a cultura.
A chamada internacionalização das cidades tem também um outra vertente, que é fazer parte de crescimento sustentável da própria cidade. Há que se sintetizar inúmeros aspectos, e não só os econômicos e empresariais, e incluí-los no conjunto de variáveis que fazem a cidade e a sua população ficarem mais felizes, mais prósperas e com melhores perspectivas de crescimento. São poucas as cidades no mundo que fizeram da variável internacional o seu eixo de desenvolvimento social e econômico. Rodam muitos planos que se reduzem à melhoria do conhecimento de línguas estrangeiras nas boates e similares ou que enxergam no turismo o alfa e omega de internacionalização. Eventualmente, criam slogans e símbolos e em seguida morrem com um evento maior.
Difícil nestes projetos integrados é ainda usar a inteligência local. Aproveitar a experiência externa é mais do que válido, mas são raros os casos de liderança local.No marasmo do inverno intelectual que está passando pelas alterosas, o plano BH International liderado pela centenária Associação Comercial de Minas e com base técnica da nossa melhor escola de negócios, a Fundação Dom Cabral, é exatamente um exemplo de um plano para gerar um movimento de desenvolvimento. Agora, mesmo se só foi feito por alguns, deve ser também abraçado por todos. Aliás, quem não participar, seja como entidade, seja como político ou cidadão, vai ficar por fora de uma bela oportunidade de fazer bem. E muito bem.
Stefan Salej
29.5.2015.
Saturday, 23 May 2015
DA CHINA E SEUS NEGÓCIOS
DA CHINA E SEUS NEGOCIOS
Quando os militares expulsaram em 3.de abril 1964.nove membros de delegação comercial chinesa foram necessários cinquenta anos para que Brasil reconhecesse o erro e anulasse a expulsão. Dos nove, cinco ainda estavam vivos para comemorar a justiça que mesmo tardiamente chegou. E ai dizem alguns especialistas que quando ha trinta e poucos anos Brasil restabeleceu relações diplomáticas com Republica Popular da China, os chineses que foram expulsos voltaram. Se isso é verdade ou não, não se sabe. Mas a verdade é que como a visita desta semana do Primeiro Ministro da China Camarada LI, os chineses não voltaram. Simplesmente conquistaram Brasil.
Os 35 acordos assinados, ajuda maciça a Petrobras e projetos conjuntos com Eletrobrás nas linhas de transmissão de Usina de Belo Monte além de acordo de credito de 55 bilhões de dólares com Caixa Econômica Federal e mais e mais do que ninguém exatamente sabe ou viu, significam que no linguajar popular os chineses meteram a cunha na economia brasileira com tal força que parece ter sido um tsunami financeiro. A moda chinesa, claro. Cheio de sorrisos, boa vontade, negação de toda interferência e predominância e proclamando a quatro ventos que são antes e mais nada, parceiros.
A nossa relação com a China, como o destino de nossas exportações dos produtos primários, e a fonte dos produtos industrializados, se agregam agora os investimentos chineses no Brasil de tamanho, escala e significado estratégico nunca antes visto na historia deste pais. Ou por ideologia, no final de contas são muitos neste governo que estudaram na mesma escola de marxismo que os lideres chineses, ou por pragmatismo, a equação econômica do Brasil mudou. A soberania ficou amarela. O azul vermelho de bandeira norte americana foi substituído por vermelho com estrelas amarelas da China.
Como isso vai ficar, tem que esperar. Chineses tem seis mil anos de historia e não tem pressa. Mas, como é isso hoje em dia, é só perguntar em Buenos Aires onde preferem depois receberem generoso socorro chinês, nem conversar sobre o assunto. Ou melhor ainda, na África.
A missão chinesa só esteve em Brasília. E Minas o que vai ter disso tudo? Mendes Jr. construiu as usina hidroelétrica de Rio Amarelo ha algumas dezenas de anos atrás. Governador Eduardo Azeredo esteve lá com missão empresarial. Fiem teve as representação ha mais de 15 anos em Beijing. Para lá vai nosso minério, soja e agora também carnes. Mas fora de vendas superfaturada de algumas minerações que trouxeram comissões grandiosas no governo passado, não temos alianças e nem investimentos chineses. Esta sendo um negocio da China para outros, para mineiros a conta paga com preço baixo de minério.
Stefan Salej
21..5.2015.
Thursday, 14 May 2015
DA INTEGRAÇÃO SUL AMERICANA
DA INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA
Mais de 400 empresários ouviram na FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, com muita atenção, o Secretario Geral da UNASUL, ex-Presidente da Colômbia, Ernesto Samper, falar sobre a integração sul-americana. Sete projetos que cruzam a América do Sul de norte a sul, de oeste a leste, foram apresentados como grandes oportunidades de desenvolvimento para a região. E não deixou de ser mencionado que a integração dos governos democráticos é a grande base do desenvolvimento da região.
União dos países da América do Sul, a UNASUL, com sede no Equador, é mais um organismo criado recentemente que está procurando o seu lugar ao sol. Aliás, o projeto de sua sede, que foi apresentada nas reunião, é de fazer inveja ao Niemeyer no capítulo da falta de modéstia. Mas, achar que vamos integrar a América do Sul com projetos sonháticos de ferrovias e rodovias e talvez hidrovias, enquanto outro organismo da região, o MERCOSUL, anda moribundo, é muita ousadia. E mais: como integrar mais a América do Sul, se a infra-estrutura brasileira compete para ser uma das piores do mundo. Então, se vamos falar em integrar a América do Sul, vamos primeiro arrumar o MERCOSUL e integrar os países de várias formas dentro desse conceito.
E nessa área vem primeiro a integração energética. Por diversas razões inexplicáveis, essa integração, mais especificamente entre Brasil-Argentina-Paraguai, anda abaixo da sua capacidade de atender as metas de desenvolvimento e competitividade das econômicas da região. A segunda integração em que poderíamos pensar é a de telecomunicações. Os países não têm um programa comum bem sucedido de lançamento de satélites de comunicações e infra-estrutura que diminua a importância dos Estados Unidos nas nossas comunicações.
O mesmo aliás vale para a integração do transporte aéreo. O melhor caminho para ir a qualquer país latino-americano é via Miami. E se Miami fecha os computadores pelos quais passa a internet e fecha o aeroporto, a América Latina volta para século do descobrimento. E como se isso não bastasse, a integração precisa de projetos e financiamentos. O governo que provocou a crise da PETROBRAS, provocou a crise das empresas de engenharia. E a crise do financiamento. A não ser que estejamos fazendo tudo isso para facilitar que o Cavalo de Tróia que os chineses estão trazendo na próxima semana realmente derrote a engenharia brasileira de vez. Nada ao acaso, tudo bem pensado!
Stefan Salej
14.5. 2015.
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